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1 SÉRIE TREINAMENTO Apostila 3106 3ª Edição Revisada e Atualizada: Ângelo Aparecido Doimo Três Irmãos 2001 Proteção II 2 SUMÁRIO 1. Introdução ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 2. Relés de Proteção ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 3. Proteção de Transformadores .. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 4. Proteção de Linhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 5. Proteção Diferêncial de Barras .. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 6. Proteção de Geradores .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 3 I - RELÉS DE PROTEÇÃO 1 - ESQUEMA DE PROTEÇÃO Para proteção das redes contra curtos-circuitos, comumente utilizam-se dois relés de fase e um relé de terra *, com elementos instantâneos e temporizados, ligados a 3 TCs, conforme o esquema acima. Quais relés serão sensibilizados para os diferentes tipos de curtos? 4 2 - RELÉS SENSIBILIZADOS PELOS DIVERSOS TIPOS DE CURTOS a) Curto Fase e Terra: Serão sensibilizados o relé de fase envolvida e o relé de terra (o relé de terra e o mais sensível) b) Curto Fase e Fase: Serão sensibilizados apenas os relés das fases envolvidas. Não há sensibilização do relé de terra. c) Curto 2 Fases e Terra: Serão sensibilizados os reles das fases envolvidas e o relé de terra (O relé de terra é o mais sensível). d) Curto Trifásico Balanceado: São sensibilizados os relé das fases envolvidas. Não há sensibilização do relé de terra. 5 3 - EXEMPLOS 1o.) Para um curto-circuito entre a fase azul e a terra serão sensibilizados os relés da fase azul e o relé de terra. 2o.) Para um curto-circuito entre as fases azul, branca e terra, serão sensibilizados os reles A e N. 50 51 50 51 50 51 A V B 50 51 50 51 50 51 A V B 6 3o.) Para um curto-circuito entre a fase branca e a vermelha será sensibilizado o relé da fase vermelha não havendo sensibilização do relé de terra 4o.) Para um curto-circuito trifásico serão sensibilizados os relés da fase azul e o relé da fase vermelha não havendo sensibilização do relé de terra. 50 51 50 51 50 51 A V B 50 51 50 51 50 51 A V B 7 5o.) Para um curto entre a fase branca e a terra: Como não há relé na fase branca, será sensibilizado apenas o relé de terra. OBS: a) Nos esquemas das figuras acima, as correntes primárias e secundárias têm sentidos opostos. É realmente isto o que ocorre nos TCs, a corrente primária induz uma corrente secundária de sentido oposto. b) O fato de dois ou mais relés serem sensibilizados por um mesmo defeito não significa, necessariamente, que todos atuarão. Deve ser considerado que o relé de neutro é mais sensível para defeitos a terra que os reles de fase. Nos relés de fase, mesmo tendo ajustes iguais, pode ser que, na realidade, um atue com uma corrente muito pequena acima do ajuste e o outro com uma corrente muito pequena abaixo do ajuste; este último será, portanto, menos sensível. 50 51 50 51 50 51 A V B 8 4 - AJUSTES DOS RELÉS DE SOBRECORRENTE Para calcularmos a corrente mínima necessária no primário para atuação de um relé de FASE, devemos conhecer: a) Os ajustes dos relés; b) A relação do TC que alimenta o relé. Normalmente, os relés de sobrecorrente possuem dois elementos: instantâneo (50) e temporizado (51) 1o.) Ajuste do Temporizado (51) O relé possui ajuste de "tap", que significa sua mínima corrente de atuação. Ex.: Um relé que esteja ajustado no "tap" 6A significa que qualquer valor, acima de 6A, que passar por ele provocará a partida do elemento temporizado. Se esta corrente persistir além do tempo de ajuste, o relé operará. 10 9 8 7 6 MODEL 12 IAC RELÉ IAC TIME INST. 40 30 20 10 15 20 25 30 40 50 60 RIDI 5A 60Hz Is 4- 5- 6- 8- 10- 12- 15- A 0,2 0,5 10x1 ASEA Ajuste do TAP 9 Além do ajuste do tap, há também o ajuste da curva de tempo, que define um maior tempo de atuação do relé, para um mesmo defeito. X I 0,8 1,0 1,21,6 2,0 2,4 3,2 10 20 30 40 ICM BROWN BOVERI Ajuste do Tap Ajuste da Curva de Tempo 10 2o.) Ajuste do Instantâneo: No relé ICM o instantâneo é ajustado em função do tap. Ex.: Temos o seguinte ajuste TAP : 6A INST: 4 x I Significa que o ajuste do instantâneo eqüivale a 4 x 6 = 24A, ou seja, qualquer corrente acima de 24A provocará a atuação do elemento instantâneo do relé. No relé IAC (e em outros) o ajuste do instantâneo dá, diretamente, o valor mínimo de corrente que deverá passar pelo relé para sua atuação (atuação do instantâneo). Ex.: Temos o ajuste INST: 20A Significa que com qualquer corrente acima de 20A o elemento instantâneo do relé atuará, independentemente do "tap". 10 9 8 7 6 MODEL 12 IAC RELÉ IAC TIME INST. 40 30 20 10 15 20 25 30 40 50 60 Inst. 4 X 6A Inst. 20A 4 5 6 8 10 12 16 ICM BROWN BOVERI 2 4 6 XI 10 20 30 40 11 5 - DETERMINAÇÃO DA CORRENTE MÍNIMA DE ATUAÇAO (NA LINHA) Exemplo 1 No sistema abaixo: 50 51 50 51 2 1 50 51 50 51 2 1 200/5 200/5 Dados os ajustes dos relés: FASE TAP = 6A INST = 8 x I NEUTRO: TAP = 1,2A INST = 10 x I Pergunta-se: a) Qual a mínima corrente na linha para partida do elemento temporizado do relé de fase? b) Qual a mínima corrente na linha para atuação do elemento instantâneo do relé de fase? c) Qual a mínima corrente de terra partida do elemento temporizado do relé de terra? 12 d) Qual é a mínima corrente de terra para atuação do elemento instantâneo? 13 RESOLUÇÃO a) Corrente mínima na linha para atuação do elemento temporizado Relé de Fase. A relação no TC (RTC) é: RTC= ------------- Isto significa que, para cada ampère no secundário do TC, teremos no primário ou seja na linha a corrente do secundário multiplicada por esta RTC. Como o relé está no tap 6A ( Corrente secundária do TC ), então na linha precisaremos: ILINHA=________x________ OBS: - Toda vez que precisarmos saber qual a corrente que está passando na linha tendo em mãos a corrente secundária, basta aplicarmos esta formula. secI IprimRTC = TAPxRTCIlinha = 14 b) Corrente mínima na linha para atuação do elemento instantâneo. Sendo: TAP = 6A INST = 8 x I então a corrente mínima de atuação dorelé é: IRELÉ=________x________ A corrente no primário do TC, será: ILINHA=________x________ c) Corrente mínima na linha para atuação do elemento temporizado Relé de Neutro. A relação no TC (RTC) é: RTC= ------------- secI IprimRTC = 15 16 Isto significa que, para cada ampère no secundário do TC, teremos no primário ou seja na linha a corrente do secundário multiplicada por esta RTC. Como o relé está no tap 1,2A ( Corrente secundária do TC ), então na linha precisaremos: ILINHA=________x________ d) Corrente mínima na linha para atuação do elemento instantâneo do Relé de Neutro. Sendo: TAP = 1,2A INST = 10 x I Então a corrente mínima de atuação do relé é: IRELÉ=________x________ A corrente no primário do TC, será: ILINHA=________x________ TAPxRTCIlinha = 17 II- PROTEÇÃO DE TRANSFORMADORES 1 - INTRODUÇÃO A transformação de tensão e o eventual deslocamento angular introduzido pelo tipo de conexão do transformador, criam problemas que precisam ser levados em consideração na sua proteção. 