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Resumo para prova - Direito Penal 1

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UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO 
> Noções introdutórias: 
- Não há analogia de casos no Direito Penal. 
- Não há crime se não houver lei que previamente o defina. 
- Não há pena sem prévia combinação legal. 
* Ilícito penal: fato social contrário à norma. 
 
> Conceito de Direito Penal 
Direito Penal: fixação do limite de punir do Estado, o qual só vai agir dentro dos limites da 
lei. 
> Funções do Direito Penal 
- Relação Jurídico-Penal: 
Sujeito passivo formal: o Estado, que tem interesse na tutela. 
Sujeito ativo: o que comete a ação. 
Sujeito passivo material: que teve o seu bem-jurídico violado. Detém o objeto jurídico da 
relação jurídico-penal. 
Objeto jurídico da relação: bem-jurídico que é violado. 
Objeto material: é a pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta do sujeito que comete a 
infração penal. 
Objeto jurídico: é o bem tutelado pelo direito, o bem-jurídico de interesse do Estado. Por 
exemplo: a vida, a propriedade, a liberdade. 
 
 > Caracteres do Direito Penal 
- A liberdade é um bem jurídico que pode ser tutelado pelo Estado. 
- Regula as relações do indivíduo com a sociedade. 
- É ciência normativa: estuda a norma. 
- É ciência finalista: a finalidade é o impedimento de lesões ao bem-jurídico. 
- É sancionado. 
 
UNIDADE 2 - LIMITES CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL 
> Considerações preliminares: ​os limites constitucionais do Direito Penal consiste 
em princípios doutrinários que são guiados pela constituição e aplicados na área penal, a 
fim de limitar o poder punitivo do Estado e garantir que os direitos fundamentais dos 
indivíduos sejam assegurados. 
- Os princípios buscam “alinhar” o direito penal e aprimorar a busca pela justiça. 
- Os princípios devem ser observados como um todo. 
 
> Vigência da lei, ato e fato: ​como regra geral, aplica-se a lei vigente aos atos e 
fatos ocorridos durante o seu tempo (tempus regit actum). 
 
Princípio da legalidade ou da reserva legal: é o mais relevante princípio penal, pois 
assegura que não há crime (ou contravenção penal) sem prévia definição legal; 
Princípio da intervenção mínima: ​dever o Direito Penal intervir, minimamente, nos 
conflitos sociais e na liberdade individual. Sua missão é tutelar os mais relevantes bens 
jurídicos, deixando a outras áreas do Direito a proteção aos demais. 
Princípio da fragmentariedade: ​conseqüência dos princípios da reserva legal e da 
intervenção mínima. 
Princípio da humanidade: ​chama atenção para o fato de que o réu é uma pessoa, um ser 
humano. 
Princípio da insignificância: ​é o mais relevante princípio penal, pois assegura que não há 
crime (ou contravenção penal) sem prévia definição legal; 
Princípio da presunção da inocência:​ todos são inocentes até que se prove o contrário. 
Princípio da individualização da pena: garante que as penas dos infratores não sejam 
igualadas, mesmo que tenham praticado crimes idênticos. 
Princípio da proibição da analogia:​ proíbe a adequação por “semelhança” entre os fatos. 
Princípio da irretroatividade da lei mais severa: ​a lei penal não retroagirá, salvo para 
beneficiar o réu. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
 
UNIDADE 3 - LEI PENAL NO TEMPO 
> Princípios da lei penal no tempo 
- A lei penal é o pressuposto das infrações e das sanções. Da lei nasce a pretensão 
punitiva do Estado. 
 
Lei penal no tempo - Art. 2.º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de 
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. 
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos 
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
 
Tempo do crime - Art. 4.º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, 
ainda que outro seja o momento do resultado. 
 
-> A mobilidade da lei penal no tempo, em favor do réu, somente é viável entre a data do 
fato e a extinção da punibilidade. 
 
“A lei penal é garantia de liberdade para todos. Finalmente, as leis penais asseguram 
também as pretensões punitivas e reparadoras da vítima, posto que nelas a 
responsabilidade penal e civil oriunda dos fatos puníveis.” 
 
Lei penal no tempo: adota-se, no art. 4.º, do Código Penal, a teoria da atividade, 
considerando-se cometido o delito no momento em que se desenvolve a conduta, pouco 
importando o instante do resultado. Ilustrando, dado o tiro, para matar, no dia 12 de abril, 
falecendo a vítima em virtude disso, no dia 25 de julho, considera-se data do crime o dia 12 
de abril. 
 
