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os manuscritos do mar morto 1

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Os manuscritos do Mar Morto 
 
 
Os manuscritos Qumran 
Ano de 1947/Fevereiro - Um jovem pastor beduíno descobre 7 manuscritos antigos em uma caverna acima do 
Khirbet Qumran (ruína- em árabe), quando andava a cata de uma ovelha perdida. No mesmo ano o Professor 
Eliezer Sukenik - Universidade Hebraica - Toma conhecimento da descoberta. Em 1948 o Presidente da ASOR 
- American School of Oriental Research , mais tarde, Instituto Albright de Jerusalém - John C. Trevor, autentica 
o manuscrito de Isaías como sendo o documento hebraico o mais antigo dentre todos os conhecidos até então 
e o arqueólogo americano, William Albright (American School) confirma Trevor no mês seguinte. Trevor anuncia 
a sua descoberta na importantíssima , revista BAR - Biblical Archeologist. Surge a "Hipótese ESSÊNIA" O 
professor Eliezer Sukenik lança a "Hipótese Essênia" , ou seja , a hipótese de que os documentos Qumran 
eram originários dos essênios , ou os 'Therapeutae" , seita constituída por pacíficos ascetas, , baseando-se nos 
historiadores Josephos e Philos de Alexandria. Em 1950, André Dupont Sommer - Professor de Língua e 
Civilização Semita ( Sorbonne ) - pública as suas impressões sobre a "Hipótese Essênia" e completa a 
hipótese: Os manuscritos haviam sido compostos ali mesmo, em uma parte ainda inexplorada do Khirbet 
Qumran. Com a permissão de G.L.Harding - Diretor de Antiguidades jordânicas - O Padre dominicano Roland 
de Vaux - Diretor da École Biblique de Jerusalém mantida pelo governo francês - já havia inspecionado a 
caverna 1 , onde foram encontrados os primeiros manuscritos e iniciava trabalhos de arqueologia, sem ser um 
arqueólogo, no Khirbet Qumran - ano 1951. Em 1952 é encontrado o misterioso e controvertido "Manuscrito de 
Cobre" - gravado no cobre - na Caverna 3 , pela equipe da ASOR. Kando, um antiquário que tornou-se famoso 
devido ao "affair " Qumran , vende uma pilha de documentos para o padre de Vaux. O dominicano Localisa a 
mais fértil dentre todas as cavernas: A Caverna 4 e nela encontra os fragmentos do "Manuscrito de Damasco" , 
já descoberto íntegro, anos antes, na Cidade do Cairo-Egito, em um "Genizah" (depósito, geralmente, de 
sinagogas) , o CD, como é denominado o documento, é o comumente usado pelos especialistas devido ao seu 
bom estado de conservação ., Em 1953, o Padre de Vaux adere totalmente à "Hipótese Essênia" , promulgada 
por Sukenik e afirma, categoricamente, que os escribas essênios elaboraram os documentos em um 
"Scriptorium" situado em um monastério local (segundo ele) em ruínas, devido a um terremoto. Harding 
convoca pessoas e monta o "International Team" -Equipe Internacional - para estudar os manuscritos 
"oficialmente". 
 
O "INTERNATIONAL TEAM" - ANO DE 1953 
Diretor do Projeto: Padre Roland de Vaux - França 
Estados Unidos: Frank More Cross - MC Cormick Theological Seminary - ligado ao "Instituto Albright (ASOR) de 
JerusalémMonsenhor Patrick Skehan - Universidade Católica e diretor do "Instituto Albright". 
Inglaterra: John Allegro - Universidade de Manchester - o mais brilhante, o mais inteligente e capaz de toda 
equipe, o único possuidor de um grande status científico já comprovado e ateu confesso. Foi o "mártir" do 
Qumran! Os membros da "Equipe"o sacrificaram sem piedade. 
John Strugnell - Universidade de Oxford, onde , fazia o seu 
Doutorado e quem, mais tarde, foi discípulo de Frank Cross 
França: Dominique Bharteleny e o Padre Starcky, nomeado pela "Ecole Biblique" - especialista em aramaico. 
Alemanha: Clauss - Hunno Hunzinger, substituído por outro sacerdote francês, Padre Maurice Baillet. 
Polônia /França: Padre Joseph Milik, naturalizado francês, braço direito e confidente do Padre Roland de Vaux , 
indicado pela "Ecole Biblique". O Padre Milik obteve o "filé" dos manuscritos, posteriormente largou a batina, 
casou-se e vive anonimamente em Paris. Devido a vários acontecimentos ocorridos entre esta equipe e os 
cientistas que desejavam estudar os manuscritos ou que discordavam das interpretações ortodoxas dos textos 
e das origens dos pergaminhos, o Padre de Vaux e seus comandados foram lembrados como sendo - A NOVA 
INQUISIÇÃO - e a encarnação do livro de Umberto Eco - O Nome da Rosa - "A Sala dos Pergaminhos onde se 
realizava o trabalho de pesquisa e que apresentava uma atmosfera quase monástica e que visava a 
exclusividade do conhecimento a que se agarravam os monges do "O nome da Rosa". ("As Intrigas em Torno 
dos Manuscritos do Mar Morto". Baigent e Leigh - ed.Imago - pág.53). 
 