2 - TIPOS DE ANORMALIDADES Os defeitos que podem ocorrer num transformador compreendem apenas curtos- circuitos internos ou externos, sobreaquecimento (devido a diversos fatores como: falta de ventilação, baixo nível do óleo, etc.) e circuitos abertos. Na prática não se protege o transformador contra circuito aberto porque este defeito não é prejudicial por si mesmo. As duas principais causas de falhas no isolamento de um trafo são sobretensões e sobreaquecimento. Sobretensões transitórias ou faltas para a terra em sistemas não aterrados submeterão os enrolamentos do trafo a severas tensões, a menos que meios adequados sejam empregados para bloquear estas sobretensões antes que elas atinjam os enrolamentos. A maior parte dos curtos-circuitos resultantes de falhas no isolamento ocorre entre espiras de um enrolamento ou entre enrolamentos. Visto que os enrolamentos em transformadores grandes são bem espaçados do núcleo e bem isolados dele por meio do isolamento sólido e do líquido isolante, pouquíssimos curtos-circuitos envolvem o ferro do transformador. 3 - PROTEÇÃO DIFERENCIAL PARA TRANSFORMADORES (87) A proteção diferencial percentual é recomendada para todos os transformadores de capacidade trifásica de 1000kVA ou acima, caso haja disjuntores em todas as extremidades ligadas às fontes de alimentação de curto-circuito. Tratando-se de transformadores de 500kVA e acima, esta proteção é sempre recomendada (toda esta filosofia vai depender muito de cada empresa) 18 A figura ilustra um esquema unifilar, a aplicação de relés diferenciais percentuais para a proteção de um transformador de dois enrolamentos. A figura ilustra um esquema trifilar de relés diferenciais percentuais para a proteção de um transformador de dois enrolamentos. 19 3.1 - FUNÇÃO DO RELÉ DIFERENCIAL E LIGAÇÃO DE TCs Comparar as imagens das correntes de A.T. e B.T. do trafo. - Como regra geral, os TCs de qualquer enrolamento estrela de um transformador de força deverão ser ligados em triângulo e os TCs de qualquer enrolamento triângulo deverão ser ligados em estrela. - As conexões dos trafos de corrente deverão satisfazer dois requisitos básicos: a) O relé diferencial não deverá operar para faltas externas, ou seja, na região externa. * Consideramos região interna aquela compreendida entre os TCs. 20 * Observar sentido das correntes e conexões dos TCs. 21 b) O relé diferencial deve operar para faltas na região interna. * Observar local em curto, sentido das correntes e ligação dos TCs. - Podemos notar portanto que, a proteção diferencial constitui-se em uma proteção seletiva 22 independente das demais proteções do trafo, as quais veremos em seguida. 23 4 - PROTEÇÃO DE RETAGUARDA (Relés de Sobrecorrente) Um transformador de força, protegido por relés diferenciais, deve ser também equipado com relés de sobrecorrente, de preferência alimentados por transformadores de corrente independentes dos da proteção diferencial, para desligar o disjuntor do lado do defeito quando as faltas externas perdurarem por tempo demasiadamente longo. Estes mesmos reles podem servir de retaguarda para defeitos internos, quando de falha do relé diferencial. Deve-se ter em vista que os ajustes dos reles de sobrecorrente devem ser suficientemente altos para que os relés sejam seletivos com os outros do sistema. Exemplo: Os relés de corrente temporizados de fase (51) e de terra (51N), instalados no lado da B.T. do trafo, têm a finalidade de protegê-lo (como retaguarda) contra curtos-circuitos externos e atuarem como retaguarda para curtos nos alimentadores. Os relés de sobrecorrente de fase e de neutro do lado da A.T. têm a 24 finalidade de servir de retaguarda para curtos-circuitos internos ao trafo. Podem, eventualmente, dependendo da faixa de ajustes disponível servir de retaguarda segunda para faltas no lado B.T. (Barramento e Alimentadores) 25 5 - OUTRAS PROTEÇÕES DO TRANSFORMADOR 5.1 - PROTEÇÃO BUCHHOLZ 5.1.1 - COMENTÁRIOS Em um transformador refrigerado a óleo, além da proteção assegurada pelo relé diferencial percentual, um curto-circuito interno pode provocar um arco elétrico. O arco daí decorrente decompõe o óleo e origina desprendimento gasosos que cobre a superfície até o conservador. Se esse desprendimento gasoso for grande, haverá uma sobrepressão no interior do trafo. 26 5.1.2 - RELÉ BUCHHOLZ O relé Buchholz é um dispositivo de proteção para equipamentos elétricos em banho de óleo. Controla defeitos menores acionando um sinal de alarme e provoca o desligamento em caso de emergência, a fim de evitar danos maiores. Os principais equipamentos protegidos por relé Buchholz são os transformadores. Eventuais descargas internas no transformador, motivadas por defeitos no isolamento dos enrolamentos entre si ou contra o ferro, ou pontos quentes motivando a combustão do óleo isolante, provocam a formação de gás. Através desse desprendimento gasoso é possível detectar o defeito, utilizando-se um relé de proteção chamado relé Buchholz (número ANSI: 63) 5.1.3 - FUNCIONAMENTO O relé Buchholz é um relé a gás, equipado com duas bóias que reagem em caso de aparecimento de gás na parte superior do equipamento a proteger. As bóias são montadas em níveis diferentes e em caso de acumulação lenta de gás, (faltas incipientes), a bóia superior desce e fecha um circuito elétrico de alarme. Se a formação de gás for súbita e intensa, o movimento do óleo e do gás desloca a bóia inferior, que provoca o desligamento do equipamento. O relé e instalado no tubo de ligação entre a caixa do transformador (por exemplo) e o tanque de expansão. O relé possui ainda dois visores, com escalas graduadas em volume de gás. A ordem de desligamento do relé Buchholz (63) pode ser enviada para o relé de bloqueio (86), a fim de retirar o transformador de serviço, através dos disjuntores correspondentes. 27 5.1.5 - ESQUEMA DO RELÉ BUCHHOLZ 63A - Contato usado p/Alarme 63D - Contato usado p/Desligamento - Mercúrio Líquido Óleo do Transformador Caso haja baixos níveis do óleo: Esta bóia viaabaixar fazendo fechar o contato de alarme através do mercúrio líquido. Tanque de Expansão 63D 63A 28 5.2 - PROTEÇÃO CONTRA SOBRETEMPERATURA A capacidade de um transformador é limitada pela temperatura máxima admissível nos enrolamentos e no óleo. Temperatura excessivas provocam carbonização lenta dos isolantes e decomposição do óleo em borra ácida que se deposita sobre o núcleo e enrolamentos, prejudicando a refrigeração e atacando o isolamento. TEMPERATURAS MÁXIMAS ADMISSÍVEIS DE MATERIAIS EM REGIME PERMANENTE (A.B.N.T. E.B. 91) Temperatura Designação Alguns materiais representativos da Classe Máxima (oC) 90 O Algodão, seda e papel não impregnados. 105 A Algodão, seda e papel impregnados ou imersos em óleo. 130 B Mica, fibra de vidro. 155 F Outros tipos de mica e fibra de vidro. 180 H Elastômeros com silicatos. 180 C Vidro, quartzo e materiais inorgânicos semelhantes. De acordo com a tabela acima, estas temperaturas são as máximas que o ponto mais quente dos enrolamentos pode alcançar. Os métodos utilizados de medição de temperatura dos enrolamentos, por meio da medição da resistência dos enrolamentos, ou por termômetros, permite obter os valores médios e não máximos. 29 Considera-se esta temperatura media 10OC abaixo do ponto mais quente do enrolamento. Portanto, a temperatura máxima nos transformadores classe A não deve ultrapassar 95OC, (105 - 10) = 95OC. 30 5.3 - TEMPERATURA DO ÓLEO 5.3.1 - TERMÔMETRO CAPILAR (NÚMERO ANSI 26) Destinado a medir a temperatura do ponto mais quente do óleo, acionando um sistema de contatos quando esta atingir limites pré-estabelecidos. Serve apenas como dispositivo de supervisão geral do transformador. 