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A Origem da Família, da propriedade privada e do Estado Livro – F. Engels Resumo

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Disciplina Estado, Governo e mercado 
A Origem da Família, da propriedade privada e do Estado 
Livro – F. Engels 
Prefácio
Concepção materialista: produção e reprodução da vida imediata, sendo de dois tipos: produção de meios de existência (alimentos, habitação, e instrumentos necessários para tal) e produção humana (continuação da espécie);
A ordem social de determinada época ou país está condicionada por essas duas espécies de produção: grau de desenvolvimento do trabalho e família; quanto mais delimitada as formas der trabalho, mais restrita a quantidade de produtos e consequentemente de riquezas, entretanto, maior é a força dos laços de parentesco;
Nessa sociedade em que se estrutura nos laços de parentesco a produtividade cresce e desenvolve-se a propriedade privada e as trocas, diferenças de riqueza e a possibilidade de empregar força de trabalho alheia, assim novos elementos sociais, que coexistiram com as velhas estruturas até a incompatibilidade levar a revolução. Surge uma nova sociedade organizada em Estado, onde existem as contradições de classe e luta de classes. 
História da família: 
Até início da dec.1860, não se poderia pensar em história da família; as ciências históricas ainda contavam dominadas pelos livros de Moisés, na forma da família patriarcal; não se mostrava evolução na forma familiar, e os demais tipos de formação familiar não mostravam conexão, apenas coexistiam; Estas outras formas existiam e eram estudadas e exemplificadas, mas não eram mais citadas que exóticas e proibidas;
No início da dec.60 (1861), começa o estuda da história da família;
Existia uma matriarcalidade, e evidências que na sociedade grega antiga antes da monogamia, existia uma relação social em que não somente o homem mantinha relações com varias mulheres, como a mulher também podia manter relações com vários homens sem ferir a moral. Os gregos, inserindo novas divindades acrescentaram o direito paterno sobre o materno.
lirvo
I - Estágios da pré-história de cultura
O progresso se dá à medida que o homem domina a natureza, na produção de alimentos; o desenvolvimento da família acontece paralelamente;
1 - Estado selvagem
Fase inferior: Progresso desse período -> linguagem articulada;
Fase média: uso do fogo e emprego dos peixes na alimentação, e fizeram-se independentes do clima e localidade, espalhando-se numa área maior da superfície da Terra; período paleolítico, usando instrumentos toscos feito de pedras sem polimento; emprego de novos alimentos, como a caça, raízes e tubérculos farináceos cozidos;
Fase superior: invenção do arco flexa, tornando os animais caçados um alimento regular e a caça uma ocupação normal e costumeira; indícios de residência fixa em aldeias e certa habilidade de meios de subsistência, utilização de utensílios de madeira, tecido feito à mão, cestos de cortiça ou junco trançados e instrumentos de pedra polida (período neolítico). 
2 - A barbárie 
Fase interior: introdução da cerâmica. Traço característico do período é a domesticação de animais e cultivo de plantas. 
Fase media: domesticação de animais com cultivo de hortaliças com uso de irrigação; Domesticação de animais para o fornecimento de leite e carne. Posteriormente a formação de rebanhos e inicio da vida pastoril. Cultivo de cereais, como necessidade de proporcionar forragem aos animais, e só mais tarde para alimentação humana.
Fase superior: inicia-se a fundição de minério de ferro e passa a fase da civilização com a invenção da escrita alfabética e registros literários. Encontramos nessa época o arado de ferro puxado por animais – agricultura – e com isso um aumento quase ilimitado dos meios de existência; associado a isso a derrubada dos bosques e transformação em pastagens e terras cultiváveis. Isso acarretou num aumento da população que se instala densamente em pequenas áreas.
Classificação de Morgan: Estado selvagem – predomina a apropriação de produtos da natureza, prontos para utilização e as produções artificiais são apenas para melhorar essa apropriação; Barbárie – aparece a criação de gado e agricultura, e aprende-se a incrementar a produção da natureza com trabalho humano; Civilização – o homem continua aprendendo a elaborar produtos naturais, período da indústria e da arte. 