> ​Conflito de leis penais no tempo 
- Princípio: o tempo rege o ato. 
- Princípios que regem o conflito de leis penais no tempo: 
Irretroatividade da lei mais severa - Art. 1º, CP: direito subjetivo de liberdade. 
Retroatividade da lei mais benéfica - Art. 2º, CP: extra-atividade; retroage ou ultra-atividade. 
Extratividade da Lei Penal mais benéfica - é a aplicação da lei a um fato ocorrido antes 
da sua vigência, tornando-a retroativa, ou a um fato acontecido após a sua revogação, 
tornando-a ultrativa. 
Retroatividade da lei: ​leis novas, surgidas após a prática do crime, retroagem no tempo, 
como se vigorassem no período em que a infração foi cometida. 
Ultratividade: ​leis já revogadas, que vigoravam na data do delito, são ressuscitadas para 
aplicação em favor do réu. 
 
Súmula 711/STF - ​Referente ao tempo do crime: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime 
continuado e ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade 
ou permanência.” 
 
Abolitio criminis: é a eliminação de tipo penal incriminador, por revogação da lei que o 
previa. Cuida-se de fenômeno favorável ao agente desse crime, razão pela qual a abolição 
produz efeitos para o passado. Todos os sentenciados, que ainda não tiverem cumprido sua 
pena, não mais o farão. Extingue-se a punibilidade. Todos os que estiverem sendo 
processados, terão seus feitos extintos, assim como a sua punibilidade. Os que cometerem 
o delito, mas ainda não tiverem sido denunciados, não mais o serão. A lei abolicionista 
retroage no tempo para beneficiar todos os condenados, acusados ou suspeitos pelo delito 
eliminado. Permanece apenas os efeitos civis. 
 
Lei em branco própria:​ complemento é de fonte hierarquicamente inferior. 
Lei em branco imprópria: ​complemento é de fonte hierarquicamente igual. 
 
> Lei intermediária e conjugação de leis 
 
> Leis excepcionais e temporárias 
Leis temporárias: ​ela mesma estabelece seu período de vigência. 
Leis excepcionais: ​determinadas condições/contextos determinam o seu período de 
eficácia (vigência). Ex.: calamidade pública. 
Art. 3.º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua 
vigência. 
 
> Tempo do crime 
- É de relevância jurídica a fixação do momento do cometimento do delito, para assim 
se fixar a lei regente e a imputabilidade (capacidade de reconhecer o que é lícito e o 
que não é) do sujeito. 
Teoria da atividade - ato infracional considera-se praticado no tempo da conduta. 
Teoria do resultado- o momento do crime é quando ele se consuma, ou seja, considera o 
momento do crime aquele da produção do resultado. 
Teoria mista ou da ubiquidade - adota as duas teorias anteriormente citadas. 
 
Crime permanente: surgindo nova lei, embora desfavorável, durante a execução do delito 
que se arrasta no tempo, deve-se aplicá-la. Ex.: durante a mantença da vítima em cativeiro, 
no crime de sequestro, advindo lei nova, aumentando a pena desse delito, será a nova 
norma aplicada, pois o crime ainda não tinha terminado a sua consumação. 
Crime continuado: é uma ficção jurídica (art. 71, CP), presumindo-se que vários crimes, 
conforme as circunstâncias, constituem uma única infração penal, em continuidade delitiva. 
Assim ocorrendo, enquanto se desenvolver o delito continuado, advindo modificação 
legislativa prejudicial, será esta nova norma aplicada. É conteúdo da Súmula 711 do STF: “a 
lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua 
vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”. 
 
UNIDADE 4 - LEI PENAL NO ESPAÇO 
- A lei penal é elaborada para ter vigência em todo o território geográfico brasileiro. 
 
> Conceito de território nacional 
- É o território que constitui toda a nação brasileira. 
- A lei penal só tem aplicação no território do Estado que a determinou, sem atender à 
nacionalidade do sujeito ativo do delito ou do titular do bem jurídico que foi lesado. 
- A aplicação da lei penal não pode ser feita em um país fora de seu território. 
Território material: fronteiras geográficas. 
Território Jurídico: soberania do Estado. 
Soberania Terrestre - toda a extensão do país. 
Soberania Marítima: - 12 milhas da costa; 
- 200 milhas a partir das 12, é território chamado “zona de exploração econômica”. 
Soberania aérea: não há passagem sem justificativa. 
Art. 5, Código Penal - ​“Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e 
regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.” 
Território brasileiro por equiparação: ​no Brasil, os aviões e navios do governo são 
considerados território por equiparação. 
 
