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Relatório Cinética Enzimática - pratica EtOH

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1 
 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS 
 Aula Prática : Produção de Etanol Aurenice Maria Mota Da Silva 
Cintia Oliveira Dias 
Haysa Sales Rodrigues 
Wanna Machado Carneiro 
 
 Disciplina: Processos Unitários das Indústrias de Fermentação Profª: Sueli Rodrigues 
2 
 1. INTRODUÇÃO No início da década de 1850, muitos cientistas consideravam a fermentação como 
sendo um processo químico resultante de atividade enzimática, sem que houvesse o 
envolvimento de microrganismos vivos (Rodrigues, 2014). Atualmente, sabe-se que este 
processo é realizado por organismos anaeróbicos, que não utilizam oxigênio molecular e 
podem crescer na ausência deste (como algumas bactérias e fungos), e também por certos 
tecidos animais (como o músculo esquelético). 
A fermentação se consolidou como um importante processo industrial, sendo 
responsável por fomentar a produção de alimentos com características distintas tais como 
vinhos, cervejas, pães, queijos e leites fermentados, dentre outros. O álcool produzido por 
fermentação, é utilizado como combustível, encontrando larga aplicação substituto de 
combustíveis derivados do petróleo (Almeida et al. 2011). 
A intensidade da reação de fermentação, assim como seus produtos majoritários, 
dependem do tipo de matéria prima utilizada e dos demais parâmetros do processo, isso faz 
com que bebidas diferentes, produzidas pela fermentação de matérias-primas específicas, 
apresentam diferentes teores alcoólicos, como por exemplo, a cerveja (3 a 5%) e o vinho (10 a 
15%) (Ruiz & Rodarte, 2003). 
Goldenberg (2009), destaca que os processos fermentativos de substancias amiláceas 
ou açucaradas produzem facilmente e com bons níveis de rendimento o álcool etílico, com 
formação de ouros produtos como os ácidos láctico, butírico e propiônico, dentre outros 
produzidos em menores quantidades. Esse composto orgânico pode ser utilizado de diversas 
formas tais como: produção de bebidas alcoólicas, aplicações na indústria química e 
farmacêutica, combustível veicular e a produção de energia elétrica (Almeida et al. 2011). 
A pasta de microrganismos utilizados nesse processo é chamada “fermento”, sendo o 
microrganismo denominado Saccharomyces cerevisiae, o responsável pela produção das 
enzimas fundamentais para o processo de fermentação alcoólica (Ernandes & Garcia-Cruz, 
2009). 
O Brasil emprega o etanol como biocombustível desde o fim da década de 70, após o 
chamado “choque do petróleo”, mas o interesse mundial mais recente por esta alternativa, se 
deve principalmente à comprovação de que o combustível gerado a partir dos resíduos 
agroindustriais (o biocombustível) possui menores taxas de emissão de poluentes à atmosfera 
(Macedo, 2009). 
3 
O etanol brasileiro é obtido principalmente através do processo de fermentação da 
cana-de-açúcar. Embora existam diferentes matérias-primas para a sua produção, todas elas 
derivam do mesmo processo, a fermentação alcoólica. De acordo com Ruiz & Rodarte (2003), 
a intensidade da reação de fermentação depende do tipo de glicídio utilizado, o que faz com 
que bebidas diferentes, produzidas pela fermentação de matérias-primas específicas, 
apresentam diferentes teores alcoólicos, como por exemplo, a cerveja (3 a 5%) e o vinho (10 a 
15%). A produção de alguns tipos de bebidas alcoólicas envolve um processo de destilação 
após o de fermentação, resultando em um aumento no teor alcoólico. São exemplos de 
bebidas destiladas a cachaça (45%) e o uísque (40 a 75%). 
Conforme descrito por Almeida et al. (2011), a fermentação é uma etapa subsequente 
de um processo de obtenção de energia realizada por um microrganismo. A primeira etapa 
desse processo chama-se glicólise (“quebra da glicose”). Praticamente todos os organismos 
vivos podem utilizar a glicose para produção da energia necessária para seus processos 
metabólicos. Neste processo, a glicose e alguns outros açúcares são transformados em outras 
substâncias, com liberação de energia. O que determina quais substâncias serão produzidas 
depende do tipo de microrganismos e o meio a ser fermentado. 
No processo de fermentação os açúcares são transformados em álcool, segundo as 
reações simplificadas apresentadas abaixo: 
 
