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Chapter 2 Curvas Paramétricas Introdução e Motivação: No estudo de curvas cartesianas estamos acostumando a tomar uma variável como independente e a outra como dependente, ou seja 푦 = 푓(푥) ou 푥 = ℎ(푦). Porem, alguns movimentos ou caminhos são inconveniente, difícil ou impossível de ser descrito por uma função de uma variável ou formula da forma 푦 = 푓(푥). ∙ Por exemplo é impossível de descreve na forma 푦 = 푓(푥), o ciclóide - trajetória de um ponto pertencente a um círculo de raio 푅 posto a girar, sem deslizar, ao longo de uma reta situada num plano horizontal. Deduzimos a equação do ciclóide na proxima seção. ∙ Outro exemplo, suponhamos dois aviões com mesmo velocidade percorre caminhos retas de equações 푦 = 2푥 + 3 e 푦 = 3푥 − 2 respectivamente.Será eles vão colidir? Mesmo as retas interceptando no ponto (5, 13), as equações não indicar que os aviões vão colidir. 71 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.1: Definição e exemplos Para resolve destes problemas, introduzimos curvas paramétricas. Em vez de definir 푦 em termos de 푥 ou 푥 em termos de 푦 definimos ambos 푥 e 푦 em termos de uma terceira variável chamado parâmetro. 2.1 Definição e Exemplos 2.1 Definição. Sejam um intervalo 퐼 ⊂ ℝ e funções contínuas 푥(푡) e 푦(푡) definidas em 퐼. 1) Dizemos que a função 휆 : 퐼 → ℝ2 푡 → (푥(푡), 푦(푡)) é uma curva parametrizada. 2) O conjunto 퐶 = {(푥(푡), 푦(푡)); 푡 ∈ 퐼} (imagem da função 휆) é uma curva. 3) As equações ⎧⎨⎩ 푥(푡)푦(푡) ; 푡 ∈ 퐼 são equações paramétricas da curva 퐶. Dizemos também que essas equações parametrizam a curva 퐶. O parâmetro 푡 pode ser interpretado como tempo e (푥(푡), 푦(푡)) nos dá a posição de um ponto no instante 푡, que se desloca no plano 푋푂푌 . A curva 퐶 é a trajetória descrita pelo ponto. Assim como é possível fazer um percurso de várias maneiras (mais rápida ou mais devagar, num sentido ou no outro, etc) uma dada curva pode ter várias equações paramétricas. Se o domínio do parâmetro é o intervalo fechado [푎, 푏], então (푥(푎), 푦(푎)) é o ponto inicial da curva e (푥(푏), 푦(푏)) é o ponto final da curva. 2.2 Observação. O gráfico de qualquer função pode ser pensado como uma curva parametrizada. De fato, dado uma função 푦 = 푓(푥), o gráfico de 푓 consiste dos pontos (푥, 푓(푥)), onde 푥 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 72 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.1: Definição e exemplos percorre os valores permitidas do domínio. Se definimos⎧⎨⎩ 푥 = 푥(푡) = 푡푦 = 푦(푡) = 푓(푡), então plotando os pontos 푃 (푡) = (푥(푡), 푦(푡)) = (푡, 푓(푡)) da o gráfico de 푓 . Exemplo 2.1. Considere a função 푦 = 푥2 no domínio −2 ≤ 푥 ≤ 2. O gráfico da função como uma curva parametrizada é:⎧⎨⎩ 푥 = 푡푦 = 푡2 ;−2 ≤ 푡 ≤ 2. Seja 푃 (푡) = (푡, 푡2), então 푃 (−2) = (−2, 4), 푃 (1) = (1, 1) assim por diante. 푥 푦 2−2 gráfico estático 푥 푦 movimento ao longo a curva 푃 (−2) 푃 (−1.5) 푃 (−1) 푃 (2) 푃 (1.5) 푃 (1) 푃 (0) Exemplo 2.2. Determine equações paramétricas para a reta que liga 푃0 = (푥0, 푦0) ao 푃1 = (푥1, 푦1). Solução Método I: A reta é o conjuntos de pontos 푃 = 푃 (푡) = (푥(푡), 푦(푡)) tais que −−→ 푃0푃 = 푡 −−→ 푃0푃1, e portanto, ⎧⎨⎩ 푥(푡) = 푥0 + (푥1 − 푥0)푡푦(푡) = 푦0 + (푦1 − 푦0)푡 ; 0 ≤ 푡 ≤ 1 representa a reta ligando 푃0 ao 푃1. Método II: A equação cartesiana da reta que liga (푥0, 푦0) ao (푥1, 푦1) é dada por 푦 = 푦0 + ( 푦1 − 푦0 푥1 − 푥0 ) (푥− 푥0), 푥0 ≤ 푥 ≤ 푥1. Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 73 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.1: Definição e exemplos Logo, da observação 2.1.2, podemos parametrizar a reta por⎧⎨⎩ 푥(푡) = 푡 푦(푡) = 푦0 + ( 푦1 − 푦0 푥1 − 푥0 ) (푡− 푥0) ; 푥0 ≤ 푡 ≤ 푥1 Exemplo 2.3. Determine equações paramétricas para o círculo 퐶1 de raio 1 e centro na origem. Solução Temos, 푃 = (푥, 푦) ∈ 퐶1 ⇔ 푥2 + 푦2 = 1 Para cada ponto 푃 = (푥, 푦) ∈ 퐶1, tomemos o ângulo 푡 entre 푂푋 e 푂푃 tal que 푡 ∈ [0, 2휋]. Então ⎧⎨⎩ 푥(푡) = cos 푡푦(푡) = sen 푡 ; 푡 ∈ [0, 2휋] são equações paramétricas dessa curva. 푥 푦 푃 푡 푂 푋 Exemplo 2.4. Os dois pares de equações a seguir também parametrizam o círculo 퐶1 de raio 1 e centro na origem: 푖) ⎧⎨⎩ 푥(푡) = cos (2푡)푦(푡) = sen (2푡) ; 푡 ∈ [0, 휋] 푖푖) ⎧⎨⎩ 푥(푡) = cos (−푡)푦(푡) = sen (−푡) ; 푡 ∈ [0, 2휋] Em i) o ponto se desloca mais rápido, percorre o círculo na metade do tempo, no sentido anti-horário. Em ii) o ponto se desloca mais devagar e em sentido horário. Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 74 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.1: Definição e exemplos Exemplo 2.5. Dado o círculo 퐶 de raio 푟 > 0 e centro no ponto (ℎ, 푘) determine equações paramétricas para 퐶. Solução Temos, 푃 = (푥, 푦) ∈ 퐶 ⇔ (푥−ℎ)2+(푦−푘)2 = 푟2 ⇔ ( 푥− ℎ 푟 )2 + ( 푦 − 푘 푟 )2 = 1⇔ 푄 = ( 푥− ℎ 푟 , 푦 − 푘 푟 ) pertence ao círculo 퐶1, dado anteriormente. Tomemos então⎧⎨⎩ 푥− ℎ 푟 = cos 푡 푦 − 푘 푟 = sen 푡 ; 푡 ∈ [0, 2휋] Para cada ponto 푃 = (푥, 푦) ∈ 퐶 temos⎧⎨⎩ 푥(푡) = 푟 cos 푡+ ℎ푦(푡) = 푟 sen 푡+ 푘 ; 푡 ∈ [0, 2휋] que são equações paramétricas de 퐶. ℎ 푘 푦 푃 푡 푂 푥 Exemplo 2.6. Seja a elipse 퐸 com centro no ponto (ℎ, 푘), eixos paralelos aos eixos coordenadas e semi-eixos 푎 e 푏. Determinar equações paramétricas para 퐸. Solução Temos 푃 = (푥, 푦) ∈ 퐸 ⇔ (푥− ℎ) 2 푎2 + (푦 − 푘)2 푏2 = 1⇔ ( 푥− ℎ 푎 )2 + ( 푦 − 푘 푏 )2 = 1⇔ ⇔ 푄 = ( 푥− ℎ 푎 , 푦 − 푘 푏 ) pertence ao círculo 퐶1. Tomemos então ⎧⎨⎩ 푥− ℎ 푎 = cos 푡 푦 − 푘 푏 = sen 푡 ; 푡 ∈ [0, 2휋] Para cada ponto 푃 = (푥, 푦) ∈ 퐸 temos⎧⎨⎩ 푥(푡) = 푎 cos 푡 + ℎ푦(푡) = 푏 sen 푡 + 푘 ; 푡 ∈ [0, 2휋] que são equações paramétricas de 퐸. Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 75 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.1: Definição e exemplos Exemplo 2.7. Determinar as equações paramétricas do ciclóide - trajetória descrita por um ponto 푃 sobre uma circunferência de raio 푅 que rola sem deslizar sobre o eixo 푥. Solução 퐴 퐶 ′ 퐵 푄퐶 푦 푃 ′ 푡 푃 푥 푡 é o ângulo varrido pelo raio 퐶푃 quando o círculo rola para uma nova posição. O giro da circunferência implica que o comprimento do segmento 푃퐴= o comprimento do arco 푃 ′퐴, ou seja, ∣푂퐴∣ = 푅푡. Seja 푃 ′ = (푥, 푦) e considere o triângulo 퐶 ′푃 ′푄 : 푡− 180∘ −푅 sen 푡 푄 푃 ′ 퐶 ′ −푅 cos 푡푅 Logo as equações paramétricas são:⎧⎨⎩ 푥 = ∣푃퐴∣+ ∣퐴퐵∣ = ∣푃퐴∣+ ∣퐶 ′푄∣ = 푅푡− 푅 sen 푡 = 푅(푡− sen 푡)푦 = ∣푄퐵∣+ ∣푃 ′푄∣ = 푅− 푅 cos 푡 = 푅(1− cos 푡) Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 76 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.1: Definição e exemplos Exemplo 2.8. Determinar as equações paramétricas do astróide - trajetória descrita por um ponto 푃 sobre uma circunferência de raio 푅/4 rolando sem deslizar ao longo de outro círculo de raio 푅. Solução 퐴 퐴′ 푆 푅 푄 푦 푃 푡 휃 훼 푂 푥 푡 é o ângulo varrido pelo raio 푂퐴 quando o círculo rola para uma nova posição. O giro da circunferência implica que o comprimento do arco 퐴퐴′= o comprimento do arco 푃퐴′, ou seja, 푅푡 = 푅휃 4 ⇒ 휃 = 4푡, onde 휃 é o ângulo 푃 푆ˆ퐴′. Seja 푃 = (푥, 푦) e considere o triângulo 푃푆푅, com ângulo 푃 푆ˆ푅 = 훼. Então 훼 = 휃 − 푡− 180∘ = 3푡− 180∘. As coordenadas do ponto 푃 satisfazem as relações: (1) ⎧⎨⎩ 푥 = ∣푂푄∣ − ∣푅푆∣ = 3푅 4 cos 푡− 푅 4 cos 훼 푦 = ∣푆푄∣+ ∣푃푅∣ = 3푅 4 sen 푡+ 푅 4 sen 훼 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 77 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.1: Definição e exemplos Como 훼 = 3푡− 180∘, temos que (2) ⎧⎨⎩ cos (3푡− 180∘) = − cos (3푡) = 3 cos 푡− 4 cos 3푡sen (3푡− 180∘) = − sen (3푡) = 4 sen 3푡− 3 sen 푡 Substituindo (2) em (1) temos ⎧⎨⎩ 푥 = 푅 cos 3푡푦 = 푅 sen 3푡 que são as equações paramétricas do astróide. Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 78 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.2: Construção de gráficos 2.2 Construção de gráficos de curvas paramétricas Neste seção, estudamos maneiras de esboçargráficos de curvas paramétricas⎧⎨⎩ 푥 = 푓(푡)푦 = 푔(푡) ∙ MÉTODO I: Fazendo uma tabela As vezes podemos esboçar o gráfico fazendo uma tabela escolhendo alguns valores de 푡. Neste método não é sempre aconselhável pois é difícil sabe até quantos valores de 푡 podemos escolher para pode esboçar o gráfico perfeitamente. Exemplo 2.9. Esboçar a curva descrita pelas equações paramétricas⎧⎨⎩ 푥 = 푡 2 − 4 푦 = 푡 2 − 2 ≤ 푡 ≤ 3 Solução t x y -2 0 -1 -1 -3 -0,5 0 -4 0 1 -3 0,5 2 0 1 3 5 1,5 1 2 −1 −2 1 2 3 4 5−1−2−3−4 푥 푦 푡 = −2 푡 = 0 푡 = 3 ■ ∙ MÉTODO II: Transformando a equação paramétrica para cartesiana Podemos esboçar o gráfico de uma paramétrica transformando-la para cartesiana eliminando o parâmetro 푡 entre as equações. Exemplo 2.10. Ache a equação cartesiana da astróide⎧⎨⎩ 푥 = 푅 cos 3푡푦 = 푅 sen 3푡 0 ≤ 푡 ≤ 2휋 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 79 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.2: Construção de gráficos Solução ⎧⎨⎩ 푥 = 푅 cos 3푡⇒ cos 푡 = ( 푥 푅 )1/3 푦 = 푅 sen 3푡⇒ sen 푡 = ( 푦 푅 )1/3 Como cos 2푡+ sen 2푡 = 1 ⇒ ( 푥 푅 )2/3 + ( 푦 푅 )2/3 = 1 ⇒ 푥2/3 + 푦2/3 = 푅2/3 que a equação cartesiana. ■ Exemplo 2.11. Eliminar o parâmetro 푡 na seguinte equação paramétrica e esboçar seu gráfico ⎧⎨⎩ 푥 = 1√ 푡 + 1 푦 = 푡 푡 + 1 푡 > −1 Solução 푦 = 푡 푡 + 1 ⇒ 푡 = 푦 1− 푦 Substituindo em 푥 = 1√ 푡+ 1 , temos 푥 = √ 1− 푦 ou 푦 = 1− 푥2. Ou seja o gráfico é parte do gráfico da parabola 푦 = 1− 푥2, com 푥 > 0 e 푦 < 1. 1 2 −1 −2 −3 −4 1 2 3 4 5−1 푥 푦 ■ Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 80 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.2: Construção de gráficos Exemplo 2.12. Eliminar o parâmetro 푡 na seguinte equação paramétrica e esboçar seu gráfico ⎧⎨⎩ 푥 = 3 cos (2푡)푦 = 1 + 2 cos 2(2푡) 0 ≤ 푡 ≤ 휋 Solução 푥 = 3 cos (2푡)⇒ cos (2푡) = 푥 3 Substituindo em 푦 = 1+2 cos 2(2푡), temos 푦 = 1 + (푥 3 )2 = 1 + 푥2 9 . Ou seja o gráfico é parte do gráfico da parabola 푦 = 1 + 푥2 9 percorrida duas vezes, com −3 ≤ 푥 ≤ 3 e 1 ≤ 푦 ≤ 2. 1 2 −1 1 2 3−1−2−3 푥 푦 푡 = 휋 2 푡 = 0, 휋 푡 = 휋 4 , 3휋 4 ■ ∙ MÉTODO III: Usando Noções de Calculo A a) Pontos de interseção com os eixos, caso existem,ou fácil de calcular b) Pontos de auto-interseção - pontos por onde a curva passa duas vezes (ou seja em dois instantes diferentes), caso existem, c) Os tangentes horizontais ( 푑푦 푑푡 = 0 e 푑푥 푑푡 ∕= 0 ) caso existem, d) Os tangentes verticais ( 푑푥 푑푡 = 0 e 푑푦 푑푡 ∕= 0 ) caso existem, e) Estudo de crescimento e decrescimento de 푥 e 푦 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 81 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.2: Construção de gráficos Exemplo 2.13. Esboçar o gráfico de⎧⎨⎩ 푥 = 푡 2 + 1 푦 = −푡3 3 + 푡+ 1 Solução – Interseção com os eixos: 푦 = 0⇒ −푡 3 3 + 푡+ 1 = 0 que é difícil de resolver. 푥 ∕= 0 ∀푡, então a curva não intersecta o eixo 푦. – Auto-Interseção: Sejam 푡1 < 푡2 tais que 푥(푡1) = 푥(푡2) e 푦(푡1) = 푦(푡2). 푥(푡1) = 푥(푡2)⇒ (푡1)2 + 1 = (푡2)2 + 1⇒ 푡1 = ±푡2 ⇒ 푡1 = −푡2. ⎧⎨⎩ 푦(푡1) = 푦(푡2) e 푡1 = −푡2 ⇒ (푡1) 3 3 − 푡1 = 0⇒ 푡1 = 0 ou 푡1 = ± √ 3 푡1 = 0⇒ 푡1 = 푡2 (não serve!). Então 푡1 = − √ 3 e 푡2 = √ 3. Temos, 푡 = ± √ 3⇒ ⎧⎨⎩ 푥 = 4푦 = 1 – Tangentes 푑푥 푑푡 = 2푡 = 0 ⇒ 푡 = 0, ou seja a função tem uma reta tangente vertical no ponto (1, 1). 푑푦 푑푡 = −푡2+1 = 0⇒ 푡 = ±1, ou seja a função tem 2 retas tangentes horizontais nos pontos (2, 5 3 ) e (2, 1 3 ). Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 82 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.2: Construção de gráficos – Crescimento e decrescimento −1 0 1 + + ++++++ ++++++−−−−− −−−−−− 푡 sinal de 푑푥 푑푡 crescimento de 푥 descrescente crescentedescrescente crescente −1 0 1 −−−−−− ++++++−−−−− +++++ 푡sinal de 푑푦 푑푡 crescimento de 푦 crescente crescentedescrescente descrescente 0 1 2 0 1 2 3 4 5 6 푥 푦 푡 = ±√3푡 = 0 푡 = 1 푡 = −1 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 83 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.3: Exercícios 2.3 Exercícios [1] Esboçar os gráficos das seguintes curvas paramétricas. Eliminando 푡 nas equações, achar as equações na forma cartesiana: (1.1) ⎧⎨⎩ 푥 = 푡2푦 = 푡3 (1.2) ⎧⎨⎩ 푥 = 푡5 − 4푡3푦 = 푡2 (1.3) ⎧⎨⎩ 푥 = 푒2푡푦 = 푡3 + 2푡 (1.4) ⎧⎨⎩ 푥 = √ 푡 푦 = 푡 , 푡 ≥ 0. (1.5) ⎧⎨⎩ 푥 = 3푡+ 2푦 = 1 2푡− 1 (1.6) ⎧⎨⎩ 푥 = 2 cotg 휃푦 = 2 sen 2휃 (1.7) ⎧⎨⎩ 푥 = 푡(푡2 − 2)푦 = 2(푡2 − 1) (1.8) ⎧⎨⎩ 푥 = 3푡 1 + 푡3 푦 = 3푡2 1 + 푡3 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 84 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.4: Reta Tangentes 2.4 Reta Tangentes de curvas Paramétricas Neste seção queremos determinar a equação da reta tangente ao equações paramétri- cas dado por: 푥 = 푓(푡) 푦 = 푔(푡) (∗) Recordamos que a equação da reta tangente ao 푦 = 퐹 (푥) no ponto (푎,퐹 (푎)) é dado por 푦 = 퐹 (푎) +푚(푥− 푎), onde 푚 = 푑푦 푑푥 ∣∣∣ 푥=푎 = 퐹 ′(푎) (∗∗) Então se podemos calcular 푑푦 푑푥 para as equações paramétricas, podemos usar (∗∗) para achar a equação da reta tangente. ∙ Cálculo de 푑푦 푑푥 : Suponha que podemos eliminar o parâmetro 푡 em (∗) e reescreve-lo na forma 푦 = 퐹 (푥). Se substituirmos 푥 = 푓(푡) e 푦 = 푔(푡) na equação 푦 = 퐹 (푥), obtermos 푔(푡) = 퐹 (푓(푡)) Derivando usando a Regra da Cadeia, temos 푔′(푡) = 퐹 ′(푓 ′(푡)) Mudando a notação, temos que 푑푦 푑푡 = 퐹 ′(푥) 푑푥 푑푡 Resolvendo por 퐹 (푥) = 푑푦 푑푥 temos 푑푦 푑푥 = 푑푦 푑푡 푑푥 푑푡 , desde que 푑푥 푑푡 ∕= 0 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 85 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.4: Reta Tangentes Da mesma forma 푑푥 푑푦 = 푑푥 푑푡 푑푦 푑푡 , desde que 푑푦 푑푡 ∕= 0 Exemplo 2.14. Ache as retas tangentes ao curva paramétrica dada por⎧⎨⎩ 푥 = 푡3 − 2푡푦 = 2푡2 − 2 no ponto (0, 2). Solução 푚 = 푑푦 푑푥 = 푑푦 푑푡 푑푥 푑푡 = 4푡 3푡2 − 2 Quando 푥 = 0, 푦 = 2⇒ 푡 = ±√2 Para 푡 = − √ 2 ,푚 = 푑푦 푑푥 ∣∣∣ 푡=− √ 2 = − √ 2 Então a reta tangente no ponto (푡 = −√2) é 푦 = 2− √ 2푥 Para 푡 = √ 2 ,푚 = 푑푦 푑푥 ∣∣∣ 푡= √ 2 = √ 2 Então a reta tangente no ponto (푡 = √ 2) é 푦 = 2 + √ 2푥 ■ Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 86 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.4: Reta Tangentes ∙ Cálculo de 푑 2푦 푑푥2 : Para calcular a segunda derivada usamos a regra da cadeia duas vezes: 푑2푦 푑푥2 = 푑 푑푥 ( 푑푦 푑푥 ) = 푑 푑푡 ( 푑푦 푑푥 ) 푑푥 푑푡 Exemplo 2.15. Calcule a segunda derivada da seguintes equações paramétricas⎧⎨⎩ 푥 = 푡3 − 2푡푦 = 2푡2 − 2 no ponto (0, 2) e diga se ela tem concavidade voltada para baixo ou para cima neste ponto. Solução 푑2푦 푑푥2 = 푑 푑푡 ( 푑푦 푑푥 ) 푑푥 푑푡 = 푑 푑푡 ( 4푡 3푡2 − 2 ) 3푡2 − 2 = ( 4(3푡2 − 2)− (4푡)(6푡) (3푡2 − 2)2 ) 3푡2 − 2 = −12푡2 − 8 (3푡2 − 2)3 Quando 푥 = 0, 푦 = 2⇒ 푡 = ±√2, Logo 푑2푦 푑푥2 ∣∣∣ 푡=± √ 2 = −1 2 < 0 Portanto a concavidade é voltada para baixo on ponto (0,2). Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 87 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.5: Exercícios 2.5 Exercícios [1] Calcule as expressões das derivadas e os seus respectivos valores nos pontos dados: (1.1) ⎧⎨⎩ 푥 = sen 푡푦 = sen 2푡 , 푡 ∈ [ − 휋 2 , 휋 2 ] , 푑푦 푑푥 , no ponto 푡 = 휋 6 (1.2) ⎧⎨⎩ 푥 = 6푡(1 + 푡2)−1푦 = 6푡2(1 + 푡2)−1 , 0 ≤ 푡 ≤ 1, 푑푦푑푥 , no ponto de abscissa 125 (1.3) ⎧⎨⎩ 푥 = 푡 + sen (휋2 푡)푦 = 푡 + ln 푡 , 푡 > 0, 푑푦푑푥 , no ponto 푡 = 8 [2] Calcule 푑2푦 푑푥2 nos seguintes casos: (2.1) ⎧⎨⎩ 푥 = sen 푡푦 = sen 2푡 , 푡 ∈ [ − 휋 2 , 휋 2 ] (2.2) ⎧⎨⎩ 푥 = 푒−푡푦 = 푒3푡 [3] Verifique se: (3.1) ⎧⎨⎩푥 = sec (푡)푦 = ln( cos 푡) , 푡 ∈ ] − 휋 2 , 휋 2 [ , satisfaz a equação 푑2푦 푑푥2 + 푒푦 ⋅ 푑푦 푑푥 = 0 (3.2) ⎧⎨⎩ 푥 = arcsen(푡)푦 = √1− 푡2 , 푡 ∈ [−1, 1], satisfaz a equação sen 푥 ⋅ 푑 2푦 푑푥2 + 푦 ⋅ 푑푦 푑푥 = 0 [4] Determine uma equação da reta tangente ao gráfico da curva 퐶, no ponto de abscissa 푥0 = −1 4 , sendo 퐶, definida parametricamente pelas equações⎧⎨⎩ 푥 = 2 cos 3푡푦 = 2 sen 3푡 , 푡 ∈ [0, 휋]. [5] Determine as equações das retas tangentes e normal ao gráfico da curva 퐶, no ponto com 푡 = 1, sendo 퐶, definida parametricamente pelas equações⎧⎨⎩ 푥 = 푡푦 = 푡 + 2 arctg(푡) . Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 88 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.6: Áreas 2.6 Área de curvas paramétricas Determinamos a área sobre uma curva dado por equações paramétricas:⎧⎨⎩ 푥 = 푓(푡)푦 = 푔(푡) 푡 ∈ [훼, 훽] (∗) tais que 푡1 ∕= 푡2 ⇒ (푥(푡1), 푦(푡1)) ∕= (푥(푡2), 푦(푡2)) (não queremos repetir trechos da curva). Recordamos que a área sob uma curva 푦 = 퐹 (푥) de 푎 ≤ 푥 ≤ 푏 é 퐴 = ∫ 푏 푎 퐹 (푥) 푑푥, (∗∗) onde 퐹 (푥) ≥ 0. Usando a equação paramétrica (∗) como uma mudança na integral definida (∗∗), ∙ Vamos supor que quando 푥 = 푎, 푡 = 훼 (ou seja 푓(훼) = 푎) e quando 푥 = 푏, 푡 = 훽 (ou seja 푓(훽) = 푏.) ∙ 푑푥 = 푓 ′(푡) 푑푡 ∙ 푦 = 퐹 (푥) = 퐹 (푓(푡)) = 푔(푡) Substituindo em (∗∗), temos que área é 퐴 = ∫ 훽 훼 푔(푡)푓 ′(푡) 푑푡. Exemplo 2.16. Determine a área por baixo da ciclóide ⎧⎨⎩ 푥 = 6(푡− sen 푡)푦 = 6(1− cos 푡) 0 ≤ 푡 ≤ 2휋. Solução Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 89 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.6: Áreas Observe que não há trechos repetidos. Logo 퐴 = ∫ 2휋 0 푦(푡) ⋅ 푑푥 푑푡 푑푡 = ∫ 2휋 0 6(1− cos 푡) ⋅ 6(1− cos 푡) 푑푡 = 36 ∫ 2휋 0 (1− 2 cos 푡 + cos 2푡) 푑푡 = 36 ∫ 2휋 0 ( 1− 2 cos 푡 + 1 + cos 2푡 2 ) 푑푡 = 18 ∫ 2휋 0 (3− 4 cos 푡 + cos 2푡) 푑푡 = 18 [ 3푡− 4 sen 푡+ 1 2 sen 2푡 ]2휋 0 = 108휋. Exemplo 2.17. Calcular a área da região do plano limitada pelo laço da curva 퐶 de equações paramétricas ⎧⎨⎩ 푥 = − 푡3 3 + 푡 푦 = 푡2 − 1 (∗) Solução ∙ Estudo de crescimento e decrescimento de 푥 e 푦 :⎧⎨⎩ 푑푥 푑푡 = −푡2 + 1 푑푦 푑푡 = 2푡⎧⎨⎩ 푑푦 푑푡 = 0⇒ 푡 = 0⇒ ⎧⎨⎩ 푥 = 0푦 = −1 푑푥 푑푡 = 0⇒ 푡 = −1⇒ ⎧⎨⎩ 푥 = −2 3 푦 = 0 ou 푡 = 1⇒ ⎧⎨⎩ 푥 = 2 3 푦 = 0 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 90 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.6: Áreas −1 0 1 + + ++++++ ++++++−−−−− −−−−−− 푡 sinal de 푑푥 푑푡 crescimento de 푥 crescente crescentedescrescente descrescente −1 0 1 −−−−−− ++++++−−−−− +++++ 푡 sinal de 푑푦 푑푡 crescimento de 푦 descrescente crescentedescrescente crescente Usando apenas estas informações temos a seguinte representação gráfica para a curva (fig.1) e no (fig. 2) apresenta esta curva de forma mais exata. 푥 푦 푡 = √ 3 푡 = 0 É preciso calcular o ponto de auto-interseção da curva, que é um ponto por onde o móvel passa duas vezes )ou sejam em dois instantes diferentes). Logo, sejam 푡1 < 푡2 tais que 푥(푡1) = 푥(푡2) e 푦(푡1) = 푦(푡2). 푦(푡1) = 푦(푡2)⇒ (푡1)2 − 1 = (푡2)2 − 1⇒ 푡1 = ±푡2 ⇒ 푡1 = −푡2. ⎧⎨⎩ 푥(푡1) = 푥(푡2) e 푡1 = −푡2 ⇒ −(푡2) 3 3 − 푡2 = −(푡2) 3 3 + 푡2 ⇒ −(푡2) 3 3 − 푡2 = 0⇒ 푡2 = 0 ou 푡2 = ± √ 3 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 91 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.6: Áreas 푡2 = 0⇒ 푡1 = 푡2 (não serve!). Então 푡1 = − √ 3 e 푡2 = √ 3. Temos, 푡 = ± √ 3⇒ ⎧⎨⎩ 푥 = 0푦 = 2 Pela maneira como a curva é descrita pelas equações, vemos que não há repetição de trechos. Logo, 퐴 = 2 ⋅ ∫ √3 0 푥(푡) 푑푦 푑푡 푑푡 = 2 ⋅ ∫ √3 0 ( −푡 3 3 + 푡 ) ⋅ 2푡 푑푡 = 4 ⋅ ∫ √3 0 ( −푡 4 3 + 푡2 ) 푑푡 = 4 [ − 푡 5 15 + 푡3 3 ]√3 0 = 4 [ −9√3 15 + 3 √ 3 3 ] = 8 √ 3 