5.3.2 - PARTES PRINCIPAIS DE UM TERMGMETRO CAPILAR Óleo Bulbo Cilíndrico Elemento Termométrico Tanque do Transformador Tubo Capilar Saída de Fiação para Alarme Contatos de Sinalização Nível Mostrador Compartimento Ponteiro de Máxima Ponteiro Indicador Bulbo Cilíndrico No bulbo capilar existe mercúrio. O capilar está em comunicação com o ponteiro indicador de temperatura através de uma mola manométrica. O bulbo localiza-se na parte superior, junto à tampa do tanque do transformador, onde fica em contato com o óleo cuja temperatura é a mais alta. Ao aumento da temperatura deste corresponde um aumento de pressão no mercúrio. Este aumento de pressão no mercúrio é transmitido pelo capilar, que provoca a distensão da mola, movimentando o ponteiro indicador de temperatura do óleo. Os ponteiros indicador e ajustável são equipados com contatos. 31 Os ponteiros ajustáveis podem ter sua posição regulada através de um botão no vidro da caixa mostradora. Um destes ponteiros e ajustado normalmente entre 75 e 80'C e, quando alcançado pelo ponteiro indicador, faz soar um alarme representando o estágio de alarme. O outro é ajustado para uma temperatura maior, normalmente entre 85 e 90"C, que representa o estágio de bloqueio do transformador. Esses ajustes são em função dos valores médios para os transformadores de classe A. O estágio de desligamento do termômetro capilar (26D) atua sobre o relé de bloqueio (86), retirando o transformador de serviço. 5.4 - TEMPERATURA DO ENROLAMENTO (IMAGEM TÉRMICA) NÚMERO DE FUNÇÃO ANSI: 49 A temperatura do óleo do transformador modifica-se bem mais lentamente com as mudanças de carga que a temperatura do enrolamento. A constante térmica de tempo para os enrolamentos pode ser expressa em segundos, ao passo que para o óleo é expressa ate mesmo em horas. Sendo assim, há necessidade de se conhecer a temperatura do enrolamento, a fim de controlar os ventiladores do transformador e desligar ou reduzir as cargas de modo a impedir danos ao equipamento. 32 No entanto, a medida direta da temperatura do enrolamento é uma solução bastante dispendiosa e não é empregada. 33 O método usual para a leitura da temperatura dos enrolamentos é utilizar um transformador de corrente ligado a um dos enrolamentos do transformador, a fim de reproduzir uma imagem térmica do enrolamento cuja temperatura se quer medir. O equipamento acessório consta, essencialmente, de um aquecedor (resistência) imerso numa bolsa de óleo aquecido pela corrente do transformador de corrente, que e proporcional à carga. A temperatura na bolsa do termômetro será, portanto, a do óleo vizinho mais aquela do aquecedor. O bulbo cilíndrico do termômetro transmitirá, de maneira similar à mostrada para a medida da temperatura do óleo, a pressão que moverá ponteiros e contatos do relé de temperatura do enrolamento. Todos os transformadores com potência superior a 2,5MVA devem possuir imagem térmica equipada com 2 pares de contatos ajustáveis entre 80 e 115°C. Um dos contatos deve soar alarme (95°C). O outro contato desliga a fonte de energia a ± 105°C. A 85° ligam-se os ventiladores. Esses dados numéricos são citados como exemplo. 34 IMAGEM TÉRMICA 8649 86 49B49A ALARME E/OU Banco de Ventiladores ( + ) ( - ) 1o Estágio 2o Estágio BOLSA DO TERMÔM. BUCHA. T.C. TERMOMETRO ELEMENTO AQUECEDOR BULBO CILINDRICO TUBO CAPILAR. 35 III PROTEÇÃO DE LINHAS 1 - INTRODUÇÃO A função dos relés de proteção é provocar, sem delongas, o desligamento total do elemento defeituoso, a fim de evitar sua destruição e impedir que o resto do sistema também seja afetado. Nesta tarefa os relés se servem dos disjuntores, que devem ser devidamente dimensionados pois, caso contrário, não seriam capazes de interromper a máxima corrente de curto-circuito do elemento protegido. Quanto à importância da proteção por relés, basta dizer que sem uma proteção seletiva seria impossível operar um moderno sistema elétrico: de potência. Além disso os relés facilitam extraordinariamente a determinação do local e tipo de defeito. Não é fácil proteger corretamente um sistema elétrico de potência e, em particular, uma linha de transmissão; isto porque cada uma delas tem suas próprias características. Todavia, devemos sempre ter em mente os princípios básicos que determinam a qualidade de um sistema protetivo: 1. Confiabilidade: Um sistema adequado e elaborado para a detenção de qualquer tipo de defeito; 2. 0Seletividade: Dizemos que um sistema é seletivo, quando a proteção opera isolando apenas a instalação defeituosa do sistema; 3. Velocidade: Menor tempo possível na eliminação do defeito; 4. Economia: Máxima proteção a um custo mínimo. 36 1.1 - PARÂMETROS PARA A ESCOLHA DO ESQUEMA DE PROTEÇÃO Os parâmetros de um sistema elétrico de potência são geralmente as primeiras informações disponíveis e estabelecem os primeiros requisitos para se definir o esquema de proteção. São eles: 1.1.1 - TENSÃO DO SISTEMA Geralmente a tensão de uma linha define seu grau de importância; além disso, o custo maior das instalações e equipamentos para tensões mais altas, admite um maior investimento no equipamento de proteção, ou seja, uma proteção mais sofisticada. 1.1.2 - CORRENTE DE CURTO NA LINHA A corrente de curto-circuito de uma linha servirá para vermos se podemos ou não utilizar certas proteções. Em sistema com linhas longas e sem muita geração, os níveis de corrente podem variar numa faixa muito ampla. Os relés de proteção são sensibilizados nas condições mínimas de operação. 1.1.3- ESTABILIDADE DO SISTEMA Quando ocorre um curto-circuito em uma linha, dependendo do tempo de abertura da mesma, o sistema pode tornar-se instável. Sabendo-se disto o esquema de proteção tem que ser implantado de modo a não permitir esta instabilidade. 1.1.4 - CONFIGURAÇÃO Dependendo da configuração das linhas teremos que implantar esquemas de proteção mais ou menos sofisticados. Num sistema podemos encontrar linhas radiais, paralelas ou em anel. 37 1.1.5 - TIPOS DE ATERRAMENTOS UTILIZADOS a) Neutro Isolado Suponhamos o sistema abaixo: Para uma falta ∅T no lado do delta, como não existe corrente de terra, o relé não vai operar. b) Neutro aterrado através de uma resistência ou uma indutância. É utilizado esse sistema para diminuir a corrente de curto-circuito c) Neutro solidamente aterrado. Dependendo do tipo de aterramento utilizado, as tensões e correntes, durante um curto- circuito, podem assumir valores bastante diferentes, tanto para a fase em curto, como para as fases boas. Isto leva à escolha de proteções o mais possível adaptadas a cada caso. A B C R 38 39 1.1.6 - LINHAS COM REATORES EM SÉRIE São utilizados para aumentar a capacidade de transporte da linha, sem aumentar o nível de curto-circuito. Normalmente não oferecem problemas para a proteção. 1.1.7 - LINHAS COM CAPACITORES EM SÉRIE São utilizados principalmente em sistemas de alta tensão para reduzir a queda de tensão ao longo da linha, aumentando assim a capacidade de transporte desta, melhorando a estabilidade do sistema. 2 - PROTEÇÃO PRINCIPAL E SECUNDÁRIA 2.1. A proteção principal é aquela de melhor desempenho, ou seja, aquela que deve atuar primeiro. 