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ESTABELECIMENTO E RENOVAÇÃO DE PASTOS Docente: Dra Patricia Discentes: Camila Abreu, Camila Alves, Daniela Brito, Rayna Evelyne Tulio Henrique Disciplina: Forragens introdução Na pecuária prioriza-se produtividade, porem há um limite para a exploração dos ecossistemas. Ao ultrapassar esse limite o ecossistema irá se degradar, podendo entrar em colapso. Assim há a necessidade de explorar os recursos naturais utilizando técnicas adequadas; manutenção do solo; água; vegetação; animais. Mesmo que a sustentabilidade seja um conceito dinâmico, que permite suprir as necessidades de uma população crescente; Ainda sim a produtividade agropecuária tem seus limites. Os profissionais da área buscam intensamente sustentabilidade à produção agropecuária e à conservação dos recursos naturais. Para que o setor pecuário produza e mantenha-se em patamares de eficiência os recursos naturais usados e administrados devem ser eficientes. Efeito dos componentes do sistema na dinâmica evolutiva dos pastos a partir da formação A escolha da forrageira não é simples cujo estabelecimento, longevidade dos pastos dependem de interações que ocorrem entre: Plantas, clima e solo. Não esquecendo a que o pasto se destina, e com a condição socioeconômica do produtor. Deve-se evitar cultivares milagrosos com a promessa de resolver todos os problemas da alimentação animal. Alguns pastos não se mantem por muito tempo pelo fato da espécie forrageira não ser adaptada as condições de clima, solo, topografia ou habito da crescimento inadequado da espécie. Em função das características de cada ecossistema, a escolha da melhor espécie forrageira deve ser precedida de um diagnostico que leve em consideração as características do ambiente: Clima, solo, topografia. Para tal deve-se avaliar Histórico da área Utilização que antecede a formação do pasto Espécie que vinha sendo utilizada Nível de tecnologia Produtividade em anos anteriores Predominância de invasoras e/ou espécies forrageiras Potencial de sementes no solo Persistência e agressividade Potencial de pragas e doenças na área O sucesso na formação e longevidade dos pastos, após escolher a espécie, depende da qualidade da semente que deve apresentar: Rapidez e uniformidade no estabelecimento Fácil semeadura Ausência ou pequeno numero de sementes de plantas daninhas silvestres comuns; Ausência total de sementes de erva daninha consideradas “nocivas proibidas”; Ausência de contaminação por espécies forrageiras indesejáveis. Pureza varietal. O valor cultural é um dos principais parâmetros no qual se deve basear no momento da aquisição da semente forrageira. (Porem não deve ser o único). O lote de semente com a maior taxa de germinação é o mais indicado. É importante ficar atento aos dados relativos à população de plantas por m², pois: Sementes relativamente grandes como a Brachiaria brizantha, decumbens, ruziziensis, etc. são necessarias cerca de 20 plântulas por m² é suficiente para a formação de uma pasto homogêneo. Sementes relativamente pequenas como Andropogon gayanus, Brachiaria humidicola, Panicum maximum e etc. são necessárias cerca de 50 plântulas por m² As sementes devem ser adquiridas de um revendedor idoneo As sementes devem ser adquiridas de um revendedor idôneo. Depois de adquiridas devem ser mantidas em locais de armazenamento adequados. Sementes armazenadas em galpão quente, sem ventilação, próximas a adubos ou em locais com alta umidade, não terão a mesma qualidade que