O "CONSENSO" 
Na década de sessenta, o Padre Jesuíta Robert North e o historiador Robert Eisenman cunharam o termo 
"Consenso" relativo à ortodoxia de interpretação dos textos imposta pela "Equipe Internacional" comandada 
pelo Padre de Vaux. Fugir do "Consenso" era o mesmo que cometer uma heresia. Dogmas e mais dogmas 
foram criados e impostos pelo "Consenso" e depois expostos nos livros escritos pelo Padre Milik, por Frank 
Cross e pelo próprio de Vaux , que , por incrível que pareça, era reconhecidamente um "anti-semita" que não 
permitia aos cientistas judeus, o acesso aos textos dos seus próprios ancestrais. 
 
Anti-Semitismo - "Equipe Internacional" 
 
No dia 28 de Outubro de 1990, John Struguell , então no cargo de Diretor do Projeto ( de Vaux e seus 
sucessores haviam falecido no decorrer dos trinta e oito anos do trabalho de tradução e monopólio dos 
manuscritos) , forneceu uma violenta entrevista ao jornal HÁ-ARETZ de Tel-Aviv , para o repórter Avi Katzman , 
declarando-se Anti - Semita e exigindo do repórter que a sua entrevista deveria ser traduzida e publicada em 
inglês, em outro jornal de língua inglesa. Hershel Shanks dedica um capitulo sobre este "affair" no seu livro 
"Para Compreender os Manuscritos do Mar Morto" - ( Presidente da revista BAR e da Biblical Archeology 
Society) . Com o escândalo formado, Strugnell foi afastado do seu cargo por "anti-semitismo, nazismo e 
alcoolismo" , julgaram-no também um doente, suas faculdades mentais afetadas, talvez , pelo alcoolismo. 
Posição assumida pela BAR e Hershel Shanks em um editorial: 
 
Ë óbvio que não se pode permitir que Strugnell continue atuando como editor-chefe dos Manuscritos do Mar 
Morto. Quando uma pessoa com suas convicções lida com tais documentos, ele só pode conspurca-los. 
Fazemos essa afirmação independente do seu brilho e competência como estudioso. 
Obra citada - pág 287) publica a entrevista completa 
 
Karma? 
Strugnell foi um dos implicados na destruição de John Allegro pelo Padre de Vaux e seus asseclas , por 
manifestar-se contra o "Consenso" e possuir outras idéias a respeito das traduções. Segundo os especialistas, 
Allegro foi difamado, humilhado, desacreditado e afastado da Equipe. Morreu, subitamente, isolado de todos, 
com a sua carreira destruída e tentando dedicar-se a um outro projeto. 
 
A Revolta contra o Monopólio dos Manuscritos . (38 anos) 
("O Nome da Rosa")depoimentos: 
"Vocês jamais verão estes manuscritos em todo o tempo em que durar as sua vidas". (1986 - Palavras ditas ao 
Dr. Robert Eisenman pelo "Curador dos Textos do Museu de Israel.) 
A frase que se tornou antológica: "A maior descoberta Hebraica de manuscritos está se tornando, rapidamente, 
o escândalo acadêmico por excelência do século XX". Geza Vermes - Doutor em teologia (Louvain) e Professor 
Emérito do Wolfson College - Professor de Oxford - "Honoris Causa das Universidades de Edinburgo, Durhan e 
Sheffield. 
 