2.2. Proteção secundária local é uma proteção que servirá de retaguarda ã proteção principal. Suponhamos a linha a seguir contendo proteções principal e secundária (ou de retaguarda). Seria interessante utilizarmos sempre fontes diferentes para a alimentação das proteções secundárias e principais. Você saberia dizer por que? Os relés de retaguarda são empregados somente para proteção contra curtos-circuitos, visto que curto-circuito e o tipo preponderante de falhas em sistemas de potência, havendo, então, mais probabilidades d falhas dos relés principais para este tipo de defeito. A B C 21 21 Principal Secundário Local 40 Quando dizemos que os relés principais podem falhar, significa que um dentre várias coisas pode acontecer e impedi-los de causar a desconexão de uma falta no sistema de potência. Isso pode acontecer devido a falhas: a) Na alimentação de corrente ou tensão para os reles; b) Na alimentação de tensão C.C. para "trip"; c) Nos relés de proteção; d) No circuito de trip; e) No disjuntor; f) Nos TCs e TPs. É desejável que os relés de retaguarda sejam arranjados de maneira que o motivo causador de falhas nos relés principais não faça atuar a proteção de retaguarda. É evidente que isto só é inteiramente satisfeito se os relés de retaguarda estiverem localizados de maneira a não empregarem ou controlarem qualquer coisa em comum com a proteção principal. Dentro do possível, deve-se localizar os relés de retaguarda em subestações diferentes. Consideremos, por exemplo, a proteção de retaguarda para a linha de transmissão EF da figura. Os relés de retaguarda para essa linha estão normalmente arranjados para desligarem os disjuntores A, B, I e J. Falhando o "trip" do disjuntor E para uma falta na seção da linha EF, os disjuntores A e B serão desligados. Os reles de retaguarda nas localidades A, B e F fornecem proteção de retaguarda para o caso de falta na barra da subestação. A C B D F E A B C D G H I J E F 41 3 - TIPOS DE PROTEÇÃO 3.1 - PROTEÇÃO POR RELÉS DE SOBRECORRENTE Esta proteção é a mais simples e econômica. É usada para linhas alimentadoras de distribuição ou como proteção adicional de retaguarda em linhas de transmissão equipadas com relés de distância. A proteção de sobrecorrente pode ser usada para proteção contra defeitos entre fases e para defeitos entre fase e terra. Na prática são usados dois ou três relés para proteção contra defeitos entre fases e um relé para defeitos de uma fase contra terra. Estes relés são conectados conforme se vê na figura. Usa-se um relé separado para defeitos de fase a terra porque ele pode ser ajustado para fornecer uma proteção mais sensível e rápida do que os relés de fase. 50 51 50 51 50 51 A V B 50 51 42 Existem duas categorias principais de relés de sobrecorrente, em função de sua característica de tempo de funcionamento. A primeira são os relés de tempo definido ou independente. Nestes relés, como o nome está dizendo, o tempo de atuação é independente do valor da corrente. Este tempo é normalmente regulado por dispositivos mecânicos e se mantém constante, tanto faz o relé estar sendo atravessado por uma corrente levemente superior à de partida ou várias vezes maior. T IO Icc t1 RELÉ DE TEMPO DEFINIDO 43 A segunda são os relés de tempo inverso ou dependente. Nestes relés, como o nome está dizendo, o tempo de atuação varia inversamente com a corrente, ou seja, quanto maior a corrente, menor e o tempo de atuação. Na figura representamos aproximadamente as curvas de atuação dos tipos de relés a tempo inverso mais comuns, que são os normalmente inverso, os muito inverso e os extremamente inverso. Cada um destes tipos tem uma aplicação especial visando sua coordenação com fusíveis, religadores e outros elementos do sistema. Tanto os relés de tempo definido como os de tempo inverso podem estar equipados com elementos instantâneos, para eliminação rápida do defeito quando da ocorrência de curtos francos. Neste caso e possível o uso de religamento automático com possibilidade de sucesso. T IO Icc1 Icc2 t1 t2 RELÉ DE TEMPO INVERSO t2 RELÉ DE TEMPO MUITO INVERSO t2 RELÉ DE TEMPO EXTREMAMENTE INVERSO RELÉS DE TEMPO INVERSO 44 A coordenação de um sistema de proteção de sobrecorrente não apresenta maiores dificuldades, bastando que se adote tempos cada vez menores à medida que se afaste da fonte geradora - isto quando se usa relés de tempo definido. O inconveniente do emprego de relés com características de tempo definido é que eles em alguns casos deixam um defeito perdurar por tempo demasiadamente longo, pois, mesmo que a corrente do defeito seja grande, seu tempo de intervenção é constante. Na figura vemos um circuito radial equipado com proteção de sobrecorrente com relés de tempo definido. Os tempos vão diminuindo à medida que nos aproximamos das extremidades do circuito. A diferença mínima de tempo entre um degrau e o seguinte é da ordem de 0,4 a 0,5 segundos. A coordenação de um sistema de proteção de sobrecorrente usando relés de características de tempo inverso é um pouco mais complicada, pois exige o conhecimento das correntes de curto-circuito máximo e mínimo com as quais o relé deve operar. 0,1” 0,9” 0,5” DISTÂNCIA A B C D 45 A B C D Elem. Inst. Rele A. Rele B. Rele C. 46 A regulagem de uma série de relés de sobrecorrente começa no mais afastado da fonte com os tempos mais baixos; conforme vamos nos aproximando da fonte, os tempos são aumentados para se conseguir uma boa seletividade. 3.2 - PROTEÇÃO DE SOBRECORRENTE DIRECIONAL Os relés de sobrecorrente vistos no item anterior não levam em consideração o sentido da corrente, mas apenas sua grandeza. Em se tratando de linhas radiais e com apenasuma fonte de suprimento, não há necessidade de discriminação do sentido de correntes, para coordenar o funcionamento dos relés. Proteção de um sistema em anel com relés de sobrecorrente direcionais. Consideremos o sistema esquematizado na figura. Este sistema tem duas fontes de energia, porém uma entra na barra A e a outra na barra F. Para um defeito na linha CD, o diagrama indica que os relés direcionais dos disjuntores EF operarão em 1,5 segundos para limpar o defeito. Para uma falha no disjuntor E, deverá operar o relé do disjuntor C1 com o tempo de 2,0 segundos para a eliminação do defeito. Os relés dos disjuntores DG não terão tendência de operar porque o fluxo de corrente de defeito é contrário ao seu sentido de operação. 47 Os relés direcionais não são empregados para causar disparo, mas para impedi-lo quando a corrente de curto circula em direção contrária à direção de atuação. Na prática temos o relé direcional de sobrecorrente, que atua quando a corrente ultrapassa um certo valor de ajuste e tem um determinado sentido. 