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Adesivos de Esmalte e Dentina luizmmendes@gmail.com Como o dentista trabalha... Adesivos Adesivo: material que se solidifica entre dois substratos, sendo capaz de transferir carga de um substrato para outro. Força de Adesão: capacidade de uma união adesiva de suportar uma carga. Durabilidade de Adesão: período de tempo em que a adesão permanece estável. Akinmade e Nicholson, 1997 Seleção do adesivo Origem Composição Mecanismo de ação Modo de aplicação Evolução X Melhoria de Qualidade Carvalho et al, 2004 Adesivos de Esmalte e Dentina Adesão ao Esmalte: substrato homogêneo - 97% mineral + 3% mat orgânica e água preparo mecânico - abrasão/ jato - exposição de camada reativa ácido - desm. seletiva dos prismas - porosidades ácido fosfórico de 30 a 40 % - 30 seg ELS esmalte 30 dyne/cm - após condicionado 42 dyne/cm ELS adesivos hidrofóbicos 40 dyne/cm(MOLHAMENTO) infiltração do sistema adesivo e polimerização Adesivos Dentinários Adesão à Dentina: substrato heterogêneo - 50% mineral + 25% água e 25% matéria orgânica (colágeno) substrato fisiologicamente dinâmico variações estruturais de acordo com a profundidade e estímulos presente em maior quantidade presença de Smear Layer, que diminui a permeabilidade dentinária em até 86% (Pashley, 1976; Bowen,1984; Eick et al, 1991) Adesivos Dentinários SMEAR LAYER Definição: camada composta de bactérias, restos de matéria orgânica e inorgânica, água e óleo, produzida pela instrumentação rotatória ou manual. Boyde et al,1963; Bowen, 1984; Ishioka & Caputo,1991 Aderida à dentina com força adesiva de 5MPa Espessura de 1 a 3 m Pashley, 1988 Adesão à Dentina: • Substrato úmido e heterogêneo • Formulações + hidrofílicas < durabilidade Hidrofilia substrato / técnica Hidrofobia resistência / durabilidade Adesivos Dentinários Adesivos Dentinários Relação com o substrato • Monômeros hidrofílicos Compatíveis com a umidade Maior sorção de água Menor estabilidade de longo prazo • Monômeros hidrofóbicos Mais viscosos > PM Maior resistência e estabilidade Adesivos Dentinários Mecanismo de ação: • Processo de Hibridização • Retenção micromecânica ao E e D “União micromecânica > união química” Carvalho, 1998 Xu et al, 1997 Adesivos de Esmalte e Dentina A diferença entre a adesão ao esmalte e à dentina está principalmente na estabilidade a longo prazo. Isso se explica por esmalte ser um substrato homogêneo e a dentina essencialmente heterogênea. Baratieri e cols, 2001 A eficácia de um adesivo dentinário está na dependência de sua maior ou menor sensibilidade às variações do substrato. Carvalho, 1998 Convencionais – de dois passos ácido Convencionais – de três passos separado Autocondicionantes – de dois passos ácido Autocondicionantes – de passo único junto Como classificá-los ??? Primer e Bond Juntos Ácido Separado Convencionais 2 Passos Como classificá-los ??? Como classificá-los ??? Convencionais 3 Passos Primer e Bond Separados Ácido Separado Como classificá-los ??? Adesivos Self Ecthing 2 Passos Primer e Bond Separados Ácido Junto Como classificá-los ??? Adesivos Self Ecthing 1 Passo Primer e Bond Juntos Ácido Junto Adesivos Dentinários PRIMER Solução de monômeros dissolvidos em solventes orgânicos HEMA, NTG-GMA, BPDM - Etanol, Acetona e Água Características principais: hidrofilicidade e fluidez Ex SBMP, Opti Bond O solvente pode deslocar a água da superfície da dentina e da malha de colágeno úmido, promovendo a infiltração do monômero nos nanoespaços da teia colágena. Kanca, 1992; Jacobsen & Söderholm, 1994 Convencionais de 3 passos Adesivos Dentinários PRIMER Após a evaporação do solvente, uma fina película de monômero fica aderida à superfície do substrato Brewis, 1992 No esmalte, se o primer aplicado tiver como solvente a água, os valores de adesão podem ser diminuídos. Além disso o cond. ácido do esmalte não provoca diminuição da ELS, ao contrário da