II – A família 
Entre os índios iroqueses existiam graus de parentesco complexo e definidos que poderiam definir o individuo dentro de uma família em mais de 200 relações de parentesco, levando-se em conta o papel da consanguinidade. O sistema de parentesco dos índios iroqueses, se dá pelos laços consanguíneos.
As designações de parentesco pai, filho, irmão, irmã não são simples títulos, mas implicam em sérios deveres recíprocos, definidos e cujo conjunto forma uma parte essencial do regime social desses povos.
A família, segundo Morgan, “é o elemento ativo; nunca permanece estacionária, mas passa de uma forma inferior a uma forma superior, à medida que a sociedade evolui de um grau mais baixo para outro mais elevado. Os sistemas de parentesco, pelo contrário, são passivos; só depois de longos intervalos, registram os progressos feitos pela família, e não sofrem uma modificação radical senão quando a família já se modificou radicalmente”. Acrescentando Karl Marx “o mesmo acontece com os sistemas políticos, jurídicos, religiosos e filosóficos”.
Os sistemas de parentesco e formas de família que havia, onde cada filho tinha vários pais e mães – devido a possibilidade de poligamia e poliandria e os filhos de uns e outros tinham que ser considerados comuns. Passando por uma série de transformações, resulta na monogamia. As modificações são de tal maneira que pouco a pouco se estreita as relações até o casal isolado, tal como hoje.
Em meio aos mamíferos, onde a família está intimamente unida não vemos a formação de hordas, salvo raras exceções. As hordas constituem-se onde reinam a promiscuidade ou poligamia, e para que surja a horda é necessário que a família e seus laços se tenham relaxados.
A família animal e a sociedade humana primitiva são coisas incompatíveis, homens primitivos, na época em que lutavam por sair da animalidade, ou não tinham nenhuma noção de família ou, quando muito, conheciam uma forma não encontrada entre animais. Um animal sem meios de defesa como aquele que se estava tornando o homem pôde sobreviver em pequeno número, numa situação de isolamento em que a forma de sociabilidade mais evoluída era o casal. Mas para sair da animalidade era preciso ainda mais um elemento, substituir a falta de poder defensivo do homem isolado pela união de forças e pela ação comum da horda.
A tolerância reciproca entre os machos adultos e a ausência de ciúmes, constituíram a primeira condição para que se pudessem formar esses grupos numerosos e estáveis, em cujo o seio poderia operar-se a mudança do animal em homem. Numa fase posterior, na forma de casamentos por grupos deixa bem pouca margem para o ciúme. Numa fase posterior de desenvolvimento nos deparamos com a poliandria. A existência de formas anteriores mais simples de relações sexuais corresponde a passagem da animalidade à humanidade.
Não havia entraves proibitivos nas relações sexuais, assim como não existia a ideia de incesto.
A família consanguínea:
Os grupos conjugais classificam-se por gerações. Nessa forma de família os ascendentes e descendentes são os únicos que reciprocamente estão excluídos dos direito e deveres do matrimonio, irmãos e irmãs e primos e primas em 1º. E 2. Grau são todos entre si irmãos e irmãs e por isso maridos e mulheres, a relação carnal. A família consanguínea desapareceu. Pressupõe-se que essa forma como estágio preliminar necessário.
A família punaluana
Se o primeiro progresso na organização da família consistiu em excluir os pais e filhos das relações sexuais recíprocas, o segundo foi a exclusão dos irmãos, infinitamente mais importante e mais difícil, pela maior igualdade nas idades dos participantes, que o primeiro progresso. Foi ocorrendo pouco a pouco, começando pela exclusão dos irmãos uterinose acabando pela proibição do matrimônio até entre irmãos colaterais. Segundo Morgan, esse progresso constitui ilustração da atuação da seleção natural, pois nas tribos onde esse progresso mais rápido e mais completo que naquelas onde o matrimônio entre irmãos e irmãos continuou sendo regra. A gens formou a base da ordem social da maioria dos povos bárbaros do mundo, na Grécia e em Roma, à civilização. 