5 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 92 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.7: Exercícios 2.7 Exercícios [1] Determine a área limitada: (1.1) pelo eixo 푂푥, 푥 = 1, 푥 = 푒 e a curva de equações paramétricas ⎧⎨⎩ 푥 = 푒2푡푦 = 2 + 푡2 푥 푦 푒1 (1.2) pelas curvas de equações 푥 = 2 e⎧⎨⎩ 푥 = 푡2 + 1푦 = 푡3 + 2푡 푥 푦 21 3 −3 (1.3) pelo laço de curva ⎧⎨⎩ 푥 = 푡3 − 푡푦 = 푡2 − 1 푥 푦 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 93 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.7: Exercícios (1.4) pelo laço de curva ⎧⎨⎩ 푥 = 푡 2 푦 = 푡− 푡 3 3 푥 푦 [2] Seja 푅 a região do plano acima da reta 푦 = 2 e abaixo do arco da ciclóide de equações⎧⎨⎩ 푥(푡) = 2(푡− sen 푡)푦(푡) = 2(1− cos 푡) , 푡 ∈ [0, 2휋]. Esboce 푅 e calcule a sua área. Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 94 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.8: Comprimentos de arcos 2.8 Comprimentos de curvas paramétricas Dedução da fórmula para comprimentos de arcos Seja uma curva dada por equações paramétricas contínuas⎧⎨⎩ 푥 = 푥(푡)푦 = 푦(푡) 푡 ∈ [푎, 푏] tais que 푡1 ∕= 푡2 ⇒ (푥(푡1), 푦(푡1)) ∕= (푥(푡2), 푦(푡2)) (não queremos repetir trechos da curva) Vamos determinar (ou melhor, definir) o comprimento 퐿 da curva: Tomemos números 푡0, 푡1, ⋅ ⋅ ⋅ , 푡푛 tais que 푎 = 푡0 < 푡1 < ⋅ ⋅ ⋅ 푡푖−1 < 푡푖 < ⋅ ⋅ ⋅ 푡푛 = 푏 e pontos sobre a curva 푃푖 = (푥(푡푖), 푦(푡푖)) , para 푖 = 1, ⋅ ⋅ ⋅ ,푛. O comprimento da linha poligonal 푃0푃1,푃1푃2, ⋅ ⋅ ⋅ ,푃푖−1푃푖, ⋅ ⋅ ⋅ ,푃푛−1푃푛 é uma estimativa para 퐿, e tomando-se pontos 푃푖 cada vez mais próximo uns dos outros espera-se que este comprimento se aproxime cada vez mais de 퐿. Isto é, indicado a distância entre 푃푖−1 e 푃푖 por 푑(푃푖−1,푃푖) temos 퐿 ≅ 푑(푃0,푃1) + 푑(푃1,푃2) + ⋅ ⋅ ⋅+ 푑(푃푛−1,푃푛) Da geometria analítica temos, 푑(푃푖−1,푃푖) = √ (푦(푡푖)− 푦(푡푖−1))2 + (푥(푡푖)− 푥(푡푖−1))2 Supondo que cada uma das funções 푦(푡) e 푥(푡) tenha derivada contínua, pelo teorema do valor médio para derivadas, em cada intervalo [푡푖−1, 푡푖] existem 훼푖, 훽푖 ∈ [푡푖−1, 푡푖] tais que 푥(푡푖)− 푥(푡푖−1) = 푥′(훼푖) ⋅ (푡푖 − 푡푖−1) e 푦(푡푖)− 푦(푡푖−1) = 푦′(훽푖) ⋅ (푡푖 − 푡푖−1) Indicando Δ푡푖 = 푡푖 − 푡푖−1 temos 푑(푃푖−1,푃푖) = √ (푦′(훽푖)) 2 + (푥′(훽푖)) 2Δ푡푖 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 95 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.8: Comprimentos de arcos Então, 퐿 ≅ 푛∑ 푖=0 √ (푦′(훽푖)) 2 + (푥′(훽푖)) 2Δ푡푖 e 퐿 = lim maxΔ푡푖→0 ( 푛∑ 푖=0 √ (푦′(훽푖)) 2 + (푥′(훽푖)) 2Δ푡푖 ) Como 푦′(푡) e 푥′(푡) são contínuas, 퐿 = ∫ 푏 푎 √ (푦′(푡))2 + (푥′(푡))2 푑푡. 2.3 Observação. Se 푣(푡) é o vetor velocidade da curva parametrizada então 퐿 = ∫ 푏 푎 ∣푣(푡)∣ 푑푡. Isto é "a integral do módulo da velocidade é igual à distância percorrida". Exemplo 2.18. Use integral para calcular o comprimento do circulo de raio 4 e centro (1,2). Solução Sejam as equações paramétricas do circulo⎧⎨⎩ 푥 = 4 cos 푡+ 1푦 = 4 sen 푡 + 2 푡 ∈ [0, 2휋] Com estas equações não há repetição de trechos da curva 퐿 = ∫ 2휋 0 √ (−4 ⋅ sen 푡)2 + (4 cos 푡)2 푑푡 = 4 ∫ 2휋 0 √ sen 2푡+ cos 2푡 푑푡 = 4 ∫ 2휋 0 푑푡 = 8휋. 2.4 Observação. O comprimento da elipse (que não seja círculo) não pode ser calculado de forma análoga pois para 푎2 ∕= 푏2 a integral ∫ √ 푎2 sen 2(푡) + 푏2 cos 2(푡) 푑푡 não pode ser representada usando funções elementares. Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 96 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.8: Comprimentos de arcos Exemplo 2.19. Calcule o comprimento de arco da curva de equações paramétricas⎧⎨⎩ 푥 = 푡− 푡2푦 = 0 0 ≤ 푡 ≤ 1 Solução Observe que há trechos repetidos pois (푥(푡1), 푦(푡1)) = (푥(푡2), 푦(푡2)) ∀푡1 ∈ [0, 1/2[ e ∀푡2 ∈]1/2, 1]. Logo o comprimento 퐿 = ∫ 1/2 0 √ (1− 2푡)2 + (0)2 푑푡 = ∫ 1/2 0 ∣1− 2푡∣ 푑푡 = ∫ 1/2 0 (1− 2푡) 푑푡 = 1 4 . Exemplo 2.20. Esboce e calcule o comprimento de arco de equações paramétricas⎧⎨⎩ 푥 = 2( cos 푡− 1)푦 = 2(푡+ sen 푡) 푡 ∈ [0, 2휋] Solução ∙ Estudo de crescimento e decrescimento de 푥 e 푦 :⎧⎨⎩ 푑푥 푑푡 = −2sen 푡 푑푦 푑푡 = 2(1 + cos 푡)⎧⎨⎩ 푑푥 푑푡 = 0⇒ 푡 = 0⇒ ⎧⎨⎩ 푥 = 0푦 = 0 푑푦 푑푡 = 0⇒ 푡 = 휋 ⇒ ⎧⎨⎩ 푥 = −4푦 = 2휋 ou 푡 = 2휋 ⇒ ⎧⎨⎩ 푥 = 0푦 = 4휋 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 97 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.8: Comprimentos de arcos 0 휋 2휋 −−−−−−−− ++++++ 푡 sinal de 푑푥 푑푡 crescimento de 푥 descrescente crescente 0 휋 2휋 +++++ ++++++ 푡 sinal de 푑푦 푑푡 crescimento de 푦 crescente crescente Usando apenas estas informações temos a seguinte representação gráfica para a curva (fig.1) e no (fig. 2) apresenta esta curva de forma mais exata. 푥 푦 Pela maneira como a curva é descrita pelas equações, vemos que não há repetição de tre- chos. Logo, 퐿 = ∫ 2휋 0 √ (−2 sen 푡)2 + (2(1 + cos 푡))2 푑푡 = = 2 ∫ 2휋 0 √ sen 2푡+ 1 + 2 cos 푡+ cos 2푡 푑푡 = 2 ∫ 2휋 0 √ 2 + 2 cos 푡 푑푡 = 2 √ 2 ∫ 2휋 0 √ 1 + cos 푡 푑푡 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 98 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.8: Comprimentos de arcos Usando a fórmula cos 2 ( 푡 2 ) = 1 + cos 푡 2 . Temos 퐿 = 2 √ 2 ∫ 2휋 0 √ 2푐표푠2(푡/2) 푑푡 = 4 ∫ 2휋 0 ∣ cos (푡/2)∣ 푑푡 Então de acordo com o sinal de cos (푡/2), 퐿 = 4 (∫ 휋 0 cos (푡/2) 푑푡− ∫ 2휋 휋 cos (푡/2) 푑푡 ) = 8 [ sen (푡/2)]휋0 − 8 [ sen (푡/2)]2휋휋 = 16. Exemplo 2.21. Esboce a curva e calcule o comprimento de arco do laço da curva de equações paramétricas ⎧⎨⎩ 푥 = 푡 2 + 1 푦 = 푡3 3 − 푡+ 1 푡 ∈ ℝ Solução ∙ Estudo de crescimento e decrescimento de 푥 e 푦 :⎧⎨⎩ 푑푥 푑푡 = 2푡 푑푦 푑푡 = 푡2 − 1⎧⎨⎩ 푑푥 푑푡 = 0⇒ 푡 = 0⇒ ⎧⎨⎩ 푥 = 1푦 = 1 푑푦 푑푡 = 0⇒ 푡 = −1⇒ ⎧⎨⎩ 푥 = 2푦 = 5 3 ou 푡 = 1⇒ ⎧⎨⎩ 푥 = 2푦 = 1 3 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 99 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.8: Comprimentos de arcos −1 0 1 −−−−−−−− ++++++−−−−− +++++ 푡 sinal de 푑푥 푑푡 crescimento de 푥 descrescente crescentedescrescente crescente −1 0 1 −−−−−− −−−−−−+++++ +++++ 푡 sinal de 푑푦 푑푡 crescimento de 푦 descrescente descrescentecrescente crescente ∙ Calculando a auto-interseção: Sejam 푡1 < 푡2 tais que 푥(푡1) = 푥(푡2) e 푦(푡1) = 푦(푡2). 푥(푡1) = 푥(푡2)⇒ (푡1)2 + 1 = (푡2)2 + 1⇒ 푡1 = ±푡2 ⇒ 푡1 = −푡2. ⎧⎨⎩ 푦(푡1) = 푦(푡2) e 푡1 = −푡2 ⇒ −(푡2) 3 3 +푡2+1 = (푡2) 3 3 −푡2+1⇒ −(푡2) 3 3 +푡2 = 0⇒ 푡2 = 0 ou 푡2 = ± √ 3 푡2 = 0⇒ 푡1 = 푡2 (não serve!). Então 푡1 = − √ 3 e 푡2 = √ 3. Temos, 푡 = ± √ 3⇒ ⎧⎨⎩ 푥 = 4푦 = 1 Esboçando a curva com estas informações temos a seguinte representação gráfica para a curva (fig.1) e no (fig. 2) apresenta esta curva de forma mais exata. Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 100 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.8: Comprimentos de arcos 푥 푦 Calculando o comprimento do laço 퐿 = ∫ √3 − √ 3 √ (2푡)2 + (푡2 − 1)2 푑푡 = ∫ √3 − √ 3 √ 푡4 + 2푡2 + 1 푑푡 = ∫ √3 − √ 3 √ (푡2 + 1)2 푑푡 = ∫ √3 − √ 3 ∣푡2 + 1∣푑푡 Como 푡2 + 1 é positivo para todo 푡, 퐿 = ∫ √3 − √ 3 (푡2 + 1) 푑푡 = [ 푡3 3 + 푡 ] = 4 √ 3. Exemplo 2.22. As equações paramétricas a seguir dão a posição de uma partícula em cada instante 푡, durante o intervalo de tempo 0 ≤ 푡 ≤ 휋.⎧⎨⎩ 푥 = cos (2푡)푦 = sen 2(푡) (∗) a) Calcule a distancia total percorrida pela partícula. b) Verifique se há trechos da trajetória que são repetidos durante o movimento. c) Esboce a trajetória e calcule seu comprimento. Solução Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 101 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.8: Comprimentos de arcos a) Basta aplicar a fórmula do comprimento de arco no intervalo 0 ≤ 푡 ≤ 휋 (se houver repetição de algum trecho, deve ser contabilizada).