"Afinal de contas, os textos são parte da "História da Humanidade"e da "Civilização que cresceu no Oeste!" The 
Dead Sea Scrolls Uncovered"- Element Books. 
O "International Team" criou, instantaneamente, sábios "super-stars". Ao invés de um John Allegro um John 
Strugnell , de um Robert Eisenmanum Frank Cross, de um Michael Wise um Emile Puech" - Penguin Books. 
"Somos, no Mundo Acadêmico , dedicados à "Ciência" e ao livre debate, onde as teorias "opostas" as nossas 
são tratadas com respeito e não detestadas, o crescimento do que, em matéria de religião, poderia ser 
chamado de "cúria", neste caso, "Cúria Acadêmica", promovendo suas próprias teorias enquanto condena as 
dos seus oponentes."Robert Eisenman. 
 
"Alguma coisa como a supressão do conhecimento estava acontecendo. 
Tive a percepção de que a Igreja Cristã era um terreno protegido. Nada poderia ser igual a ela: era única". Dra. 
Bárbara Thiering PH.D - teóloga. 
 
"O ataque as qualidades e status de John Allegro, feitos pelo Padre Roland de Vaux , chefe da Equipe 
Internacional, não procedem em nada do que cientificamente, tenha valor. "Norman Golb - "Who wrote The 
Dead Sea Scrolls?" 
 
"A relutância em publicar-se os manuscritos remanescentes é porque as idéias neles encontradas poderiam 
destruir a teoria convencional de que estes textos derivaram de uma seita que viveu as margens do Mar 
Morto?". Norman Golb - Catedrático de "História e Civilização Judaica". U. Chicago. 
"O Padre de Vaux, dominicano, diretor da École Biblique de Jerusalém e chefe da (1ª) Equipe Internacional, 
pareceu-me um bruto irascível e até um tanto amalucado". David Price Jones. 
 
Referindo-se a de Vaux: "Em primeiro lugar, ele não era apenas um católico praticante, mas um monge e assim 
dificilmente poderia atuar com equilíbrio e imparcialidade ao lidar com material religioso de natureza tão 
sensível e até mesmo explosiva". Michel Baigent e Richard Leigh 
 
"Descobertas de manuscritos despertam os piores instintos em estudiosos que, não fosse por isso, agiriam 
normalmente". Prof. James B. Robinson(diretor da equipe tradutora dos Manuscritos de Nag-Hammadi). 
 
"Como um pequeno círculo de estudiosos foi capaz de dominar um campo de pesquisas durante várias 
gerações (mesmo que alguns deles já tivessem falecido há vários anos) e de continuar a faze-lo através do seu 
controle sobre cursos de pós-graduações, da colocação de sua roda de estudantes e bolsistas nas mais 
prestimosas cátedras acadêmicas". Robert Eisenman em entrevista ao New York Times. 
 
"A Equipe Internacional" governada, até onde se pode avaliar, em grande parte pelas convenções , pela 
tradição, pelo corporativismo e pela inércia, o "grupinho" que detém a posse dos manuscritos "tem as iguarias, 
que vai distribuindo aos bocadinhos". Isto lhes proporciona "status", poder acadêmico e uma formidável "ego 
trip". BAR ( Biblical Archeological Review - Herschel Shanks) pelos manuscritos, podemos traçar uma nova 
continuidade e, finalmente, obtermos uma compreensão do drama que culminou no Cristianismo... 
Qumran talvez seja , mais do que Belém, o berço do Cristianismo." E.Wilson com esta frase cutucou fundo a 
ferida, o assunto dos mais evitados pela "Equipe Internacional": A datação dos documentos. 
 
"O Novo Testamento é ensinado como sendo HISTÓRIA acontecida no séc. I , o que não é verdade. A doutrina 
cristã, verdadeiramente", dita o que deve ser feito". Philip Davies - Professor de Estudos Bíblicos da U. de 
Sheffield e autor de dois livros sobre Qumran. Entrevista fornecida aos 10/10/1989. 
"Os manuscritos são um feudo e a Equipe Internacional "uma Cabala!" Shemaryahu Talmon - eminente 
professor israelense ligado a matéria. 
 
