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www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO 2016 Direito Processual do Trabalho – Aulas 02 e 03 Arynna Manfredini 1 ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS ATO PROCESSUAL Os atos processuais são públicos, salvo quando o contrário determinar o interesse social e devem ser realizados em dias úteis, das 6h00 às 20h00 (cui- dado para não confundir com o horário das audiên- cias, que é das 8h00 às 18h00, com duração máxima de 5 horas, salvo em caso de matéria urgente). A penhora PODE realizar-se em domingos e feria- dos mediante expressa autorização do juiz, obser- vado o disposto no art. 5°, XI, da CF: ninguém pode penetrar na casa, asilo inviolável do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determina- ção judicial. Art. 770, CLT: Os atos processuais serão públicos, salvo quando o contrário determinar o interesse so- cial, e realizar-se-ão nos dias uteis das 6 às 20 horas. Parágrafo Único. A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante autorização ex- pressa do juiz. Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que de- vam ser assinados pelas partes interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença de 2 (duas) testemunhas, sempre que não houver procu- rador legalmente constituído. É possível obter certidão em processo que corre em segredo de justiça, desde que haja despacho do juiz. Art. 781, CLT: As partes poderão requerer certidões dos processos em curso ou arquivados, as quais se- rão lavradas pelos escrivães ou diretores de secreta- ria. Parágrafo Único. As certidões dos processos que correm em segredo de justiça dependerão de despa- cho do juiz ou presidente. TERMOS Termo é a redução escrita de um ato processual. Os atos processuais devem ser registrados. O obje- tivo do legislador é que os registros sejam feitos de forma indelével. Logo não se admitem termos lança- dos a lápis. Na CLT há três artigos que tratam de termos proces- suais: Art. 771, CLT. Os atos e termos processuais poderão ser escritos à tinta, datilografados ou a carimbo. Art. 772, CLT. Os atos e termos processuais, que de- vam ser assinados pelas partes interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados a rogo, na presença de duas testemunhas, sempre que não houver procurador le- galmente constituído. Art. 773, CLT. Os termos relativos ao movimento de processos constarão de simples notas, datadas e ru- bricadas pelos Chefes de Secretaria ou escrivães. Mesmo os atos processuais que podem ser pratica- dos de forma oral devem ser reduzidos a termo. PRAZOS Devem ser destacados dois momentos quanto aos atos processuais: a) O momento do início do prazo: o prazo inicia-se no dia da notificação ou da intimação. b) O momento do início da contagem do prazo: o início da contagem ocorre no primeiro dia útil subsequente ao dia no início do prazo. Art. 774, CLT. Salvo disposição em contrário, os pra- zos previstos neste Título contam-se (sem grifo no original), conforme o caso, a partir da data em que for feita pessoalmente, ou recebida a notificação, da- quela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justiça do Traba- lho, ou, ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juízo ou Tribunal. Parágrafo único - Tratando-se de notificação postal, no caso de não ser encontrado o destinatário ou no de recusa de recebimento, o Correio ficará obrigado, sob pena de responsabilidade do servidor, a devolvê- la, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal de origem. Art. 775, CLT. Os prazos estabelecidos neste Título contam-se (sem grifo no original) com exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento, e são contínuos e irreleváveis, podendo, entretanto, ser prorrogados pelo tempo estritamente necessário pelo juiz ou tribunal, ou em virtude de força maior, devidamente comprovada. Parágrafo único - Os prazos que se vencerem em sábado, domingo ou dia feriado, terminarão no pri- meiro dia útil seguinte. Destacam-se as seguintes súmulas referentes ao iní- cio e à contagem dos prazos processuais: Súmula 1, TST. PRAZO JUDICIAL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Quando a intima- ção tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO 2016 Direito Processual do Trabalho – Aulas 02 e 03 Arynna Manfredini 2 salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se seguir. Súmula 262, TST. PRAZO JUDICIAL. NOTIFI- CAÇÃO OU INTIMAÇÃO EM SÁBADO. RECESSO FORENSE (redação do item II alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 19.05.2014) - Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014 I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primei- ro dia útil imediato e a contagem, no subseqüente. (ex-Súmula no 262 - Res. 10/1986, DJ 31.10.1986) II - O recesso forense e as férias coletivas dos Minis- tros do Tribunal Superior do Trabalho suspendem os prazos recursais. (ex-OJ no 209 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) Quando a intimação ocorre no sábado, tem-se por re- alizada na segunda-feira (se dia útil), sendo este o dia do início do prazo e terça-feira (se dia útil) o dia do início da contagem do prazo. OJ 