400 pág.

Pré-visualização | Página 7 de 50
do Poder Legislativo? Sendo matéria de lei, cabe lei ordinária ou complementar? 3. Foi feito um levantamento exaustivo da legislação existente sobre a matéria? 4. Foi feita uma pesquisa sobre a legislação similar em outras unidades da Federação? Impacto da norma proposta 1. Quais são os objetivos do novo ato? Ele é exequível? 2. Foi realizado um estudo de impacto detalhado a fim de antecipar os efeitos favoráveis e desfavoráveis da nova norma? 3. Quais são os efeitos prováveis do ato proposto, quantitativa e qualitati- vamente, nos planos social, econômico, cultural, político, ambiental, etc.? Foram consultados especialistas em cada área específica? 4. A medida proposta impõe despesas ao orçamento do Estado? De onde virão os recursos para a aplicação da lei? As normas financeiras e orçamentárias do Estado foram atendidas? novo Manual RP ed 3 NOVEMBRO 12 FINAL.indd 37 27/3/2013 13:10:00 M A N U A L D E R ED A Ç Ã O P A RL A M EN TA R 38 5. Os benefícios estimados da medida justificam os custos? 6. O ato normativo terá repercussões específicas sobre algum segmento ou grupo social (uma categoria de servidores públicos ou de consumidores, por exemplo), um setor econômico (empresas de determinada dimensão, por exemplo) ou uma região do Estado? 7. Os setores da sociedade envolvidos com a matéria foram con sulta dos? Esses grupos tiveram acesso a informações suficientes para respaldar sua avaliação? Como os representantes desses setores avaliam a norma? 8. Todos os órgãos e entidades do poder público envolvidos com a norma foram consultados? Que avaliação eles fazem da medida proposta? 9. Do ponto de vista histórico, como o objeto da norma vem sendo tratado pelo poder público? 10. Os resultados das consultas foram efetivamente considerados na elaboração do ato normativo? Há algum acordo estabelecido em negociação pública? 11. Que órgãos, instituições ou autoridades devem assumir a responsabilidade pela execução das medidas propostas? Eles detêm de fato competência para fazê-lo? Qual é a opinião das autoridades encarregadas a respeito da possibilidade de execução dessas medidas? 12. É necessário o estabelecimento de sanções? 13. O prazo estabelecido para a entrada em vigor do ato normativo é suficiente para a adoção das medidas necessárias à aplicação da norma? É preciso prever algum período de adaptação? 14. É necessário fazer um trabalho de monitoramento de execução da norma, para avaliar os seus resultados? 15. Seria conveniente preparar um procedimento-piloto para a implantação da norma, em caráter experimental, antes da sua adoção definitiva? Inserção da norma no ordenamento 1. Qual é a legislação existente sobre a matéria? Como ela está organizada? Qual a melhor forma de inserir a nova norma no sistema existente? Que normas serão afetadas com a entrada em vigor do novo ato? 2. É possível a edição de lei modificativa ou é necessária a edição de lei autônoma? 3. Em caso de lei modificativa, é necessário reorganizar o texto de normas existentes? novo Manual RP ed 3 NOVEMBRO 12 FINAL.indd 38 27/3/2013 13:10:00 O PRO CESSO LEg ISLATIvO 39 4. A edição do ato normativo implica a revogação de outras normas? Foi feito um levantamento de dispositivos e atos normativos a serem revogados expressamente? 5. A matéria foi tratada de forma abrangente, de modo a não deixar lacunas? 6. Que grau de detalhamento deve ser conferido ao ato normativo? 7. Há necessidade de normas de transição entre o regime vigente e o novo? 8. As remissões a dispositivos da própria norma e a outros atos normativos foram feitas de forma clara e completa? 9. As disposições do ato podem ser aplicadas diretamente ou precisam de regulamentação? O texto da norma 1. O objeto da norma, seu âmbito de aplicação e seus destinatários estão defi nidos com clareza? 