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3__Habilidades__sociais_alem_da_assertividade_Falcone.pdf

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1
HABILIDADES SOCIAIS: PARA ALÉM DA ASSERTIVIDADE1
Eliane Falcone 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro 
 
Introdução 
As habilidades sociais têm sido relacionadas a melhor qualidade de vida, a 
relações interpessoais mais gratificantes, a maior realização pessoal e a sucesso 
profissional (Caballo, 1987, 1991; Collins & Collins, 1992; Goleman, 1995; Ickes, 
1997). Por outro lado, deficiências em interagir socialmente parecem também estar 
relacionadas a uma variedade de transtornos psicológicos (Mc Fall, 1982; Trower, 
O’Mahony & Dryden, 1982). De acordo com estudos realizados por Argyle (1984), as 
deficiências em habilidades sociais atingem cerca de 25 a 30% dos pacientes com 
transtornos emocionais. Todas essas constatações incentivaram a criação de 
programas de treinamento em habilidades sociais (THS), tanto na forma individual 
quanto em grupo (ex., Argyle, 1974, 1984; Bedell & Lennox, 1997; Bellack, Mueser, 
Gingerich & Agresta, 1997; Caballo, 1991, 1993; Collins & Collins, 1992; Hazel, 
Sherman, Schumaker & Seldon, 1985; Rose & LeCroy, 1985). 
Bedell & Lennox (1997) revisaram uma variedade de estudos que demonstra a 
efetividade do THS em problemas conjugais, problemas de escolaridade, orientação 
vocacional, transtornos de ansiedade, dependência química, transtornos de 
personalidade, depressão e esquizofrenia. Entretanto, o THS não se destina apenas 
ao tratamento de problemas clínicos, uma vez que os comportamentos sociais 
inadequados também são manifestados pela população não clínica (Collins & Collins, 
1992). 
Atualmente, os programas de aprendizagem de competências sociais 
focalizam-se no desenvolvimento máximo das capacidades pessoais e relacionais, 
bem como da generalização dessas aquisições para o contexto social do indivíduo 
(Matos, 1997). Assim, programas de THS também são utilizados para desenvolver 
habilidades interpessoais necessárias à realização de um trabalho eficiente. Tais 
programas têm sido aplicados em vários profissionais, tais como administradores 
educacionais (Smith & Montelo, 1992); médicos (Amack, 1995); psicólogos (Egan, 
1994) e gerentes (Burley-Allen, 1995). No contexto escolar, o THS tem sido também 
aplicado em crianças, como medida preventiva (ver Cotton, s.d.; Del Prette & Del 
 
1 Falcone, E., Habilidades sociais: Para além da assertividade. Em R.C.Wielenska (Org.) 
Sobre Comportamento e Cognição: Questionando e ampliando a teoria e as 
intervenções clínicas e em outros contextos. São Paulo: SET Editora Ltda. Vol. 6, 2000. 
 
 2
Prette, 1999; Matos, 1997; Rose & Le Croy, 1985) e em jovens, com o objetivo de 
melhorar o desempenho acadêmico (Bonner & Aspy, 1984). 
Embora não existam dúvidas quanto a importância das habilidades sociais na 
realização pessoal e profissional e nem quanto a utilidade dos treinamentos dessas 
habilidades, não existe ainda um consenso sobre o conceito de habilidade social. 
Alguns autores consideram a habilidade social como sinônimo de assertividade 
(Caballo, 1991, 1993; Gosalves, Chabrol & Moron, 1984, in Matos, 1997), outros 
sustentam que as habilidades sociais compreendem um repertório mais amplo de 
respostas (Del Prette & Del Prette, 1999; MacKay, 1988; Falcone, 1989, 1995, 1998) e 
que a assertividade não esgota a noção de competência social (Matos, 1977). 
Este trabalho pretende discutir as vantagens e os limites da assertividade na 
qualidade das relações interpessoais, apontando a empatia como uma habilidade 
complementar à asserção para a ocorrência de uma comunicação efetiva. Alguns 
comentários serão feitos sobre definições mais recentes de habilidades sociais e sobre 
a inclusão de procedimentos que visam o desenvolvimento de habilidades cognitivas e 
de solução de problemas nos programas de THS. 
