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Recursos especial e extraordinário

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Recurso Especial e Extraordinário 
 
 Os recursos especial e extraordinário são chamados de “recursos 
extraordinários” ou “excepcionais”. 
 O recurso especial foi instituído pela CRFB/88, a fim de acomodar a 
divisão entre STF e STJ - o STJ, como tribunal responsável por ditar o 
entendimento da legislação federal, somente foi criado com o advento da 
CRFB/88, sendo que a sistemática anterior previa o processamento do recurso 
extraordinário (que comportava a matéria dos dois recursos) perante o STF. 
 Os recursos possuem vários aspectos semelhantes, que passaremos a 
analisar em seguida. 
 
1 – Hipóteses de cabimento: Ambos os recursos são previstos na CRFB/88, e 
disciplinados no novo CPC. Vejamos a legislação pertinente: 
 
 Recurso Especial Recurso Extraordinário 
CRFB/88 Art. 105. Compete ao Superior Tribunal 
de Justiça: 
III - julgar, em recurso especial, as causas 
decididas, em única ou última instância, 
pelos Tribunais Regionais Federais ou 
pelos tribunais dos Estados, do Distrito 
Federal e Territórios, quando a decisão 
recorrida: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou 
negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local 
contestado em face de lei federal; 
c) der a lei federal interpretação 
divergente da que lhe haja atribuído outro 
tribunal. 
 
Art. 102. Compete ao Supremo 
Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-
lhe: 
III - julgar, mediante recurso 
extraordinário, as causas decididas 
em única ou última instância, 
quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta 
Constituição; 
b) declarar a inconstitucionalidade 
de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo 
local contestado em face desta 
Constituição. 
d) julgar válida lei local contestada 
em face de lei federal 
 
 
2 – Prazo: 15 (quinze dias), na forma do art. 1.003, §5º do CPC. 
3 – Admissibilidade: bifásica, conforme art. 1.030 do CPC. Neste caso, 
cumpre ao tribunal a quo apenas a análise dos pressupostos extrínsecos de 
admissibilidade (tempestividade, preparo e regularidade formal), e, após a 
apresentação de contrarrazões, é remetido ao tribunal ad quem, que irá 
analisará os requisitos especiais de ambos os recursos. Neste ponto, há uma 
diferença básica em relação à sistemática do CPC vigente, que estabelecia a 
possibilidade do tribunal a quo de analisar os requisitos especiais (repercussão 
geral ou dissídio jurisprudencial). Alguns doutrinadores acreditam que, sem 
esse “filtro”, o STF e STJ se verão as voltas com um grande número de 
recursos, aumentando substancialmente os processos que chegarão a estes 
tribunais. 
3.1 – Requisitos especiais de admissibilidade 
3.1.1 – Recurso Especial: o STJ é, por força da CRFB/88, o tribunal 
responsável por ditar o entendimento da legislação federal. Assim sendo, como 
requisito para interposição do recurso especial, a existência do chamado 
“dissídio jurisprudencial”, ou seja, é necessário demonstrar que, entre os 
tribunais não há consenso quanto à aplicação da lei na qual se baseia a causa. 
O recorrente precisa, necessariamente, colacionar decisões judiciais 
divergentes entre si sobre a matéria recorrida, inclusive demonstrando que se 
tratam de casos semelhantes. 
3.1.2 – Recurso Extraordinário: no caso do recurso extraordinário, é tido 
como requisito especial de admissibilidade a existência de “repercussão geral” 
da matéria recorrida. Repercussão geral se traduz na existência de questões 
relevantes de natureza política, jurídica, social ou econômica na matéria 
impugnada, que se traduzam em interesses metaindividuais, ou seja, que 
extrapolem os limites subjetivos do processo. Uma vez reconhecida a 
repercussão geral, entende-se que o recurso extraordinário possui implicações 
erga omnes, e que, de certa forma, o recurso não pertença somente à parte, 
mas sim a toda a coletividade. O reconhecimento da repercussão geral gera 
também outros efeitos: 
- uma vez reconhecida a repercussão geral, o recurso deverá ser julgado no 
prazo de um ano (contado do reconhecimento da repercussão geral), e terá 
preferência em relação aos demais processos (exceto habeas corpus e os que 
envolvam réu preso); 
- o sobrestamento das ações semelhantes da mesma matéria; 
- A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será 
publicada no diário oficial e valerá como acórdão (art. 1.035, § 11, CPC). 
Por fim, temos que o art. 1.035, § 3º, do CPC traz as hipóteses que sempre 
será reconhecida a repercussão geral: 
§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso 
impugnar acórdão que: 
I - contrarie súmula ou jurisprudência dominante do 
Supremo Tribunal Federal; 
II - tenha sido proferido em julgamento de casos 
repetitivos; 
III - tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado 
ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição 
Federal. 
 
4 – Efeitos: Ambos os recursos possuem efeito devolutivo. É possível a 
concessão de efeito suspensivo, nos termos do art. 1.029, §5º, do CPC. No 
caso do recurso extraordinário, se reconhecida a repercussão geral, não só 
será concedido efeito suspensivo, como também serão sobrestados, por até 
um ano, o julgamento de todos os processos pendentes de julgamento que 
versem sobre o mesmo assunto, na forma do art. 1.035, §§ 5º e 10, do CPC. 
5 – Prejudicialidade: verifica-se que os recursos especial e extraordinário 
configuram exceção à regra da unirrecorribilidade (para cada decisão, é cabível 
um só recurso), ou seja, podem ser interpostos concomitantemente. Neste 
caso, o procedimento a ser adotado para seu julgamento foi disposto no art. 
1.031 e seguintes do CPC, e seguirá a seguinte tramitação: 
a) os autos serão remetidos ao STJ; 
a.1) caso o recurso especial seja admitido, e julgado procedente, o recurso 
extraordinário será considerado prejudicado (uma vez que já foi atendida a 
pretensão recursal, cessa o interesse em recorrer, motivo pelo qual não é mais 
necessário o julgamento do recurso extraordinário); 
a.2) caso o recurso especial seja admitido, e julgado improcedente, os autos 
então serão remetidos ao STF; 
a.3) se, ao realizar o juízo de admissibilidade, o relator entender que há ofensa 
à constituição, e considerar prejudicial o recurso extraordinário (se o “aspecto 
constitucional” do recurso for mais relevante, e seu acolhimento tornar o 
julgamento do recurso especial prejudicado), irá sobrestar o julgamento do 
recurso especial e remeter os autos ao STF (art. 1.031, §2º, CPC); 
b) os autos são remetidos, então, ao STF (exceto no caso a.1) 
b.1) se o relator no STF entender como reflexa a ofensa a constituição ou seja, 
que ela dependa da revisão da interpretação de lei federal, remeterá de volta 
os autos ao STJ para julgamento do recurso especial. (art. 1.033, CPC); 
b.2) se, no caso a.3, o relator no STF entender pela não existência de 
prejudicialidade, remeterá os autos ao STJ para julgamento do recurso especial 
(art. 1.031, §3º, CPC); 
b.3) se, no caso a.3, o relator entender pela relevância da questão 
constitucional, realizará o juízo de admissibilidade e julgará o recurso e, caso 
não haja prejudicialidade, remeterá os autos ao STJ.

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