dentina. Woronko et al, 1996 Convencionais de 3 passos Adesivos Dentinários RESINA FLUIDA / ADESIVO A resina fluida age como amortecedora de tensões na interface adesiva. Swift Jr, 1996 Solução de monômeros hidrófobos - BIS GMA, TEGDMA Penetram nos espaços interfibrilares após aplicação do Primer Se liga ao Primer - porção hidrófoba Estabilizam as fibras colágenas sem suporte de Hidroxiapatita Podem ter carga inorgânica em sua composição Convencionais de 3 passos Adesivos Dentinários PRIMER /ADESIVO Ex: Single bond, Prime &Bond, One Step Componentes hidrofílicos e hidrofóbicos Adequação ao substrato úmido Podem ou não conter água Eficiência comprometida pela simplificação Convencionais de 2 passos Adesivos Dentinários Técnica de Aplicação O papel da água na manutenção da integridade estrutural da dentina desmineralizada é manter a organização espacial da rede de fibras colágenas da dentina intertubular. Carvalho, 1998 Cond. Ácido E e D Lavagem com água (tempo) + secagem - Técnicas Aplicação ATIVA do Primer - aguardar 30 seg Aplicação do Adesivo/Resina Fluida + Polimerização Como posso aplicar estes adesivos??? Como posso aplicar estes adesivos??? Como posso aplicar estes adesivos??? Como posso aplicar estes adesivos??? REIDRATAR Controle da umidade Adesivos Dentinários Camada Híbrida - Nakabayashi, 1982 Zona de Interdifusão Resina Dentina. Van Meerbeek, 1992 Zona de substituição do Compósito Biológico Natural pelo Compósito Terapêutico Artificial. Carvalho, 1998 Fonte : Hirata – Tips, 2011 Fonte : Hirata – Tips, 2011 Adesivos Dentinários Formação inadequada da Camada Híbrida - Fatores: Cond. Ácido não uniforme - variações regionais, calor friccional Extensão da DES X Extensão da Infiltração - Nanoinfiltração Umidade de superfície - excesso ou ausência Alterações fisiológicas ou patológicas do substrato - esclerose cárie, contato com materiais de forro ou restauração Adesivos Dentinários Primer autocondicionante – 2 passos - ácido/primer(água,solventes org e diluentes) -adesivo(resina hidrofóbica de baixa viscosidade), pode ou não ter carga, sem água Ex: Clearfil Liner Bond, Fluoro Bond Adesivo autocondicionante – passo único - ácido/primer/adesivo - monômeros hidrofóbicos - acidificação precisa de água- recipientes separadosEx: Adper Prompt, AQ Bond Autocondicionante/total etch/ Selective etch Silano Metal Bond/ Zircônia Ativação química Ionômero Carga Álcool, água - solventes Lançamento no Brasil 2013 Fatores para escolha dos Adesivos Resistência adesiva ao E e D Infiltração marginal Desempenho clínico Van Meerbeek et al 2003 Adesivo Res Adesiva Inf Marginal Des Clínico Conv 3p 1 1 1 Conv 2p 2 3 3 Auto 2p 3 2 2 Auto 1p 4 4 4 Carvalho et al 2004 Fatores para escolha dos Adesivos Custo Sensibilidade técnica – grau de umidade Durabilidade da união – manejo da umidade Restaurações Diretas em Resina Composta Qual a melhor opção??? Adesivos com Primer e Bond Separados Posteriores Profundas Adesivos Self Ecthing Posteriores Rasas e Anteriores Adesivos 3 Passos Restaurações Indiretas Qual a melhor opção??? Adesivos quimicamente ativados com Primer e Bond Separados Silano Metal Bond Adesivos Dentinários Aspectos Clínicos que Interferem na Adesão Conteúdo mineral - idade, região, acesso ao Flúor Forças mastigatórias - Classe V Natureza da resina de restauração: Microparticuladas: CP maior porém com baixo ME - Flexão Micro-híbridas: CP menor e ME mais alto Van Meerbeek, 1996 CONTRAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO BORGES et al., 2007. Adesivos Dentinários Aspectos Clínicos que Interferem na Adesão Incompatibilidade com Resinas de ativação química Autocondicionantes 1P e convencionais 2P Reação monômeros ácidos/aminas terciárias alcalinas Ausência da camada de resina de cobertura Falha na interface adesivo/resina de restauração Também ocorre em cimentos resinosos de cura DUAL Adesivos Dentinários Adesivos Simplificados – membranas permeáveis Permitem a passagem de água em todos os sentidos Carvalho et al 2004 • formulações mais hidrofílicas • técnicamente simples • acúmulo de água entre adesivo/resina - bolhas • falha na união Water Trees Opção - 3Passos ou Resina Flow TAY e PASHLEY 2003 O fato dos adesivos funcionarem como membranas semipermeáveis indica que não garantem o selamento hermético da dentina, permitindo que fluidos possam atravessar a camada do adesivo em todos os sentidos o que favorece sua degradação. Emprego de sistemas convencionais de 3 passos ou autocondicionantes de 2 passos eliminam essas adversidades, pois a camada de resina adicional aplicada com esses sistemas é uma resina não-ácida e relativamente hidrofóbica. TAY e PASHLEY 2003 CARVALHO ET AL 2004 Adesivos Dentinários OUTRAS APLICAÇÕES DA ADESÃO DENTINÁRIA Dessensibilização - áreas cervicais, preparos protéticos Amálgamas pela técnica adesiva Restaurações indiretas - Resina - Cerômero - Porcelana Adesivos Dentinários Biocompatibilidade dos Adesivos Característica da técnica ou do material de não gerar interferências na biofisiologia normal do meio bucal. Baratieri et al, 2001 Tempo de Cond. Ácido Polimerização incompleta dos componentes resinosos Selamento da restauração X Potencial agressivo do material Adesivos Dentinários Biocompatibilidade dos Adesivos Fatores relacionados a alterações pulpares Invasão bacteriana na polpa por cárie/selamento incorreto Pressão pulpar por desidratação Preparo iatrogênico sem refrigeração Contaminação bacteriana durante o processo restaurador Pressão pulpar por tensão de CP Polimerização incompleta - Adesivo/Resina Adesivos Dentinários Conclusões A adesão em dentina, apesar de ainda não ser um conceito estabelecido como a adesão em esmalte, já é uma realidade clínica em função de suas múltiplas aplicações. O conhecimento da natureza e fisiologia dos substratos, bem como dos materiais utilizados, é indispensável para que se realize uma odontologia mais científica do que artesanal. Adesivos Dentinários Conclusões Os adesivos autocondicionantes, quando comparados aos sistemas adesivos convencionais apresentam uma menor sensibilidade técnica e maior controle da umidade. No entanto, a simplificação dos passos de adesão não melhorou a qualidade ou durabilidade da união resina-dentina. O aumento da concentração de componentes resinosos hidrofílicos em adesivos autocondicionantes contemporâneos tonou-os mais hidrofílicos e a hidrofilicidade e estabilidade hidrolítica são propriedades antagônicas. Pashley & Tay Os avanços em outras disciplinas levarão a uma fonte de idéias para novos adesivos. Por exemplo: - Biomimética - monômeros contendo moléculas derivadas de proteínas. - Bioadesivos úmidos produzidos por animais aquáticos como polvo, lula ou ostras reduzindo a dependência pela energia de superfície do substrato ou a degradação hidrolítica. - Adesivos com biosensores promovendo auto-dignose e auto- reparo. Detectando alterações de pH ou micro rachaduras, estes adesivos serão capazes de liberar proteínas não-colágenas em matrizes colágenas desmineralizadas. Fatores de crescimento regularão tais eventos. Bibliografia - Adesivos Dentinários, Revista de Dentística Restauradora v.1, n.2,Abr/Maio/Jun 1998 - Hibridização dos Tecidos Dentais Duros, Quintessence Editora, 1a edição, 2001 - Odontologia Restauradora - Fundamentos e Possibilidades Livraria Editora Santos, 2001 - Estética em Reabilitação Oral Metal Free, Artes Médicas, 2001 Bibliografia - Buonocore, M.G. A report on a resin composition capable of bonding to human dentin surfaces. J. Dent Res, 1956 35: 846-851 - Nakabayashi, N. Resin reinforced dentin due to infiltration of monomers into de dentin at the adhesive interface. J. Jpn Dent Mater 1982; 1: 78-81 - Sano et al. Nanoleakage: Leakage within the hybrid layer. Oper Dent 1995; 20; 18-25
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