 
Vantagens e limites da assertividade 
 O comportamento assertivo é definido por Alberti & Emmons (1983) como 
“aquele que torna a pessoa capaz de agir em seus próprios interesses, a se afirmar 
sem ansiedade indevida, a expressar sentimentos sinceros sem constrangimento, ou a 
exercitar seus próprios direitos”(p.18). 
 Lange & Jakubowski (1976) também apresentam uma definição de asserção 
como a capacidade de “defender os direitos pessoais e de expressar pensamentos, 
sentimentos e crenças de forma honesta, direta e apropriada, sem violar os direitos da 
outra pessoa” (p.7). Para esses autores, a mensagem básica da asserção é: “Isto é o 
que eu penso. Isto é o que eu sinto. Isto é como eu vejo a situação” (p.7). 
 O comportamento assertivo se diferencia dos comportamentos agressivos e 
passivos ou não assertivos, tanto nos componentes verbais quanto nos não verbais. 
Com relação aos componentes verbais, o comportamento assertivo: a) reflete uma 
consideração pelos desejos da outra pessoa e pelos próprios desejos, através de uma 
posição conciliatória, que beneficia parcialmente ambas as partes; b) expressa 
expectativas, desejos e sentimentos de forma direta e c) é socialmente apropriado. O 
comportamento agressivo: a) desconsidera os desejos do outro, tentando alcançar os 
próprios desejos; b) não costuma envolver expressão direta dos desejos, expectativas 
e sentimentos; c) costuma ser socialmente inapropriado. O comportamento passivo: a) 
desconsidera os próprios desejos, facilitando a obtenção dos desejos do outro; b) 
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manifesta falha ou inadequação da expressão dos próprios desejos, expectativas e 
sentimentos (Bedell & Lennox, 1997). Caballo (1991) cita alguns exemplos de 
verbalizações que caracterizam cada tipo de comportamento. O comportamento 
assertivo inclui verbalizações tais como: “Penso”; “Sinto”; “Quero”; “Como podemos 
resolver isso?”; “O que você acha?” No comportamento agressivo, as verbalizações 
são: “Você faria melhor se”; “Você deve estar brincando”; “Se você não fizer”; “Você 
não sabe”; “Você deveria”. O comportamento passivo caracteriza-se pelas seguintes 
verbalizações: “Talvez”; “Suponho”; “Me pergunto se poderíamos”; “Você se importaria 
muito”; “Realmente, não é importante”; “Não se aborreça” (p.415). 
 Os componentes não verbais do comportamento assertivo manifestam-se 
através de contato ocular direto; nível de voz compatível com o de uma conversação; 
fala fluida; gestos firmes; postura ereta; mensagens na primeira pessoa; verbalizações 
positivas; respostas diretas à situação; mãos soltas. No comportamento agressivo o 
olhar é fixo; a voz é alta; a fala é fluida e rápida; os gestos são de ameaça; a postura é 
intimidatória; as mensagens são impessoais. O comportamento passivo se expressa 
através de olhar para baixo e da esquiva de contato ocular; a voz é baixa e vacilante; 
os gestos são desajeitados; as mãos costumam se apresentar retorcidas, ocorrendo 
freqüentemente risos falsos (Caballo, 1991, p.415). 
 Quando uma pessoa costuma se comportar assertivamente, ela facilita a 
solução de problemas interpessoais; aumenta o senso de auto-eficácia e a auto-
estima; melhora a qualidade dos relacionamentos e sente-se mais tranqüila. O 
comportamento agressivo geralmente gera conflitos interpessoais; perda de 
oportunidades; dano aos outros;sensação de estar sem controle, auto-imagem 
negativa; culpa; frustração; tensão; rejeição dos outros e solidão. O comportamento 
passivo promove efeitos tais como: conflitos interpessoais; auto-imagem negativa; 
dano a si mesmo; perda de oportunidades; incontrolabilidade, desamparo e 
depressão; tensão; solidão (Caballo, 1991, p. 415). 