3.3 - PROTEÇÃO DE DISTÂNCIA A proteção de linhas de transmissão com relés de distância é superior à proteção com relés de sobrecorrente não direcionais ou direcionais, uma vez que os relés de distância não dependem da corrente de curto-circuito, sendo muito menos afetados pelas variações na capacidade geradora e pela configuração do sistema. Para uma boa seletividade de um sistema, nos casos em que a corrente de curto-circuito e menor que a corrente de carga, nas redes em anel com alimentação múltipla, é necessário a utilização de relés de distância, porque é uma proteção mais rápida e por ter partida por subimpedância, além de ter uma partida por sobrecorrente. A impendância Z = V/I que pode ser medida em cada barra da linha, será zero no ponto de defeito e crescerá em direção à fonte . a) Linha simples, alimentada por uma das extremidades, tendo na outra somente cargas. A B C Z V I DISTÂNCIA DISTÂNCIA DISTÂNCIA 48 Se ocorrer um curto em P, a corrente de curto-circuito terá um valor constante ao longo da linha, enquanto a tensão (e a impendância) é zero) no ponto de curto e cresce em direção à fonte de alimentação. De posse destes fatos, podemos concluir que, se construirmos relés cujos tempos de operação são proporcionais às impedâncias, que por sua vez são proporcionais à distância, teremos a atuação primeiro do relé que se encontrar mais próximo do ponto de defeito, por medir uma impudência menor, o que dá um tempo de operação menor. b) Para uma linha com geração em ambas as extremidades Na configuração apresentada, a impendância será praticamente a mesma para os relés R1 e R3; porém, aqui, é importante que apenas opere o relé 1 e 2 pois, se atuar o relé 3, outras linhas que porventura estiverem ligadas ã barra C serão desenergizadas ou desligadas. Para se evitar este inconveniente, ou seja, para que atue somente o relé R2 para um curto em P, e necessário se equipar os relés com elementos direcionais, no caso, tal que opere apenas o relé que detectar corrente no sentido da barra para a linha. A figura mostra uma linha com fonte bilateral protegida por relés de distância. Verifica-se que, com um defeito em qualquer trecho, os respectivos sistemas de proteção (disjuntor mais relés) desligarão somente o trecho defeituoso, com o tempo de la. zona, ou de 2a. zona (falta na extremidade do trecho) A B C Z V I Z V I 49 Para um defeito em P, os sistemas de proteção A3 e B2 atuarão com o tempo de l a. zona. Caso falte um dos sistemas, por exemplo A3, o sistema A2 atuará com o tempo de 2 a. zona; se a falha for do sistema B2, atuara o sistema B1 na 2 a. zona. Se os sistemas de proteção de 2as. zonas também falharem, atuarão os sistemas de 3a. ou de 4a. zona. Conclui-se que os reles de distância proporcionam uns aos outros proteção de retaguarda. A temporização das zonas deve ser ajustada na faixa de 0,3 a 0,4 segundos. 1a Zona 2a Zona 3a Zona 4a Zona Prolongamento 2a Zona Prolongamento 1a Zona 1a Zona 2a Zona 3a Zona 4a Zona Prolongamento 1a Zona 2a Zona Prolongamento 50 IV . PROTEÇÃO DIFERENCIAL DE BARRAS 1 . DEFINIÇÃO 1. Um esquema de proteção num sistema elétrico de potência deve cobrir todos os aspectos possíveis para a detecção e eliminação (separação) de defeitos ou anormalidades que possam ocorrer. No caso particular de barramentos, a anormalidade que deve ser detectada e isolada, é o curto-circuito no barramento: • Fase-terra • Bifásico-terra • Trifásico • Bifásico Sendo que, estes curtos-circuitos podem ser causados ou originários de: • Rompimento da isolação devido à deterioração da mesma (deterioração devido a prolongadas sobretensões); • Esquecimento de objetos, acidentalmente, no barramento; • Falha de bloqueio de eventuais chaves de aterramento, com energização de um barramento aterrado. 2. Deve-se observar que estes tipos de anormalidades são raros, sendo que a necessidade ou não de uma proteção diferencial de barras deve levar em conta: • Aspectos econômicos ( custos etc.); • Probabilidade de ocorrência de defeitos num período de tempo definido; • Necessidade para o sistema, intimamente relacionado com o estudo de estabilidade; • Confiabilidade no esquema de fornecimento de energia elétrica (continuidade). 51 2. ESCOLHA DO MODO DE PROTEÇÃO - ASPECTOS GERAIS 1) Não existe um critério geral para a escolha e aplicação de uma proteção de barras, cada caso é um caso que deve ser estudado em detalhes. 2) Não é apenas o tipo e o modo de proteção que deve ser analisado. A configuração do sistema de barramentos de uma subestação é um aspecto fundamental a considerar. Na figura acima, qualquer que seja o tipo de proteção, havendo uma falta no barramento, haverá desconexão de todas as linhas e saídas conectadas ao mesmo. 52 Na figura acima, dependendo do tipo de proteção, havendo um curto-circuito num dos trechos (I ou II), haverá desconexão de todas as linhas ligadas a este trecho e também do disjuntor de interligação de barras. Com consequência, não haverá perda total da subestação, como no caso 01. x x x 9 9 9 9 z z z z Barra I Barra II I II 53 Na figura acima, temos um esquema de barramentos denominado “disjuntor e meio”. É um esquema altamente confiável no que diz respeito à continuidade no fornecimento de energia elétrica, na contingência de curto-circuito numa das barras, evidentemente com proteção diferencial de barra I implicará na abertura de todos os disjuntores X, sem perda de nenhuma linha ou transformador. O mesmo pode-se dizer para o caso de um curto- circuito na barra II. c) Ficou claro então que a configuração dos tipos de barras é um aspecto muito importante. Vejam agora os modos de proteção: • Através das segundas zonas dos relés de distância das outras extremidades das LTs conectadas ao barramento em questão, e através das proteções de retaguarda (sobrecorrente ou impedância) dos transformadores ou grupos geradores - trasformadores conectados à barra. É o modo de proteção chamado “remota”. • Através de esquema de proteção de barras especialmente feito para esse fim. Um outro dado a considerar na escolha da proteção é o aspecto econômico eprático da questão, relacionando com a dificuldade de executar um projeto numa dada subestação. • Quando a SE está em fase de projeto, os critérios são mais ou menos definidos para o modo e tipo de proteção. • Quando porém, a SE já está em operação e se quer implantar um esquema de proteção de barras, é muito importante a viabilidade ou a possibilidade de execução do projeto a curto ou médio prazo. Muitas vezes, dependendo da SE e da importância desta no sistema, pode-se levar anos para a execução do projeto.. A implantação de um esquema de proteção pode-se tornar realmente necessária (crítica), se estudos de estabilidade mostram que na (s) barra (s), em questão, um eventual curto- circuito deve ser isolado num intervalo de tempo bem menor que o tempo das proteções remotas, para que não haja perda total do sistema de potência. Uma vez analisados os aspectos gerais, pode-se escolher um tipo de proteção para o barramento em questão (se necessário), obedecendo os seguintes critérios: • Alto grau de confiabilidade referentes a: • Possibilidade de atuações acidentais; • Possibilidade de atuações indevidas devido a defeitos nos circuitos secundários dos TCs; 54 • Possibilidade de atuações indevidas devido a curtos-circuitos externos ao barramento estabilidade da proteção); • Completa seletividade, considerando os aspectos gerais já vistos e a finalidade para a qual será implantada. • Rapidez na atuação. O tempo sendo definido por estudos de estabilidade e, eventualmente pela potência de curto-circuito relacionado com a capacidade de barramento. 