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INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO

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¹MORAES FILHO, Evaristo. Introdução ao Direito do Trabalho. São Paulo, 1971, p.17 
²CESARINO JUNIOR, A. F. Direito Social. São Paulo, 1980, p. 54 
³DONATO, Messias Pereira. Curso de Direito do Trabalho. 3.ed, São Paulo, 1979, p. 4-5 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO TRABALHO 
Conceito: Usa-se neste artigo o conceito misto que diz “é o conjunto de princípios e normas jurídicas 
que regulam as relações de jurídicas oriundas da prestação de serviço subordinado e outros aspectos deste 
último, como consequência da situação econômica-social das pessoas que o exercem¹”. Há o conceito 
subjetivista que diz ser “um sistema jurídico de proteção aos economicamente fracos²” e ainda o conceito 
objetivista que conceitua como “o conjunto de princípios e normas jurídicas que regem a prestação de trabalho 
subordinado ou a ele similar, bem como as relações e os riscos que dele se originam³”. 
Divisão: O Direito do Trabalho divide-se em individual e coletivo. 
 O Direito Individual do Trabalho pressupõe uma relação entre sujeitos de direito, 
considerando interesses concretos de indivíduos determinados; 
 O Direito Coletivo do Trabalho pressupõe uma relação entre sujeitos de direito, em que a 
participação do indivíduo também é considerada, mas como membro de uma determinada coletividade 
(sindicatos). Considera-se os interesses abstratos desse grupo. 
Características: a doutrina nacional aponta: 
 Tendência in fieri: tendência à ampliação crescente, pois embora o Direito do Trabalho se 
restrinja ao trabalho subordinado, a legislação tende a se estender a sua esfera para o trabalhador autônomo 
(art.511, CLT; art. 3º da Lei n. 605, de 1949; art. 652, III, a, da CLT), ao trabalhador avulso (art. 7º, XXXIV, CF), 
trabalhador doméstico (art. 7º, §único, CF), atribuir competência aos tribunais conciliarem e julgarem 
discordâncias de preço (não os direitos sociais) resultantes do contrato de empreitada em que o empreiteiro 
seja o operário, a equiparação de empregados rurícolas à urbanos, licença paternidade etc. A Constituição 
desde 1988 vem ampliando benefícios ou vantagens e trabalhadores não antes incluídos. 
 
 Direito de reinvindicação de classe: é a tutela realizada por normas elaboradas pelo Estado 
ou por meio de poderes, restritivos de autonomia individual, conferidos aos sindicatos. 
 
 Cunho intervencionista: o legislador abandonou sua postura de ‘’ mero espectador na 
iniciativa privada’’ e interveio editando uma legislação tutelar com o objetivo de compensar com uma 
superioridade jurídica a desigualdade econômica do trabalhador. 
 
 Caráter cosmopolita: verificação de grande número de aspectos comuns nos ramos jurídicos 
trabalhistas de diversos Estado Soberanos e na existência de um Direito Internacional do Trabalho. É uma 
consequência da tendência à ampliação. 
 
 Institutos jurídicos de ordem coletiva ou socializante: O Direito do Trabalho se diferencia dos 
outros pela existência de institutos de direito coletivo, como a liberdade sindical, a convenção coletiva e a 
greve.
4 MORAES FILHO, Evaristo de. E MORAES, Antonio Carlos Flores de. Introdução ao direito do trabalho. 7ª ed. São 
Paulo: LTR, 1995. p. 63. 
5 Ao contrário do que parece, o Direito do Trabalho também está relacionado ao Direito Constitucional, que é sua 
principal fonte, mais precisamente nos arts. 7º, 8º, 9º. E a outros demais ramos, como Civil, Penal, Administrativo etc. 
 
 Direito em transição: o direito do trabalho é um direito para uma civilização em mudança [...] 
a que assistimos na sociedade dos nossos dias, nenhum direito pode sequer aproximar-se da imensa e 
ingente tarefa do direito do trabalho, ponto avançado da democratização econômica do direito4. 
 
Natureza Jurídica: Alguns entendem que pertencem ao Direito Público, utilizando-se do argumento 
de ter sido ele fruto do intervencionismo estatal nas relações de trabalho com normas imperativas e fiscalização 
realizada pelo Ministério do Trabalho. Outros entendem que ele pertença ao Direito Privado, pois as normas 
legais que lhe correspondem surgiram dos Códigos Civis e seu instituto básico é o contrato individual de trabalho. 
Há ainda quem entendam que é de um terceiro gênero chamado Direito Social, como fundamento básico a 
socialização do direito em oposição ao direito individual, com a supremacia do direito coletivo sobre o individual. 
Há ainda quem entendam que pertence ao Direito Unitário, que nada mais é do que uma fusão do Direito 
Público com o Privado, abrangendo normas individuais e sociais, sendo de uma mescla indissolúvel. Portanto 
eu chego à conclusão de que não sei! Cada doutrinador tem uma posição diferente e adoto a ideia de que o 
Direito do Trabalho é Unitário! 
Funções: As funções do Direito do Trabalho variam de acordo com fatores ideológicos e interesses 
econômicos, políticos ou sociais, são elas: 
 Tutelar: O Direito do Trabalho deve proteger o trabalhador do poder econômico. – é a função 
mais aceita pela doutrina brasileira. 
 Econômica: visa a realização de valores econômicos, de modo que toda e qualquer vantagem 
atribuída ao trabalhador deve ser meticulosamente precedida de um suporte econômico, sem o qual nada lhe 
poderá ser atribuído. 
 Conservadora: De um lado, alguns estudiosos entendem que o direito do trabalho é um meio 
utilizado pelo Estado para sufocar movimentos operários reivindicatórios. Neste caso as leis trabalhistas não 
teriam outra função senão a de aparentar disciplina da liberdade. 
 Coordenadora: essa linha de pensadores diz que o Direito do Trabalho não é sufocação de 
movimentos reivindicatórios nem proteção ao trabalhador, mas a coordenação de interesses entre capital e 
trabalho, com adoção de medidas nem sempre protecionistas ou tutelares. 
 Social: os defensores da função social afirmam que este ramo objetiva a realização de valores, 
não econômicos, mas sociais, especialmente o valor absoluto e universal da dignidade humana. 
 
Autonomia: O Direito do Trabalho é inquestionavelmente autônomo, pois possui objetivos, teorias e 
métodos próprios, além de normas e princípios que lhe são peculiares. Atualmente sua autonomia 
vem sido abordada diante de cinco perspectivas, são elas: 
1. Autonomia legislativa: Com a existência da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que é um 
estatuto próprio e independente além da publicação de inúmeras leis tratando de matérias 
trabalhista, diversos doutrinadores, como por exemplo a linda Alice Monteiro de Barros. ✌ 
2. Autonomia doutrinária: existência de bibliografia própria; 
3. Autonomia didática: existência obrigatória de sua matéria no currículo acadêmico; 
4. Autonomia jurisdicional: existência de um órgão especializado no Poder Judiciário que aplica 
o ramo jurídico em estudo; 
5. Autonomia científica: existência de institutos e princípios próprios, distintos dos institutos e 
princípios do Direito Civil e dos demais ramos5... é, tem mais princípios pra gente decorar, 
amiguinhos ☹ 
 
 
 
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