Os Manuscritos - (os mais polêmicos) 
O Manuscrito de Cobre (3 Q Treasure) 
Descoberto na Caverna 3 em Outubro de 1952. Sempre foi considerado um "Manuscrito Misterioso" . Gravado 
no cobre, um metal valioso naqueles tempos, parece querer dizer: Sou único e a minha mensagem é tão 
valiosa quanto o metal do qual fui feito . O "Manuscrito de Cobre" faz menção a sessenta e quatro locais onde 
estão escondidos tesouros ...... é escrito em estilo frio e sem pretensão literária. A "Equipe Internacional"acabou 
por negar a autenticidade dos dizeres do manuscrito, atribuindo-os á "Lendas antigas" por temer três 
problemas, sendo que dois deles são justificáveis: 
 
1- Apreensão do documento e do "Tesouro"(caso fosse encontrado) pelas autoridades israelenses e problemas 
com a Jordânia. O documento relaciona o tesouro em terras jordanianas . 
2- "Corrida ao Ouro" e a super-valorização no comércio clandestino dos manuscritos. 
 
3- O "Manuscrito de Cobre" joga por terra a famosa "Hipótese Essênia" , a seita de ascetas, pobre e desvalida, 
isolada em região despovoada. É ainda um marco cronológico dos outros documentos e concretiza a tese de 
que os Documentos Qumran vieram da Biblioteca do Templo e de várias outras Bibliotecas existentes em 
Jerusalém, escondidos antes da Revolta contra os romanos. 
 
Esta última tese tem sido defendida há trinta e oito anos por cientistas do porte de Norman Golb , Robert 
Eisenman e o alemão ( já falecido) Professor (K.H) Rengstorf da Universidade de Munster. A argumentação é a 
mais racional e a de maior credibilidade. 
 
O Manuscrito de Damasco ( CD ) datação 100 ªc. provável. 
Ou 
Preceito de Damasco ( 5 Q12, 6Q 15 e 4Q265-73) 
Há semelhanças patentes nas declarações dos documentos: "Regra da Comunidade" e o "Pergaminho da 
Guerra" , mencionando uma figura messiânica ( talvez duas ) que virão a "Damasco" - um "Interprete da Lei" 
chamado "Estrela" e um príncipe da linha de Davi - O Cetro - concentra-se depois no "Messias( o ungido ) de 
Aarão e Israel " Simão Bar Kochba denominou-se a "Estrela" e foi aceito por muitos como a encarnação do 
Messias de Aarão e Israel, supõe-se que ele foi , também, um descendente de Davi . Kochba, um valente 
guerreiro, enfrentou os inimigos com galhardia tornando-se num personagem de grande vulto na história 
hebraica. O "Manuscrito de Damasco" é concorde com a "Regra da Comunidade", execrando o casamento 
entre tios e sobrinhos e a "fornicação" , o comum durante a era Herodiana o que ajudou na datação do 
documento. As normas que este documento edita são idênticas às do manuscrito "Regras da Comunidade" , 
uma delas fere a "hipótese Essênia" , tão cara a de Vaux , pois fala do casamento e de filhos o que demonstra 
que o "Povo de Qumran" não era formado apenas por "essênios celibatários" . Em segunda instância, o 
documento menciona ( como se fosse uma regra geral ) as comunidades afiliadas em toda a Palestina, ao 
contrário do que a "Equipe Internacional"e os seus seguidores afirmavam ( e ainda afirmam, contrariando o 
testemunho do próprio documento ) . 
"Damasco" não é a cidade da Síria, helenisada e importante ( hoje, capital ) e sim Qumran, exemplo de um 
"Pesher"( comentário ) , para despistar os inimigos. 
Paulo , também, não foi à Damasco/Síria e sim a esta outra Damasco, segundo a técnica do "Pesher", ele 
converteu-se no "Caminho de Qumran". Neste documento surge o "Mestre da Justiça" (The Teacher of 
Rightheousness), o "Sacerdote Ímpio" ( The Wicked Priest ) que se desentenderão no que concerne a "Nova 
Aliança com Deus" feita na "Terra de Damasco". Esta controvérsia será descrita com clareza no "Pesher de 
Habacuc". 
( Datação por hipótese:100 a.c -: ausência de comentários sobre os kittin (romanos) cuja invasão não 
aconteceu antes de 70 a.c. Geza Vermes - "Os Manuscritos do Mar Morto." ) . 
 