Etapa 1: C12H22O11 + H2O + invertase → 2 (C6H12O6) 
 Etapa 2: C6H12O6 + enzima→ 2 (C2H5OH) + 2CO2 + 23,5 kcal 
 
A fermentação propriamente dita, isto é, a obtenção do etanol, é levada a termo por 
leveduras, das quais as mais empregadas são as Saccharomyces cerevisiae e Saccharomyces 
uvarum. As leveduras são microrganismos que atuam enzimaticamente (zimase) sobre os 
glicídios, produzindo etanol e dióxido de carbono. Neste processo ocorre a quebra das 
moléculas dos glicídios em monossacarídeos, pela enzima invertase. Esses monossacarídeos 
são em seguida submetidos à ação de outra enzima, denominada zimase, produzindo o etanol 
(Evangelista, 1998). 
O objetivo deste estudo foi avaliar a cinética da produção de etanol, analisando a 
variação das concentrações de etanol, sacarose e de biomassa. 
 
 
 
4 
2. MATERIAL E METODOS 2.1 Material ● Microrganismo: Levedura de Panificação (Saccharomyces cerevisiae) ● Composição do Meio de Cultura (200 mL): - 75g/L de Sacarose - 0,65 g/L de Sulfato de Magnésio - 0,50 g/L de Fosfato Monobásico de Potássio - 2,59 g/L de Sulfato de Amônio - 0,65 g/L de Sulfato de Zinco ● Equipamentos: - Balança - pHmetro - Espectrofotômetro ● Diversos: - Garrafa PET 600 mL - Pipeta - Ponteiras de 1 mL - Béquers - Tubos de ensaio - Proveta de 50 mL 2.2 Métodos A prática foi dividida em dois momentos: 1º Momento: Construção da curva de calibração para biomassa Inicialmente, foi pesado 1,5g da levedura em um Béquer de 50 mL e adicionados 20 mL de água destilada, a fim de diluir a levedura. Desta solução foi coletada uma alíquota de 1 mL e adicionado 9 mL de água destilada (diluição 1:10) e colocado dentro de um tubo de vidro, onde dessa última diluição foi adicionado 90ml de água destilada e colocado dentro de um béquer (diluição 1:100). Em seguida, foram feitas as soluções de concentrações conhecidas, a partir da diluição da solução padrão. A diluição foi realizada conforme indica a Tabela 1 abaixo. Tabela 1. Diluição da solução padrão de leveduras. 
Ponto Água Destilada (mL) 
Solução Padrão de Levedura (mL) 
1 4,5 0,5 2 3,5 1,5 3 2,5 2,5 4 1,5 3,5 5 0,0 5,0 
5 
 As soluções acima foram preparadas em tubos de ensaio, onde os mesmos foram agitados com a finalidade de homogeneizá-los e colocados na cubeta para a leitura da absorbância no espectrofotômetro utilizando a faixa de 590 nm, de acordo com o volume de água destilada e solução de leveduras segundo a Tabela 1. Cálculo da concentração da solução padrão: Para o cálculo da concentração inicial, foi utilizado cálculos de proporção, onde 1,5 g de levedura corresponde a 20 mL de água, enquanto x g de levedura corresponde a 1ml de água. Cálculo da concentração de cada ponto: Para o cálculo da concentração de cada ponto, foi feito o uso da seguinte fórmula, C1. V1 = C2 V2 . Em seguida, com os resultados obtidos, obteve-se a curva de calibração através do Excel e obtida a equação da reta para os cálculos posteriores de concentração. 2º Momento: Fermentação alcoólica Para calcular as concentrações de etanol produzido, açúcar consumido, biomassa e CO2 liberado misturou-se 15 g/L (10 g em 200 mL) da levedura,75 g/L (10 g em 200 mL) de sacarose em uma garrafa de plástico (PET de 1000 mL), onde a mesma foi agitada para dissolver a levedura. Pesou-se a garrafa e logo após retirou-se1 mL da solução contida na garrafa com 9 mL de água destilada, através de uma pipeta, em um tubo de ensaio (diluição 1:10) para leitura da absorbância e em seguida o sistema foi pesado novamente. Os valores do peso antes e depois depesar foram anotados. Este procedimento foi repetido após 30 minutos e depois, a cada 30 minutos, até 3 horas e meia de experimento. Vale salientar que durante todo o procedimento foi feito a desgaseificação do meio através da agitação vigorosa e abertura da tampa da garrafa para que o CO2 fosse liberado. 3.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO 1º Momento: Construção da curva de calibração para biomassa Sabendo que, para a soluçao padrão obtemos: 1,5g ---- 20mL X ---- 1mL → X = 0,075 g/L Para as concentrações nos pontos, temos : 
 
 
C1*V1 = C2*V2 
Onde, C1 → Concentração da solução padrão. V1 → Volume da solução que foi utilizada C2 → Concentração que se deseja encontrar V2 → Volume final da solução 
6 
Ponto 1 : 0,075(g/L)* 0,5 (mL) = C2* 5 (mL) C2 = 0,075 g/L 
Ponto 2 : 0,075 (g/L) * 1,5 (mL) = C2* 5 (mL) C2 = 0,225 g/L O procedimento foi repetido para os demais pontos do estudo, obtendo-se assim os valores que são apresentados na Tabela 2. Tabela 2. Obtenção da concentração de biomassa através da técnica de espectrofotometria. Ponto Água destilada 
(mL) 
Solução padrão de levedura (mL) ABS Concentração (g/L) 
1 4,5 0,5 0,13 0,075 
2 3,5 1,5 0,38 0,225 
3 2,5 2,5 0,54 0,375 
4 1,5 3,5 0,71 0,525 
5 0,0 5,0 0,89 0,75 
 Ao correlacionar dos valores obtidos para a concentração de leveduras com a absorbância, obteve-se o Gráfico 1 abaixo. Gráfico 1. Curva de Calibração da Biomassa. 
 Onde o eixo X corresponde à concentração de biomassa em g/L e o eixo Y corresponde à aborbancia. A equação que define esse comportamento é definida como y= 1,1093x+ 0,0974. Ela será utilizada para calcular as concentraçõs de Biomassa da etapa 2 do procedimento. 
7 
2º Momento: Fermentação alcoólica O estudo cinético de um processo fermentativo consiste de uma análise da evolução dos valores de concentraçao de um ou mais componentes do sistema fermentativo em função do tempo (Schimidell, et al., 2001). A presente experiência analisou a cada 30 minutos os parametros peso do reator, concentração de leveduras (absobancia) e a liberação de CO2 (forma indireta) os resultados obtidos durante o experimento são apresentados na Tabela 3. Tabela 3. Dados obtidos durante o estudo cinético. Tempo (hora) Peso (antes) Peso (depois) Diluição ABS Diferença de peso (CO2 liberado) 
0,0 268,22 267,23 10-² 0,88 0 
0,5 266,35 265,53 10-² 0,96 0,88 
1,0 264,37 263,58 10-² 0,98 1,16 
1,5 262,30 260,90 10-² 0,99 1,28 
2,0 259,26 258,1 10-² 1,00 1,64 
2,5 256,53 255,77 10-² 1,01 1,57 
3,0 255,39 253,98 10-² 1,00 0,38 
3,5 253,57 252,67 10-² 1,01 0,51 
Tabela 2 – Plotagem dos dados obtidos durante o experimento. A partir dos valores das absorbâncias acima, calculou-se da seguinte forma a concentração de biomassa: A partir da a equação que foi obtida na curva no primeiro momento: Y= 1,1093X+ 0,0974 Onde nesta curva a variável Y corresponde a absorbância e X corresponde a concentração desejada. Desta forma substituiu-se os valores obtidos para cada uma das absorbâncias para obter cada uma das concentrações de biomassa, da seguinte forma: 1° concentração: 0,88 = 1,1093x + 0,0974 (*10² g/L) X=0,7056 * 10² g/L A Tabela 4, apresenta o resultado do procedimento descrito para se obter as concentraçoes de biomassa. 
 