3. ESQUEMAS DE PROTEÇÃO Pode-se classificar as proteções de barras mais comuns em 3 grandes subdivisões: 3.1. Esquemas de corrente diferencial (Balanço de corrente) É um esquema que, na sua forma mais simples é pouco utilizado atualmente. Pode-se classificá-lo em: 3.1.1. Simples balanço de corrente 55 Relé de corrente a) Os secundários dos TCs são conectados em paralelo e um relé de corrente é conectado (para cada fase) através dos secundários dos TCs em paralelo, como mostra a figura anterior. b) Se a soma algébrica das correntes no primário (linhas que saem da SE) é zero, a soma das correntes no secundário será igualmente zero e o relé não irá operar (condição normal ou curto-circuito). c) Porém, diferenças entre as características dos TCs podem causar corrente fluindo no relé, mesmo que a soma algébrica das correntes no primário seja igual a zero, e se esta corrente for suficientemente grande, haverá operação incorreta da proteção. Porém, isto somente não é suficiente para garantir a estabilidade da proteção. d) As correntes de curto-circuito encontradas num sistema de potência não são simples quantidades senoidais, mas contêm uma componente transitória. Vamos considerar o efeito deste transitório DC. Típica corrente de curto-circuito num sistema de potência 56 Quanto mais próximo é o barramento aos terminais de um gerador, maior a constante de tempo do transitório DC: • Geradores 0,3 s • Transformadores 0,04 s • Linhas 0,01 s Faz uma enorme diferença se a corrente de curto-circuito é limitada pela impedância de um gerador ou de uma linha transmissão. 57 e) Um esquema de simples balanço de corrente pode eventualmente atuar incorretamente para TC completamente saturado, dependendo do ajuste, (observar que para um TC completamente saturado is´= is ≅ 0) para um curto-circuito externo à área protegida. Conclui-se, então, que a confiabilidade de um esquema de simples balanço de corrente é baixa. 3.1.2. Balanço de corrente com circuitos de estabilização O esquema mencionado anteriormente melhorou acrescentando-se circuitos de estabilização para aumento de confiabilidade. a) Um circuito de estabilização muito usado é aquele que se compara à soma vetorial (módulo da soma vetorial) das correntes secundárias, com a soma escalar (soma dos módulos). ID D ID → balanço D → relé direcional S ∑ / I / / ∑ I / 58 Para um curto-circuito externo à área protegida e também com erros eventuais nas relações de trasformação, haverá pequena corrente diferencial (soma vetorial) Σ I . Porém, a corrente s . Σ I será grande. Nestas condições, o sentido de corrente no relé D será inverso ao indicado e o mesmo não opera (direcional). Mesmo que haja saturação de 1 TC, ainda s . Σ I > Σ I (s ajustável), conseguindo-se a estabilização desejada. Para curtos-circuitos internos a área protegida, Σ I > s Σ I e a proteção opera. 3.2. Esquemas diferenciais percentuais São esquemas de proteção bastante semelhantes ao esquema de proteção diferencial percentual de transformadores. R R R OP BARRA Para um curto externo, teremos correntes nas bobinas de restrição (que restringem a operação do relé) e pouca corrente na bobina de operação (devido a erro de TC, ou saturação). Pode-se ajustar o relé para não operar para uma dada relação percentual entre a restrição e a operação. Para um curto interno, a restrição torna-se pequena (inversão de corrente) e a corrente de operação grande. 59 3.3. Esquemas de alta impedância a) Durante períodos em que um TC está completamente saturado pela componente DC da corrente de curto-circuito, não haverá corrente AC no secundário do mesmo, devido à corrente primária própria. x Falta Externa IXm = 0Rd id icib ia+ibia ia+ib+ic=i R2 IA IB IC IA + IB + IC = I Se utilizarmos um relé de tensão, ajustado para operar com uma tensão maior do que o Vdeficaz mostrando na figura anterior, teremos a estabilidade desejada para um TC saturado. Verifica-se então que a saturação de TCs é permitida e a correta reprodução das correntes primárias não é exigida para um ajuste de tensão satisfatório neste esquema chamado de Alta Impedância. O esquema possui geralmente uma resistência de estabilização em série com a bobina do relé (resistência ajustável) para possibilitar um ajuste satisfatório. b) O valor eficaz a ser utilizado para o cálculo do ajuste da tensão de operação é o valor da onda de corrente assimétrica (reproduzida fielmente por ia + ib + ic ). 60 Caso o relé possua filtro para a componente DC, então o Ieficaz deve ser o valor da onda de corrente simétrica (sem considerar o transitório). Tensão Filtro Relé de Sobrecorrente Resistência não linear Na figura acima é mostrado o “filtro”, que é um circuito ressonante série, sintonizado para freqüência nominal. Para um curto-circuito interno à área protegida, a tensão através do relé pode ser excessiva, podendo danificar o mesmo. Geralmente é utilizado um circuito com resistência não linear para proteção e ao mesmo tempo servir para uma rápida atuação da proteção e ao mesmo tempo servir para uma rápida atuação da proteção para curtos internos. Na figura, vemos um relé de sobrecorrente (mais rápido que o conjunto filtro + ponte) que irá atuar apenas quando houver excessiva tensão (consequentemente, condução de corrente através da resistência não linear). O relé de sobrecorrente pode ser facilmente ajustável para boa confiabilidade. 61 4. CIRCUITOS DE SUPERVISÃO • Os circuitos de supervisão existem para duas finalidades: • Detectar anormalidades no circuito secundário dos TCs (curto-circuito ou circuito aberto), acionando um alarme. • Eventualmente, bloquear a atuação da proteção de barras para evitar desligamentos indevidos. Cada fabricante e/ou esquema de proteçãopossui um circuito, o mais adequado para esta finalidade. • Qualquer que seja o esquema adotado, os ajustes do(s) relé(s) principal (is) devem levar em conta a eventual anormalidade citada, evitando que a proteção atue para estes casos. Caso contrário, a finalidade do circuito de supervisão ficaria comprometida. 5. OBSERVAÇÃO Os demais aspectos relacionados com a proteção de barras, como por exemplo: • Duplicação do esquema; • Proteção eletrônica; • Circuitos de testes, automáticos ou não; • Facilidades oferecidas para colocação ou retirada de operação; • etc. Devem ser vistos particularmente para cada caso, cada tipo de relé, ou cada estudo. As melhores fontes de consulta são os catálogos técnicos dos fabricantes. 62 V- PROTEÇÃO DE GERADORES 1 - INTRODUÇÃO Por ser uma máquina dinâmica (rotativa), o alternador exige um sistema de proteção mais complexo que aquele do transformador. Ponderando a potência do gerador e sua importância na estabilidade do sistema, a gama de proteções utilizadas será maior ou menor. 2 - ANORMALIDADES QUE AFETAM O FUNCIONAMENTO DO GERADOR 2.2. Curtos-circuitos nos enrolamentos; 2.3. Circuitos abertos nos enrolamentos; 2.4. Sobreaquecimento dos enrolamentos; 2.5. Motorização; 2.6. Perda de excitação; 2.7. Sobreaquecimento dos mancais; 2.8. Operação com correntes desbalanceadas; 2.9. Sobretensão, subtensão; 2.10. Sobrevelocidade; 2.11. Perda de sincronismo. 