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NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO DAS CAVIDADES Prof. Guilherme Terra Disciplina de Dentística Operatória Básica INTRODUÇÃO A Dentística Restauradora é a especialidade que trata da recuperação de dentes com alteração morfológica, estética e funcional. Hoje em dia, o preparo cavitário sofreu significativas mudanças graças ao surgimento de novos materiais protetores e restauradores. INTRODUÇÃO O amálgama de prata foi introduzido na profissão odontológica por Bell, na Inglaterra e por Taveal, na França, em 1826. Em 1895, G.V.Black realizou extensas investigações metalúrgicas desenvolvendo uma fórmula que foi a base, por mais de meio século das ligas para amálgama. INTRODUÇÃO O amálgama ainda têm sido utilizado devido algumas vantagens como: Biocompatibilidade; Longevidade; Facilidade de manipulação; Baixo custo. PREPAROS CAVITÁRIOS Em 1908, Black elaborou as primeiras normas para se confeccionar um preparo cavitário, denominando de Princípios Gerais do Preparo Cavitário. É necessário o conhecimento das nomenclaturas das cavidades para o entendimento e informações entre os profissionais da área. DENOMINAÇÕES DOS PREPAROS CAVITÁRIOS Denominado de acordo com o número de faces e quais estão envolvidas. A forma e a extensão das cavidades. DENOMINADO DE ACORDO COM O NÚMERO DE FACES E QUAIS ESTÃO ENVOLVIDAS Simples – uma só face. cavidade preparada na face oclusal: cavidade oclusal = O Composta – duas faces. cavidade que se estende da face oclusal à face mesial: cavidade mésio-oclusal = MO Complexa – três ou mais faces. cavidade que se estende às faces mesial, oclusal e distal: cavidade mésio- ocluso-distal = MOD DENOMINAÇÕES DOS PREPAROS CAVITÁRIOS De Acordo com o Nº de faces Simples – uma só face. Composta – duas faces. Complexa – três ou mais faces. DENOMINAÇÕES DOS PREPAROS CAVITÁRIOS Preparo recebendo o nome das respectivas faces. Oclusal – O. Oclusal e Distal – OD. Mesial, Oclusal e Distal – MOD. DENOMINAÇÕES DOS PREPAROS CAVITÁRIOS Preparo recebendo o nome das respectivas faces. Mesial, Vestibular e Palatina – MVP. Distal, Vestibular, Palatina e Incisal– DVPI. Mesial, Oclusal e Lingual – MOL. A FORMA E A EXTENSÃO DAS CAVIDADES Intracoronárias. cavidades confinadas no interior da estrutura dental. classe I oclusal, classe V, classe II composta e complexa. Extracoronárias parciais. apresentam cobertura de cúspides e/ou outras faces dos dentes. Preparos do tipo onlay, ¾ e 4/5. Extracoronárias totais. Todas as faces estão envolvidas. Preparos do tipo overlay e coroas totais. A FORMA E A EXTENSÃO DAS CAVIDADES Intracoronárias. Extracoronárias parciais. Extracoronárias totais. PARTES QUE CONSTITUEM AS CAVIDADES Paredes. São os limites internos da cavidade. Paredes circundantes. Paredes de fundo. Ângulos. Obtidos pela união das paredes de uma cavidade. Ângulos diedros, triedos e cavo-superficial. PARTES QUE CONSTITUEM AS CAVIDADES Paredes Circundantes São as paredes laterais da cavidade e recebem o nome da face do dente a que correspondem ou ao qual estão mais próximas. Paredes circundantes vestibular (A), lingual (B), cervical (C). PARTES QUE CONSTITUEM AS CAVIDADES Paredes de fundo Correspondem ao soalho da cavidade, sendo chamada: axial (A); Quando paralela ao eixo longitudinal do dente; e pulpar (B), quando perpendicular ao longo eixo do dente. NOMENCLATURA DOS ÂNGULOS São obtidos pela união das paredes de uma cavidade e denominados combinando-se os respectivos nomes e são classificados em ângulos diedros, triedros e cavo-superficial. NOMENCLATURA DOS ÂNGULOS Ângulos diedros. Do primeiro grupo, são formados pela união de duas paredes e, formados pela junção de paredes circundantes. Ex: gengivo-lingual (B); vestíbulogengival (A). NOMENCLATURA DOS ÂNGULOS Ângulos diedros. Do segundo grupo, formado pela união de uma parede circundante com uma parede de fundo da cavidade. Ex: línguo-pulpar (B); gengivo-axial (A); NOMENCLATURA DOS ÂNGULOS