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Trabalho sobre questão política Questão política/problema político que chama sua atenção (grupo de 5 alunos) Parte descritiva a) O que é? Apresentação em linhas gerais. b) Link Direito e Política: Há algum marco regulatório referente a esta questão política? Como essa questão se desenvolveu juridicamente até aqui? Trabalho sobre questão política c) Link com as aulas - prontuário/pastinha – interligar as aulas com o seu problema Tentar estabelecer uma relação entre as abordagens em aula e o seu problema; a aula ajuda a esclarecer em que sentido? 2) Parte prescritiva: possíveis soluções/sugestões Trabalho sobre questão política Data de entrega do trabalho escrito: 19/10/2016 Apresentação do problema e possíveis soluções/sugestões (16 a 23/11) Apresentar de forma descritiva(t1) e prescritiva (t2) (cada grupo 15´-20´) Votação secreta – cada integrante vota em dois grupos que achou mais interessante Teoria política contemporânea Elitismo, pluralismo e marxismo Carlos pio e marcos porto Professora Deborah Celentano Contexto As afinidades e as incompatibilidades entre a democracia-representativa e a economia de mercado. Contexto O que estará em discussão são os próprios fundamentos do Estado, cuja principal característica é a natureza, dita "racional-legal", da dominação que impõe aos habitantes de um determinado território. Contexto O Estado toma decisões para o conjunto da sociedade e dispõe dos meios para torná-las imperativas a todos. Por essa razão, o Estado, ou melhor, sua estrutura de comando, é foco de intensa disputa entre os diversos interesses que possam ser afetados pelas decisões públicas. elitismo SOUZA, Amaury de (org.), Sociologia Política, Rio de Janeiro, Zahar, 1966. Vilfredo pareto (1848-1923) Pareto ELITE x NÃO-ELITE A elite é composta por todos os indivíduos que apresentarem o maior grau de capacidade, qualquer que seja o seu ramo de atividade. Os mais capacitados advogados, empresários, médicos, ladrões etc. serão, pois, membros natos da elite. Os demais compõem a não-elite. Por sua vez, a elite é dividida em "elite governante" – composta por todos aqueles que influenciam as decisões do governo, direta ou indiretamente – e "elite não governante". Pareto A elite governante também é composta por todos os indivíduos que são, formal ou informalmente, agregados. Com o passar do tempo, os elementos agregados à elite governante passam a representar uma ameaça à estabilidade da ordem, à medida em que assumem os postos de comando sem disporem das qualidades requeridas para exercê-los (qualidades superiores). circulação de classes Gaetano mosca (1858-1941) MOSCA A elite política: seus membros são aqueles que "possuem um atributo altamente valorizado e de muita influência na sociedade em que vivem" Qualidades que conferem certa superioridade material, intelectual e mesmo moral; ou são herdeiros de indivíduos que possuíam tais qualidades". A elite é uma minoria com interesses homogêneos e, devido a essa homogeneidade, de fácil organização. É justamente essa organização que explica sua capacidade de domínio sobre a massa. MOSCA Como todas as sociedades encontram-se em eterno processo de transformação, tais atributos também mudam com o tempo e forçam as elites políticas a uma constante adaptação. Essa mutação da elite pode se dar de maneira abrupta – por meio de sua substituição completa – ou gradual, via incorporação de elementos representativos de novos valores. MOSCA Tanto Pareto como Mosca preveem a vigência de processos de renovação da elite dirigente. A estabilidade da ordem depende, portanto, da efetividade dos mecanismos de cooptação para promover a constante renovação da elite, de maneira a renovar sua capacidade de domínio. Para ambos, na eventualidade de substituição da elite governante, ou elite política, não é a massa que ascende, mas o grupo que foi capaz de mobilizá-la, uma nova elite. Robert michels (1876-1936) Robert Michels - "Lei de Ferro da Oligarquia" Em linguagem mais contemporânea, é possível dizer que os líderes resolvem os problemas de ação coletiva do partido, ou seja, pagam a maior parte dos custos para a obtenção dos bens coletivos que o partido provê e, por essa razão, são valorizados e mesmo considerados como imprescindíveis pelas massas. Os líderes sacrificam seu tempo e seus recursos pessoais para "fazerem o partido funcionar". Robert Michels - "Lei de Ferro da Oligarquia" No entanto, os líderes quase sempre se distanciam das massas em razão de suas capacidades mais aguçadas e dos conhecimentos privilegiados de que dispõem. O que acaba por distanciar o partido das massas, o que, em si, representa a falência da ideia de democracia interna. Robert Michels - "Lei de Ferro da Oligarquia" A conclusão de Michels é que, se nem os partidos políticos que advogam a plena democratização da sociedade conseguem organizar-se internamente de maneira democrática, seu objetivo de transformação radical da sociedade é irrealizável. A democracia é, pois, uma utopia irrealizável. Wright Mills (1916-1962) A Elite do poder, 1956 Wright Mills Após