> Lugar do crime 
Teorias do lugar do crime: 
Teoria mista - leva em consideração o local da conduta e do resultado. 
Teoria da atividade - leva em consideração o local do crime onde ocorreu a conduta 
do sujeito ativo. 
Teoria do resultado - leva em consideração o local do resultado da conduta do 
sujeito ativo. 
 
Lugar do crime - Código Penal Brasileiro 
Art. 6º - “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou a omissão, no 
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
- Brasil adota Teoria Mista. 
 
> Extraterritorialidade 
- O princípio da territorialidade sofre exceções. 
Art. 7º, Código Penal: A lei penal brasileira terá aplicações em delitos cometidos no território 
estrangeiro. 
- No Brasil, foi adotado o princípio da territorialidade temperada. 
Princípio da Territorialidade Temperada: 
Permite a aplicação da lei penal estrangeira a delitos total ou parcialmente 
praticados em nosso território, quando assim determinarem tratados ou convenções 
celebradas entre o Brasil e outros Estados, ou cânones de direito internacional. 
 
Art. 7º - “Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:” 
Inciso I: 
A) - Lei que envolve bens jurídicos de interesse do Estado. 
- Contexto de segurança nacional. 
- Crime (contra a vida e a liberdade) contra o chefe de Estado. 
B e C) Crimes previstos nos arts. 289 e 326. 
D) Genocídio cometido no estrangeiro, por brasileiro, domiciliado no Brasil. 
 
*Certos crimes praticados no estrangeiro sofrem a eficácia da lei brasileira, essa é a 
extraterritorialidade da lei penal brasileira. 
 
Inciso II: Extraterritorialidade condicionada 
A) Interesse de justiça universal - cosmopolita. 
B) Princípio da nacionalidade - leva em consideração a nacionalidade da infração penal 
para regular a incidência da lei penal. 
C) Princípio da representação - bandeira. 
 
A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do 
Brasil, se: 
- Não foi pedida ou foi negada a extradição; 
- Houve requisição do Ministro da Justiça; 
 
> Lei penal em relação às pessoas: imunidade diplomática e imunidade 
parlamentar 
Imunidade diplomática: 
- Exceção ao princípio da territorialidade. 
- Quem possui: o corpo diplomático, pessoas que suas funções são do interesse do 
Estado. 
- Não se sujeitam à jurisdição brasileira. 
- Processados no país de origem. 
- Sede da embaixada: território estrangeiro; parte do território do país do sujeito ativo 
do Direito. 
- Convenção de Viena de 1961 -> aprovada pelo decreto 56. 435/65 
*Na falta de tratados/acordos internacionais: princípio da reciprocidade. -> Ver como o país 
em questão lidou com casos iguais e toma-se a mesma decisão. 
 
Imunidade Parlamentar: 
- Civil e criminal. 
- Parlamentares possuem privilégios funcionais. Ou seja, somente em relação à atos 
que envolvem a sua função. 
- Imunidade Parlamentar Material: “Desde que cometido o fato no exercício da função, 
não responde por delitos de opinião ou de palavra.” - Nesses casos os deputados e 
senadores ficam livres do inquérito policial e do processo criminal. 
- Imunidade Parlamentar Formal: Os membros do Congresso Nacional não poderão 
ser presos, exceto quando pegos em flagrante de crime inafiançável. Garante a 
inviolabilidade pessoal, evitando processos tendenciosos. 
 