3 - ESQUEMAS DE PROTEÇÃO MAIS UTILIZADOS PARA O GERADOR 3.2. Proteção diferencial (87); 3.3. Proteção de retaguarda (21G) ou mínima impedância; 3.4. Proteção contra defeitos do estator a terra (64s); 3.5. Proteção contra perda de excitação (40); 3.6. Proteção contra carga desequilibrada (46); 3.7. Proteção contra perda de potencial (60); 3.8. Proteção de antimotorização (67). (Também pode parecer com no. ANSI-32); 3.9. Proteção de fase dividida (61); 3.10. Proteção terra-rotor (64R); 63 3.11. Proteção contra sobrevelocidade (12); 3.12. Proteção contra sobretensão (59); 3.13. Proteção contra sobreaquecimento do estator do gerador (T); 3.14. Proteção contra sobrecarga (49); 3.15. Proteção contra subtensão (27) Diagrama de uma das usinas da CESP (com proteções) 87 G1 3 64 87 46 49 51 275967 21G 49 64S 1TP 3TC3TC 3TC3TC1TC800Ω 64 4 - PROTEÇÃO DIFERENCIAL DO GERADOR 4.1 - ESQUEMA UTILIZADO Usa-se, normalmente, a proteção diferencial percentual: SINALIZAÇÃO 86 87 G TURBINA DISJ. DE CAMPO 4.2 - DEFEITOS DETETADOS PELA PROTEÇÃO DIFERENCIAL DO GERADOR 4.2.1 - FALTAS INTERNAS NO GERADOR, exceto curto entre espiras de uma mesma fase; exceto também, em alguns casos, curtos do enrolamento do estator a massa. Veja o item 4.2.3, abaixo. 4.2.2 - Faltas nos cabos primários, dentro da zona de proteção. 4.2.3 - FALTAS DO ESTATOR A TERRA, desde que não sejam próximas ao neutro e que a impedãncia de aterramento não limite a corrente de curto a valores inferiores àquele de disparo do relé. 65 4.3 - OBSERVAÇÃO Convém destacar que a proteção diferencial do gerador não detecta: 4.3.1 - Falta entre espiras de um mesmo enrolamento; 4.3.2 - Faltas externas à zona de proteção; 4.3.3 - Circuitos abertos no estator; 4.3.4 - Faltas a terra, no caso de sistemas não aterrados, ou quando: uma alta impedãncia de aterramento determine uma corrente de curto-circuito aquém da sensibilidade do relé. 4.4 - COMANDOS EXECUTADOS PELA PROTEÇÃO DIFERENCIAL DO GERADOR 4.4.1 - Desligamento do disjuntor principal; 4.4.2 - Desligamento do disjuntor de campo; 4.4.3 - Poderá operar o sistema protetor contra incêndios (C02); 4.4.4 - Poderá fechar as palhetas móveis da turbina; 4.4.5 - Acionamento de um sistema de sinalização. 66 CO2 DISTRIBUIDOR DESLIGAMENTO DO DISJ. DE CAMPO DESLIGAMENTO DO DISJ. PRINCIPAL 86 87 G 5 - PROTEÇÃO CONTRA DEFEITOS DO ESTATOR À MASSA (MASSA ESTATORICA: 64S) 5.1 - COMENTÁRIOS Como vimos no tópico precedente, o relé diferencial nem sempre detectará faltas do estator a terra. A atuação ou não da proteção diferencial para tais defeitos dependerá: a) da localização da falta com relação ao ponto neutro; b) da impedância de aterramento do gerador; c) do ajuste do relé. Para garantirmos a detecção deste defeito, devemos prover o alternador de uma proteção específica. 67 5.2 - PROTEÇÃO NORMAL DE 95% DO ENROLAMENTO 5.2.1 - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO SINALIZAÇÃO DISJUNTOR8664S 1TP 3TP G Quando de defeito do estator à terra, aparecerá uma tensão de neutro no TP conectado ao resistor de campo, que provocará atuação do relé 64S. Se o defeito for próximo ao ponto neutro (nos primeiros 5%, ), a tensão de neutro poderá não ser suficientemente grande para sensibilizar o relé. Esta proteção só é considerada efetiva para 95% do enrolamento, lado da linha. Esta proteção pode aparecer somente alimentada por um TP no neutro do gerador. 68 NORMALMENTE AJUSTADO EM 5% V/N 64S R 95% A proteção da figura detecta curtos do estator à massa em 95% dos enrolamentos assinalados. 5.3 - PROTEÇÃO 100% - DESLOCAMENTO DO PONTO NEUTRO Curtos do estator a terra nos primeiros 5% do enrolamento são bastante improváveis de ocorrer. A isolação não é exigida, já que a tensão é pequena. Ilustramos abaixo este fato. kV13 8 3 ,V2 kV13 8 3 , x 5 100 ⎛ ⎝⎜ ⎞ ⎠⎟V1 5% A tensão V1 é de apenas 5% de V2 Existem proteções que permitem a proteção 100% dos enrolamentos, embora nem sempre as máquinas sejam providas com esta proteção. 69 No nosso curso veremos o método de deslocamento do ponto neutro. 13 8 3 1 38 3 , , kV SINALIZAÇÃO DESLIGAMENTO DO DISJ. DE CAMPO DESLIGAMENTO DO DISJ. PRINCIPAL 64S G Esquema da proteção de massa estatórica da Usina Armando Sales de Oliveira (antiga). Com a utilização de um auto-transformador (ou um TP) ligado conforme a figura, cria-se uma diferença de potencial entre o neutro do gerador e a terra. Ocorrendo um contato ã massa, de qualquer ponto acima do auto-transformador (inclusive, é claro, qualquer ponto do enrolamento), haverá circulação de corrente, provocando a atuação do relé. 5.4 - COMANDOS EXECUTADOS PELA PROTEÇÃO DE DEFEITOS DO ESTATOR À MASSA 5.4.1 - Desligamento do disjuntor principal; 5.4.2 - Desligamento do disjuntor de campo; 5.4.3 - Poderá operar o sistema protetor contra incêndio; 5.4.4 - Poderá atuar sobre o regulador de velocidade; 5.4.5 - Acionamento de um sistema de alarme. 70 6 - PROTEÇÃO CONTRA CURTOS-CIRCUITOS ENTRE ESPIRAS DE UMA MESMA FASE E ENROLAMENTO ABERTO NO ESTATOR. 6.1 - COMENTÁRIOS Como vimos no tópico 4, a proteção diferencial não detecta curtos entre espiras de uma mesma fase e nem circuitos abertos no enrolamento do estator. Curtos entre espiras de uma mesma fase são de difícil ocorrência, já que a diferença de potencial entre espiras próximas é pequena. Mais raros, ainda, são os casos de circuito aberto no estator, principalmente em geradores de grande porte. Apesar do exposto, costuma-se usar a proteção de equilíbrio de corrente para detectartais defeitos. 6.2 - UM ESQUEMA UTILIZADO Há diversos esquemas. Nos geradores que possuem dois enrolamentos por fase, usa-se o relé de equilíbrio de corrente (61) montado conforme o esquema seguinte: 61 R I I/2 I/2 Relé de equilíbrio de corrente 71 Em condições normais, ou condições de curtos externos, a corrente I dividir-se-á igualmente entre os dois enrolamentos, não havendo desequilíbrio de corrente (IRELÉ = 0). Ocorrendo curto entre espiras (ou ruptura de um dos enrolamentos), passará pelo relé 61 uma corrente de desequilíbrio. 6.3 - COMANDOS EXECUTADOS 6.3.1 - Desligamento do disjuntor principal; 6.3.2 - Desligamento do disjuntor de campo; 6,3.3 - Poderá operar o sistema protetor contra incêndio; 6.3.4 - Poderá atuar sobre o regulador de velocidade; 6.3.5 - Acionamento de um sistema de sinalização. 7 - PROTEÇÃO DE RETAGUARDA 7.1 - COMENTÁRIOS No sistema de proteção do gerador normalmente são incluídos relés que atuam como retaguarda das proteções dos sistemas adjacentes. Esses relés deverão atuar quando uma falta nesses sistemas adjacentes não for eliminada pela ação dos respectivos reles. Com esta finalidade, regra geral, são utilizados relés de mínima impedância. 72 7.2 - A PROTEÇÃO DE MÍNIMA IMPEDÂNCIA DO GERADOR 7.2.1 - FUNÇÕES Além de proteger o gerador contra curtos externos sustentados, têm como I função secundária agir como proteção de retaguarda da proteção diferencial do gerador. 7.2.2 - COMANDOS EXECUTADOS 7.2.2.1 - Abertura do disjuntor principal; 7.2.2.2 - Abertura do disjuntor de campo; 7.2.2.3 - Sinalização; 7.2.2.4 - Poderá comandar o fechamento das pás do distribuidor; SINALIZAÇÃO DISJUNTOR DE CAMPO DISJUNTOR PRINCIPAL 21G G Relé de mínima impedância do gerador NOTA: Pode ocorrer o caso em que a corrente de curto seja menor que a corrente de carga, o que uma simples proteção de sobrecorrente não justificaria. Dai mais um motivo para o uso da proteção de mínima impedância, a qual consegue distinguir um curto pelo fato de haver uma queda de tensão. 73 8 - PROTEÇÃO CONTRA CARGAS DESIQUILIBRADAS (46) 8.1 - COMENTÁRIOS Não e conveniente para o gerador, conforme falaremos abaixo, trabalhar com correntes assimétricas (cargas desequilibradas ou desbalanceadas). Geralmente existem proteções que detectam a causa de tal desequilíbrio. As causas são: curto fase e terra, curto entre duas fases, ruptura de uma fase, etc., mas, convém prover o gerador de uma proteção específica contra cargas desbalanceadas, Para isto, usa-se o relé de sequência negativa (ou relé contra cargas desbalanceadas). 8.2 - CONSEQUÊNCIAS PARA O GERADOR ALIMENTANDO CARGAS DESEOUILIBRADAS Quando o gerador alimenta cargas assimétricas, surge no ferro do rotor uma corrente induzida de frequência dupla (120Hz). Essa corrente provoca no rotor: a) intensa vibração; b) aquecimento excessivo. A vibração e, principalmente, o sobreaquecimento poderiam danificar o gerador se a situação perdurasse por um "longo" tempo. O tempo máximo (especificado pelo fabricante da máquina) que o gerador pode suportar esta situação depende do grau de assimetria (desequilíbrio) das correntes. Note que o "longo" tempo na situação considerada significa poucos segundos ou mesmo poucos décimos de segundo. 74 SINALIZAÇÃO ABERTURA DO DISJUNTOR DE CAMPO ABERTURA DO DISJUNTOR PRINCIPAL ALARME (PEQUENO GRAU DE ASSIMETRIA) 46 G E uma proteção temporizada pois deve servir de retaguarda das proteções de saída de linha bem como das próprias proteções do gerador. Relé de Carga Assimétrica 8.3 - COMANDOS EXECUTADOS 8.3.1 - Para pequenos graus de assimetria a proteção poderá apenas sinalizar; Para grandes desequilíbrios pode-se ter: 8.3.2 - Abertura do disjuntor de campo; 8.3.3 - Sinalização. 9 - PROTEÇÃO CONTRA SOBRECARGA (49 - IMAGEM TÉRMICA 9.1 - COMENTÁRIOS Conforme determinação do fabricante do gerador, o mesmo poderá ser provido com proteção contra sobrecarga. A título de ilustração mostraremos o princípio de funcionamento de um relé térmico. 75 9.2 - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO O relé é alimentado pelo secundário de um TC, figura possuindo elemento instantâneo e temporizado. O elemento instantâneo é eletromagnético e atua para curtos-circuitos entre fases na saída do gerador. O elemento temporizado é térmico, com uma constante térmica de tempo compatível com a máquina, dando uma característica de tempo inverso à sua atuação. O elemento temporizado fica anulado quando da atuação do instantâneo pelo fechamento do contato C1, veja a figura. 12 C1 F A C C2 3+ 5 (TRIP) 4 (TRIP) A1 C - Elemento de desligamento instantâneo A - Elemento térmico F - Contato curto-circuitador do TC 76 9.3 - FILOSOPIA DE AJUSTE SINALIZAÇÃO DISJUNTOR DE CAMPO DISJUNTOR PRINCIPAL 49 G 9.3.1 - INSTANTÂNEO É ajustado para atuar quando da ocorrência de curtos entre fases na saída do gerador (até o primário do transformador do grupo). Não deve atuar para curtos no sistema la partir do secundário do transformador). 9.3.2 - TEMPORIZADO É, realmente, a proteção contra sobrecarga. E ajustado para atuar quando a corrente ultrapassa o máximo valor de corrente de carga e persiste por um tempo significativo, da ordem de 10, 20, 30 minutos ou mais (dependendo da constante de tempo do relé em questão). 9.4 - COMANDOS EXECUTADOS 9.4.1 - Desligamento do disjuntor principal; 9.4.2 - Desligamento do disjuntor de campo; 9.4.3 - Sinalização; 9.4.4 - Pode atuar sobre o distribuidor. 77 10 - PROTEÇÃO CONTRA SOBRETENSÃO (59) SINALIZAÇÃO DESLIGAMENTO DO DISJ.DE CAMPO DESLIGAMENTO DO DISJ. PRINCIPAL T I 59 G Relé de sobretensão 10.1 - COMENTÁRIOS O relé de sobretensão possui elementos instantâneo e temporizado. O temporizado age como retaguarda dos reguladores de tensão e velocidade, já que são eles que devem atuar para as sobretensões normais de operação (por isso temporizados normalmente em 2 segundos) O instantâneo deve proteger o gerador contra sobretensões de maior nível que o citado no parágrafo anterior. 78 10.2 - FILOSOFIA DE AJUSTE 10.2.1 - TEMPORIZADO Ajustado numa faixa de 110 a 120% da tensão nominal com uma temporização da ordem de 2 segundos (esta temporização depende da rapidez de resposta dos reguladores). O relé não deve atuar antes que os reguladores "tentem" reduzir o nível da tensão ao valor nominal. 10.2.2 - INSTANTÂNEO Ajustado para atuar num valor entre 130 e 150%, dependendo das condições da instalação e do tipo de relé, 10.3 - COMANDOS EXECUTADOS 10.3.1 - Desligamento do disjuntor principal; 10.3.2 - Desligamento do disjuntor de campo; 10.3.3 - Sinalização. 11 - PROTEÇÃO CONTRA SUBTENSÃO (27) 11.1 - COMENTÁRIOS No caso de ocorrer uma subtensão na saída do gerador, provavelmente o' mesmo estará absorvendo uma grande potência reativa do sistema. 79 Outras proteções, como por exemplo o relé de falta de excitação (a se visto), podem detetar a causa desta subtensão; no entantopode-se prover o gerador com um relé de subtensão, regra geral, ajustado para 70% da tensão nominal, com temporização da ordem de 2 segundos. SINALIZAÇÃO DESLIGAMENTO DO DISJ. PRINCIPAL DESLIGAMENTO DO DISJ. CAMPO27 G Relé de subtensão 11.2 - COMANDOS EXECUTADOS 11.2.1 - Desligamento do disjuntor principal; 11.2.2 - Desligamento do disjuntor de campo; 11.2.3 - Sinalização. 80 12 - PROTEÇÃO CONTRA FALTA DE EXCITAÇÃO (40) 12.1 - COMENTÁRIOS Falta de excitação pode ser visto como um caso extremo de subexcitação. Sabemos que quando se subexcita o gerador, ele começa a absorver potência reativa do sistema. É interessante notar que uma falha na excitação, circuito de corrente continua, provoca uma perturbação na carga do gerador, circuito de corrente alternada. 12.2 - RELÉ DE FALTA DE EXCITAÇÃO Em situações normais de operação, a carga representa para o gerador, (num certo instante), uma "impedância indutiva", ou uma resistência pura, ou uma "impedância fracamente capacitiva". Quando falta excitação, a carga passa a ser (para o gerador) uma impedância altamente capacitiva. Um relé de impedância especialmente construídos pode detetar esta mudança. Assim é o relé de falta de excitação. 40 G Relé de falta de excitação 81 12.3 - COMANDOS EXECUTADOS 12.3.1 - Desligamento do disjuntor principal; 12.3.2 - Desligamento do disjuntor de campo; 12.3.3 - Sinalização; 12.3.4 - Poderá atuar no distribuidor. 13 - PROTEÇÃO MASSA ROTOR (64R) 13.1 - COMENTÁRIOS O circuito de campo do gerador não tem nenhum ponto de contato com a massa. Ocorrendo um primeiro contato do circuito de campo a terra, não haverá nenhuma variação na corrente de excitação. Se ocorrer o segundo contato, haverá passagem de corrente para a massa e a excitação será perturbada. Esta situação seria detectada pelo relé 40. Convém prover o gerador de uma proteção que detecte o primeiro contato e sinalize, de tal forma que se programe a retirada da máquina do sistema, para que seja sanada a anomalia. 13.2 - UM ESQUEMA DE PROTEÇÃO - + IEXC. EXCITATRIZ + - SINALIZAÇÃO Relé Massa Rotórica 82 13.3 - COMANDO EXECUTADO O relé apenas sinaliza o primeiro contato. SINALIZAÇÃO64R G 14 - PROTEÇÃO CONTRA MOTORIZAÇÃO (RELÉ DE RETORNO DE ENERGIA 67) 14.1 - COMENTÁRIOS A motorização do alternador hidráulico pode provocar o fenômeno de cavitação das pás da turbina. Para resguardo da turbina, usam-se relés que detectem a inversão do fluxo de potência ativa. 14.2 - COMANDOS EXECUTADOS A proteção antimotorização pode desligar o disjuntor principal, o disjuntor de campo e sinalizar. Ou ainda, apenas sinalizar, dependendo do sistema e da filosofia do projetista. 67 G 14.4 - CAUSA DE MOTORIZAÇÃO - Falha do regulador de velocidade - Pouca água nas pás da turbina
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