minuciosa análise da sociedade norte-americana, Mills chega à conclusão que a elite do poder é composta pelos ocupantes dos principais cargos nas hierarquias militar, administrativa do Estado e empresarial. Para esse autor, nas sociedades capitalistas democráticas, essas seriam as principais estruturas de poder, cujas decisões afetam as vidas da maioria da população. Wright Mills Os ocupantes dos postos de comando nessas três hierarquias fariam parte de uma mesma classe social, compartilhando valores e lealdades que tornam integrada a administração da sociedade. Portanto, essas hierarquias estariam interligadas tanto em razão da natureza interdependente das decisões tomadas em cada uma delas, que obrigaria consultas mútuas e favoreceria a obtenção de compromissos, como pelas conexões pessoais que se constituíam entre os ocupantes das posições de comando. Conclusões Concentração do poder político no topo das estruturas política, social e econômica. O ideal democrático — rousseauniano — de autogoverno das massas é, pois, descartado como utópico. pluralismo Robert Dahl (1915-2014) Poliarchy - participation and opposition, 1970 “Uma crítica ao modelo da elite dirigente”,1970 Robert Dahl O principal expoente do argumento pluralista — anti-elitista Aponta para algumas dimensões da estrutura de poder da sociedade norte-americana para questionar a noção, presente no elitismo, de que todo o poder está concentrado nas mãos de poucos atores políticos, dado por seu lugar na estrutura sócio-econômica. crítica dahlsiana Há dois pontos-chaves: 1) Para que se possa aceitar como verdadeira a existência de uma "elite dirigente" em um dado país, é necessário que se demonstre como esse grupo efetivamente exerce a sua dominação política. É, no entanto, indispensável que esse seja um grupo coeso e identificável. - interesses reais compartilhados crítica dahlsiana Há dois pontos-chaves: 2) O pluralismo inova, em relação ao elitismo, ao apresentar a ideia de que os grupos sociais são levados a buscar influenciar os decisores na medida em que os interesses fundamentais de seus membros estiverem sendo potencialmente ameaçados por decisões públicas. - grupos de pressão Robert Dahl Os grupos agiriam, assim, em nome dos interesses compartilhados por seus membros. Como os grupos são compostos por indivíduos autônomos, seria preciso entender os condicionantes da ação política individual para uma melhor compreensão das interações políticas. Robert Dahl O modelo básico que se pode derivar de suas análises aponta para um indivíduo: 1. com potencial de filiação simultânea a múltiplos grupos — ver Quadro l —, em razão da vasta gama de interesses que possui — ver Quadro 2; e, 2. desinteressado politicamente, exceto quando seu interesse imediato está em questão. Pluralismo - "multifiliados" - Os que estão de fora O pluralismo percebe a volatilidade na composição dos grupos. Uma das características básicas dos sistemas políticos pluralistas é a intensidade moderada das interações políticas que nele se processam, devido à inexistência de desigualdades cumulativas, ou seja, de ganhadores e perdedores universais. Pluralismo As interações assemelham-se a um jogo. Deriva-se do argumento pluralista que é preciso assegurar regras justas de interação política, para que se mantenha a disposição dos eventuais perdedores a continuar jogando. Como? Como assegurar regras justas Para tanto, tais regras precisam maximizar os ideais de igualdade política e soberania popular, ou seja: 1. estabelecer capacidades semelhantes de influência política para todos 2. vincular as decisões públicas à vontade da maioria*** Pluralismo Segundo os principais defensores dessa corrente tais regras precisariam estabelecer interações competitivas – eleições – entre os cidadãos para a constituição dos governos, isto é, para a ocupação dos postos de comando do Estado. Pluralismo Os ganhadores das eleições constituem os governos e tomam decisões públicas, respeitadas as regras que asseguram os direitos de oposição. Problemas da representação caráter competitivo do sistema Quanto mais acentuado o grau de competição pelos postos de comando, maiores os constrangimentos que forçam os representantes atendam às demandas dos representados. Poliarquia: conjunto de regras que realizem tais princípios Liberdade de expressão de interesses, de organização política, de voto, de informação; Liberdade para concorrer e ser eleito para cargos públicos; Direito a eleições livres e competitivas; Existência de instituições que tornem as políticas governamentais dependentes do interesse da maioria do eleitorado. O papel angular dos políticos profissionais, que se especializam na articulação das preferências individuais em uma vontade coletiva e na mobilização de contingentes eleitorais dispersos e pouco interessados. Autocrítica do modelo Autocrítica do modelo A poliarquia estaria submetida às determinações dos grupos já privilegiados nas interações econômicas. Os governos democráticos precisariam controlar a capacidade de influência dos interesses do empresariado, que desfrutaria de uma posição privilegiada