 As conseqüências positivas do comportamento assertivo podem ser 
confirmadas através dos efeitos do treinamento assertivo na população clínica, citados 
na literatura. Tais efeitos são: aumento da autoconfiança e da realização pessoal 
(Delamater & Mc Namara, 1986); redução da depressão (Rimm, 1967) e da ansiedade 
social (Falcone, 1989; Robach, Franyn, Gunby & Twters, 1972). 
 Entretanto, a conduta assertiva nem sempre parece promover resultados 
satisfatórios para a interação. Após uma revisão de estudos sobre a avaliação do 
impacto social da assertividade, Delamater & Mc Namara (1986) concluíram que a 
expressão assertiva dos próprios direitos costuma ser percebida como mais 
competente e efetiva, porém menos agradável, amigável, satisfatória ou apropriada do 
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que a expressão não assertiva. Além disso, expressar-se de maneira empática 
(demonstrando consideração especial para com as necessidades da outra pessoa) 
antes de usar a assertividade direta pode minimizar qualquer avaliação negativa 
potencial da assertividade. Hansson et al. (1984, in Davis & Oathout, 1987) 
encontraram que as características assertivas são mais importantes na aquisição de 
novos relacionamentos, mas a empatia e a estabilidade emocional são mais úteis na 
manutenção da qualidade das relações já existentes. Hargie, Saunders & Dickson 
(1987) propõem que o comportamento assertivo oferece riscos, especialmente na 
interação profissional com superiores ou no confronto com uma pessoa muito 
agressiva. 
 Os estudos citados acima sugerem que o treinamento assertivo é de grande 
utilidade para aumentar a auto-estima e reduzir a ansiedade e a depressão, através da 
expressão sincera dos próprios sentimentos, desejos e direitos, mas não é suficiente 
para aumentar a conexão interpessoal e estabelecer vínculos. Além disso, “a 
habilidade social efetiva nem sempre consiste em comunicar os verdadeiros 
sentimentos aos outros” (Argyle, 1984, p. 406). Em contextos onde há conflitos 
interpessoais, a conduta assertiva direta provavelmente não apresentará efeitos 
positivos, uma vez que, nessas circunstâncias, torna-se necessário controlar as 
próprias emoções e fazer um esforço para compreender e validar os sentimentos e a 
perspectiva da outra pessoa, antes da manifestação dos próprios sentimentos e 
perspectivas (Goleman, 1995; Guerney, 1987; Nichols, 1995). Essa disposição para 
abrir mão, por alguns instantes, dos próprios interesses, sentimentos e perspectivas e 
se dedicar a ouvir e compreender, sem julgar, o que a outra pessoa sente, pensa e 
deseja, constitui o que é conhecido como empatia. 
 
 A empatia como uma habilidade complementar à assertividade 
Outra habilidade social apontada como importante para as relações 
interpessoais bem sucedidas refere-se à empatia. O comportamento empático inclui: 
a) um componente cognitivo, caracterizado por uma capacidade de compreender 
acuradamente a perspectiva e os sentimentos dos outros; b) um componente afetivo, 
caracterizado por sentimentos de compaixão/preocupação com a outra pessoa e c) 
um componente comportamental, entendido como manifestões verbal e não verbal de 
compreensão dos estados internos da outra pessoa (Ver Barrett-Lennard, 1993; Davis, 
1980, 1983a, 1983b; Egan, 1994; Feschbach, 1992, 1997; Greenberg & Elliott, 1997, 
para uma compreensão mais detalhada do assunto). 
Durante uma interação social, a habilidade empática ocorre em duas etapas. 
Na primeira etapa, o indivíduo que empatiza está envolvido em compreender os 
 5
sentimentos e perspectivas da outra pessoa e, de algum modo, experienciar o que 
está acontecendo com ela naquele momento. A Segunda etapa consiste em 
comunicar esse entendimento de forma sensível (Barrett-Lennard, 1981; Greenberg & 
Elliott, 1997). A compreensão empática inclui prestar atenção e ouvir sensivelmente. A 
comunicação empática inclui verbalizar sensivelmente. 
 
 Prestar atenção e ouvir: 
A atenção empática é apreciada pela outra pessoa, que se sente mais 
encorajada a se abrir e a explorar as dimensões significativas de sua situação-
problema (Egan, 1994). Fitar diretamente, mas não fixamente, a pessoa-alvo, 
procurando manter contato ocular; adotar uma postura aberta (braços e pernas 
cruzados indicam menos envolvimento e disponibilidade); inclinar-se levemente, com a 
parte superior do corpo, em direção ao outro; acenar com a cabeça e usar 
vocalizações (ex., hum-hum, sim) quando o outro diz algo importante são 
demonstrações de estar atento à pessoa que fala. 
Além de demonstrar atenção, o ouvinte deve procurar identificar as mensagens 
não verbais da outra pessoa, que expressam emoções. As mensagens não verbais 
podem substituir, repetir, enfatizar ou contradizer a mensagem verbal (Matos, 1997). 
Estudos mostram que, quando as mensagens - verbal e não verbal - são 
contraditórias, o crédito deve ser dado à mensagem não verbal (Argyle, 1981c, in 
Matos, 1997). O rosto é a principal área sinalizadora de emoções, embora possa ser 
mais bem controlado. Assim, a verdadeira emoção pode ser identificada pela voz e 
parte do corpo abaixo do pescoço (Argyle, 1988). A postura e os movimentos 
corporais; as expressões faciais (sorrisos, cenho franzido, sobrancelhas arqueadas, 
lábios contraídos), a relação entre a voz e o comportamento (tom de voz, intensidade, 
inflexão, espaço entre as palavras, ênfases, pausas, silêncios e fluência); respostas 
autonômicas observáveis (respiração acelerada, rubor, palidez, dilatação da pupila) 
são mensagens não verbais que podem estar relacionadas ao conteúdo da fala, 
facilitando a compreensão dos estados internos da pessoa-alvo. 
O ouvir sensível ou empático provoca efeitos positivos, tanto para o que ouve 
quanto para a outra pessoa. Quando alguém é ouvido sensivelmente, sente-se 
validado, valorizado e isso promove auto-aceitação e auto-afirmação (Nichols, 1995). 
Por outro lado, não ser ouvido gera sentimentos de exclusão, desvalorização e 
inadequação. 
Nas relações interpessoais, existem circunstâncias nas quais o ouvir se torna 
difícil. Isso ocorre geralmente quando a outra pessoa é (a) excessivamente detalhista, 
tornando a conversa cansativa e desinteressante; b) egoísta, fazendo com que o 
 6
assunto gire apenas em torno dela. O ouvir também é prejudicado quando o ouvinte: 
(a) está sobrecarregado de problemas, que dificultam a sua atenção; (b) interpreta 
erroneamente a fala da outra pessoa como algo pernicioso, ameaçador ou 
enfurecedor; (c) está mais preocupado em controlar, instruir ou mudar a outra pessoa; 
(d) preocupa-se em ensaiar o que vai dizer à seguir, em vez de prestar atenção no 
discurso da outra pessoa (Nichols, 1995). 
Em situações de conflito, o ouvir sensível também promove efeitos positivos na 
interação, na medida em que reduz a querela e a probabilidade de rompimento. As 
emoções envolvidas nas interações onde há conflito costumam ser contagiosas, 
escalando através de uma série de ações e reações, que podem levar a um desastre 
emocional, tal como um rompimento definitivo da relação (Nichols, 1995). Tais 
manifestaçõessão explicadas pelos estudos sobre sincronia emocional (ver Levenson 
& Ruef, 1997). As mensagens não verbais refletem como a pessoa está expressando 
o conteúdo da fala (tom e entonação da voz, expressão facial, gestos etc.) e 
contagiam a outra pessoa, como uma orquestração (Goleman, 1995). A crença 
subjacente envolvida na interação de conflito é a de que, ao aceitar o argumento do 
outro, a pessoa estará reconhecendo o seu erro e perderá a razão. Assim, ela insiste 
em manter os seus argumentos, para ficar com a última palavra. Nesse tipo de 
interação, ambas as partes ficam impedidas de ouvir e se sentem incompreendidas. 
