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Jean Paul Sartre

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1 
Jean Paul Sartre 
“O Existencialismo é um Humanismo!!!” 
 
Jean-Paul Charles Aymard Sartre 
(Paris, 21 de Junho de 1905 — Paris, 15 
de Abril de 1980) foi um filósofo 
existencialista francês do início do século 
XX. 
Órfão de pai desde os dois anos, Sartre 
sofreu as primeiras influências por parte 
de sua mãe Anne-Marie e de seu avô Charles Schweitzer, 
que o iniciou na literatura clássica desde cedo. 
Fez seus estudos secundários em Paris. De 1922 a 
1924, despertou seu interesse pela Filosofia. Em 1924 
ingressou na École Normale Supérieure, onde conheceu, em 
1929, Simone de Beauvoir que se tornaria sua companheira e 
colaboradora até o fim de sua vida. 
Sartre e Beauvoir não formavam um casal comum de 
acordo com padrões da época. Ambos possuíam amantes, e 
partilhavam confidências sobre suas relações com outros 
parceiros. Este modo de vida violava os valores da tradicional 
sociedade francesa, que se escandalizou com essa relação. 
 
Sartre afirma que o existencialismo é um humanismo, 
pois segundo ele, é a única doutrina que deixa uma 
possibilidade de escolha ao homem. Ele inicia sua 
argumentação explicando que existem duas espécies de 
existencialistas: os cristãos e os ateus, que teriam em comum 
o fato de admitirem que a existência precede a essência ou, 
em outras palavras, que temos de partir da subjetividade. 
 
 Segundo Sartre, os seres existem antes de poderem ser 
definidos por qualquer conceito. Significa que o homem 
primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só 
 2 
depois se define. Assim, não há natureza humana. Sendo 
assim, o homem não é mais do que o que ele faz, porque o 
homem, antes de mais nada, é o que se lança para um futuro, 
e o que é consciente de se projetar no futuro. 
 
O homem é antes de mais nada um projeto que se vive 
subjetivamente; nada existe anteriormente a este projeto; 
nada há no céu inteligível, o homem será antes de mais o que 
tiver projetado ser. Assim o primeiro esforço do 
existencialismo, segundo Sartre, é o de pôr todo homem no 
domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade 
da sua existência. 
 
 Para o existencialista, o homem é pura angústia. Mas na 
decisão de escolha do homem é onde se situa 
fundamentalmente essa angústia, e não em face da morte, 
como na filosofia de Heidegger. O homem não pode escapar 
dessa escolha pois se vê nesse compromisso (se o homem 
nada escolhe, sua escolha é não escolher). 
 
 Não há moral geral pois não há sinais no mundo. O 
próprio homem é quem escolhe o significado do que ele 
pensa serem sinais. Sobre ele pesa, portanto, a inteira 
responsabilidade da decifração (desses "sinais"). O 
desamparo implica sermos nós a escolher o nosso ser, sendo 
paralelo à angústia. 
 
 Segundo Sartre, o existencialismo não é uma filosofia do 
quietismo, visto que define o homem pela ação pois, como o 
homem não é senão o seu projeto, ele só existe na medida 
em que se realiza ou age. 
 
 Para ele, o existencialismo é uma doutrina de dureza 
otimista e não de pessimismo, visto que o destino do homem 
está nas suas mãos, e também, porque ela o impele à ação. 
 
 Isso se dá principalmente, segundo Sartre, porque o 
ponto de partida de qualquer filosofia deve ser o "penso, logo, 
 3 
existo", o cogito cartesiano. Ele argumenta que, iniciando 
com a subjetividade, o homem não é mais visto como um 
objeto, conferindo-lhe uma verdadeira dignidade, o que 
mostra a diferença entre o existencialismo e o materialismo. 
Essa subjetividade não é rigorosamente individual porque, 
como diz Sartre, "demonstramos que no cogito nós não 
descobrimos só a nós, mas também aos outros". 
 
 Nestas condições, a descoberta da minha intimidade 
descobre-me ao mesmo tempo o outro como uma liberdade 
posta em face de mim (já que também sou livre), que nada 
pensa ou quer senão a favor ou contra mim. Assim, 
descobre-se imediatamente um mundo que Sartre chamou de 
intersubjetividade, sendo neste mundo onde o homem decide 
sobre o que ele é e o que os outros são. 
 
 Assim, o resultado é sempre concreto e, por 
conseguinte, imprevisível: há sempre invenção. A única coisa 
que importa é saber se, a invenção que se faz, se faz em 
nome da liberdade, caracterizando a boa fé. 
 
 Sartre foi muito criticado pelos que diziam que no fundo 
os valores não são sérios, visto que o homem os escolhe. 
Isso se dá pela falta de uma consciência perfeita para definir 
a importância de tais valores. Nesse ponto, Sartre inicia sua 
argumentação dizendo que inventar os valores significa que a 
vida não tem sentido a priori. Ou seja, antes de viver, a vida 
não é nada, mas depende do homem dar-lhe um sentido, 
possibilitando a criação de uma comunidade humana. 
 
 É nesse momento em que Sartre afirma que o 
existencialismo é um humanismo, mas não no sentido comum 
dessa palavra. Para ele, existem dois significados para a 
palavra humanismo. A primeira consiste de uma teoria que 
toma o homem como fim e como valor superior. Esta opção é 
rejeitada pelo existencialista, porque o homem está sempre 
por se fazer. A segunda consiste do humanismo 
existencialista. 
 4 
 
 Sartre afirma que o existencialismo é um humanismo 
porque lembra ao homem que não há outro legislador além 
dele próprio, e que é no abandono que ele decidirá de si. 
Porque não há outro universo senão o universo humano, o 
universo da subjetividade humana. E, além disso, porque o 
estimulante de sua existência é a transcendência, ou seja, é 
fora de si que ele vê um fim, um objetivo (a ação), que é 
libertação. 
 
Sartre contribui para a psicologia existencial com alguns 
conceitos importantes: o em-si, o para-si, a liberdade, a 
responsabilidade, a angústia, a má-fé e o outro. 
 
Podemos entender um Em-si como qualquer objeto 
existente no mundo e que possui uma essência definida. Uma 
caneta, por exemplo, é um objeto criado para suprir uma 
necessidade: a escrita. Para criá-lo, parte-se de uma ideia 
que é concretizada, e o objeto construído enquadra-se nessa 
essência prévia. Um ser Em-si não tem potencialidades nem 
consciência de si ou do mundo. Ele apenas é. 
 
A consciência humana é um tipo diferente de ser, por 
possuir conhecimento a seu próprio respeito e a respeito do 
mundo. É uma forma diferente de ser, chamada Para-si. É o 
Para-si que faz as relações temporais e funcionais entre os 
seres Em-si e ao fazer isso constrói um sentido para o mundo 
em que vive. O Para-si não tem uma essência definida. 
Uma das afirmações mais conhecidas de Sartre é que o 
ser humano está condenado à liberdade. Isso significa que 
cada pessoa pode a cada momento escolher o que fará de 
sua vida, sem que haja um destino previamente concebido. 
Cada escolha carrega consigo uma responsabilidade. 
E cada escolha ao ser posta em ação provoca mudanças no 
mundo que não podem ser desfeitas. Não posso, segundo o 
existencialismo, atribuir a responsabilidade por estes atos a 
nenhuma força externa, ao destino ou a Deus. 
 5 
 
A angústia existencial decorre da consciência de que 
são as escolhas dessa pessoa que definem o que ela é ou se 
tornará. E também por saber que estas escolhas podem 
afetar, de maneira irreparável, o próprio mundo. 
 
Segundo Sartre, a má-fé é uma defesa contra a angústia 
e o desalento, mas uma defesa equivocada. Pela má-fé 
renunciamos à nossa própria liberdade, fazendo escolhas que 
nos afastam do projeto fundamental, atribuindo 
conformadamente estas escolhas a fatores externos, ao 
destino, a Deus, aos astros, a um plano sobre humano. 
 
Os outros são fontes permanentes de contingências. 
Todas as escolhas de uma pessoa levam à transformação do 
mundo para que ele se adapte ao seu projeto. Mas cada 
pessoa tem um projetodiferente, e isso faz com que as 
pessoas entrem em conflito sempre que os projetos se 
sobrepõem. Só através dos olhos de outras pessoas é que 
alguém consegue se ver como parte do mundo. Sem a 
convivência, uma pessoa não pode se perceber por inteiro. 
"O ser Para-si só é Para-si através do outro".

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