⎧⎨⎩ 푑푥 푑푡 = −2 sen (2푡) = −4 sen (푡) cos (푡) 푑푦 푑푡 = 2 sen (푡) cos (푡) (∗∗) 퐷 = ∫ 휋 0 √ 16 sen 2(푡) cos 2(푡) + 4 sen 2(푡) cos 2(푡) 푑푡 = √ 5 ∫ 휋 0 ∣ sen (2푡)∣ 푑푡 = De acordo com o sinal de sen (2푡), temos 퐷 = √ 5 ∫ 휋 0 ∣ sen (2푡)∣ 푑푡 = √ 5 (∫ 휋/2 0 sen (2푡) 푑푡− ∫ 휋 휋/2 sen (2푡) 푑푡 ) = 2 √ 5. b) Vamos determinar valores de 푡 tais que 푡1 < 푡2 e (푥(푡1), 푦(푡1)) = (푥(푡2), 푦(푡2)) : Das equações (∗) temos,⎧⎨⎩ sen 2(푡1) = sen 2(푡2) com 푡1 < 푡2 e 푡1, 푡2 ∈ [0, 휋] ⇔ ⎧⎨⎩ sen (푡1) = sen (푡2) com 푡1 < 푡2 e 푡1, 푡2 ∈ [0, 휋] ⇔ 푡2 = 휋−푡1 com 푡1 ∈ [ 0, 휋 2 ] cos (2푡2) = cos (2휋 − 2푡1) = cos (−2푡1) = cos (2푡1) Então nos instantes 푡2 e 푡1 tais que 푡1 ∈ [0, 휋/2] e 푡2 = 휋 − 푡1, a partícula ocupa a mesma posição. Concluímos que após 푡 = 휋/2 a partícula repete (retorna) a mesma trajetória descrita até este instante. c) De acordo com b) só precisamos trabalhar com 푡 ∈ [0, 휋/2]. Com as equações (∗) temos 푡 = 0⇒ ⎧⎨⎩ 푥 = 1푦 = 0 ; 푡 = 휋/2 ⎧⎨⎩ 푥 = −1푦 = 1 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 102 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.8: Comprimentos de arcos Esta trajetória é de fato um segmento da reta 푦 = (1− 2푥)/2 (tente verificar!) De acordo com o que foi discutido antes, o comprimento da trajetória é igual à metade da distância percorrida pela partícula, ou seja, 퐿 = 퐷 2 = √ 5. Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 103 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.9: Exercícios 2.9 Exercícios [1] Calcule os comprimentos das curvas descritas abaixo: (1.1) ⎧⎨⎩ 푥 = 2 cos 푡푦 = 2 sen 푡 , 0 ≤ 푡 ≤ 2휋 (1.2) ⎧⎨⎩ 푥 = 1 푡 푦 = ln 푡 , 1 ≤ 푡 ≤ 2 (1.3) ⎧⎨⎩ 푥 = 푎 cos 3푡푦 = 푎 sen 3푡 , 0 ≤ 푡 ≤ 2휋, 푎 > 0 (1.4) ⎧⎨⎩ 푥 = 푡− 푡2푦 = 0 , 0 ≤ 푡 ≤ 1 (1.5) ⎧⎨⎩ 푥 = 푎(푡− sen 푡)푦 = 푎(1− cos 푡) , 0 ≤ 푡 ≤ 2휋 (1.6) ⎧⎨⎩ 푥 = 푒푡 sen 푡푦 = 푒푡 cos 푡 , 0 ≤ 푡 ≤ 휋2 [2] As equações ⎧⎨⎩ 푥 = 4푡+ 3푦 = 2푡2 dão a posição (푥, 푦) de uma partícula no instante 푡. Determine a distância percorrida pela partícula durante o intervalo de tempo 0 ≤ 푡 ≤ 5. [3] Determine o comprimento de arco do laço de curva ⎧⎨⎩ 푥 = 푡 2 푦 = 푡− 푡 3 3 푥 푦 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 104 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.10: Respostas 2.10 Respostas dos Exercícios Propostos ∙ Construção de gráficos de curvas paramétricas (página 84) [1] 푥 푦 (1.1) 푦2 = 푥3 푥 푦 (1.2) 푥2 = 푦5 − 8푦4 + 16푦3 푥 푦 (1.3) 푦 = 1 8 (ln 푥)3 + ln 푥 푥 푦 (1.4) 푦 = 푥2 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 105 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.10: Respostas 푥 푦 (1.5) 푦 = 3 2푥− 7 푥 푦 (1.6) 푦 = 8 푥2 + 4 푥 푦 (1.7) 8푥2 − 푦3 + 2푦2 + 4푦 − 8 = 0 푥 푦 (1.8) 푥3 + 푦3 − 3푥푦 = 0 Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yartey e Silvia Velloso 106 Cap.2: Curvas Paramétricas Sec.10: Respostas ∙ Reta tangentes de curvas paramétricas (página 88) [1] ⎧⎨⎩ (1.1) 푑푦 푑푥 = 2푐표푠(2푡) 푐표푠(푡) , 푑푦 푑푥 ∣∣∣ 푡=휋 6 = 2 √ 3 3 (1.2) 푑푦 푑푥 = 2푡 1− 푡2 ; para 푥 = 12 5 , temos 푡 = 1 2 , logo 푑푦 푑푥 ∣∣∣ 푡= 1 2 = 4 3 (1.3) 푑푦 푑푥 = 1 + 푡 푡 ⋅ 1 1 + (휋/2)푐표푠(휋 2 푡) , 푑푦 푑푥 ∣∣∣ 푡=8 = 9 8 + 4휋 [2] { (2.1) 푑2푦 푑푥2 = 2 cos (2푡). sen (푡)− 4. sen (2푡). cos (푡) cos 3(푡) (2.2) 푑2푦 푑푥2 = 12푒5푡 [4] 푦 = √ 3푥+ √ 3 [5] ⎧⎨⎩ Reta Tangente: 푦 − (1 + 휋 2 ) = 2(푥− 1) Reta Normal: 푦 − (1 + 휋 2 ) = −11 2 (푥− 1) ∙ Área de curvas paramétricas (página 93) [1] { (1.1) 9푒− 10 4 u.a (1.2) 52 15 u.a (1.3) 8 15 u.a (1.4) 8 √ 3 5 u.a [2] (2휋 + 8) u.a ∙ Comprimento de arcos (página 104) [1] ⎧⎨⎩ (1.1) 4휋 u.c (1.2) √ 2− √ 5 2 + ln ∣∣∣2 +√5 1 + √ 2 ∣∣∣ u.c (1.3) 6푎 u.c (1.4) 1 4 u.c (1.5) 8푎 u.c (1.6) √ 2(푒휋/2 − 1) u.c [2] 10 √ 26 + 2 ln(5 + √ 26) u.c [3] 4 √ 3 u.c Eliana Prates, Ivana Matos, Joseph Yarteye Silvia Velloso 107
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