Ângulos diedros. Do terceiro grupo, formado pela união das paredes de fundo da cavidade. Ex: Áxio-pulpar (A). NOMENCLATURA DOS ÂNGULOS Ângulos triedros. São formados pelo encontro de três paredes e denominados segundo as combinações respectivas. Exemplos: vestíbulo-áxio-gengival (A); línguo-áxio-gengival (B). NOMENCLATURA DOS ÂNGULOS Ângulo cavo-superficial. É o ângulo formado pela junção das paredes das cavidades com a superfície externa do dente. CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA DE BLACK Baseada nas áreas dos dentes suscetíveis à cárie. Subdivididas conforme a localização anatômica: Cavidades de cicatrículas e fissuras; Cavidades de superfície lisa. CAVIDADES DE CICATRÍCULAS E FISSURAS CAVIDADES DE SUPERFÍCIE LISA CLASSIFICAÇÃO ARTIFICIAL DE BLACK. Cavidades reunidas em classes que requerem a mesma técnica de instrumentação e restauração. Classe I; Classe II; Classe III; Classe IV; Classe V. CLASSIFICAÇÃO DE BLACK Classe I Cavidades preparadas em regiões de cicatrículas, fóssulas e fissuras. Face oclusal de molares e pré-molares. Terço oclusal da face vestibular dos molares. Terço oclusal da face palatina dos molares superiores. Face lingual dos incisivos e caninos. CLASSIFICAÇÃO DE BLACK Classe I simples. CLASSE I SIMPLES CLASSIFICAÇÃO DE BLACK Classe I Composta. Cavidades preparadas em regiões de cicatrículas, fóssulas e fissuras. Face oclusal de molares e pré-molares com envolvimento das faces vestibulares e/ ou linguais/palatinas. CLASSIFICAÇÃO DE BLACK Classe II. Cavidades que envolvam as faces proximais dos pré-molares e molares. CLASSE II CLASSIFICAÇÃO DE BLACK Classe III. Cavidades preparadas nas faces proximais dos dentes anteriores, sem envolvimento da incisal. CAVIDADE CLASSE III CLASSIFICAÇÃO DE BLACK Classe IV. Cavidades preparadas nas faces proximais dos dentes anteriores, com envolvimento da incisal. CLASSE IV CLASSIFICAÇÃO DE BLACK Classe V. Cavidades preparadas no terço gengival, nas faces vestibular e lingual / palatina de todos os dentes. CAVIDADES ATÍPICAS Nessa classe incluem-se as cavidades preparadas nas bordas incisais, nas pontas de cúspide e na face vestibular dos dentes anteriores. PREPARO CAVITÁRIO PARA MATERIAIS ADESIVOS Segue os parâmetros minimamente invasivos. Constitui, basicamente em: Remoção do tecido cariado; Remoção do esmalte sem suporte. PREPARO CAVITÁRIO PARA MATERIAIS ADESIVOS REGRAS GERAIS DO PREPARO CAVITÁRIO – MATERIAIS ADESIVOS Remoção total do tecido cariado. As paredes da cavidade devem estar suportadas por dentina e sadia e esmalte com suporte. Conservar a maior quantidade possível de tecido dental sadio. Paredes cavitárias lisas. Preparo cavitário limpoe seco. REGRAS GERAIS DO PREPARO CAVITÁRIO –BLACK Abertura. Forma de Contorno. Remoção da Dentina Cariada. Forma de Resistência. Forma de Retenção. Forma de Conveniência. Acabamento das Paredes de Esmalte Limpeza da Cavidade. ABERTURA Remoção de esmalte sem apoio dentinário. Expor o processo patológico. Existem situações em que a cavidade já se encontra totalmente aberta. Realizada com instrumentos rotatórios em alta velocidade. Pontas diamantadas ou fresas carbide esféricas. REMOÇÃO DE DENTINA CARIADA Remover toda a dentina que se encontra infectada. Zona altamente desorganizada e infectada, rica em microorganismo. Preservar a dentina afetada. Zona somente amolecida e desmineralizada pela ação dos ácidos produzidos pelos microorganismos. Passível de remineralização. REMOÇÃO DE DENTINA CARIADA Através do uso de instrumentos manuais (curetas) de tamanho proporcional à lesão de cárie. Através de brocas esféricas carbide em baixa rotação. FORMA DE CONTORNO Consiste em determinar o formato, limites e desenho da cavidade. Devem ser avaliados: A anatomia do dente. A extensão da lesão. O tipo de material restaurador selecionado. Todo esmalte sem suporte dentinário deve ser removido. FORMA DE CONTORNO Abertura vestíbulo- lingual de cerca de ¼ da distância intercuspídeca. Profundidade de no