Se, pelo contrário, a pessoa acreditasse que abrir mão da própria perspectiva para 
entender o outro não significa perder a razão, esta permitiria que o interlocutor, ao se 
sentir ouvido e compreendido, se dispusesse a ouvir e compreender (Nichols, 1995). 
A habilidade em ouvir depende do esforço em resistir ao impulso de reagir 
emocionalmente à posição de alguém que manifesta uma perspectiva muito diferente. 
Do contrário, o impulso para tomar atitudes que reduzam ou evitem a emoção do 
momento, torna a outra pessoa pouco flexível, aumentando o conflito na interação 
(Goleman, 1995, Nichols, 1995). Procurar compreender as razões daquela pessoa que 
expressa uma perspectiva muito diferente ou que provoca magoa e raiva, pode reduzir 
emoções negativas e facilitar um diálogo de entendimento. Da mesma maneira, ouvir e 
demonstrar aceitação e compreensão a uma pessoa que está furiosa, tem o poder de 
reduzir a raiva dessa pessoa, tornando-a mais disponível para ouvir também 
(Goleman, 1995; Nichols, 1995). 
Os comportamentos envolvidos no ouvir sensível incluem: (a) deixar de lado as 
próprias perspectivas, desejos e sentimentos, por alguns instantes e se voltar 
inteiramente para as perspectivas, desejos e sentimentos da outra pessoa; (b) 
observar e ler os comportamentos não verbais que a pessoa alvo está manifestando 
enquanto fala; (c) colocar-se no lugar da outra pessoa, buscando identificação com os 
 7
sentimentos, percepções e desejos dela; (d) elaborar mentalmente uma relação 
existente entre o sentimento da outra pessoa, o contexto e o significado deste contexto 
para ela. 
Verbalizar sensivelmente: 
 A função da verbalização empática é fazer com que a outra pessoa se sinta 
compreendida, além de ajudar a explorar as preocupações desta de forma mais 
completa. Embora as etapas anteriores (prestar atenção e ouvir) possam sinalizar 
compreensão, aceitação e acolhimento, através da comunicação não verbal (ex., 
acenar com a cabeça, usar vocalizações), a verbalização empática é a forma mais 
eficiente de demonstrar compreensão acurada. 
As estratégias de verbalização empática: tentam explicar e validar os 
sentimentos e a perspectiva da outra pessoa; são desprovidas de julgamento; aceitam 
e legitimam a perspectiva e os sentimentos do outro; relacionam o contexto, a 
perspectiva e os sentimentos da outra pessoa. As estratégias de verbalização não 
empática: focalizam-se no evento em si; impõem o próprio ponto de vista; 
desconsideram ou ignoram os sentimentos e a perspectiva da outra pessoa; tentam 
minimizar o problema e/ou estão mais centradas em dizer ao outro o que fazer ou 
como se sentir (Burleson, 1995). 
Durante a verbalização empática, o foco de atenção é inteiramente voltado 
para o sentimento e a perspectiva da outra pessoa frente à situação-problema, sem 
fazer qualquer julgamento, aceitando e legitimando os sentimentos desta (Egan, 
1994). Os sentimentos podem ser legitimados de forma indireta, quando o 
empatizador não especifica o sentimento (ex., “Eu posso imaginar como você está se 
sentindo”; “Que dia difícil você teve, não?”) ou de forma direta, quando o sentimento é 
especificado (ex., “Parece que isso está deixando você triste”; “Você deve estar se 
sentindo indignado”). Mas a pessoa se sente realmente compreendida quando o 
empatizador consegue relacionar o sentimento, o contexto e a perspectiva desta (ex.; 
“Você se sente triste porque mudar significa deixar todos os seus amigos”; “Você deve 
estar magoado comigo por entender a minha pouca atenção como um sinal de que 
não me importo com você” (Egan, 1994, p. 112)). 
A empatia básica acontece quando o empatizador percebe os sentimentos da 
pessoa alvo, relacionando esses sentimentos com a perspectiva desta e com o 
contexto, comunicando a seguir. A empatia acurada ocorre quando as percepções do 
empatizador estão corretas, isto é, quando elas refletem o mundo tal como a outra 
pessoa vê (Egan, 1994; Ickes, 1997). 
