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Resumo Esquematizado: Do Espírito das Leis - Montesquieu

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Do Espírito das Leis ­ Montesquieu 
 
Sobre o autor: 
­ Montesquieu foi um filósofo, político e escritor francês.  
­ Teve formação iluminista e ficou famoso pela sua teoria da separação dos poderes 
(Executivo e Legislativo). 
­ Severo crítico da Monarquia Absolutista decadente. 
 
Contexto histórico da obra: 
­ Século XVII. 
­ O iluminismo surge como tentativa de fazer das ciências naturais as ciências da 
razão. 
­ O foco na época eram os ensinamentos teóricos factuais, propiciando o surgimento 
da Sociologia Comparativa de Montesquieu. 
­ A Monarquia Absolutista estava em crise. (Reis vivendo em situação luxuosa e povo 
muito miserável). 
 
O livro: Do espírito das leis 
 
­ Publicado em 1748. 
­ Elabora conceitos sobre formas de governo e formas de exercício da autoridade 
política. 
­ Suas teorias influenciaram a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 
elaborada durante a revolução francesa. 
­ Mais de 20 anos escrevendo a obra. 
 
PREFÁCIO: Palavras do autor sobre a obra. 
­ “Examinei os homens e julguei que, nesta infinita diversidade de leis e costumes, 
eles não eram guiados unicamente pelas suas fantasias.” 
­ “Não extraí meus princípios de meus preconceitos, mas da natureza das coisas.” 
­ Advertência do autor:  
Virtude na república = amor à pátria = amor à igualdade = virtude política 
 
Homem de bem = é o que tem virtude política = que ama as leis 
 
LIVRO PRIMEIRO ­ Das leis em geral 
Capítulo 1: Montesquieu afirma que o homem enquanto “ser físico” possui leis constantes. 
Como as leis da física e da biologia, as quais ele não criou, mas são obedecidas, caso 
contrário, o mundo seria destruído. 
 
Já o homem enquanto “ser inteligente” viola as leis de Deus e modifica as que ele mesmo 
estabeleceu.  
 
Capítulo 2: Das leis da natureza 
­ São leis que decorrem da constituição do nosso ser. 
­ Considera o ser humano antes do estabelecimento da sociedade. 
­ “Homens selvagens”: tudo os faz temer, tudo os faz fugir.  
­ Primeira lei natural: a paz. (O temor levaria os homens a fugirem um dos outros, mas 
o temor recíproco os aproximaria, como os animais se aproximam dos outros da 
mesma espécie.) 
­ Segunda lei natural: a procura da alimentação. (Surge do sentimento das suas 
necessidades.)  
­ Terceira lei natural: a aproximação entre os de mesma espécie. O apelo natural que 
fazem um ao outro. 
­ Quarta lei natural: desejo de viver em sociedade.  
 
Capítulo 3: Das leis positivas. 
Ser humano se reúne em sociedade ­>  perda do sentimento de fraqueza ­> Estado de 
Guerra ­> Cada sociedade passa a sentir sua própria força e os indivíduos também, que 
acabam buscando trazer pra si as principais vantagens dessa sociedade. 
 
Estado de Guerra ­ estabelece as leis entre os homens. 
 
Direito das Gentes: surge das relações que os povos têm entre si ­ diz respeito a todas as 
sociedades ­ devem tentar fazer o mínimo possivel de mal, em guerra, para a outra e o 
tanto bem quanto possível. 
 
Direito Político: leis que estabelecem a conservação da sociedade e a relação entre os que 
governam e os que são governados ­ estabelece a forma do governo. 
 
Direito Civil: reunião das vontades que formam o Direito Politico ­ mantem o governo. 
 
O espírito das leis ­ consiste nas diferentes relações que as leis podem manter com as 
diversas coisas. 
 
Livro segundo: Das leis que derivam diretamente da natureza do governo. 
 
Classifica três tipos de governo: 
Republicano ­ Povo como um só corpo, ou uma parcela da população, exerce o poder 
soberano. (Há duas maneiras de governar a república: democracia e aristocracia.) 
Monarquico ­ um só governo de acordo com leis fixas e estabelecidas. 
Despótico ­ um só indivíduo, sem obedecer leis, submete tudo à sua vontade. 
 
Livro terceiro: Dos princípios dos três governos. 
 
Princípio da Democracia: a virtude. 
Princípio da Aristocracia: moderação como virtude. 
Princípio do governo monárquico: a honra.  
Principio do governo despótico: o temor. 
 
Livro quarto: as leis da educação devem ser relativas aos princípios do governo. 
 
­ As leis da educação são as primeiras que recebemos e nos preparam para sermos 
cidadãos.  
­ Se o povo em geral tem um princípio, as famílias também terão.  
­ As leis na educação serão diferentes em cada tipo de governo. 
 
Livro quinto: as leis que o legislador cria devem ser relativas ao princípio do governo. 
 
­ As leis que o legislador dá a toda sociedade também deve se relacionar com ele. 
­ A virtude numa República é um sentimento, é o amor à pátria que leva à bondade 
dos costumes.  
­ Na democracia cada um deve possuir a mesma felicidade e as mesmas vantagens. 
­ Para que a igualdade e a frugalidade sejam amadas numa democracia é preciso que 
as leis as tenham estabelecido. 
­ É função das leis particulares igualar as desigualdades, com os encargos que 
impõem aos ricos e com o alívio que dão aos pobres. 
­ O excesso das riquezas destrói o espírito de comércio, e assim nasce as 
desigualdade. 
­ Para Montesquieu, não há forma mais adequada de se preservar os costumes do 
que a subordinação dos mais jovens aos mais velhos. 
­ Para o autor, na aristocracia, é essencial que os nobres não cobrem tributos.  
 
Novas consequências dos princípios dos três governos: 
● Primeira questão: no governo republicano, as leis devem forçar um cidadão a aceitar 
os empregos públicos. 
● Segunda questão: na monarquia a honra não tolera a degradação. 
● Terceira questão: os empregos civis e militares devem ser unidos na república e 
separados na monarquia.  
● Quarta questão: é conveniente que os cargos sejam venais nos Estados 
Monárquicos. 
● Quinta questão: censores são necessários numa república, onde o princípio do 
governo é a virtude.  
 
Da corrupção dos princípios dos três governos: 
 
“A corrupção de cada governo começa quase sempre pela corrupção dos seus princípios.” 
(pág. 121) 
 
Democracia ­ corrompe quando se perde princípio da igualdade e também quando o povo 
quer ser extremamente igual aquele que escolheu para comandá­lo. 
 
Aristocracia ­ corrompe quando o poder dos nobres torna­se arbitrário.  
 
Monarquia ­ corrompe quando quando um príncipe acha que demonstra melhor seu poder 
mudando a ordem das coisas do que a seguindo.  
 
Despotismo ­ o principio do governo despótico corrompe­se incessantemente, porque ele é 
corrupto por natureza. 
 
Efeitos naturais da corrupção dos princípios:  
­ Uma vez que os princípios do governo foram corrompidos, as melhores leis se 
tornam más e se voltam contra o Estado:  
 
“É da natureza da República que ela só possua um pequeno território; sem isto não pode 
subsistir. Numa república grande, existem grandes fortunas e consequentemente pouca 
moderação nos espíritos; existem depósitos muito grandes para colocar entre as mãos de 
um cidadão; os interesses particularizam­se; um homem sente, primeiro, que pode ser feliz, 
grande e glorioso sem sua Pátria; e, logo, que pode ser o único grande sobre as ruínas de 
sua Pátria. Numa república grande, o bem como é sacrificado em prol de mil considerações, 
está subordinado às sessões e depende de acidentes. Numa república pequena, um bem 
público é bem mais sentido, mais bem conhecido, mais próximo de cada cidadão; os 
abusos são menores e, consequentemente, menos protegidos.” página 133 
 
Propriedades distintas da monarquia:  
­ Um Estado monárquico deve ter um tamanho médio. 
­ Se for muito grande, terá partes que poderão não estar sob vigilância do príncipe. 
 
Propriedades distintas do governo despótico: 
­ Um grande império supõe uma autoridade despótica e é preciso rapidez para as 
resoluções, suprindo a distância dos lugares para onde forem levadas. 
 
Das leis que formam a liberdade política em sua relação com a constituição:  
­ Diversos significados atribuídos a palavraliberdade:  
Facilidade de depor aquele a quem deram um poder tirânico. 
Faculdade de eleger a quem devem obedecer. 
Direito de estarem armados e poderem exercer a violência. 
Privilégio de ao serem governados por um homem de sua nação, ou por suas próprias leis. 
­ A liberdade se dá conforme os costumes de determinado governo. 
­ A liberdade política não consiste  fazer o que se quer. 
­ Numa sociedade onde existem leis, a liberdade consiste em poder fazer o que se 
pode querer (dentro da lei) e em não ser forçado a fazer o que se não se tem o 
direito de fazer. 
­ A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem. 
 
Para que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder 
limite o poder. 
 
“Ainda que todos os estados possuam, em geral, o mesmo objeto, que é conservar­se, cada 
Estado, no entanto, possui um que lhe é particular.”

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