310, SDI-I, TST. LITISCONSORTES. PROCURA- DORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. ART. 191 DO CPC (art. 229, NCPC). INAPLICÁVEL AO PRO- CESSO DO TRABALHO ( DJ 11.08.2003) A regra contida no art. 191 do CPC (art. 229, NCPC) é inapli- cável ao processo do trabalho, em face de sua in- compatibilidade com o princípio da celeridade ine- rente ao processo trabalhista. O art. 229, do CPC, estabelece que litisconsortes, com procuradores diferentes, de escritórios de advo- cacia distintos, têm prazo em dobro. Como tal dispo- sitivo legal não se aplica ao Processo do Trabalho, tem-se que LITISCONSORTES COM PROCURA- DORES DIFERENTES NÃO TÊM PRAZO EM DO- BRO NO PROCESSO DO TRABALHO. Ainda quanto aos prazos, vale destacar que o Minis- tério Público têm prazo em dobro para manifestar-se nos autos, nos termos do art. 180 do NCPC. Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1o. É possível a interposição de recurso por fac-símile, perante os juízos nos quais ainda não foi implantado o PJ-e, n Súmula 387 RECURSO. FAC-SÍMILE. LEI Nº 9.800/1999 (inserido o item IV à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31/05/2011I - A Lei nº 9.800, de 26/05/1999, é aplicável somente a recursos interpostos após o início de sua vigência. (ex-OJ nº 194, da SBDI-1 - inserida em 08/11/2000) II - A contagem do quinquídio para apresentação dos originais de recurso interposto por intermédio de fac- símile começa a fluir do dia subsequente ao término do prazo recursal, nos termos do art. 2º da Lei nº 9.800, de 26.05.1999, e não do dia seguinte à inter- posição do recurso, se esta se deu antes do termo final do prazo. (ex-OJ nº 337 da SBDI-1 - primeira parte - DJ 04/05/2004) III - Não se tratando a juntada dos originais de ato que dependa de notificação, pois a parte, ao interpor o recurso, já tem ciência de seu ônus processual, não se aplica a regra do art. 184 do CPC quanto ao "dies a quo", podendo coincidir com sábado, domingo ou feriado. (ex-OJ nº 337 da SBDI-1 - "in fine" - DJ 04/05/2004) IV - A autorização para utilização do fac-símile, cons- tante do art. 1º da Lei n.º 9.800, de 26/05/1999, so- mente alcança as hipótesesem que o documento é dirigido diretamente ao órgão jurisdicional, não se aplicando à transmissão ocorrida entre particulares. Dos dispositivos legais e jurisprudenciais extrai-se que: a) Os originais devem ser juntados no prazo de 5 (cinco) dias contados do dia subsequente ao término do prazo recursal e não do dia subse- quente ao envio do fax. Assim, mesmo que o recurso seja enviado ao órgão do poder judiciário via fax no terceiro dia do prazo recursal, o quinquídio para apre- sentação dos originais conta-se do dia subsequente ao oitavo dia do prazo; b) O primeiro dos 5 (cinco) dias para a juntada dos originais pode coincidir com sábado, do- mingo ou feriado; c) Se o último dos 5 (cinco) dias recair em sábados, domingos ou feriados, o prazo prorroga- se para o próximo dia útil subsequente; d) O item IV da súmula, recentemente acrescentado pelo Pleno do TST, destaca que a lei 9800/99 permite a prática dos atos processuais por fax, mediante envio do documento diretamente ao ór- gão jurisdicional. Não admite que o documento seja transmitido entre particulares para, em seguida, ser encaminhado ao órgão jurisdicional. Assim, os com- provantes de depósito recursal e de custas proces- suais encaminhados da matriz do escritório de advo- cacia para a filial via fax e somente depois, ato contí- nuo, encaminhados ao órgão jurisdicional não são re- putados autênticos, segundo o entendimento do TST. Seguem os principais prazos trabalhistas: Hipóteses Prazo Fundamento Audiência Primeira de- simpedida depois de 5 (cinco) dias contados do recebimento Art. 841, CLT; www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO 2016 Direito Processual do Trabalho – Aulas 02 e 03 Arynna Manfredini 3 da notifica- ção; Defesa Verbal 20 minutos; Art. 847, CLT; Manifestação do Exceto em exceção de in- competência 24 horas; Art. 800, CLT; Razões Finais 10 minutos; Art. 850, CLT; Recurso ordi- nário 8 (oito) dias; Art. 895, CLT; Recurso de re- vista 8 (oito) dias; Art. 896, CLT; Embargos ao TST 8 (oito) dias; Art. 894, CLT; Agravo de pe- tição 8 (oito) dias; Art. 897, “a”, CLT; Agravo de ins- trumento 8 (oito) dias; Art. 897, “b”, CLT; Embargos de declaração 5 (cinco) dias; Art. 897-A, CLT; Pedido de Re- visão 48 horas; Art. 2º, § 2º, Lei 5584/70; Recurso extra- ordinário 15 (quinze) dias; Art. 102, III, CF e art. 266, § 1º do Regimento In- terno do TST; Embargos à execução 5 (cinco) dias contados da garantia do juízo; Art. 884, CLT. Ação rescisó- ria 2 (dois) anos contados do dia subse- quente ao trânsito em julgado; Art. 975, NCPC e súmula 100, I, TST; Inquérito judi- cial para apu- ração de falta grave 30 (trinta) dias conta- dos da sus- pensão do empregado; Art. 853, CLT; Mandado de segurança 120 (cento e vinte) dias contados da ciência do ato impug- nado; Art. 23, Lei 12016/2009; Prazo para o Ministério Pú- blico Prazo em do- bro; Art. 180, NCPC; Prescrição bie- nal 2 (dois) anos contados do término do contrato de trabalho; Art. 7º, XXIX e art. 11, CLT; Prescrição quinquenal 5 (cinco) anos conta- dos do ajui- zamento da ação; Art. 7º, XXIX e art. 11, CLT e súmula 308, TST; Litisconsortes com procura- dores diferentes Não têm prazo em do- bro; OJ 310, SDI-1, TST PARTES E PROCURADORES “JUS POSTULANDI” É a capacidade de postular pessoalmente em Juízo, sem a necessidade de representação por advogado. Na Justiça do Trabalho, diversamente do que ocorre no processo civil, a capacidade postulató- ria é facultada diretamente aos empregados e aos empregadores. Art. 791, CLT. Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. É importante observar que o referido artigo trata apenas de empregados e empregadores, por- tanto, para as novas ações acrescidas à competência da Justiça do Trabalho pela EC 45/2004, a represen- tação das partes por advogado será obrigatória. O TST firmou posicionamento no sentido de não ser conferida capacidade postulatória aos traba- lhadores não empregados, como se extrai do art. 5º, da IN 27/2005, que trata das normas procedimentais aplicáveis ao Processo do Trabalho em decorrência da ampliação da competência da Justiça do Traba- lho. Ressalte-se, entretanto, que o jus postulandi é limitado às varas do trabalho e aos Tribunais Regi- onais do Trabalho, conforme estabelece a súmula 425 do TST. Súmula 425, TST. O jus postulandi das partes, esta- belecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competên- cia do Tribunal Superior do Trabalho. Ressalte-se que, por força do art. 652, a, III, da CLT, aos dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice, aplica-se a CLT, inclusive o art. 791, que trata do jus postulandi. O mesmo ocorre com o trabalhador avulso, nos termos do art. 643, da CLT: www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO 2016 Direito Processual do Trabalho – Aulas 02 e 03 Arynna Manfredini 4 Art. 643. Os dissídios, oriundos das relações entre empregados e empregadores bem como de trabalha- dores avulsos e seus tomadores de serviços, em ati- vidades reguladas na legislação social, serão dirimi- dos pela Justiça do Trabalho, de acordo com o pre- sente Título e na forma estabelecida pelo processo judiciário do trabalho. REPRESENTAÇÃO POR ADVOGADO Na Justiça do Trabalho faculta-se a repre- sentação do empregado e do empregador por advo- gado, porém, caso seja esta a opção da parte, o ad- vogado deverá fazer constar nos autos a devida pro- curação. Sem esse instrumento de mandato, não po- derá ingressar nos autos. O artigo 104, do NCPC, aplicável ao Pro- cesso do Trabalho, ensina que, sem instrumento de mandato, o advogado não poderá ingressar em juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição, bem como in- tervir no processo para praticar atos reputados ur- gentes. Nesses casos, o advogado obrigar-se-á, in- dependentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogá- veis até outros 15 (quinze), por despacho do juiz. Art. 104, NCPC. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para prati- car ato considerado urgente. § 1o Nas hipóteses previstas no caput, o advogado deverá, independentemente de caução, exibir a pro- curação no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. § 2o O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, res- pondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. Entretanto, mesmo sem a juntada da procu- ração, a representação estará regularizada na forma do art. 791, § 3º, da CLT. Art. 791,§ 3º, CLT. A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a re- querimento verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada. As Súmulas 395, 383 e 456 do TST tratam das condições de validade do mandato. Observe-se: Súmula 395, TST. MANDATO E SUBSTABELECI- MENTO. CONDIÇÕES DE VALIDADE (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 108, 312, 313 e 330 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25/04/2005. I - Válido é o instrumentode mandato com prazo de- terminado que contém cláusula estabelecendo a pre- valência dos poderes para atuar até o final da de- manda. (ex-OJ nº 312 da SBDI-1 - DJ 11/08/2003). II - Diante da existência de previsão, no mandato, fi- xando termo para sua juntada, o instrumento de man- dato só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo. (ex-OJ nº 313 da SBDI-1 - DJ 11/08/2003). III - São válidos os atos praticados pelo substabele- cido, ainda que não haja, no mandato, poderes ex- pressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código Civil de 2002). (ex-OJ nº 108 da SBDI-1 - inserida em 01/10/1997). IV - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga passada ao substabelecente. (ex-OJ nº 330 da SBDI-1 - DJ 09/12/2003). Súmula 383, TST. MANDATO. ARTS. 13 E 37 DO CPC. FASE RECURSAL. INAPLICABILIDADE (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 149 e 311 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - É inadmissível, em instância recursal, o ofereci- mento tardio de procuração, nos termos do art. 37 do CPC, ainda que mediante protesto por posterior jun- tada, já que a interposição de recurso não pode ser reputada ato urgente. II - Inadmissível na fase recursal a regularização da representação processual, na forma do art. 13 do CPC, cuja aplicação se restringe ao Juízo de 1º grau. Súmula 456, TST. REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO. INVALI- DADE. IDENTI- FICAÇÃO DO OUTORGANTE E DE SEU REPRE- SENTANTE. (conversão da Orientação Jurispruden- cial no 373 da SBDI-1 com nova redação) - Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014 É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não contenha, pelo me- nos, o nome do outorgante e do signatário da procu- ração, pois estes dados constituem elementos que os individualizam. Segundo a Súmula 436, do TST, a União, os Estados, os Municípios e o DF, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de procuração e da compro- vação do ato de nomeação desses procuradores. É necessário, entretanto, que o signatário declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do seu número de inscrição na OAB. Súmula 436, TST. REPRESENTAÇÃO PROCES- SUAL. PROCURADOR DA UNIÃO, ESTADOS, MU- www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO 2016 Direito Processual do Trabalho – Aulas 02 e 03 Arynna Manfredini 5 NICÍPIOS E DISTRITO FEDERAL, SUAS AUTAR- QUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS. JUNTADA DE INSTRUMENTO DE MANDATO (conversão da Ori- entação Jurisprudencial nº 52 da SBDI-I e inserção do item II à redação) - Res. 185/2012, DEJT divul- gado em 25, 26 e 27.09.2012 I - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando repre- sentadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de ins- trumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação. II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao menos declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Relação de trabalho é diferente de relação de em- prego: Art. 5º, IN 27/2005, TST. Exceto nas lides decorren- tes da relação de emprego, os honorários advocatí- cios são devidos pela mera sucumbência. O TST adota corrente restritiva quanto aos honorários advocatícios sucumbenciais, estabele- cendo, nas súmulas 219 e 329, que, em regra, nas relações de emprego, não cabem honorários su- cumbenciais no processo do trabalho, exceto em um caso, quando presentes dois requisitos cumulativos: reclamante beneficiário da justiça gratuita + assistido por advogado de sindicato da categoria. Nesse caso, os honorários serão de até 15%, reversíveis ao sindi- cato da categoria. Súmula 219, TST. HONORÁRIOS ADVOCATÍ- CIOS. HIPÓTESE DE CABIMENTO (nova redação do item II e inserido o item III à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 I. Na Justiça do Trabalho, a condenação ao paga- mento de honorários advocatícios, nunca superiores a 15%, não decorre pura e simplesmente da sucum- bência, devendo a parte estar assistida por sindicato de categoria profissional e comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encon- trar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. II - É cabível a condenação ao pagamento de hono- rários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista. III - São devidos os honorários advocatícios nas cau- sas em que o ente sindical figure como substituto pro- cessual e nas lides que não derivem da relação de emprego. Súmula 329, TST. HONORÁRIOS ADVOCATÍ- CIOS. ART. 133 DA CF/1988 (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Mesmo após a promulgação da CF/88, permanece válido o entendi- mento consubstanciado naSúmula nº 219 do TST. Ressalte-se que, na Súmula 219, o item II foi modifi- cado e o III foi inserido pela Resolução 174 de maio de 2011 do Pleno do TST. Nos termos do art. 5°, da IN 27/2005, do TST, cabem honorários em decorrência da mera sucumbência na Justiça do Trabalho quando se tratar de ações relati- vas à nova competência da Justiça do Trabalho, nos termos do art. 20, do CPC, a razão de até 20% (vinte por cento). Art. 5º, IN 27/2005, TST. Exceto nas lides decorren- tes da relação de emprego, os honorários advocatí- cios são devidos pela mera sucumbência. JUSTIÇA GRATUITA E ASSISTÊNCIA JUDICIÁ- RIA GRATUITA Na Justiça do Trabalho, a assistência judici- ária será prestada pelo sindicato da categoria profis- sional a que pertencer o trabalhador. Desta feita, todo aquele que receber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal terá direito a assistência judiciária prestada pelo sindicato. O benefício também é garan- tido ao trabalhador que receber maior salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe permite demandar sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família (art. 14, § 1º, Lei 5584/70). Importante destacar que, na assistência judi- ciária, são cabíveis os honorários advocatícios rever- síveis ao sindicato assistente (art. 16, Lei 5584/70). Art. 14, Lei 5584/70. Na Justiça do Trabalho, a as- sistência judiciária a que se refere a Lei 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador. § 1º. A assistência é devida a todo aquele que perce- ber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ficando assegurado igual benefício ao trabalhador de maior salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe permite demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família. Art. 16, Lei 5584/70. Os honorários do advogado pa- gos pelo vencido reverterão em favor do Sindicato assistente. Nos termos do art. 105 do NCPC, a procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado pela parte, não habilita o ad- vogado a assinar declaração de hipossuficiência eco- nômica, que devem constar de cláusula específica. Para tanto exigem-se poderes especiais. www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO 2016 Direito Processual do Trabalho – Aulas 02 e 03 Arynna Manfredini 6 A justiça gratuita está prevista no artigo 790, §3 da CLT, o qual faculta aos juízes de qualquer instância conceder este benefício àqueles que re- ceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustentopróprio ou de sua família. Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho (sem grifo no original), a forma de paga- mento das custas e emolumentos obedecerá às ins- truções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. (...) § 3º. É facultado aos juízes, órgãos julgadores e pre- sidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instân- cia conceder, a requerimento ou de ofício (sem grifo no original), o benefício da justiça gratuita, in- clusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família. PROCEDIMENTOS NO PROCESSO DO TRABA- LHO O procedimento comum se divide em: SUMÁRIO: até 2 salários mínimos – [Lei 5584/70]; SUMARÍSSIMO: acima de 2 e abaixo de 40 salários mínimos – [Art. 852-A e ss, CLT]; ORDINÁRIO: mais de 40 salários mí- nimos; PROCEDIMENTO SUMÁRIO O procedimento sumário, instituído pela Lei 5.584/70, não está previsto na CLT. Tem por finali- dade garantir maior celeridade aos processos traba- lhistas cujo valor da causa não ultrapasse dois salá- rios mínimos. Essas causas trabalhistas, também chamadas de “dissídios de alçada”, possuem carac- terísticas relevantes, previstas nos parágrafos 3º e 4º do artigo 2º da referida lei: Quando o valor da causa for inferior a dois salários mínimos, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar, na ata, a conclu- são do juiz quanto à matéria de fato. Não caberá nenhum recurso das sentenças proferidas nas ações sujeitas a esse pro- cedimento, considerando o salário mínimo vigente na data de ajuizamento da ação, EXCETO se versar so- bre matéria constitucional, caso em que caberá a in- terposição de recurso extraordinário, que será apre- ciado pelo STF. Art. 2º, § 4º, Lei 5.584/70. Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das 0sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuiza- mento da ação. No mesmo sentido, tem-se a súmula 640, do STF: Súmula 640, STF. É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal. PROCEDIMENTO SUMaRíssimO A Lei 9.957/00 trouxe uma série de altera- ções no texto da CLT, entre elas a inserção dos arti- gos 852-A a 852-I, instituindo o procedimento suma- ríssimo. Seu intuito é privilegiar a celeridade e a eco- nomia processual. O procedimento sumaríssimo aplica-se aos dissídios individuais, cujo valor não exceda a 40 ve- zes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da ação. Art. 852-A, CLT. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vi- gente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo. Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Admi- nistração Pública direta, autárquica e fundacional. Esse procedimento não se aplica à adminis- tração direta, autárquica e fundacional. Às empresas públicas e sociedades de economia mista não se garante a mesma prerrogativa. Isto ocorre porque es- tas entidades exploram a atividade econômica, de modo que não seria lógico gozarem dos benefícios concedidos à administração pública no exercício de funções públicas. Isso ocasionaria uma desigualdade de mercado em relação aos particulares. O procedimento sumaríssimo não se aplica aos dissídios coletivos. O artigo 852-B da CLT apresenta os requisi- tos da petição inicial no procedimento sumaríssimo. Observe-se: www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO 2016 Direito Processual do Trabalho – Aulas 02 e 03 Arynna Manfredini 7 Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no proce- dimento sumaríssimo: I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indi- cará o valor correspondente; II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do recla- mado; III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento. (sem grifo no original) § 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquiva- mento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa. § 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do pro- cesso, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência de co- municação. No procedimento sumaríssimo é fundamen- tal que os pedidos formulados sejam líquidos. Em relação a cada pedido o reclamante deverá especifi- car qual é o valor requerido, sob pena de arquiva- mento da reclamatória trabalhista. Também ocorrerá o arquivamento do processo, se o reclamante não fornecer o endereço correto do reclamado, tendo em vista que é vedada a citação por edital neste proce- dimento. O procedimento, em regra, é definido com base no valor da causa. Entretanto, caso o recla- mante desconheça o endereço do reclamado, ainda que o valor da causa seja superior a dois e inferior a quarenta salários mínimos, o procedimento será or- dinário. Isso acontece porque no procedimento su- maríssimo