possuíam. Métodos de preparo de solo para formação de pasto Vantagens da gradagem Desvantagens da gradagem Perdas por erosão FORMADE PREPARO PERDAS DE SOLO (t/ha) Covas 22,3 Covas +escarificação 15,9 Sulcos 15,0 Escarificação 4,5 Pastagem nativa 22,4 Solo descoberto 151,2 Tabela - Perdas por erosão em cambissolo submetido a diferentes práticas de preparo. Fatores a serem observados para o preparo de solo O solo deve ser respeitado como um dos principais fatores-chave para a formação dos pastos. Aptidão agrícola das terras Condições socioeconômicas dos produtores Fatores e graus de limitações Aspirações e tendências Diagnóstico da situação Plano técnico Bases para o planejamento conservacionista Figura 1. Organização do planejamento conservacionista Fertilidade do solo Análise do solo; Aplicação de corretivos e fertilizantes; A implantação da pastagem deve ser realizada no inicio das chuvas; Elimina a necessidade de irrigação, Aproveitamento das condições naturais climáticas; Plantio e semeio de forrageiras Sulco Cova A lanço Plantio e semeio de forrageiras A implantação dos pastos pode ser feita depois da colheita de culturas anuais. Cultura acompanhante na formação de pastos Arroz Sorgo Milho Tecnica que visa reduzir custos e melhorar a implantação da forrageira a partir dos tratos culturais. 26 Formação de pasto com plantio direto Esta técnica destaca-se como um sistema de resultados mais positivos em termos de eficiência biofísica, social e econômica, para substituir os processos convencionais. Vantagens Desvantagens Aumentode teor de matéria orgânica do solo; Dificulta a incorporação de fertilizantes; Melhorresistência a erosão; Demandamaior uso de herbicidas; Acúmulo de nutrientes na camada superficial do solo; Não é aplicável para formação ou recuperaçãode pasto em solos degradados; Menorcompactação; Reduçãode custos com maquinário e mão de obra. Formação de pastos consorciados com leguminosas escolha da espécie a ser consorciada Deve-se optar por leguminosas que são menos consumidas no período das chuvas, pois ganha capacidade de competição com a gramínea e beneficiará o sistema mais intensamente. Esse tipo de consorcio geralmente dura cerca de quatro-cinco anos e, depois, as leguminosas praticamente desaparecem dos pastos. 31 ESPÉCIE USO FIXAÇÃO DE N(kg/ha/ano ou ciclo) Calopogoniummucunoides(Calopogônio) Forragem 370-450 Canavaliabrasiliensis (Feijão-bravo-do-ceará) Adubo verde - Canavaliaensiformes (Feijão-de-porco) Adubo verde - Centrosemapubescens(Centrosema) Forragem 126-398 Clitoriaternatea(Cunha) Forragem - Glycinemax(Soja) Grão,Forragem 60-178 Lablabpurpureum(Lablab) Forragem,adubo verde - Macroptiliumatropurpureum(Siratro) Forragem - Mucunaaterrina(Mucunapreta) Forragem,adubo verde 157 Neonotoniawightii(Soja perene) Forragem 160-450 Puerariaphaseoloides(Kudzutropical) Forragem 30-99 Stylosanthesspp. (Estilosantes) Forragem 34-220 Arachispintoi(Porvenir) Forragem 300 Arachispintoi(Belmonte) Forragem 80-120 Leucaenaleucocephala Forragem 560 Medicagosativa Forragem 900 Tabela 2. Uso e fixação de nitrogênio de algumas espécies leguminosas. Características avaliadas Brachiariadecumbens Brachiariadecumbens+estilosantesCampo Grande Animal.ha-¹ Animal.ha-¹ 1,00 1,75 2,50 1,00 1,75 2,50 Ganho de peso por animal (kg.ha-¹.ano) 198 289 381 212 342 458 Ganho de peso diário (g.ha-¹.dia) 576 527 494 635 624 606 DMS da forragem (kg.ha-¹) 3.878 2.887 1.776 4.811 4.297 3.455 DMS daBrachiaria(kg.ha-¹) 3.878 2.887 1.775 3.860 2.980 1.877 DMS