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1. Trata-se de um remédio processual voluntário; 2. Dentro do mesmo processo da decisão impugnada; 3. Previsto em lei federal; 4. Interposto pelas partes, terceiros prejudicados ou Ministério Público; 5. Tem por finalidade a reforma, invalidação, esclarecimento ou integração de uma decisão judicial. CARACTERÍSTICAS E CONCEITO DOS RECURSOS Recursos Sucedâneos recursais Desenvolve-se no mesmo processo em que a decisão impugnada foi proferida. Interno Externo Meios de impugnação das decisões judiciais Ações autônomas de impugnação. Internos Exemplos Externos Sucedâneos recursais Ações autônomas de impugnação. Reexame necessário Correição parcial Pedido de reconsideração Embargos de terceiros Ação rescisória Ação anulatória PRINCÍPIOS RECURSAIS Para a existência do recurso é imprescindível que haja a vontade de recorrer da parte, que é demonstrada através do ato de interposição do recurso. Impossibilidade do magistrado interpor o recurso de ofício. I. Voluntariedade ➢Exigibilidade da exposição da fundamentação (causa de pedir) e do pedido pelo recorrente; ➢Fixação de limites na atuação e decisão do Tribunal; ➢Possibilita a apresentação das contrarrazões; ➢Possibilidade de fundamentação remissiva. II. Dialeticidade PRINCÍPIOS RECURSAIS PRINCÍPIOS RECURSAIS Compete exclusivamente a União legislar sobre processo (Art. 22, I, CF) Somente lei federal pode criar recurso O rol de recursos é taxativo, exaustivo, numerus clausus. III. Taxatividade (art.994 do CPC) PRINCÍPIOS RECURSAIS Permite a reapreciação da decisão judicial por órgão de hierarquia superior ao que a proferiu. (entendimento majoritário) Recurso ≠ Duplo grau de jurisdição IV. Duplo grau de jurisdição 1. P re jud i ca a i de i a da unidade da jurisdição; 2. Afasta a aplicação do princípio da identidade física do juiz; 3. Flexibiliza o princípio da celeridade processual; 4. Desprestigia a primeira instância. Vantagens Desvantagens 1. Dá conforto psicológico à parte inconformada com a sucumbência; 2. Trata-se de um mecanismo de revisão de decisões equivocadas ou arbitrárias; 3. Forma de controle dos atos j u r i s d i c i o n a i s p e l a s instâncias superiores. IV. Duplo grau de jurisdição TRATA-SE DE UM DIREITO FUNDAMENTAL? IV. Duplo grau de jurisdição Sentença contrária a Fazenda Pública; Sentença que julgar procedente os embargos à execução fiscal. Exceções Art. 496, par. 3 e 4 do CPC Trata-se de uma condição impeditiva do trânsito em julgado da sentença. Duplo grau de jurisdição obrigatório ou reexame necessário (art. 496, II do CPC) Aplicabilidade Ausência de voluntariedade Ausência de dialeticidade Não há fixação de prazo Não há previsão em lei federal dentre as modalidades de recurso Depende de expressa previsão em lei. Não existem razões nem cotrarrazões. Duplo grau de jurisdição obrigatório ou reexame necessário (art. 496 do CPC) TRATA-SE DE RECURSO? PRINCÍPIOS RECURSAIS Somente cabe uma espécie recursal para impugnar cada decisão judicial; ➢ Exceção - Exemplos: Recurso Especia l e Extraordinário. Embargos de declaração? ➢ Possibilidade de interposição de um único recurso contra duas decisões diferentes (STJ). V. Singularidade ou unicidade recursal Inadmissibilidade que a situação do recorrente seja agravada em decorrência do julgamento do seu próprio recurso. Requisitos: Possibilidade excepcional da reformation in pejus quando se tratar de matéria de ordem pública; Súmula 45 do STJ – aplicabilidade no reexame necessário. Sucumbência recíproca Recurso de somente uma das partes PRINCÍPIOS RECURSAIS VI. Proibição da reformatio in pejus Inadmissibilidade de interposição de um recurso para substituir um outro já interposto. Preclusão consumativa no ato de interposição do recurso. Inexistência jurídica do recurso posterior. PRINCÍPIOS RECURSAIS VII. Consumação Regra: Impossibilidade de complementação do recurso já interposto pelo recorrente ou seu sucessor. Exceção: Possibilidade de complementação quando for criada uma nova sucumbência no julgamento do embargos de declaração interpostos pela parte contrária (art. 1024, &4°, do CPC) PRINCÍPIOS RECURSAIS VIII. Complementaridade ➢ Po s s i b i l i d a d e d e r e c e b i m e n t o d o r e c u r s o