não há citação por edital e, em nosso or- denamento jurídico, aplica-se o princípio constitucio- nal da inafastabilidade da jurisdição. No procedimento sumaríssimo a audiência é una (art. 852-C, CLT). Segundo o art. 852-B, III, da CLT, a audiên- cia na qual deverá se proferida a sentença deve ser designada para o prazo máximo de 15 dias, podendo, entretanto, ser interrompida. Neste caso, o seu pros- seguimento e a solução da lide devem ocorrer no má- ximo em mais 30 dias. Segundo o artigo 852-H da CLT, todas as provas deverão ser produzidas na audiência, ainda que não requeridas previamente. A audiência una obriga a parte a impugnar todos os documentos apresentados pela parte con- trária oralmente naquela sessão, salvo caso de ab- soluta impossibilidade, a ser apontada pelo juiz (art. 852-H, § 1º, CLT). As partes devem observar o limite máximo de duas testemunhas, as quais deverão comparecer es- pontaneamente na audiência (art. 852-H, § 2º, CLT) Caso a testemunha não se apresente, o juiz só determinará a intimação da mesma, diante da comprovação do convite. Após a intimação, se a testemunha não comparecer à audiência, será orde- nada a sua condução coercitiva (art. 852-H, § 3º, CLT) É possível produzir prova pericial no procedi- mento sumaríssimo, quando depender dela a prova do fato ou por imposição de lei. De imediato o juiz fixará o prazo, o objeto da perícia e nomeará o perito (art. 852-H, § 4º, CLT) As partes TERÃO O PRAZO COMUM de 5 dias para manifestação em relação ao laudo pericial (Art. 852-H, § 6º, CLT). Caso a audiência precise ser interrompida, o juiz deve providenciar que o seu prosseguimento e a solução do processo ocorram no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante, justificado nos autos (art. 852-H, § 7º, CLT). No procedimento sumaríssimo, conforme o artigo 852-G, da CLT, todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiên- cia e do processo deverão ser decididos de plano. O restante das questões será decidido na sentença. EM SÍNTESE: • Aplica-se aosdissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mí- nimo vigente na data do ajuizamento da re- clamação; • Não se aplica à administração direta autár- quica e fundacional; • O procedimento sumaríssimo não se aplica aos dissídios coletivos. • A audiência é una. A causa deve ser apreci- ada no prazo máximo de 15 dias. Entretanto, se for interrompida a audiência, o seu pros- seguimento e a solução do litígio poderão de- morar no máximo mais 30 dias. www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO 2016 Direito Processual do Trabalho – Aulas 02 e 03 Arynna Manfredini 8 • As provas deverão ser produzidas na audi- ência, ainda que não requeridas previa- mente. • O número máximo de testemunhas é de duas. Elas devem comparecer em audiência independentemente de intimação ou de noti- ficação. Caso não compareçam, o juiz só as intimará se comprovado o convite. E, se inti- madas, ainda assim não comparecerem, o juiz determinará sua condução coercitiva. • É possível produzir prova pericial no procedi- mento sumaríssimo, quando depender dela a prova do fato ou por imposição de lei. • Em audiência, o juiz fixará o perito, o objeto e o prazo. • Apresentado o laudo pelo perito, as partes terão o prazo COMUM de 5 dias para se ma- nifestarem. PROCEDIMENTO ORDINÁRIO É o procedimento mais utilizado na Justiça do Trabalho. Todas as disposições da CLT que não se referirem aos procedimentos sumaríssimo ou su- mário aplicam-se ao ordinário. AUDIÊNCIA NOÇÕES GERAIS As audiências no processo do trabalho serão públicas, salvo quando contrariar o interesse social (art. 93, IX, CF). Art. 5º, inciso LX, CF. A lei ó poderá restringir a pu- blicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. Serão realizadas no juízo ou tribunal, mas excepcionalmente poderão realizar-se em outro local mediante edital fixado na sede do juízo COM 24 HO- RAS de antecedência. O horário das audiências é das 8h00 às 18h00, em dias úteis, com duração máxima de 5 ho- ras contínuas, salvo quando houver matéria ur- gente. É permitida a convocação de audiências ex- traordinárias, desde que respeitada a regra de fixa- ção do edital na sede do juízo com 24 horas de ante- cedência. Há tolerância para atraso do juiz ou presi- dente é de até 15 minutos. Se após esse lapso tem- poral ele não houver comparecido, os presentes po- derão retirar-se e o ocorrido deverá constar no livro de registro de audiências (art. 815, § ú, CLT) A mesma regra não se aplica para as partes. OJ 245, SDI-I, TST. Inexiste previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da parte à au- diência. O juiz ou presidente é o responsável por manter a ordem na audiência, podendo determinar que se retirem do recinto aqueles que perturbarem a tranquilidade, e até mesmo autuar e prender os de- sobedientes por desacato (art. 816, CLT). Os atos processuais deverão ser registrados em ata, conforme o artigo 851, caput, da CLT. Não só os atos, mas todos os fatos relevantes, como as ausências, atrasos, requerimentos, protestos antipre- clusivos, providências determinadas pelo juiz etc. A ata será assinada pelo juiz (art. 851, §2º, CLT). NOTIFICAÇÃO: O termo notificação ora é utilizado