doestilosantes(%) 0 0 0 19,8 30,6 45,7 Proteína bruta daBrachiaria(%) 5,6 6,4 7,0 6,1 6,5 8,5 Proteína bruta doestilosantes(%) - - - 11,12 11,9 12,8 Tabela 3. Ganho de peso por área e ganho de peso diário de bovinos mestiços, disponibilidade de massa seca (DMS) e teor de proteína bruta em pasto de Brachiaria decumbens puro e consorciado com estilosantes Campo Grande. Processo Efeito principal Evidência científica Produção de biomassa Adição de M.O. Disponível Fixação de nitrogênio Aumento do conteúdo de N Disponível Chuvas Influênciasobre a quantidade e distribuição de chuvas e seu aporte de nutrientes Não completamente demonstrado Proteção contra erosão hídrica e eólica Redução da perda de solos e nutrientes Disponível Absorção em camadas profundas e deposição na superfície Não completamente demonstrado Absorção/Reciclagem/Liberação de nutrientes Conservação de nutrientes que poderiam perder-se por lixiviação Não demonstrado Liberação de nutrientes no momentorequerido pelos cultivos Disponível Processos físicos Melhora das propriedades físicas (drenagem,etc) Disponível Aumento do crescimento e proliferação de raízes Aumento da biomassa de raízes, substâncias promotora de crescimento, associaçõesmicrobianas Parcialmentedemonstrado Qualidade e dinâmica daserrapilheira Melhora da qualidade daserrapilheiramediante maior diversidade de espécies e manejo sincronizado da quantidade e tipo de biomassa aplicada. Atualmente muito estudado Modificaçãodo microclima Criação de microclima favorável, efeitos de quebra-ventos Disponível Processos bioquímicos/biológicos Moderaçãode efeitos em condições de extrema acidez, alcalinidade ou outras condições desfavoráveis dos solos. Parcialmentedemonstrado Tabela 4. Evidência científica dos possíveis efeitos benéficos das arvores sobre os solos. 34 Fase de estabelecimento Fase de produção Sol Sombra Produção relativa Sol Sombra Produçãorelativa Espécies --------------(t/ha)--------- (%) ---------------(t/ha)------------ (%) Brachiariabrizantha 7,62 3,73 49 7,05 6,90 98 Panicummaximum 9,16 1,37 15 8,22 6,31 77 Brachiariadecumbens 8,65 2,83 33 9,97 6,34 63 Setariasphacelata - - - 5,27 2,30 43 Andropogongayanus 13,40 1,72 13 13,33 5,53 41 Melinisminutiflora 10,40 1,70 16 7,18 2,57 36 Tabela 5.Produção de matéria seca (t/ha) de gramíneas forrageiras, nas fases de estabelecimento e de produção, em sub-bosque de angico-vermelho e em área sem árvores. Fonte: Anais XVII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, João Pessoa-PB, Brasil, 25 a 29 de abril de 2015, INPE Figura – Pastagens do bioma Cerrado degradadas e não degradas. 35% Equivale identificou-se que cerca de 18,4 milhões de hectares (35%) das pastagens plantadas no bioma Cerrado possuem algum indicativo de degradação 36 RECUPERAÇÃO E Renovação de pastos EM 2009 O GOVERNO FEDERAL ASSUMIU QUE IRIA RECUPERAR 15 MILHOES DE HÁ DE PASTAGENS DEGRADADAS,EM REUNIOES DE BAIXO CARBONO. CRIOU O PROGRAMA ABC. JÁ SABEMOS QUE PARA RENOVAR UM PASTO NÃO É BARATO 37 Evidências de degradação Degradação das pastagens é definida pôr MACEDO (1993) e MACEDO e ZIMMER (1993), como sendo o processo evolutivo de perda de vigor, de produtividade, de capacidade de recuperação natural das pastagens para sustentar os níveis de produção e qualidade exigida pelos animais, assim como, o de superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e invasoras, culminando com a degradação avançada dos recursos naturais, em razão de manejos inadequados. 38 Fatores que predispõem o pasto à degradação Formação inadequada Manejo do pasto Altura do pasto (cm) Gramínea Pré-pastejo Pós-pastejo Capim Mombaça 90 30 a 50 CapimMarandu 25 15 CapimXaraés 30 15 CapimCameroon 100 50 Tabela – Altura de pasto na condição de pré-pastejo e resíduo pós-pastejo recomendada para algumas gramíneas tropicais Manejo do pasto sendo altura de entrada e de saída, sub e super pastejo Formação inadequada época errada de plantio, sem análise de solo, não fazer calagem e adubação, controle ineficaz de invasoras 39 ADUbação e manutenção Recomendaçãoem Kg/ha do nutriente Nutriente Disponibilidade Nível Tecnológico Baixo Nível Tecnológico Médio Nível Tecnológico Alto Baixa 30 40 50 Fósforo Média 0 20 30 Alta 0 0 0 Baixa 40 100 200 Potássio Média 0 40 100 Alta 0 0 0 Nitrogênio 50 100 100 Recomendação para uso de corretivos e fertilizantes de Minas Gerais (5º Aproximação, 1999). A reposição de nutrientes por meio de fezes, urina, caules mortos é irregular e insuficiente NIVEL ALTO -> CALAGEM, ADUBA, ALTAS TAXAS DE LOTAÇÃO = INTENSIVO NICEL BAIXO -> EXTENSIVO NÃO ADUBA, CALAGEM E BAIXAS TAXAS DE LOTAÇÃO 40 IMPORTANCIA DO NITROGÊNIO PARA A PASTAGEM 41 Forrageiras com maior potencial de produção respondem mais intensamente à elevação de níveis de nutrientes. Adubos que têm enxofre Calcário dolomítico Tabela – Efeito do uso de nitrogênio e fósforo na recuperação de Brachiaria brizantha, sobre o rendimento da gramínea (t.MS/ha), presença de invasoras (%) e teor de proteína da forragem (% na MS). Adaptado: Costa et. al. (2000) Integração agricultura e pecuária Acidez Baixa fertilidade natural Pedregosidade Topografia Limitações de drenagem O ILP inclui o uso de forrageiras em rotação ou consorciadas com o cultivo de cereais. Teor e dinâmica do carbono Foi avaliado que o uso do sistema de integração lavoura-pecuária contribuiu positivamente no balanço de carbono. Brachiaria brizantha cv. Marandu e Brachiaria ruziziensis 47 Cultura acompanhante Culturaanual consorciada (t/ha de massa verde) Localidades milho sorgo soja arroz Milho forrageiro Sorgoforrageiro Santa Helena -GO 28,3 3,6 18,4 NO 8,0 2,0 Luziânia- GO 20,9 2,2 11,4 14,5 4,8 4,5 Mimoso - GO 15,3 16,5 12,5 12,8 5,6 5,6 C. Novo dosParecis- MT 16,7 3,1 35,1 NO NO 3,7 Grande competição com milho e sorgo forrageiro O procedimento de cultura acompanhante segue o mesmo de formação de pastagens Uso de leguminosas para recuperação de pastos A integração deve ser harmônica Forrageira a lanço Solo Descompactado Corrigido Adubado Reduzir competição Estilosantes: Alto potencial produtivo de materia seca e sementes Resultados positivos em ganho de peso animal, ganho por hectare Amendoim forrageiro: Maior valor nutritivo Boa produção mesmo em sombreamento Arborização de pastagens A escolha de espécies forrageiras adaptadas ao sombreamento e espécies arbóreas de rápido crescimento são fundamentais, pois favorece na redução do tempo para entrada dos animais Na adoção de técnicas que visam melhorar a condição das pastagens, sempre devemos levar em conta os aspectos ecológicos e a condição sócio econômica do produtor . Considerações finais A recuperação e conservação de pastagens é o ponto de partida que deve dar lugar a uma expressiva mudança de comportamento diante da crescente importância do setor agropecuária Referências bibliográficas http://www.dsr.inpe.br/sbsr2015/files/p0300.pdf http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Desenvolvimento_Sustentavel/Abc/5.pdf
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