equivocadamente interposto no lugar de outro; ➢ Possibilidade de adaptação do recurso interposto (arts. 1024, &3°, e 1032, CPC); ➢ Decorre dos princípios da economia processual e instrumentalidade das formas; ➢ Requisitos formais • Dúvida objetiva sobre qual o recurso cabível • Inexistência de erro grosseiro • I n e x i s t ê n c i a d e m á - f é (Teoria do prazo menor) PRINCÍPIOS RECURSAIS IX. Fungibilidade • O juiz profere uma espécie de decisão ao invés da outra. • Divergência jurisprudencial ou doutrinária; Dúvida objetiva a respeito do recurso cabível Fatores IX. Fungibilidade Inexistência de erro grosseiro A interposição de recurso distinto daquele expressamente previsto em lei para determinada decisão, ainda que ocorra equívoco do legislador com relação a sua natureza, é considerado erro grosseiro (STJ). IX. Fungibilidade Inexistência de má-fé Teoria do prazo menor STJ – Considera-se de má-fé o recorrente que tem dúvida sobre qual o recurso é cabível, escolhe aquele que tem o maior prazo e recorre nesse prazo. Requisito desnecessário com a unificação do prazo recursal (art. 1003, &5°, CPC). IX. Fungibilidade Processo como instrumento voltado para a busca da resolução do mérito (arts. 4 e 6 do CPC) Sanabilidade dos vícios processuais (art. 932, par. único) - Possibilidade do recorrente sanar o vício para evitar que o recurso seja inadmitido. PRINCÍPIOS RECURSAIS X. Primazia do julgamento do mérito recursal Análise dos aspectos formais do recurso. Juízo a quo Juízo ad quem Competência Juízo de Admissibilidade Declaratória Eficácia ex nunc (STJ) Natureza jurídica da decisão Juízo de Admissibilidade Análise dos argumentos da irresignação do recorrente Error in procedendo Error in judicando Pode gerar a nulidade Fático Jurídico Pode levar a reforma Juízo de Mérito ➢ Requisitos de admissibilidade do recurso; ➢ Classificação: ➢ Extrínsecos; ➢ Intrínsecos. ➢ A ausência de um dos pressupostos recursais acarreta ou o não recebimento do recurso ou o seu não conhecimento. Pressupostos Recursais ➢ Intrínsecos: ➢ Cabimento; ➢ Legitimidade; ➢ Interesse; ➢ Inexistência de ato impeditivo ou extintivo. ➢ Extrínsecos: ➢ Tempestividade; ➢ Preparo; ➢ Regularidade formal. Pressupostos Recursais Pressupostos Intrínsecos 1. Cabimento: Análise da recorribilidade do pronunciamento judicial. ➢Irrecorribilidade dos despachos (art. 1001 do CPC); ➢Recorribilidade dos pronunciamentos com carga decisória. Pressupostos Recursais Pressupostos Recursais Pressupostos Intrínsecos 1. Cabimento (continuação): Análise da adequação do recurso à decisão impugnada. Exceção: fungibilidade recursal. Pressupostos Recursais Pressupostos Intrínsecos 2. Legitimidade recursal: Partes, terceiros prejudicados e Ministério Público. Fixada de forma abstrata; Independe do conteúdo da decisão. Partes Partes no processo Autor e réu Terceiros intervenientes Ministério Público (Súm. 99 do STJ) STJ – Não têm legitimidade recursal os serventuárioseventuais da Justiça. Legitimidade da parte para recorrer do capítulo referente aos honorários advocatícios. Terceiro prejudicado Necessidade de interesse jurídico Necessidade que o terceiro tenha sofrido prejuízos concretos com a decisão impugnada. Atenção: Pode existir interesse sem sucumbência. Pressupostos Recursais Pressupostos Intrínsecos 3. Interesse recursal: Necessidade Adequação Sucumbência Recurso como meio apto para melhorar a situação do recorrente. Pressupostos Intrínsecos 4. Inexistência de ato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer: DesistênciaRenúncia Aquiescência Pressuposto negativo Anterior ao recurso. Tácita Expressa Preclusão lógica Independe da vontade do recorrido (art. 998, CPC) Independe de homologação judicial. Pressupostos Recursais Pressupostos Extrínsecos 1. Tempestividade: Interposição do recurso dentro do prazo estabelecido em lei. ➢ Possibilidade de devolução integral do prazo após o início da contagem; ➢ Necessidade de comprovaçao do feriado local no momento da interposição do recurso (Art. 1003, &6°, CPC); ➢ Recurso prematuro ou intempestividade ante tempus (STF e STJ) – Inaplicabilidade diante do art. 218, &4°, CPC. Pressupostos Recursais 1. Tempestividade (continuação): Prazo em dobro: ➢ MP; ➢ Fazenda Pública; ➢ Listisconsortes