pela CLT como sinônimo de citação, ora como sinônimo de in- timação. Uma vez ajuizada a Reclamatória trabalhista ela será distribuída para uma das varas do trabalho, na qual o escrivão no prazo máximo de 48 horas en- caminhará uma notificação para o reclamado compa- recer em audiência. Sobre a notificação: • a notificação é encaminhada ao reclamado, via postal, em registro postal com franquia (art. 841, § 1°, CLT), ou seja, com aviso de recebimento; • presume-se recebida no prazo de 48 horas, con- tados da sua postagem, sendo ônus do destinatário comprovar o não recebimento neste prazo (súmula 16, TST); • Caso o reclamado crie embaraços ao seu recebi- mento ou não seja encontrado, a citação será feita por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou na falta, afixado na sede do www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO 2016 Direito Processual do Trabalho – Aulas 02 e 03 Arynna Manfredini 9 Juízo (art. 841, § 1º, CLT). Ressalte-se que no pro- cedimento sumaríssimo não há citação por edital (art. 852-B, II, CLT). • a notificação poderá ser recebida por: pessoa que tenha PODERES para recebê-la, por qualquer EM- PREGADO, pelo ZELADOR DO PRÉDIO COMER- CIAL ou poderá ser deixada na CAIXA POSTAL DA EMPRESA. Sobre a Audiência: a) Seja no procedimento sumário, no sumaríssimo ou no ordinário a defesa será apresentada em audiên- cia; b) A audiência será a primeira desimpedida depois de 5 dias (art. 841, CLT), ou seja, entre a data do recebimento da notificação e a da data da audiência deverá decorrer pelo menos 5 dias, sendo este o prazo para a elaboração da defesa. Observe-se o art. 841 da CLT. Art. 841, CLT. Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou chefe de secretaria, dentro de 48 (qua- renta e oito) horas, remeterá a segunda via da peti- ção, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para comparecer à audiência de jul- gamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias. § 1º. A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o reclamado criar embaraços ao seu re- cebimento ou não for encontrado, far-se-á a notifica- ção por edital, inserto no jornal oficial ou no que pu- blicar o expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo. § 2º. O reclamante será notificado no ato da apresen- tação da reclamação ou na forma do parágrafo ante- rior. TRÂMITE DA AUDIÊNCIA NO PROCEDIMENTO ORDINÁRIO A audiência no procedimento ordinário é contínua. Art. 849, CLT. A audiência de julgamento será con- tínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpe- dida, independentemente de nova notificação. Observe-se o trâmite da audiência no proce- dimento ordinário, conforme explicação de aula: NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO No procedimento sumaríssimo a audiência é una (art. 852-C, CLT). Observe o esquema apresen- tado na aula. COMPARECIMENTO DAS PARTES * Súmula 377 do TST: • regra: o prepostos deve ser empregado da empresa; • exceções: reclamação de empregado do- méstico: caso em que poderá se fazer re- presnetar por qualquer membro da família; micro ou pequeno empresário: caso em que poderá se fazer substituir por terceiro que tenha conhecimento dos fatos; CONSEQUÊNCIAS DO NÃO COMPARECIMENTO DAS PARTES Observe as consequências da ausência das partes em audiência inicial ou una (art. 844, CLT): A presença só do advogado ainda que mu- nido de procuração e defesa não afasta a revelia (sú- mula 122, TST). Também nos termos da súmula 122 do TST apenas atestado médico que declare a im- possibilidade de locomoção do reclamado é hábil a afastar a revelia no Processo do Trabalho. Seguem as consequências do não compare- cimento das partes na audiência de instrução em que tenham sido intimadas a depor: www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO 2016 Direito Processual do Trabalho – Aulas 02 e 03 Arynna Manfredini 10 A confissão ficta pode ser confrontada coma prova pré-constituída nos autos, não implicando o cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores (súmula 74, II, TST). Em maio de 2011 o Pleno de TST inseriu o incisoIV na súmula 74, passando a estabelecer que o impedimento de provas posteriores aplica-se exclusivamente a parte confessa e não ao juiz, o qual tem o po- der/dever de conduzir o processo. Súmula 74, TST. CONFISSÃO (incorporada a Ori- entação Jurisprudencial nº 184 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Aplica-se a pena de confissão à parte que, expres- samente intimada com aquela cominação, não com- parecer à audiência em prosseguimento, na qual de- vria depor. (ex-Súmula nº 74 - RA 69/1978, DJ 26.09.1978). II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (art. 400, I, CPC), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores. (ex-OJ nº 184 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000). SUM-74 CON- FISSÃO (nova redação do item I e inserido o item III à redação em decorrência do julgamento do pro- cesso TST-IUJEEDRR 801385- 77.2001.5.02.0017) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011. III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de con- duzir o processo. A súmula 9 do TST é muito cobrada nas pro- vas! Observe sua redação: Súmula 9, TST. AUSÊNCIA DO RECLAMANTE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A ausência do reclamante, quando adiada a instru- ção após contestada a ação em audiência, não im- porta arquivamento do processo. www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO 2016 Direito Processual do Trabalho – Aulas 02 e 03 Arynna Manfredini 11 RECLAMATÓRIA TRABALHISTA VERBAL • CONSIDERAÇÕES GERAIS A Reclamatória Trabalhista verbal será distri- buída antes de sua redução a termo e observará os mesmos requisitos da Reclamatória escrita. Art. 840, CLT. A reclamação poderá ser escrita ou verbal. (...) § 2º. Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou chefe de secretaria, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior. Uma vez distribuída, o reclamante deverá, salvo motivo de força maior, apresentar-se, no prazo máximo de 5 dias ao cartório ou secretaria, para re- duzi-la a termo, sob pena de não poder ajuizar nova RT pelo prazo de 6 meses. Art. 731, CLT. Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, ao Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na perda pelo prazo de 6 meses, do direito de recla- mar perante a Justiça do Trabalho. Art. 732, CLT - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) vezes segui- das, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844. Art. 844, CLT - O não-comparecimento do recla- mante à audiência importa o arquivamento da recla- mação, e o não-comparecimento do reclamado im- porta revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. Parágrafo único - Ocorrendo, entretanto, motivo re- levante, poderá o presidente suspender o julga- mento, designando nova audiência. Ao final, a redução a termo será assinada pelo escrivão ou chefe de secretaria e pelo recla- mante. • RECLAMATÓRIA TRABALHISTA ESCRITA Os requisitos da reclamação trabalhista es- tão descritos no parágrafo primeiro do art. 840 da CLT. Art. 840, CLT. A reclamação poderá ser escrita ou verbal. § 1º. Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de di- reito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. São eles, os requisitos: • Endereçamento • Qualificação • Breve relato dos fatos • Pedido • Data • Assinatura Não é obrigatório: • Pedido de produção de provas • Intimação da parte • Valor da causa (no procedimento sumarís- simo é obrigatório) Se na Petição Inicial não houver valor da causa, o juiz o fixará em audiência após a primeira tentativa conciliatória( após a apresentação da de- fesa e antes da instrução). Caso a outra parte não concorde, irá se manifestar e reiterar nas razões fi- nais. Se o juiz mantiver o valor inicialmente fixado para a causa será possível interpor um recurso cha- mado PEDIDO DE REVISÃO prazo de 48hrs, a ser julgado pelo presidente do TRT (essa é uma exceção à regra da irrecorribilidade imediata das decisões in- terlocutórias). No Inquérito judicial para apuração de falta grave e no Dissídio coletivo a petição inicial DEVERÁ SER ESCRITA. www.cers.com.br COMEÇANDO DO ZERO 2016 Direito Processual do Trabalho – Aulas 02 e 03 Arynna Manfredini 12 CONCILIAÇÃO O procedimento ordinário exige obrigatoria- mente duas tentativas conciliatórias na audiência. A ausência de qualquer uma delas gera nulidade abso- luta dos atos processuais posteriores. A homologação de acordo é faculdade do juiz. Não fere direito líquido e certo da parte a recusa do juiz em homologar o acordo. Súmula 418, TST. A concessão de liminar ou a ho- mologação de acordo constituem faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança. A sentença homologatória de acordo é irre- corrível para as partes (art. 831, CLT), transitando em julgado na data de sua homologação (súmula 100, V, TST). É equiparada a sentença de mérito, sendo rescindida por ação rescisória (e não por ação anulatória), segundo estabelece a súmula 259, TST. Súmula 100, V, TST. O acordo homologado judicial- mente tem força de decisão irrecorrível, na forma do art. 831 da CLT. Assim sendo, o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação ju- dicial. É lícito às partes formular acordo mesmo de- pois de encerrado o juízo conciliatório (art. 764, CLT) Merece destaque a recente OJ 376 da SDI-1 do TST: OJ 376, SDI-1, TST CONTRIBUIÇÃO PREVIDEN- CIÁRIA. ACORDO HOMOLOGADO EM JUÍZO APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA. INCIDÊNCIA SOBRE O VALOR HOMOLOGADO (DEJT divulgado em 19, 20 e 22.04.2010) É devida a contribuição previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado de decisão judicial, respeitada a propor- cionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão conde- natória e as parcelas objeto do acordo. O parágrafo 6º do art. 832, da CLT, estabelecia que as contribuições previdenciárias devem incidir sobre o valor das verbas indenizatórias listadas na conde- nação. O critério mudou a partir da Lei 11.941/2009, que no art. 26, acrescentou § 5º ao art. 43 da Lei 8212/91 cuja redação é a seguinte: na hipótese de acordo celebrado após ter sido proferida a decisão de mérito, a contribuição será calculada com base no valor do acordo. Assim, a atual interpretação está em consonância com a OJ 376 da SDI-1.
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