nas sociedades capitalistas democráticas. Ou seja, algum poder econômico estaria traduzido em poder político, e isso precisa ser evitado por meio da intervenção deliberada do Estado. A crítica marxista Marx (1818-1883) Engels (1820-1895) Manifesto Comunista (Marx e Engels, 1848) O Capital (Marx,1867) Marxismo Marx e Engels (século XIX): o poder político está concentrado nas mãos daqueles que detêm posições dominantes na economia capitalista. O poder político do Estado nada mais é do que o poder organizado de uma classe — a burguesia — para a opressão de outra — o proletariado. Marxismo Marx e Engels ressaltam assim o caráter coercitivo e parcial da dominação do Estado, questionando a possibilidade de realização legítima da vontade popular com a permanência da economia de mercado. A teoria marxista clássica pressupõe, portanto, a abolição da propriedade privada como condição necessária à realização de qualquer princípio democrático. Marxismo clássico Marx e Engels: infraestrutura superestrutura A base material da sociedade – as relações de produção e as forças produtivas – determina, a superestrutura – as relações políticas, jurídicas, ideológicas, morais, etc. Marxismo no Século XX marxismo-leninismo e marxismo ocidental Lenin (1870-1924) (agosto/1917) marxismo-leninismo Desenvolveu-se principalmente a partir da Revolução Russa de 1917, mantendo a ênfase de Marx no caráter coercitivo da dominação do Estado e a incompatibilidade entre democracia e economia de mercado. Essa interpretação mais "ortodoxa" do marxismo clássico será a base do movimento comunista, tal como institucionalizado na III Internacional, sob forte influência dos soviéticos. Marxismo ocidental De outro lado, diferentes vertentes constituíram o que se convencionou chamar de “marxismo ocidental”. Desenvolvido por autores que, a partir das experiências dos países capitalistas mais desenvolvidos, ultrapassaram a ênfase inicial nos fatores econômicos para ressaltar a autonomia e o papel de elementos superestruturais, como a política e o Estado. GRAMSCI (1891-1937) Cadernos do Cárcere (1926-1937) Gramsci O peso da sociedade civil, entendida como o conjunto dos "aparelhos privados de hegemonia" — isto é, os partidos, os sindicatos, as escolas, a mídia, enfim, as organizações ditas privadas que não fazem parte do aparelho estatal. Segundo Gramsci, em sociedades menos complexas, a luta pelo poder desenvolve-se em torno do aparelho do Estado – o Estado restrito –, enquanto que em sociedades ocidentais o fundamental passa a ser a disputa pela hegemonia na sociedade civil. GRAMSCI guerra de movimento X guerra de posições Gramsci amplia o conceito de Estado para além da esfera da coerção da sociedade política – burocracia administrativa, exército, polícia, tribunais –, incorporando também a esfera da direção na sociedade civil – a hegemonia cultural e política. GRAMSCI Gramsci ressalta não só a autonomia da política e do Estado com relação à base material, mas também sua capacidade de superar o elemento econômico. GRAMSCI O que caracteriza o marxismo ocidental é a ênfase na autonomia e no papel de elementos superestruturais, como a política e o Estado. Apesar dessa ênfase, os autores marxistas mantêm a noção de que as formas de propriedade – economia – têm um impacto direto na constituição da democracia representativa e do Estado – política. GRAMSCI Um dos debates principais da teoria marxista contemporânea refere-se a este problema básico: como reconhecer a autonomia do Estado e da política e ao mesmo tempo manter o pressuposto de que a base econômica e material "determina" a distribuição de poder na sociedade? Poulantzas (1936-1979) 1978 POULANTZAS Leva o pluralismo para dentro da classe dominante Contradições de classe inseridas em sua própria estrutura x interesses dessa classe como um todo Segundo Poulantzas, o Estado tem um papel de "organização": representa e organiza as classes dominantes, principalmente o interesse político, a longo prazo no âmbito do "bloco no poder". Esse papel só é possível porque o Estado detém uma "autonomia relativa" em relação a tal ou qual fração deste bloco. Claus OFFE (1940) Problemas estruturais do Estado capitalista, 1984 OFFE Para Offe, os administradores do Estado reproduzem as relações capitalistas não porque são agentes da burguesia, mas porque dependem da atividade econômica. Os administradores dependem do mercado porque ele produz rendimentos ao Estado via tributação e porque o apoio público entra em declínio se a acumulação não acontecer. Marxismo analítico Adam Przeworski (1940) Capitalismo e social democracia, 1984 Jon Elster (1940) Marx Hoje,1989 2010 Marxismo analítico O marxismo analítico buscou vincular as perspectivas e as preocupações do marxismo com metodologias e abordagens de outras tradições teóricas. Autores como Adam Przeworski e Jon Elster têm insistido na importância da teoria da escolha racional e do individualismo metodológico para a superação das abordagens funcionalistas no pensamento marxista. ≠ aspectos macrossociais e estruturais
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