O "Pesher"( comentário ) de Habacuc 
( 1 Q p Hab ) 
Uma verdadeira crônica da comunidade, relatando acontecimentos históricos. A disputa dos três personagens 
que se degladiam tendo por tema a "Nova Aliança"( Quatro outros textos falam, também, sobre o assunto ) . O 
assunto: A desobediência à lei, perpetrada por alguns dos pertencentes a Comunidade. Levados pela 
instigação do "Mentiroso" , quebram a lei e tornam-se desobedientes, o que desagrada ao "Mestre da Justiça". 
Há o outro personagem,um perverso, o "Sacerdote Ímpio". 
O "Consenso"(Equipe Internacional) e seus correligionários considerando o "Mentiroso" e o "Sacerdote Ímpio" 
como sendo a mesma pessoa. O professor Robert Eisenman prova que são dois indivíduos : O "Mentiroso" vive 
no seio da Comunidade e o "Sacerdote Ímpio" pertence ao templo. Eisenman considera que, além de 
"Mentiroso"o personagem é um traidor , porque foi aceito pelos comunitários e desertou deles. O "Sacerdote 
Ímpio" pertence ao templo é seu representante, o representante do "SISTEMA" do Templo e apesar de 'Ímpio", 
não traiu nada e nem ninguém. 
O "Sacerdote Ímpio" serve, também, como um Marco de datação , na hipótese de Eisenman : Se pertence ao 
Templo , o Templo ainda existia, o "Sacerdote Ímpio" agiu antes da destruição do Templo pelos romanos. 
Usando como base o "Pergaminho da Guerra", R.Eisenman arrazoa: ..."há referências que só podem indicar a 
Roma Imperial e não a republicana, a Roma do século I A.D. 
Quais? Tropas romanas fazendo oblações aos seus deuses. Josefos testemunha esta prática nos seus livros 
históricos, como anterior ao tempo da queda do Templo em 70 a.d. Na Roma Imperial o próprio imperador 
tornou-se deus e os seus símbolos passaram a ser impressos ( ou a sua imagem ) nos estandartes das suas 
tropas. O "Pergaminho da Guerra" , "do Templo" e o de "Damasco", portanto, indicam a era herodiana. 
Retorno da controvérsia encontrada no "Preceito de Damasco": { O Ímpio é o Sacerdote da Iniquidade, e o 
Justo } é o Mestre da Retidão... 
 
O Mentiroso 
O Pregador de Mentiras, que desviou a muitos para construir sua cidade de vaidades com sangue e para levar 
ao engodo toda uma congregação, fazendo com que muitos executassem um serviço de vaidades para sua 
glória pessoal, e que ficassem impregnados pelas (obras) ilusórias, para que seu trabalho fosse vão, e para que 
fossem punidos com o fogo por terem vilipendiado e desrespeitado os eleitos de Deus". 
"Ai daquele que faz com que seus vizinhos bebam; que derrama seu veneno até embriagá-los, para olhar seus 
dias de festa(::,15)". Interpretação: (Geza Vermes) - "Isto diz respeito ao "Sacerdote da Iniquidade" que 
perseguiu o "Mestre da Justiça" até a casa do seu exílio para confundi-lo com sua fúria venenosa". 
Focaliza a disputa entre o "Mestre da Justiça" e o "Sacerdote Ímpio", já abordada no Documento de Damasco e 
acrescenta mais um personagem, o "Mentiroso". - "Eisenman demonstrou de forma efetiva que os últimos (o 
"Sacerdote Ímpio" e o "Mentiroso"), não são a mesma pessoa. O "Mentiroso", ao contrário do "Sacerdote 
Ímpio", surge dentro da comunidade de Qumran, o "Sacerdote Ímpio" é um forasteiro". Eisenman elegeu São 
Paulo como o "Mentiroso" pela seguinte razão - "Foi penalizado por rejeitar a Lei da Aliança com Deus e por 
instituir o culto a Jesus. Nos "Atos dos Apóstolos" aparecem duas figuras poderosas e combatentes entre si: 
Tiago = a Lei e Paulo = Nova Religião 
"O "Mentiroso" escarneceu da Lei no meio de sua congregação inteira, "tirou muitos do bom caminho" e criou 
"uma congregação baseada na falácia", "estava carregado de obras de logro." 
R. Eisenman prossegue - " O "Mentiroso" não ouviu a palavra que o "Mestre da Justiça" recebeu da boca de 
Deus." - Eisenman justifica-se e relata que estas foram "exatamente", - "As transgressões pelas quais Paulo foi 
acusado nos "Atos" - transgressões que conduzem, no final dos "Atos", à tentativa da comunidade contra a sua 
vida." - O especialista ressalta a supersensibilidade de Paulo diante de acusações de prevaricação e perjúrio e 
cita 2 Coríntios 11, 31, onde Paulo jura que - "O Deus e Pai do Senhor Jesus... sabe que eu não minto." - Paulo 
se desespera e sente - " Um desejo obsessivo de se desculpar de acusações implícitas de falsidade." - R. 
Eisenman. 
 