Após demonstrar verbalmente compreensão dos sentimentos e pensamentos 
da pessoa alvo, o ouvinte pode constatar que não foi acurado. Isso pode ser 
 8
identificado quando a outra pessoa diz claramente que não é exatamente aquilo que 
ela queria dizer, pára de falar e olha em volta, ou tenta completar a fala do 
empatizador. Neste momento, é importante seguir o rastro e aprender com os próprios 
erros (Egan, 1994) 
 Estudos sobre os efeitos sociais da empatia mostram que esta desempenha 
um papel importante na qualidade das relações interpessoais, reduzindo conflitos e 
aumentando o vínculo. Em uma revisão feita por Brems, Fromme & Johnson (1992) foi 
encontrado que a empatia mostra uma tendência para provocar efeitos interpessoais 
mais positivos do que a auto-revelação. Outra revisão de estudos realizada por 
Burleson (1985) sugere que as pessoas empáticas despertam afeto e simpatia, são 
mais populares e ajudam a desenvolver habilidades de enfrentamento, bem como 
reduzem problemas emocionais e psicossomáticos nos amigos e familiares. Burleson 
(1985) também verificou que, dentre seis medidas diferentes de habilidade de 
comunicação, a habilidade de confortar é mais bem diferenciada entre grupos de 
crianças populares e que crianças não aceitas sofrem mais riscos de problemas de 
ajustamento no futuro. Em um estudo realizado por Long & Andrews (1990) foi 
constatado que a adoção de perspectiva, definida como uma tendência cognitiva de se 
colocar no lugar de outra pessoa, é preditiva de ajustamento marital. Esta pesquisa 
fortalece o modelo de satisfação no relacionamento conjugal, apresentado por Davis e 
Oathout (1987), o qual se baseia na noção de que a personalidade em geral e a 
empatia em particular, afetam a satisfação da relação, através de suas influências 
sobre comportamentos específicos de mediação. Tal modelo foi testado em 264 casais 
heterossexuais e foi fortemente apoiado. Em uma revisão de Ickes e Simpson (1997) 
foi encontrado que a acuidade empática, definida como a habilidade de inferir 
acuradamente o conteúdo específico dos pensamentos e sentimentos de uma pessoa, 
é positiva para o ajustamento marital. 
 Se, durante muito tempo, a empatia foi considerada como um atributo de 
psicoterapeutas e profissionais de ajuda, atualmente ela tem sido reconhecida como 
necessária a todas as pessoas. Como conseqüência, começou a surgir um número 
significativo de programas de treinamento de empatia em crianças em idade escolar 
(ver Cotton, s.d.; Feschbach, 1997). O treinamento da empatia também tem sido 
aplicado em médicos, com o objetivo de melhorar a relação médico-paciente (Amack, 
1995), em presidiários criminosos, para reduzir o índice de reincidência às prisões (ver 
Goleman, 1995), em casais, para reduzir conflitos conjugais (Guerney, 1987) e na área 
educacional (Smith & Montelo, 1992). Com o objetivo de aumentar a comunicação 
empática em estudantes universitários, Falcone (1998) avaliou um programa de 
treinamento de empatia, que mostrou ser eficaz ao aumentar a capacidade dos 
 9
estudantes em ouvir, compreender e demonstrar compreensão empática,tanto em 
situações de ajuda quanto em situações de conflito. 
 Os estudos citados anteriormente que apontaram os efeitos do treinamento da 
assertividade e da empatia levam à suposição de que essas habilidades são 
complementares para a obtenção de uma boa comunicação interpessoal. Por um lado, 
ser capaz de compreender e validar a perspectiva e os sentimentos dos outros, além 
de demonstrar essa compreensão de forma apropriada, permite que a outra pessoa se 
sinta compreendida e valorizada, favorecendo a comunicação e o vínculo. Por outro 
lado, a expressão dos próprios sentimentos e desejos também é fundamental para 
facilitar o processo de ser compreendido. Assim, o treinamento em habilidades sociais 
deve desenvolver empatia e assertividade. 