> Extradição 
- Entrega de uma pessoa, ordenada pelas autoridades do país em que se encontra, 
refugiada ou não, ao país que reclama essa entrega, para que, neste, seja julgada 
por crime de que é acusada. 
- Extradição ativa: pedido solicitado para o Estado entregar uma pessoa. 
- Extradição passiva: quando o Estado entrega a pessoa. 
Requisitos para extradição: 
1) Exame prévio do STF; 
2) Existência de convenção ou tratado firmado com o Brasil. Se não, aplicar o princípio 
da reciprocidade. 
3) Existência de sentença final condenatória impositiva de pena privativa de liberdade 
ou prisão preventiva decretada por tribunal competente. 
4) O ser extraditando deve ser estrangeiro. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o 
naturalizado em caso de crime cometido antes da naturalização, ou comprovado 
envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. 
5) O fato deve ser crime na lei brasileira e do Estado requerente. 
6) A pena máxima da privativa de liberdade deve ser superior à 1 ano na legislação 
brasileira. 
7) O crime não pode ser político ou de opinião. 
8) O extraditando não pode estar sendo processado, nem condenado ou absolvido no 
Brasil pelo mesmo fato que fundamenta o pedido. Ninguém pode ser condenado 
duas vezes pela mesma coisa. 
9) Se o Brasil for incompetente para julgar e o país requerente deve provar, então, que 
ele mesmo é competente. 
10) O extraditando não pode ser submetido à tribunal de exceção. 
11) Não pode ser extinta a punibilidade por prescrição. 
12) Não pode ser considerado refugiado pelo governo brasileiro. 
 
> Deportação e expulsão 
Expulsão - Estrangeiro que de qualquer forma atenta contra a segurança nacional, a ordem 
política e social, a tranquilidade pública, moralidade pública, economia popular ou a sua 
presençase torne nociva à convivência social. 
 
UNIDADE 5 - CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
> Considerações preliminares 
Conflito - possibilidade de aplicação de duas normas ao mesmo contexto fático é uma mera 
aparência. Se aplicarmos os princípios, não é possível esse conflito efetivo. 
 
> Princípios regentes 
Princípio da especialidade - LIND; a norma especial prevalece em relação a norma geral. 
Exemplo: mãe mata filho. Homicídío (sim), mas infanticídio trata de forma mais 
específica desse tipo penal. 
 
Princípio da subsidiariedade - há um tipo penal maior, quando este não for aplicável, 
recorre-se à um tipo penal menor, subsidiário. 
Subsidiariedade tácita - desclassificação do tipo penal maior na prática. 
Subsidiariedade expressa - alguns tipos penais fazem expressa menção a sua 
aplicação subsidiária. Exemplo: art. 132, CP - perigo para a vida ou a saúde de outrém. 
 
Princípio da absorção - diz respeito ao crime que é absorvido por um crime posterior. 
Exemplo - lesão corporal seguida de homicídio. 
 
Princípio da alternatividade - aplicação alternativa de um dos verbos existentes em um tipo 
penal. 
 
UNIDADE 6 - EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE DELITO 
> Classificações das infrações penais 
Aspecto formal - a infração penal é o que está tipificado na lei, na norma penal 
incriminadora, sob ameaça de pena. 
Aspecto material - comportamento humano causador de relevante e intolerável lesão, ou 
perigo de lesão ao bem jurídico tutelado, passível de sanção penal. 
Aspecto analítico - o crime é: fato típico + ilícito + culpabilidade 
- Fato típico: conduta dolosa ou culposa, omissiva ou comissiva. Possui 
resultado. Há um nexo de causalidade entre a conduta e o resultado. 
- Ilicitude: contrariedade que existe entre a conduta e o ordenamento jurídico. 
- Culpabilidade: é o juízo de reprovação pessoal que se faz sobre a conduta 
ilícita do agente. 
Elemento da culpabilidade: 
- Imputabilidade: a capacidade que tem a pessoa que praticou certo ato, 
definido como crime, de entender o que está fazendo e de poder determinar 
se, de acordo com esse entendimento, será ou não legalmente punida. 
Crime formal: 
- É crime de atividade. 
- Independe do resultado, basta que a conduta seja realizada. 
- Comporta o resultado (dano), mas não depende dele. 
- Não precisa do resultado para ser configurado. 
- Exemplo: injúria verbal. 
Crime material: 
- Efetiva lesão ao bem jurídico. 
- Exemplo: homicídio. Só se consuma com a morte, com o resultado. 
- Lesão à vida, liberdade, honra, patrimônio, etc. 
Crimes de mera conduta: 
- É crime de atividade. 
- O resultado naturalístico não só não precisa ocorrer para a consumação do 
delito, como ele é mesmo impossível. 
- Exemplo: O crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido é de 
mera conduta e de perigo abstrato, ou seja, consuma-se independentemente 
da ocorrência de efetivo prejuízo para a sociedade, e a probabilidade de vir a 
ocorrer algum dano é presumida pelo tipo penal. 
Crime de dano: que provoca dano material. 
Crime de perigo: que expõe o bem jurídico ao perigo. 
- Concreto: quando precisa se analisar o caso em questão para verificar se 
houve crime de perigo ou não. 
- Abstrato: quando existe lei que pressupõe o dano. Dano presumível. 
 
> Crime doloso, culposo e preterdoloso 
Art. 18, parágrafo único, Código Penal Brasileiro: 
“Salvo os casos previstos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como 
crime, senão quando o pratica dolosamente.” 
Crime doloso: quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. 
Crime culposo: quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou 
imperícia. 
Crime preterdoloso: quando o agente pratica uma conduta dolosa (de culpa, com intenção), 
menos grave, porém obtém um resultado danoso mais grave do que o esperado. Exemplo: 
vai assaltar, manuseia errado a arma na hora de apontar para ameaçar e acaba matando. 
 
> Crime unissubjetivo e plurissubjetivo 
Crime unissubjetivo: crime se configura com apenas uma pessoa. Pensado por uma única 
pessoa. 
Crime plurissubjetivo: só se configura com mais de um sujeito ativo. 
 
> Crime Unisubssistente e Plurisubssistente 
Crime unisubssistente: único ato compõe a conduta. 
Crime plurisubssistente: vários atos que compõem a conduta. 
 
> Crime instantâneo e permanente 
Crime instantâneo: a consumação ocorre num só momento, num instante, sem continuidade 
temporal. Para identificá-los basta analisar o verbo descrito no tipo penal. São verbos do 
tipo que não permitem uma permanência no tempo, exigem uma conduta instantânea: 
subtrair, destruir, adquirir, constranger, praticar. Ou seja, não é possível que alguém 
subtraia um objeto e continue subtraindo-o ao longo do tempo, ou destrua um bem em uma 
conduta constante, permanente. 
Crime permanente: tem momento consumativo que se prolonga no tempo. É a clássica 
afirmação de que o crime permanente é aquele que se protrai no tempo. Ou seja, a 
consumação continua ocorrendo enquanto perdurar determinada situação. 
Os crimes permanentes também são identificados conforme o verbo do núcleo do tipo. São 
verbos (condutas) que permitem uma constância, permanência no tempo: portar, manter, 
privar, ocultar. 
 
> Crime livre e vinculado 
- Quanto à forma: 
Crime livre: aquele que pode ser executado por qualquer forma ou meio. Exemplo: 
homicídio, independente da forma como se mata. 
Crime vinculado: em que a lei especifica a forma de ataque ao bem jurídico. Exemplo: 
Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro, no artigo diz as formas que atrapalham o 
serviço dessas estradas. 
 
> Crime progressivo e progressão criminosa 
Progressão criminosa: quando durante a prática ilícita muda o dolo. Exemplo: dolo inicial de 
provocar lesão, mas no meio da prática decido causar homicídio. 
Crime progressivo: 
 
> Crime habitual e profissional 
Crime habitual: prática reiterada. Hábito ou estilo de vida. Exemplo: curandeirismo. 
Crime profissional: quando ocorre exigência financeira ou patrimonial como recompensa. 
 
> Crime exaurido 
- Quando o bem jurídico já foi afetado pela conduta do agente, mas ainda há outros 
prejuízos evidenciados. 
Exemplo - sequestro se consuma na hora do rapto, e o crime é exaurido quando o sujeito 
ativo do sequestro recebe a fiança. 
 
> Crime comum, próprio e de mão própria 
Crime comum: não exige qualquer qualidade especial seja do sujeito ativo ou passivo do 
crime. O crime de homicídio é comum: pode ser praticado por qualquer pessoa contra 
qualquer pessoa. 
 
O crime próprio: exige uma qualidade especial do sujeito; qualidade esta exigida no próprio 
tipo penal. O crime de estupro, antes da reforma introduzida no Código Penal pela Lei nº 
12.015/09 era um crime próprio, pois exigia a qualidade “mulher” do sujeito passivo. 
 
UNIDADE 7 - A AÇÃO 
> Considerações preliminares 
Conduta: 
- Consciente e dirigida para uma finalidade. 
- Ação e omissão. 
- Externas - toda conduta tem que ser exteriorizada para conter um tipo penal descrito 
em lei. O conteto interno/psicológico é irrelevante. 
- Voluntária - só será apreciada pelo direito a ação voluntária. 
- A conduta apreciada pelo Direito Penal é o movimento ou abstenção do movimento. 
Fazer ou deixar de fazer algo. 
- Conduta é o núcleo do tipo penal. Exemplo: “matar”. 
- Atoé o momento da conduta. 
Ação: atividade descrita no núcleo (verbo) do tipo penal. 
 