"As Eras da Criação" (4q180) 
Quando os Filhos dos Deuses se Divertiam com as Filhas dos Homens 
Hershel Shanks, Presidente da Biblical Archeology Society, faz a apresentação de Ronald S. Hendel, da 
Southern Methodist University, para escrever um dos capítulos da sua coletânea - "Para se Compreender os 
Manuscritos do Mar Morto" - ed. Imago - (coleção Bereshit). E inicia: 
"Este capítulo mostra como os Manuscritos do Mar Morto são usados tangencialmente, como parte da solução 
para um dilema bíblico" (Hershel Shanks. 
Em seguida Hershel Shanks apresenta o exegeta Ronald S. Hendel e a sua "Brilhante e abrangente exegese 
dessa enigmática história". 
Admitindo que esta história tem "escandalizado" os leitores da Bíblia, Hendel acaba por parafrasear Hamlet - 
"Talvez existam mais coisas na Bíblia do que sonha a nossa vã filosofia". - Prosseguindo, no século XIX Julius 
Wellhausen queria anular esta história escandalosa das páginas da Bíblia - "É um bloco errático e fragmentado" 
-, mas o "bloco" continuou incluído gerando as maiores controvérsias e, até hoje, não convencendo à totalidade 
dos exegetas, sábios e especialistas do conteúdo das suas diversas versões explicativas. 
- "Os antigos comentaristas judeus e cristãos também se mostraram perplexos com a passagem". - E Ronald 
Hendel informa que a solução encontrada por eles foi o célebre "dourar a pílula", providência seguida também 
pelos rabinos, que firmaram posição na interpretação e tradução da expressão bene ha' elohim, não admitindo 
que o seu significado fosse o de "Filhos de Deus", substituindo-a por "homens honrados" e esquecendo-se de 
que Elohim é o plural de El - Deus -, portanto: Elohim teria sua tradução correta usando-se "deuses" e não 
homens. O douto e consagrado sábio, o húngaro doutor e professor Geza Vermes no seu livro "Os Manuscritos 
do Mar Morto" oferece a tradução atualizada do Manuscrito que narra esta tão vexamosa história: As Eras de 
Criação - (4Q180) encontrado na caverna 4 uma das cavernas mais férteis de Qumran. 
 