 
O conceito de habilidades sociais 
Os programas atuais de desenvolvimento de habilidades sociais não se 
restringem apenas aos desempenhos verbal e não verbal nas situações de interação, 
mas também se baseiam nos processos perceptivos, de processamento de 
informação, afetivo/motivacionais e sócio-culturais, subjacentes à execução de cada 
comportamento social aberto (Bedell & Lennox, 1997; Matos, 1997). O indivíduo 
socialmente habilidoso deve saber quando, onde e como se comportar 
apropriadamente, significando que as habilidades sociais envolvem perceber e 
analisar sinais sutis que definem a situação e o repertório apropriado de resposta 
(Bellack; Mueser; Gingerich & Agresta, 1997). Assim, uma conceituação adequada do 
comportamento socialmente habilidoso deve incluir a especificação de três 
componentes: o comportamental (tipo de habilidade), o cognitivo (variáveis do 
indivíduo) e o situacional (contexto ambiental) (Caballo, 1993). 
As habilidades sociais também envolvem a maximização de conseqüências 
positivas, tanto para o indivíduo, quanto para a relação. O indivíduo socialmente 
habilidoso é capaz de “(a) obter ganhos com maior freqüência, (b) desempenhar 
minimamente tarefas indesejáveis e (c) desenvolver e manter relacionamentos 
mutuamente benéficos e sustentadores” (Bedell & Lennox, 1997, p.42). 
Baseando-se no reconhecimento da importância dos elementos cognitivos das 
habilidades sociais, Bedell & Lennox (1997) sugerem que: 
As habilidades sociais envolvem habilidades para (a) selecionar acuradamente 
informações úteis e relevantes de um contexto interpessoal, (b) o uso dessa 
informação para determinar comportamentos apropriados dirigidos à meta e (c) a 
execução de comportamentos verbais e não verbais que maximizem a probabilidade 
de obter e manter a meta de boas relações com os outros (p.9). 
 10
 Essa definição considera que as habilidades sociais incluem habilidades 
cognitivas (percepção e processamento da informação que definem, organizam e 
guiam o comportamento) e habilidades comportamentais (comportamentos sociais, 
verbais e não verbais, que implementam a decisão derivada dos processos 
cognitivos). As habilidades de percepção social e de processamento de informação 
permitem (a) reconhecer informação relevante e essencial no ambiente e (b) processar 
essa informação e decidir o modo apropriado de ação (Bedell & Lennox, 1997). 
 Considerar as habilidades cognitivas no estudo e no treinamento de 
habilidades sociais permite uma compreensão e uma intervenção mais abrangentes 
no desenvolvimento de competências sociais. Distorções cognitivas e deficiências na 
percepção e seleção dos elementos importantes em um contexto social podem 
interferir no comportamento social aberto, prejudicando a interação. 
 Bedell & Lennox (1997) propõem que a autoconsciência, envolvendo o 
reconhecimento, a rotulação e a organização dos próprios pensamentos, sentimentos 
e comportamentos, constitui o primeiro passo para aprender habilidades de 
comunicação efetiva. Esses autores apresentam um modelo simplificado para 
desenvolver autoconsciência e consciência dos outros, que facilita o desempenho de 
habilidades comportamentais nas interações sociais. 
 O treinamento em solução de problemas também tem sido utilizado nos 
programas que visam desenvolver habilidades sociais. A partir de uma adaptação do 
modelo de solução de problemas de D’Zurilla e Goldfried (1971) e de procedimentos 
extraídos da literatura sobre terapia familiar, Bedell & Lennox (1997) criaram um 
processo cognitivo-comportamental de solução de problemas aplicado ao contexto 
interpessoal. 
 Concluindo, os programas recentes de treinamento em habilidades sociais não 
mais se restringem ao desenvolvimento de assertividade. A empatia e a solução de 
problemas também tem sido largamente utilizadas nos programas que visam aumentar 
competências sociais, conforme já foi citado anteriormente. Outra inovação refere-se 
ao treinamento de habilidades cognitivas, que potencializam o desempenho 
comportamental. 
 
 
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	Introdução 
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