com diferentes procuradores; ➢ Defensor Público estatutário. Inaplicabilidade quando se tratar de outros serviços de assistência judiciária (STJ). Súmula 641 do STF – “Não se conta em dobro o prazo para recorrer, quando só um dos litisconsortes haja sucumbido”. Pressupostos Extrínsecos 2. Preparo (art. 1007 do CPC): Todas as despesas devidas na interposição do recurso (STJ). A comprovação do preparo deverá ser feita no ato deinterposição do recurso, sob pena de deserção; ➢ Não há deserção quando o preparo for insuficiente (&2°); ➢ Possibilidade de pagamento em dobro do preparo (&4º); ➢ Quando houver um justo motivo, a deserção será relevada por decisão irrecorrível (art. 1007,&7°, CPC e Súmula 484 do STJ). Pressupostos Recursais 2. Preparo (continuação): Isenções de recolhimento (art. 1007, par. 1°, CPC): ➢ Objetivas: embargos declaratórios. ➢ Subjetivas: MP, União, Estados, Municípios, autarquias, beneficiário da assistência judiciária gratuita etc. Não há isenção para os Conselhos de Fiscalização Profissional. Pressupostos Extrínsecos 2. Regularidade formal: Requisitos formais que devem ser preenchidos. ➢ Princípio da dialeticidade dos recursos – Necessidade de fundamentação e pedido; ➢ Capacidade postulatória; ➢ O recurso tem que ter assinatura do advogado; ➢ O recurso tem que ser escrito etc. Pressupostos Recursais Pressupostos Extrínsecos 2. Regularidade formal (continuação): Possibilidade do recorrente sanar a irregularidade de representação (arts. 76, &2°, 1029, &3° e 932, parágrafo único, CPC). Pressupostos Recursais Trata-se de uma forma diferenciada de interposição do recurso e não de uma espécie. Necessidade da existência de sucumbência recíproca (&1o); Depende do principal (&2o); Admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial (&2o, II); Deverá ser apresentado no prazo de defesa(&2o, III). Recurso adesivo (art. 997 do CPC) PRAZO DIFERENCIADO PARA A FAZENDA PÚBLICA? Efeito devolutivo: Transferência do conhecimento da matéria decidida do órgão prolator da decisão impugnada (a quo) para o órgão julgador (ad quem). ➢ Dimensão horizontal (extensão): recurso total ou parcial - tantum devolutum quantum appellatum (art. 1013 do CPC); ➢ Dimensão vertical (profundidade): transferência de todas as questões e fundamentos relativos a parte da decisão objeto de impugnação (art.1013, par. 1° e 2°). EFEITOS RECURSAIS Efeito devolutivo: Teoria da causa Madura: Possibilidade do juízo ad quem promover o julgamento do mérito quando a sentença impugnada extinguir o processo sem resolução do mérito, desde que presentes os elementos necessários (art. 1013, par. 3°, CPC). EFEITOS RECURSAIS Efeito suspensivo (art. 995 do CPC): Impossibilidade de eficácia da decisão impugnada enquanto não julgado o recurso. ➢ Próprio: ➢ Previsto em lei; ➢ Não depende da provocação da parte; ➢ Decisão de natureza declaratória com efeitos ex tunc. ➢ Impróprio: ➢ Depende do preenchimento de determinados requisitos legais; ➢ Depende de provocação da parte; ➢ Decisão de natureza constitutiva com efeitos ex nunc. EFEITOS RECURSAIS Efeito translativo: Permite a análise de ofício pelo órgão ad quem das matérias de ordem pública. ➢ Todos os recursos ordinários possuem o efeito translativo; ➢ ATENÇÃO: Possibilidade nos recursos especiais e extraordinários, mesmo quando não houver prequestionamento (arts. 485, &3o, e 1034, parágrafo único, CPC). EFEITOS RECURSAIS Efeito expansivo: Possibilidade do julgamento do recurso ultrapassar os limites da matéria impugnada ou atingir partes da demanda que não participaram do recurso. ➢ Objetivo – quando há uma relação de prejudicialidade; ➢ Subjetivo – limita-se ao litisconsórcio unitário (art. 1005 do CPC). EFEITOS RECURSAIS Efeito regressivo: Possibilidade, em alguns recursos, do juízo a quo reconsiderar a sua decisão (art. 485, &7o). Efeito substitutivo: O julgamento do recurso substituirá a decisão recorrida, nos limites da impugnação, somente quando houver julgamento do mérito recursal (art. 1008 do CPC). EFEITOS RECURSAIS Efeito obstativo: A interposição de qualquer recurso obsta a preclusão temporal e, por consequência, impede o trânsito em julgado da decisão impugnada. EFEITOS RECURSAIS
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