> Teorias da ação 
- Teoria Naturalista: a conduta é vista como um simples comportamento, instintivo, do 
ser humano. Fracassando por descolar a conduta do contexto social. 
- Teoria Social da Ação: a conduta é a realização de um resultado que é socialmente 
relevante. Fracassa ao considerar apenas o resultado. 
- Teoria Finalista da Ação: analisa a finalidade da conduta. Possibilidade de analisar 
casos de omissão. 
 
UNIDADE 8 - A OMISSÃO 
> Considerações preliminares 
Omissão: deixar de fazer algo com dolo ou culpa. 
Teorias da omissão: 
- Naturalista: a omissão é uma forma de comportamento que pode ser apreciada 
pelos sentidos, sem que seja preciso evocar a norma penal. 
- Normativa: não é qualquer omissão que é interessante para o Direito Penal. 
Omissão é não fazer algo que o sujeito tinha a possibilidade de concretizar e que ao 
não realizar causa dano ao bem jurídico. 
> Crimes omissivos próprios 
Art. 135, Código Penal Brasileiro - omissão de socorro. 
- É deixar de fazer, omitir. 
- Se faz na própria conduta negativa, independente de qualquer resultado posterior. 
 
> Crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão 
Quando o agente garantidor tem o dever de agir e não age. Exemplo - salva-vidas que 
assiste a um afogamento. 
 
> A posição de garantidor 
O garantidor tem o dever jurídico de impedir o resultado. 
Dever jurídico: 
- Mandamento legal específico. 
- Tornou-se garantidor por meio de relação jurídica ou concreta. 
- Ato precedente determina essa obrigação. 
 
UNIDADE 9 - RELAÇÃO DE CAUSALIDADE 
Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem 
lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria 
ocorrido. 
- Nexo de causalidade: sucessão de atos que geram um resultado. 
> Teoria da equivalência das condições 
- Critério do juízo hipotético de eliminação: ver o que é causa do resultado ou não. 
Causa não pressupõe culpa. 
Essa teoria diz que quaisquer das condutas que compõem a totalidade dos antecedentes é 
causa do resultado, como, por exemplo, a venda lícita da arma pelo comerciante que não 
tinha idéia do propósito homicida do criminoso comprador. Essa teoria costuma ser 
lembrada pela frase ​a causa da causa também é causa do que foi causado​ . Contudo, 
recebe críticas por permitir o regresso ao infinito já que, em última análise, até mesmo o 
inventor da arma seria causador do evento, visto que, se arma não existisse, tiros não 
haveria; 
- Aplicada no Brasil. 
 
> Outras teorias da conduta 
Teoria da causalidade adequada: considera como causa enquanto apta e adequada para 
gerar o resultado. Portanto, a venda lícia de armas não seria considerada causa. Nesse 
caso, o fabricante da arma não vai ser enquadrado como culpado porque não se verifica 
dolo ou culpa. 
 
Teoria da imputação objetiva: está sendo estudada. Diz que a causa é um comportamento 
que cria risco não tolerado ao bem jurídico. Os elementos que compõem a causa são os 
que criam o crime. 
 
> Causas absolutamente independentes 
- Por si só produzem o resultado. 
 
> Causas relativamente independentes 
Concausas: causas que se aderem para produzir o resultado. 
- Pré-existente: Exemplo - Pretendo matar pessoa que está doente. Se fosse outra 
pessoa, saudável, talvez não morresse. Doença pré existente. NÃO CORTA O 
NEXO DE CAUSALIDADE. 
- Concomitante: Exemplo - tiro na pessoa, ela cai e bate a cabeça. Morte causada 
pela queda. NÃO CORTA O NEXO DE CAUSALIDADE. 
- Supervenientes: é necessário averiguar cada caso, pois pode cortar o nexo de 
causalidade. É a causa que atua após a conduta do agente. "A" administra dose letal 
de veneno para "B". Enquanto este último ainda está vivo, desprende-se um lustre 
da casa, que acaba por acertar qualquer região vital de "B" e vem a ser sua causa 
mortis. 
 
> Relevância causal da omissão

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