mínimo 2mm. Ístmo de no mínimo 1mm de esmalte sadio. EXTENSÃO PREVENTIVA DE BLACK O preparo deve englobar todas as cicatrículas, fissuras e sulcos próximos à lesão de cárie. Evitar a recidiva; Atualmente não se utiliza mais. FORMA DE RESISTÊNCIA Forma dada a cavidade para que, tanto o dente como o material restaurador, resistam aos esforços mastigatórios e às alterações volumétricas. Princípios mecânicos da forma de resistência: Preparos em forma de caixa; Paredes circundantes paralelas entre si, ligeiramente retentivas; Espessura no mínimo de 2 milímetros de material; FORMA DE RESISTÊNCIA Princípios mecânicos da forma de resistência: Parede gengival perpendicular ao longo eixo do dente e paralela a parede pulpar; Ângulos diedros e triedros definidos; ângulo áxio – pulpar arredondado; Abertura vestíbulo-lingual de cerca de entre 1/4e 1/3 da distância intercuspídeca. FORMA DE RETENÇÃO Friccional Dada pelo contato do material às paredes cavitárias. Profundidade maior ou igual à largura. Química Procedimentos adesivos. Retenções mecânicas adicionais sulcos, canaletas, orifícios, pinos. FORMA DE CONVENIÊNCIA Facilitar o acesso e a instrumentação da cavidade. Abertura por oclusal para ter acesso à lesão estritamente proximal. ACABAMENTO DAS PAREDES DE ESMALTE Remover as irregularidades das paredes e do ângulo cavo-superficial. Remoção dos prismas de esmalte sem suporte dentinário. Realizados por instrumentos recortadores de margem gengival e/ou brocas e fresas. LIMPEZA DA CAVIDADE Remover resíduos do preparo cavitário. Nenhuma restauração deve ser iniciada sem o dente estar devidamente limpo e seco. Realizados por produtos químicos. 3 Clorexidina; Tergensol; Ácido fosfórico ou poliacrílico; PREPARO PARA CAVIDADE CLASSE I – SIMPLES Abertura Forma-se uma canaleta apenas em esmalte apenas no sulco central, com broca esférica. Forma de contorno e resistência A largura (istmo) deve ser de ¼ da distância entre os vértices das cúspides vestibular e lingual. As paredes circundantes devem ser paralelas entre si, ligeiramente retentivas. Parede pulpar plana e perpendicular ao longo eixo do dente. Envolver também os sulcos secundários. PREPARO PARA CAVIDADE CLASSE I – SIMPLES Forma de Retenção Profundidade maior que a largura da cavidade Onde há a presença de pontos de cáries mais profundos na parede pulpar, não há a necessidade de aprofundar englobando o tecido cariado. Apenas remover a cárie mais profunda com broca esférica. Aplicar algum cimento para o aplainamento da parede pulpar. CLASSE I SIMPLES PREPARO PARA CAVIDADE CLASSE I – COMPOSTA Semelhante à classe I simples com extensão do preparo para o sulco cariado, seja ele vestibular ou lingual. Utiliza-se os mesmos princípios da classe I simples. PREPARO CAVITÁRIO PARA CAVIDADE CLASSE II Forma de contorno, resistência e retenção da caixa oclusal. Segue os mesmos parâmetros estabelecidos para as cavidades classe I, porém se aproximando mais das cristas marginais, entretanto sem rompê-las. Parede gengival paralela à Pulpar. Ângulo áxio-pulpar arredondado. PREPARO CAVITÁRIO PARA CAVIDADE CLASSE II Forma de contorno da caixa proximal Confecção da caixa proximal em direção gengival. A broca deve permanecer próxima ao remanescente da crista marginal. Esboçada a caixa proximal, remover com instrumento manual o remanescente da crista marginal. A profundidade da parede axial é de aproximadamente 1,5mm. PREPARO CAVITÁRIO PARA CAVIDADE CLASSE II Formas de Resistência e Retenção Para a caixa oclusal segue-se os parâmetros da cavidade de Classe I. As paredes circundantes da caixa proximal devem ser paralelas entre si, ligeiramente retentivas. A parede gengival deve ser perpendicular ao longo eixo do dente. A parede axial deve ficar ligeiramente expulsiva no sentido gengivo-oclusal. CLASSE II Prof. Ms. Guilherme Teixeira Coelho Terra Mestre em Odontologia Especialista em Implantodontia e Dentística drguilhermeterra@yahoo.com.br
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