O texto ( fragmento) 
......... - " E a interpretação se refere a Hazazel e aos anjos que vieram ter com as filhas dos homens; e elas 
conceberam gigantes. E referente a Hazazel... e iniqüidade, e faze-los todos herdar a maldade ... julgamentos e 
o julgamento da congregação..."- 
Qual a interpretação dada ao texto por Ronald Hendel? Por partes: 
1. - "Nefilim, literalmente, significa "os caídos" - diz Hendel, todavia, não concordaram com ele os tradutores do 
hebraico que traduzem esta palavra como sendo proveniente da raiz "Naphal" que significa "descer ou cair para 
baixo" e "Nephilim" com o significado literal de "os que dos céus desceram ou caíram ou vieram para baixo, 
para a Terra". 
2. Comentando o texto como que - "saído de uma novela de sucesso" - Hendel prossegue - " Os Filhos de Deus 
(em hebraico bene ha' elohim) são conhecidos de vários textos da Bíblia Hebraica. Em Jó 1,6 e 2,1 os Filhos de 
Deus se apresentam a Jeohwah na divina assembléia celestial e, mais adiante, em Jó 38,7. Vemos que os 
Filhos de Deus estiveram ao lado de Jehowah na criação do mundo e ... Hendel vai citando a constância dos 
Filhos de Deus na Bíblia no salmo 89,7 e no salmo 29,1 e acaba por encontrar os Filhos de Israel. Como Israel 
não existia nesta época, ele deduz, para ter as suas terras repartidas entre as doze tribos de Israel, o que 
Hendel também admite, ele cita a "Septuaginta Grega", escrita no III século A.D. como sendo a tradução correta 
do texto original, original este do qual o autor não concede a identificação da fonte: Filhos de Deus e não Filhos 
de Israel, é aceito como forma correta e o mais antigo texto hebraico conhecido do Deuteronomio 32,8, texto de 
Qumran (fim do século 1 A.C. ao início do século 1 A.D.) confirma esta correção: Filhos de Deus, como 
tradução autêntica. Hendel, na sua explanação ressalta o papel importante dos Filhos de Deus no Antigo 
Testamento desde a época da Criação do Mundo", preservadonas tradições bíblicas. E fornece, desta feita, o 
ORIGINAL onde a Bíblia Hebraica buscou os seus textos: textos canaanitas do século XIV A.C. gravados em 
escrita cuneiforme em tábulas de argila, descobertos na antiga Ugarit em 1928. 
-"Nos mitos, epopéias e textos rituais de Ugarit, a expressão "Filhos de Deus" (bame ili ou bame ili-mi) ocorre 
com freqüência. No panteão canaanita o deus principal é EL... as raízes canaanitas dos Filhos de Deus nos 
propiciam um vislumbre, na Antigüidade, dessas figuras e tornam claro que se trata realmente de seres 
divinos". - (Hendel) 
E Hendel avança nos tempos recuando mais ainda no seio da antigüidade, buscando a origem dos Filhos de 
Deus que causaram e causam ainda tanta dor de cabeça. Os Fenícios, também conheceram os Filhos de Deus 
(ou descendentes) de El (especulo VIII a VII A.C.). Rendido pela sua estafante pesquisa, Hendel encontra-se 
com Atra-Hasis, antes do Dilúvio, na aurora dos tempos, na Babilônia, o Noé original ou seja: Atra-Hasis 
servidor dos deuses Enlil e Enki sumérios. 
Hendel afirma "acredito que originalmente, na primitiva tradição israelita, o motivo para o Dilúvio tenha sido a 
destruição dos Nefilim. O fato de os Filhos de Deus se unirem sexualmente às filhas dos homens criou um 
desequilíbrio cósmico e uma confusão na ordem cósmica. "O nascimento dos semideuses era uma ameaça à 
estrutura do universo". 
Sua conclusão: "As histórias continuam numa forma dialética, gerando as oposições e resolvendo-as, 
esboçando o tempo todo a transição de uma "natureza" mítica para uma "cultura" humana, de uma era quem 
que os humanos vivem nus e são imortais para uma era de roupas, mortalidade, trabalho pesado e nações - a 
era do mundo atual... Ema qualquer dos casos os semidivinos nefilim não mais existem no mundo presente. 
São os "caídos"". 
 
Fragmentos de um Apocripho do Gênesis (1QapGen) 
1º século a.C. 
"E eis que então eu pensei dentro de mim que ela tinha concebido por obra dos vigias celestes e que pelos 
santos ela (espaço deteriorado, ilegível)... e meu coração transformou-se dentro de mim a respeito desse 
menino. Por isso eu, Lamek, apressei-me e fui Ter com a filha do homem, minha esposa e lhe disse: /... eu juro 
pelo altíssimo, pelo Senhor da Glória, pelo Rei de todo o Universo/... (que não aceitarei (?) o filho do céu até 
que me tenhas comunicado tudo com sinceridade / com franqueza di-lo, pois, e não com mentira / pelo Rei de 
todo o Universo./ 
Resposta: De ti, o plantio deste fruto / e não de um estrangeiro qualquer, ou de algum "vigia ou filho do céu" /... 
Esta é a história da concepção de Noé e o Pe. Manoel Jimenez, como alguns dos especialistas, comenta: "O 
fragmento narra precisamente o nascimento de Noé, insistindo com admiração no peso inacreditável do 
menino. É possível então que seja filho dos "gigantes" (sic) do céu (figuras quase lendárias que aparecem raras 
vezes na Bíblia com o nome de Nefilim = gigantes)". O que nos diz o professor Geza Vermes? "A coluna II narra 
o manuscrito milagroso de Noé, cujo pai Lamec, suspeitava que sua mulher o enganara com um dos anjos 
caídos: "Eis que eu então pensei em meu coração que a concepção (devia)-se aos Guardiões e aos Santos... e 
aos Gigantes... e meu coração estava perturbado dentro de mim por causa desta criança." - 
Pe. Jimenez foi aluno da "École Biblique" e participou dos trabalhos da "Equipe Internacional", nos tempos 
liderados pelo Pe. Roland de Vaux O.P 
 