Apenas surgida a ideia da impropriedade da união sexual entre filhos da mesma mãe deve ter exercido sua influência na cisão das velhas comunidades domésticas e na formação de outras novas comunidades, sem coincidir com o grupo de famílias. Um grupo de irmãs convergiam-se em uma comunidade, assim como seus irmãos carnais no núcleo de outra, dando origem a família Punaluana. 
A instituição dos gens parece ter saído da família punaluana. O sistema australiano de classes também representa um ponto de partida para a gens, porém com uma forma mais primitiva de grupo conjugal.
Em todas as formas dfe família por grupos, não se sabe o pai de uma criança, somente a mãe. Mesmo chame de seus todos os da família comum, nem por isso deixa de distinguir seus próprios entre os demais, e por consequência somente se conhece a linhagem feminina, materna. Encontram-se nesse ponto todos os povos na fase inferior da barbárie, segundo Bafochen.
Na família punaluana um dos dois grupos típicos, com seus filhos e irmãos carnais ou colaterais por linha materna e teremos exatamente o circulo de indivíduos membros de uma gens, na forma primitiva desta instituição, sendo todos tendo por tronco comum uma mãe, os descendentes femininos formam gerações de irmãs. E já os maridos dessas irmãs já não podem ser seus irmãos e logo não podem descender daquele tronco materno e não pertecem ao mesmo grupo consanguíneo. 
Uma vez proibidas as relações sexuais entre todos os irmãos e irmãs, inclusive colaterais, por linha materna, o grupo se transforma numa gens, circulo fechado de parentes consanguíneos por linha feminina, que não podem se casar uns com os outros e a partir daí este circulo se consolida cada vez mais por meio de instituições comuns, de ordem social e religiosa, que os distingue das outras gens da mesma tribo.
A tendência para impedir o matrimonio entre consanguíneos manifesta-se entre as tribos barbaras, sem consciência clara dos fins.
No rapto das mulheres, encontram-se indícios da passagem à monogamia, pelo menos na forma de casamento sindiasmico. 
Família Sindiásmica 
Mesmo nos casamentos por grupos, já existiam os pares, pois o homem tinha uma mulher principal entre a numerosas esposas, e para ela o principal entre os outros. À medida que iam sendo proibidos os matrimônios entre parentes consanguíneos, o costume conjugal dos pares foi consolidando-se, vendo assim que entre a maior parte dos índios da fase inferior da barbárie está proibido o matrimônio entre todos os parentes, e com as constantes e crescentes complicações das proibições de casamento, tornaram-se cada vez mais impossíveis as uniões por grupos, que foram substituídas pela família sindiásmica. 
O homem vive com uma mulher, mas a poligamia e infidelidade ocasional continuam sendo direito dos homens, em contrapartida exige-se fidelidade das mulheres enquanto casadas e sendo o adultério castigado cruelmente. Os vínculos conjugais dissolvem-se facilmente das duas partes, entretanto os filhos pertencem exclusivamente à mãe.
A evolução da família nos tempos pré-históricos consiste na redução do circulo da comunidade conjugal entre sexos até o casal com vínculos frágeis.
Se antes os homens nunca passavam dificuldades para encontrar mulheres, agora havia escassez e era necessário procura-las, começando o matrimônio sindiásmico, com o matrimônio por rapto ou por compra de mulheres.
Entre os índios da américa e em outras tribos, no mesmo estagio de evolução, no arranjo do matrimonio nem sequer consultam-se os interessados e sim suas mães. Presentes devem ser dados aos parentes da noiva, apenas maternos, e esses são o preço da compra. O matrimonio é dissolúvel a vontade de qualquer um dos cônjuges, entretanto formou-se publicamente uma opinião hostil a essas separações. Nos casos em que ocorria desentendimento entre o casal, os parentes de ambas as partes intervinham, e somente se não surtisse efeito é que o casamento era desfeito e os noivos eram livres para casar novamente.

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