2° concentração: 
0,96 = 1,1093x + 0,0974 (*10² g/L) 
X = 0,7756 * 10² g/L 
 
8 
Tabela 4. Concentração de células de leveduras relacionadas com o tempo de fermentação. Tempo(h) X (g/L) 0,5 0,7776 x 10² 
1,0 0,7956 x 10² 1,5 0,8046 x10² 2,0 0,8136 x 10² 2,5 0,8226 x 10² 3,0 0,8136 x 10² 3,5 0,8226 x 10² A partir do Gráfico 2, é possível observar que ao decorrer do tempo (eixo X), a concentração de biomassa (levedura) aumenta (eixo Y), demonstrando que o processo de fermentação ocorre com multiplicação deste micro-organismo. Gráfico 2. Curva da quantidade de células durante o processo fermentativo. 
 A análise do Gráfico de Concentração de Biomassa, permite constatar que ocorre uma pequena redução na concentração das leveduras no tempo de 2,5 horas, com posterior aumento no tempo de 3,0 horas. Neste intervalo de tempo (2,0 h até 3,5 h), espera-se que as leveduras se encontrem na fase estacionária, atingindo o máximo de sua concentração, que deverá se manter constante durante algum tempo, precedendo a fase de declínio com redução do crescimento celular, uma vez que todo o substrato foi consumido, levando à formação e acúmulo de produtos tóxicos no meio. Provavelmente algum erro experimental ou de leitura ocasionou este resultado. Todavia, como trata-se de uma pequena diferença (0,9g/L), tais valores provavelmente se encontram dentro da margem de erro aceitável para este experimento. A partir dos valores de Diferença de peso (CO2 liberado) da Tabela 2, foi possível calcular da seguinte forma o etanol produzido: 85g (1 mol de etanol produzido) → 44g (1 mol de CO2) 
68
70
72
74
76
78
80
82
84
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Cre
scim
ent
o d
a Bi
om
assa
 (g/
L)
Tempo (h)
 
9 
Etanol (g/200mL) = 44/46 x diferença de peso Etanol ( g/L) = 44/46 x diferença de peso x 5 Assim, obtém-se: Aos 30 minutos iniciais: Etanol (g/L) = (46/44) *(0,88) * 5 = 4,6 g/L Após 1 hora: Etanol (g/L) = (46/44) *(1,16) * 5 = 6,06 g/L Após 1h e 30 minutos: Etanol (g/L) = (46/44) *(1,28) * 5 = 6,69 g/L O mesmo cálculo foi feito para os demais tempos de observação e pesagem, sendo apresentados na Tabela 5. Tabela 5. Concentração de Etanol produzido durante o tempo de fermentação. Tempo(h) P (g/L) 0,0 0 
0,5 4,6 
1,0 5,12 
1,5 5,175 
2,0 5,227 
2,5 5,279 
3,0 5,277 
3,5 5,279 
 Os resultados apresentados na Tabela 5, permitiu, igualmente obter uma curva de comportamento para a produção de etanol, conforme é apresentado no Gráfico 3. Gráfico 3. Etanol produzido durante o processo fermentativo.
 