2. A estruturação do texto, sua divisão em partes e os dispositivos foram articulados de forma lógica e coerente? 3. Há compatibilidade entre todos os preceitos instituídos? 4. Há uniformidade entre as divisões do texto? Há uniformidade entre os dispositivos? 5. A terminologia adotada é precisa e uniforme ao longo de todo o texto? 6. É necessária a introdução de dispositivos que contenham a defi nição de termos utilizados? 7. O texto é claro, consistente e de fácil compreensão? 8. O texto está padronizado de acordo com as convenções em vigor? novo Manual RP ed 3 NOVEMBRO 12 FINAL.indd 39 27/3/2013 13:10:00 M A N U A L D E R ED A Ç Ã O P A RL A M EN TA R 40 A estrutura e a redação do texto legal As partes constitutivas do projeto de lei O projeto de lei – assim como o projeto de resolução ou a proposta de emenda à Constituição – pode ser dividido, do ponto de vista formal, em três partes básicas: o cabeçalho, o texto normativo e o fecho, além da justificação, que não integra a proposição propriamente dita, mas é requisito para sua apresentação (Modelos 1 e 14). Cabeçalho O cabeçalho é a parte introdutória da proposição e serve para identificá-la no contexto legislativo. Compreende a epígrafe, a ementa e a fórmula de promulgação, também chamada de preâmbulo (no caso do ato específico de promulgação da lei). A epígrafe indica o tipo de projeto (de lei, de lei complementar ou de resolução ou proposta de emenda à Constituição), o número que lhe é atribuído no ato de seu recebimento e o ano em que foi apresentado. A ementa serve para apresentar o conteúdo do projeto. Consiste em um resumo claro e conciso da matéria tratada. O enunciado da ementa deve ser preciso e direto, de modo a possibilitar o conhecimento imediato do assunto e ainda facilitar o trabalho de registro e indexação do texto. A sentença começa com um verbo na terceira pessoa do singular do presente do indicativo, cujo sujeito implícito é “o projeto”. A expressão “e dá outras providências”, que às vezes aparece no final das ementas, somente deve ser usada se a proposição contiver dispositivos complementares, relacionados com o objeto central do projeto, como disposições modificativas de leis em vigor ou alterações na estrutura administrativa de órgãos públicos, destinadas a possibilitar a implementação da lei nova (Modelos 2, 9 e 10). Exemplos1: Cria o Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais – Idene – e dá outras providências. (Projeto de Lei nº 1.422/2001 – Lei nº 14.171, de 2002) (O projeto traz disposições que, para possibilitar a implantação do Idene, alteram os quadros de pessoal e a estrutura orgânica de outros órgãos do Poder Executivo.) nnn 1 Os textos dos exemplos contidos neste manual, extraídos de documentos parlamentares, foram adaptados aos propósitos da publicação. novo Manual RP ed 3 NOVEMBRO 12 FINAL.indd 40 27/3/2013 13:10:00 O PRO CESSO LEg ISLATIvO 41 Dispõe sobre a política de proteção à fauna e à flora aquáticas e de desenvolvimento da pesca e da aquicultura no Estado e dá outras providências. (Projeto de Lei nº 1.162/ 2000 – Lei nº 14.181, de 2002) (Para viabilizar a consecução do disposto na lei, a proposição autoriza a abertura de crédito especial no Orçamento do Estado e cria órgão colegiado na estrutura orgânica do Poder Executivo.) nnn Altera a Lei n° 6.763, de 26 de dezembro de 1975, que consolida a legislação tributária no Estado, e dá outras providências. (Projeto de Lei n° 1.078/2003 – Lei nº 14.938, de 2003) (O projeto contém disposições que alteram outras leis além da mencionada na ementa e comandos que não são modificativos.) Nos projetos de lei modificativa, o texto da ementa, ao descrever a alteração efetuada, deve indicar o número, a data e a ementa da lei alterada (Modelos 9, 11 e 13). Exemplo: