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código de manu e mulheres

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O Código de Manu situa-se, aproximadamente, no ano 1000 a. C.. Foi escrito em sânscrito e é tido como a legislação mais antiga da Índia. Mas quem foi Manu? Manu foi um personagem mítico, considerado “Filho de Brahma e Pai dos Homens”. Os hindus possuíam quatro livros sagrados, os chamados Livros Sagrados dos Vedas, sendo que o Código de Manu era o mais antigo, dividindo-se em Religião, Moral e Leis Civis.
Segundo uma lenda, Sarasvati foi a primeira mulher, criada por Brahma da sua própria substância. Desposou-a depois e do casamento nasceu Manu, o pai da humanidade, a quem se atribui o mais popular código de leis reguladoras da convivência social.
     Personagem mítico constantemente citado e altamente honrado não somente como o sumo legislador, mas também excelente em outras obras abrangendo todo o gênero da literatura indiana. É freqüentemente envolvido na lenda, assumindo ora a figura de um antigo sábio, de um rei, de um legislador, ora como o único ser sobrevivente após a catástrofe do dilúvio.
     Manu, progênie de Brahma, pode ser considerado como o mais antigo legislador do mundo; a data de promulgação de seu código não é certa, alguns estudiosos calculam que seja aproximadamente entre os anos 1300 e 800 a.C.
     Lembramos que o Código de Hamurabi, mais antigo que o de Manu em pelo menos 1500 anos, não se trata de um verdadeiro código no sentido técnico da palavra, mas de uma coletânea de normas que abrange vários assuntos e preceitos.
     Redigido em forma poética e imaginosa, as regras no Código de Manu são expostas em versos. Cada regra consta de dois versos cuja metrificação, segundo os indianos, teria sido inventada por um santo eremita chamadoValmiki, em torno do ano 1500 a.C.
As leis de Manu são tidas por muitos legisladores como a primeira organização geral da sociedade, debaixo do manto religioso e político, embora privilegiassem as castas superiores, sobretudo a dos brâmanes. Aquele, que pertencesse à classe média ou inferior, era nele duramente penalizado. À casta dos brâmanes, que era formada pelos sacerdotes, foi dado o comando social. Quanto maior fosse a condição social da pessoa, maior seria o seu quinhão e vice-versa. Como vemos, a religião (brâmanes) ficava acima da lei (o rei). Basta ler um de seus artigos para compreender o poder que exerciam dentro da sociedade:
“Se um homem achasse um tesouro, deveria ter dele apenas 10% ou 6%, conforme a casta a que pertencesse. Se fosse um brâmane, teria todo o tesouro e, se fosse o rei, apenas 50%.”
No Código de Manu há uma série de ideias sobre valores tais como “verdade/justiça/ respeito”. Contudo, os castigos infligidos variavam de acordo com a credibilidade dos testemunhos, que por sua vez variavam de acordo com as castas. A título de exemplo podemos citar algumas leis embutidas no Código:
Somente homens dignos de confiança e isentos de cobiça podem ser escolhidos para testemunhas de fatos levados a juízo, sendo tal missão vedada para as castas inferiores.
Nos seus artigos 471 e 472, havia autorização para o conúbio (ligação da esposa com um cunhado ou com outro parente), desde que o reprodutor a procurasse discretamente, à noite. Como diríamos no ocidente: Na calada da noite!
Segundo legisladores e historiadores, o Código de Manu não teve a importância do Código de Hamurabi (antiga Mesopotâmia) ou do Código Mosaico (de Moisés), apenas foi um marco na evolução da cultura jurídica. Nele, a testemunha valia segundo sua posição social. A mulher só podia depor nos processos contra outras mulheres, ou quando não houvesse nenhum outro tipo de prova. O Código de Manu era considerado como o código mais rigoroso em relação à mulher, em todos os tempos. Observem:
Mulheres devem prestar testemunho para as mulheres.
Uma mulher está sob a guarda de seu pai durante a infância, sob a guarda do seu marido durante a juventude, sob a guarda de seus filhos em sua velhice; ela não deve jamais conduzir-se à sua vontade.
Os crimes de injúria eram apurados e punidos de forma rigorosa e cruel: língua cortada, estilete de ferro em brasa, óleo fervendo pela boca e pagamento de multa.  Mas, como sempre, variando de acordo com a posição social do indivíduo. Se fosse um infeliz pertencente às castas inferiores ou intocáveis, assim rezava:
 Art. 264 – Que o rei lhe faça derramar óleo fervente na boca e na orelha, se ele tiver a imprudência de dar conselhos aos brâmanes relativamente a seu dever.
Art. 263 – Se eles os designar por seus nomes e por suas classes de maneira ultrajosa, um estilete de ferro de dez dedos de comprimento será enterrado fervendo em sua boca.
Contudo, se o ultrajante fosse uma pessoa de classe alta, apenas uma multa era aplicada. OCódigo de Manu já distinguia o furto do roubo, assim:
Art. 324 – A ação de tirar uma coisa por violência, às vistas do proprietário, é roubo; em sua ausência é furto, do mesmo modo o que se nega ter recebido.
Diante dos crimes de furto, o rei podia tomar uma das medidas:
a detenção
os ferros
as diversas penas corporais.
Para os crimes de roubo, recomendava-se o emprego de medidas mais drásticas, a critério do rei. Mais parece uma ironia a causa que levava à punição do crime por adultério, tamanho era o preconceito nele exposto, pois rezava o Código:
 É do adultério que nasce no mundo a mistura de classes.
O direito de primogenitura era bastante regulado. Baseava-se na crença de que a família não podia prescindir de um chefe. E o filho mais velho trazia essa garantia. E, para tanto, um hindu admitia a união entre sua esposa com o seu irmão (dele) ou parente:
Art. 517 – Mas o mais velho, quando ele é eminentemente virtuoso, pode tomar posse do patrimônio em totalidade e os outros irmãos devem viver sob sua tutela, como viviam sob a do pai.
Art. 518 – No momento de nascer o mais velho, antes mesmo que a criança tenha recebido os sacramentos, um homem se torna pai e paga a sua dívida para com os seus antepassados; o filho mais velho deve, pois, ter tudo.
Art. 519 – Dispõe que o nascimento do primeiro filho dá ao pai a imortalidade, sendo que:  os sábios consideram os outros filhos como nascidos do amor.
Art. 471 – Quando não se tem filhos, a progenitura que se deseja pode ser obtida pela união da esposa, convenientemente autorizada, com um irmão ou outro parente.
A Índia atual continua com um pé no Código de Manu e outro na modernidade. Com certeza, oprimeiro continua a levar vantagem. Infelizmente!
A Índia é um país asiático que possui uma população de aproximadamente 1,1 bilhão de habitantes. Desse total, cerca de 75% são seguidores da religião hindu. A principal religião da Índia interfere diretamente na estruturação social, uma vez que o hinduísmo divide a sociedade em castas.
A divisão da sociedade em castas é determinada a partir da hereditariedade. As castas se definem de acordo com a posição social que determinadas famílias hindus ocupam. Fator que estabelece um tipo de “hierarquia” social marcada por privilégios e deveres.
Em um primeiro momento existiam somente quatro tipos de castas na Índia, que eram: os brâmanes (composta por sacerdotes), xatrias (formada por militares), vaixias (constituída por fazendeiros e comerciantes) e a mais baixa, os sudras (pessoas que deveriam servir as castas superiores).
As pessoas que não faziam parte de nenhuma das castas recebiam o nome de párias ou intocáveis. Pessoas excluídas que tinham a incumbência de realizar os mais deploráveis trabalhos, aqueles rejeitados por indivíduos que integrava alguma das castas.
Atualmente, existem cerca de 3 mil castas distintas na Índia. A proliferação do número de castas se deve, principalmente, pelo crescimento populacional e também pelo dinamismo e diversidade das atividades produtivas, promovidas pelo crescimento econômico que o país vem passando nos últimos anos.
Esse sistema tem como principal característica a segregação social, determinando a função das pessoas dentro da sociedade indiana.
Tal segregação resulta em desigualdade social, que é explicada pelo fato de um indivíduonão poder ascender para uma casta superior.
Segundo o governo indiano, o sistema de castas não existe mais no país. Apesar do governo não admitir, a verdade é que esse sistema está presente na sociedade, interferindo diretamente na qualidade de vida da população indiana.
RIO - Desde que uma jovem foi morta em um estupro coletivo em ônibus de Nova Délhi, mais registros de assassinatos e violência contra mulheres na Índia têm vindo à tona, acompanhados de intensos protestos contra os crimes. Como parte das manifestações, uma campanha creditada à ONG Save The Children divulgou imagens polêmicas de deusas hindus maltratadas e chorando após sofrerem abusos. Em uma das montagens, uma lágrima corre no rosto da deusa Durga, personificação da força e da invencibilidade para os fiéis. Acompanhada por um leão e levando uma espada e um tridente, ela mostra hematomas de socos na face e um corte na bochecha.
Outras duas deusas, Lakshmi e Saraswati - que representam a abundância e da sabedoria, respectivamente - também aparecem maltratadas nas peças da campanha. As imagens se tornaram virais entre usuários das redes sociais na Índia e geraram uma discussão ferrenha entre os que apoiam o protesto, os que se sentiram ofendidos pelas montagens e os que criticam o fato da campanha ter chamado a atenção por serem deusas feridas, e não mulheres comuns.
“Rezem para que nunca chegue esse dia. Hoje, mais de 68% das mulheres da Índia são vítimas de violência doméstica. Amanhã, pode ser que nenhuma mulher esteja livre disso. Nem mesmo aquelas a quem rezamos”, diz a texto.
A campanha criou tanta polêmica que a ONG e a agência que criou as imagens, a Taproot, querem se afastar dela. Em nota, a Save The Children disse que as montagens nunca foram aprovadas para a divulgação.
“A Taproot criou a campanha Save Our Sisters, mas não foi aprovada para que fosse usada por nós ou associada de qualquer forma. Ela não representa o trabalho de luta contra o tráfico de mulheres ou a reabilitação das vítimas”, afirma a organização.
Já Taproot assume que criou as montagens, mas diz que nada foi autorizado para ser publicado e que não sabe com as imagens foram parar na internet.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/ong-divulga-imagens-de-deusas-maltratadas-em-protesto-contra-estupro-na-india-10220070#ixzz43fu4C93b 
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