0
1
2
3
4
5
6
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4Pro
duç
ão d
e Et
ano
l (g/
L)
Tempo (h)
Curva de Produção de Etanol
 
 
 
10 
Segundo o Gráfico 3 acima, que representa a curva de produção do etanol, é possível observar que o período inicial e 1 hora a produção de etanol foi elevada devido à grande concentração de sacarose disponível para o consumo pelas leveduras. Após 30 minutos, a produção de etanol corresponde a 4,6g/L, pode-se inferir, que os microrganismos utilizados no presente experimento apresentaram excelente afinidade pelo substrato, não sendo observada fase LAG ou de adaptação. A partir do período de 1,5 horas nota-se que não há aumento considerável na produção de etanol, esse fato pode ser justificado pela saturação das células de leveduras. A partir dos valores de Diferença de peso (CO2 liberado) da Tabela 2, foi possível calcular da seguinte forma o substrato consumido: 1 mol de glicose (sacarose consumida) → 2 mol de CO2 ( perda de peso ) sacarose consumida (g/200mL) = 180/88 x perda de peso sacarose consumida (g/L) = 180/88 x perda de peso x 5 Assim, obtém-se: Aos 30 minutos iniciais: Açúcar consumido (g/L) = (180/88) *(0,88) * 5 = 9,0 g/L Após 1 hora: Açúcar consumido (g/L) = (180/88) *(1,16) * 5 = 11,86 g/L Após 1 hora e 30 minutos: Açúcar consumido (g/L) = (180/88) *(1,28) * 5 = 13,09 g/L E assim, mesmo cálculo foi feito para os demais tempos de observação e pesagem, sendo apresentados na Tabela 6. Tabela 6. Sacarose consumida durante o processo fermentativo. Tempo(h) S (g/L) 0,0 0 
0,5 9 
1,0 9,7 
1,5 10,125 
2,0 10,22 
2,5 10,329 
3,0 10,227 
3,5 10,329 
 
 
 
 
11 
Os resultados apresentados na Tabela 6, permitiu, igualmente obter uma curva de comportamento para o consumo de sacarose, conforme é apresentado no Gráfico 4. Gráfico 4. Sacarose consumida durante o processo fermentativo. 
 De acordo com o Gráfico 4 acima, o consumo de substrato é crescente conforme o crescimento das leveduras e,consequentemente, a formação de etanol. Por isso, a medida que é formado o produto, o consumo é aumentado na fase de crescimento e reduzido na fase final de fermentação, ou seja, o consumo vai diminuindo pois não ocorre nem mais crescimento microbiano e nem fermentação dos açúcares, que por sua vez também teve sua concentração reduzida. A Tabela 7 apresenta os valores acumulados durante o processo fermentativo. Tabela 7. Plotagem dos valores de Biomassa (X), Produto (P) e Substrato (S) já calculados. A cada 30 minutos* Total acumulado ** 
Tempo(h) X (g/L) P(g/L) S (g/L) X (g/L) P (g/L) S (g/L) S (g/L)*** 
0,0 70,54 0 0 0,7054 0 0 75 0,5 77,76 4,6 9,0 0,7776 4,6 9,0 66 
1,0 79,56 5,12 9,7 0,7956 9,72 18,7 56,3 
1,5 80,46 5,175 10,125 0,8047 14,895 28,825 46,175 
2,0 81,36 5,227 10,22 0,8136 20,122 39,05 35,955 
2,5 82,26 5,279 10,329 0,8226 25,401 49,379 25,626 
3,0 81,36 5,277 10,227 0,8136 30,628 59,606 15,399 
3,5 82,26 5,279 10,329 0,8226 35,907 69,935 5,065 
*Valores intervalares de cada meia hora. ** Valores acumulados ao longo do tempo. *** Variação da concentração de açúcar ao longo do tempo (valor inicial de açúcar menos o açúcar consumido) 
0
2
4
6
8
10
12
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4Con
sum
o d
e Su
bstr
ato
 (g/
L)
Tempo (h)
Curva do Consumo de Substrato 
12 
A Tabela 7 acima foi preenchida com os valores adquiridos no decorrer do procedimento para que fosse possível o cálculo das velocidades instantâneas e específicas, para o cálculo do rendimento prático do experimento e para o calculo da produtividade em biomassa e do produto. A velocidade instantanea de crescimento ou reprodução do microrganismo foi calculada confome equções abaixo. Para o tempo de 30 minutos : Rx = (0,7956- 0,7054)/ (1-0) = 0, 0902 x 10 ² ou 9,02 g/h Para o tempo de 1 hora: Rx = (0,8046 - 0,7776)/( 1,5- 0,5) = 0, 027 x 10 ² ou 2,7 g/h Para o tempo de 1 hora e meia : Rx = (0,8136- 0,7956)/ (2-1) = 0, 018 x 10 ² ou 1,8 g/h Para o tempo de 2 horas : Rx = (0,8226- 0,8046)/ ( 2,5 – 1,5) = 0, 018 x 10 ² ou 1,8 g/h Para o tempo de 2 horas e meia : Rx = (0,8136- 0,8136) / (3-2) = 0, 00 x 10 ² ou 0,0 g/h Para o tempo de 3 horas : Rx = (0,8226- 0,8226)/ (3,5 – 2,5) = 0, 00 x 10 ² ou 0,0 g/h Para calcular os valores das velocidades específicas de crescimento ou reprodução do microrganismo, foram utilizados os valores acima na fórmula: Velocidade específica do ponto = Rx/ [X]da biomassa no ponto De forma análoga, conduziu-se o raciocinio para o calculo das velocidades instantaneas e específicas para o consumo de substrato e produção de etanol com o auxílio do programa Excel, os resultados obtidos são apresentados na Tabela 8. Tabela 8. Velocidades instantaneas e específicas obtidas para o crescimento microbiano (X), consumo de substrato (S) e produção de etanol (P). VELOCIDADE INSTANTANEA (g.h-1) VELOCIDADE ESPECIFICA (g.L-1.h-1) 
Tempo(h) rX rP rS µx µP µs 
0 0 0 0 0 0 0 0,5 9,02 5,12 9,7 0,116 0,066 0,125 1 2,7 0,575 1,125 0,034 0,007 0,014 1,5 1,8 0,107 0,52 0,022 0,001 0,006 2 1,8 0,104 0,204 0,022 0,001 0,003 
 
13 
2,5 0 0,05 0,007 0,000 0,001 0,000 3 0 0 0 0,000 0,000 0,000 3,5 0 0 0 0,000 0,000 0,000 
 Os Gráficos 5, 6 e 7 mostram a velocidade específica de crescimento da biomassa, produção de etanol e consumo de substrato. Gráfico 5. Velocidade específica da Biomassa µx(g.L-1.h-1) 
 Gráfico 6. Velocidade específica da produção de etanol - µp (g.L-1.h-1). 
 
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Vel.
 esp
ecíf
ica 
da B
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assa
 µx
(g.L
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Tempo (h)
0
0
0
0
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0
0
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Vel.
 esp
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ica 
de P
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uçã
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 Eta
nol 
 
µx(g
.L-1
.h-1
)
Tempo (h)
14 
Gráfico 7. Velocidade específica do consumo de sacarose - µs (g.L-1.h-1). 
 Para o cálculo da produtividade em relação à biomassa, utiliza-se o valor obtido na última concentração acumulada de biomassa (Tabela 3) dividido pelo tempo de fermentação: Produtividade em biomassa = 0,8226x10²/3,5 = 23,50g/L.h-¹ Para o cálculo da produtividade em relação ao produto, utiliza-se o valor obtido na última concentração acumulada de produto (Tabela 3) dividido pelo tempo de fermentação: Produtividade do produto = 35,907/3,5 = 10,259g/L.h-¹ Para o cálculo do rendimento teórico máximo foi utilizada a equação geral de conversão da glicose em etanol e dióxido de carbono de Gay-Lussac: Sabendo, então, que o máximo que 180 g de glicose pode gerar é 92 g de etanol, assim: 180 g →100% 92g → X X = 51,11 % 
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0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4Vel.
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 C6H12O6 → 2C2H5OH + 2 CO2 180 92 88 
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O rendimento prático foi o seguinte foi feito a partir da quantidade de produto obtido acumulado (Tabela 7) 75 g → 100% 35,907 → X X = 47,876% O valor do rendimento prático foi satisfatório quando comparado ao rendimento teórico tendo em vista que foi um valor muito aproximado deste. Autores, como Hashizume (1983), afirmam que o rendimento prático de fermentações alcoólicas não ultrapassa o valor de 48% mesmo em condições ótimas de trabalho. No caso do experimento o percentual de rendimento foi de acordo com o que foi dito pelo autor acima e pode ser explicado pela qualidade do fermento utilizado e pelas condições de temperatura adequadas ao processo. 4. CONCLUSÃO Foi feito um estudo cinético da produção de etanol, analisando a variação das concentrações de etanol, sacarose e da biomassa. Os resultados obtidos concordam com o esperado, isto é, a produção de etanol aumentou na mesma proporção que o consumo de açúcar durante todo os intervalos de tempo analizados. O presente estudo cinético não atingiu estado de declínio, sendo possível concluir, apenas que, nas dadas condições de processo o microorganismo atingiu a fase estacionária após 2h de tempo de fermentação. 5. QUESTIONARIO Classifique o processo fermentativo com base nas curvas obtidas. Com base nos resultados gráficos obtidos, pode-se inferir que trata-se de um processo fermentativo associado. O processo atingiu o estado estacionário em relação ao crescimento microbiano? Por quê? Sim. Observa-se através do Gráfico 2 que o microrganismo atingiu a fase estacionária após 2h de fermentação. Pois não ocorre aumento considerável da biomassa após esse período, ficando a mesma em torno de 81,26 g/L. O rendimento do processo foi o próximo ao rendimento máximo teórico? Por quê? O rendimento máximo teórico é 51,11%, já que 180g de glicose pode gerar 92g de etanol. Calcula-se o rendimento do processo como sendo a concentração do produto final dividido pela quantidade de substrato metabolizado, multiplicado por 100. O rendimento do presente processo foi de 47,876% se aproximando do rendimento teórico indicando que as condições do processo estavam próximas ao ideal, apesar de não ter sido mantido uma temperatura controlada e nem avaliadas as condições de de pH e aerobiose. Quanto de açúcar se estima que tenha sido utilizado para manutenção celular? 
 
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 Para calcular a quantidade utilizada para manutenção celular foi calculado primeiro: Quantidade de açúcar consumida para formação de CO2: 180g de glicose -- 88g de CO2 xg de glicose -- 7,42 de CO2(liberado no decorrer do processo fermentativo) x= 15,17g de glicose utilizado para produzir o CO2 Quantidade de açúcar utilizado em todo processo = Quantidade usada para manutenção celular + produto (etanol) + açúcar utilizado para produzir CO2 69,935 = Manutenção celular + 35,907 + 15,17 Manutenção celular = 18,858g/L 6. REFERENCIAS Almeida, C. P.; Rocha, J. C.; Caritá, J. S.; Sousa, T. M. A.; Sousa, P. V. S. Dossiê Técnico (Biotecnologia na produção de alimentos).BRT/USP, 2011. Ernandes, F. M. P. G.; Garcia-Cruz, C. H. Zymomonas mobilis: um microrganismo promissor para a fermentação alcoólica. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 30, n. 2, p. 361-380, abr./jun. 2009. Evangelista, J. Tecnologia de Alimentos. Rio de Janeiro, São Paulo, Editora Atheneu, 2ª ed., 1998. Goldenberg, J. Biomassa e energia. Quim. Nova, Vol. 32, No. 3, 582-587p., 2009. Hashizume, T. Fundamentos de tecnologia do vinho. In: Aquarone, E.; lima, U.A.; Borzani, W. (Ed.). Alimentos e bebidas produzidos por fermentação. São Paulo: E. Blücher, 1983. 243p. Macedo, I. C. Situação atual e perspectivas do etanol. Estudos Avançados, Vol. 21, n.59, 2007. Rodrigues, S. P. O microrganismo no trabalho de Pasteur: estudos sobre a fermentação e putrefação. 2014. 108 f. Tese (Doutorado em História da Ciência) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2014. Schmidell, W.; Lima, U.A.; Aquarone, E.; Borzani, W. Biotecnologia Industrial. São Paulo, Edgard Blücher Ltda, vol.2, 2001.

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