Conclusões sobre os Manuscritos Qumran 
Os textos são preciosos para a compreensão do cristianismo primitivo 
A igreja primitiva se desenvolveu sobre solo judeu, em grau muito maior do que se supunha anteriormente 
Em número maior do que anteriormente se suspeitava, as crenças e práticas da "Igreja primitiva" não lhe eram 
exclusivas" - James Vander Kam. 
E Shanks conclui: "... dúzias de livros e centenas de artigos foram escritos sobre a relação entre os textos 
Qumran e o Novo Testamento. Uma das principais conclusões de toda essa pesquisa é que os primitivos 
sistemas de doutrina e fé cristãs não eram únicos". 
Exemplo: O Sermão da Montanha. Autor do artigo: Pe. Emile Puech, da École Biblique de Jerusalém. 
"A pesquisa moderna enfatizou as conexões entre os ensinamentos de Jesus e outros movimentos sociais e 
ideológicos da época. Por outro lado, aquela combinação de idéias em particular foi e continua sendo única". 
Hershel Shanks. 
 
Quanto à evaporação da "Hipótese Essênia": 
Norman Golb apresenta a sua hipótese 
Citando a descoberta de manuscritos semelhantes aos encontrados em Qumran na fortaleza de Massada e em 
outros locais, a diversidade de assuntos dos textos muitos dos quais apresentavam costumes que os essênios 
jamais abraçariam, como o uso de "patuás'", descobertas arqueológicas (posteriores) que revelaram várias 
indicações de que Khirbet Qumran era uma fortaleza. Quanto a este último fato, os arqueólogos descobriram 
evidências comprobatórias de que a fortaleza foi invadida pelos soldados romanos em batalha acirrada. Golb 
apresenta ainda uma extensa lista de "CONTRASENSOS" para concluir: os Manuscritos Qumran pertencem à 
Biblioteca de Jerusalém e a várias outras bibliotecas da cidade santa: não foram assinados (exceção feita aos 
referentes à Bar Kochba), não possuíam colophons (assinaturas e datas). Robert Eisenman concorda e vai 
mais além: o povo de Qumran pertencia a um "Movimento Messiânico Militante" e xenofóbico da Palestina. O 
Hebrew Institute assinala o livro de Gabrielle Boccaccini (U-Michigan) ano de 1998 - "Beyond the Essene 
Hypothesis", onde a autora afirma que Qumran não foi o centro do movimento essênio, ao contrário, foi o local 
de um grupo extremista que se separou do bloco essênio/enochiano. 
 
Outras considerações consideradas importantes: 
Quem foram: 
a) O "Mestre da Justiça" 
b) O "Sacerdote Ímpio" 
c) O "Mentiroso"? 
Quase todos os autores pesquisados citam: 
Jacob Teicher - a) Jesus b) Paulo de Tarso c) Paulo de Tarso 
Geza Vernes - Os três pertenceram ao período hasmoniano 
Bárbara Thiering - a) João, o Batista b) Jesus c) Jesus. A teóloga explica: devido a um problema surgido com o 
nascimento de Jesus (contrariando a Lei) ele foi rejeitado por alguns hebreus como sendo um "bastardo" e o 
seu nascimento - mentira - (The man of the lie). 
Robert Eisenman - a) Tiago o Zadik (o Justo) como foi conhecido Tiago irmão carnal de Jesus Eisenman 
escreveu um livro de quase mil páginas - "James the brother of Jesus" - comprovando a sua tese; b) Anás, o 
sumo sacerdote, quem tramou a morte de Tiago; c) Paulo de Tarso. 
Gesa Vermes é o único que uniu o "Sacerdote Ímpio" e o "Mentiroso" em uma só pessoa. 
"Fomos ensinados a olhar e não - a VER" - Henry Wilson. 
Esta frase se presta às mil maravilhas, para definir o que se passou durante todos estes trinta e oito anos de 
estudos dos "Manuscritos Qumran". 
 
Bibliografia: 
"The Dead Sea scrolls and First Christians" 
"The Dead Sea Scrolls Uncovered" 
"James the Brother of Jesus" - todos de Robert Eisenman 
"Os Manuscritos do Mar Morto - Prof. Geza Vermes 
"As Intrigas em torno dos Manuscritos do Mar Morto - Michael Baigent/Richard 
Leigh 
"Para se Entender os Manuscritos do Mar Morto - Hershel Shanks 
"Os Misteriosos Habitantes do Deserto de Judá - Pe. Manoel Jimenez (ed. 
particular). 
"The Orion Center for the study of the Dead Sea Scrolls - Hebrew University - 
Jerusalém.

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