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Filosofia e Ética UNIDADE 1 1 UNIDADE I Para início de conversa Caro(a) Aluno(a) , seja bem-vindo(a) ao nosso primeiro encontro da disciplina de Filosofia e Ética. Para iniciar as nossas aulas de Filosofia e Ética, gostaria de propor uma excursão pelo mundo encantado do conhecimento. Você pode fazer isso sem se preocupar em sair do seu ambiente virtual, essa aventura acontecerá com ato de filosofar. O ato de filosofar é próprio do ser humano, ele se caracteriza por um desejo natural do homem de saber sobre as coisas, o mundo e sobre ele mesmo. Então, vamos começar a nossa investigação sobre o univer- so e tudo o que há nele. Orientações da Disciplina Vamos elaborar nosso estudo com ajuda das novas tecnologias, elas associadas ao conhecimento teórico poderá nos propor uma interação com o ambiente virtual prazeroso e edificante. A partir de agora, nessa unidade 1, nós vamos compreender como surgiu a Filosofia, onde e porque nasceu esse conhecimento que transcende a realidade física, quais são as descobertas do mundo da racionalidade e como se evidenciou a ética no mundo, especificamente a ética socrática. A teoria que será trabalhada aqui, tem como ponto inicial: o surgimento da Filosofia; seu conceito e princípios, sabendo que a Filosofia tem como objetivo a busca do saber e do conhecimento por meio da razão. Em seguida vamos saber o porquê da passagem do Mito para Filosofia e suas diferenças; a desmistificação da Filosofia; como realçar da racionalidade, ou seja, a razão como ponto de partida para o conhecimento; a importância dos filósofos pré-socráticos, suas escolas e a importância deles como os pioneiros para a ciência futura. Depois, vamos aportar os socráticos e a questão antropológica, quer dizer, as discussões sobre o homem no mundo, conforme os pensadores Sócrates e Platão. E também, a descoberta da ética socrática como verdade no cotidiano do mundo grego refletida para o restante do mundo ocidental. Acesse sua Biblioteca Virtual Para dar sustentação teórica ao nosso estudo, teremos como leituras básicas o livro texto de Filosofia e ética, autores: João Mattar; Maria Thereza Antunes. São Paulo: Person Education do Brasil, 2012. 2 Você também verá que durante o nosso curso serão sugeridas leituras e pesquisas na internet para com- plementar os estudos da unidade 1. Essas sugestões têm como finalidade maior interação com o conteú- do, flexibilidade de acesso ao material de pesquisa e a efetividade do conhecimento. Também serão indi- cados exercícios de ensino aprendizagem e fórum de estudos onde se realizaram trocas no aprendizado. Palavras do Professor Então, para a abertura dos nossos estudos, vamos perguntar como surgiu a filosofia? E o Mito vem antes ou depois da Filosofia? E o que é Filosofia? Muitos questionamentos? Bom, para começar, vamos explicar como e onde surgiu a filosofia, posterior- mente analisaremos o porquê de sua edificação enquanto ciência primeira. Dando início ao nosso raciocínio, a filosofia teria surgido na Grécia, nas colônias da Ásia menor na cidade de Atenas, provavelmente entre os séculos VII e VI a.C.. Os gregos desenvolveram uma forma de com- preender o mundo por meio da dúvida, do espanto com as coisas e o mundo, daí eles foram perguntando sobre tudo o que rodeava no universo. Mas, muito antes da filosofia se estabelecer como meio racional de compreender o universo, o mito já manifestava formas de responder às perguntas sobre o mundo. Os gregos usavam as crenças religiosas e os deuses representavam as forças e o poder, justificavam os acontecimentos, os fenômenos da natureza e também as atitudes duvidosas dos mortais. Foi ouvindo a voz dos poetas, que surgiram as primeiras formas de crenças mitológicas sobre aquilo que os homens não podiam explicar de forma racional. É bom lembrar que o filósofo Teógnis, viveu durante a metade do século VI a.C., ele escreveu poemas e canções que narravam as dores e angústias dos homens em sociedade, bem como a vida política e pública, também afirmava que devíamos pensar na velhice enquanto jovens, pois o tempo passa para todos, daí o seguinte pensamento: “Choremos a juventude e a velhice também, pois a primeira foge e a segunda sempre vem”. Na Grécia antiga os poetas eram também chamados de rapsodos, em grego signi- ficava aqueles escolhidos dos deuses, ou seja, aquele que tem o poder dado pelos deuses para anunciar a verdade aos homens. Caro(a) estudante, o mito se estabelece como uma forma de explicar as coisas no universo, ele era enten- dido como uma narração fabulosa, que explicava o que o homem não podia compreender, coisas como as origens e os princípios estabelecidos pela natureza. O mito também explicava a origem dos seres celestes como seres divinos que possuíam sentimentos e desejos semelhantes aos dos seres humanos. 3 Leitura complementar Sobre os seres divinos, enquanto deuses, podemos destacar a mitologia grega como estudo que justifica as atitudes, desejos, vontades e valores dos deuses gregos, você poderá visualizar e conhecer mais fazen- do uma breve leitura no endereço: http://www.infoescola.com/mitologia/mitologia-grega/ Depois dessa breve leitura, faça uma observação da figura abaixo, que realça a deusa grega “Atena”, ela representa a deusa da sabedoria e da guerra. Voltando ao nosso raciocínio, observamos que com o passar dos tempos o homem vai desmistificando a natureza e racio- nalizando sobre tudo que nela possa ser explicado. Aí nasce a filosofia, como um desejo de sa ber mais sobre a natureza e sobre o homem. A Filosofia surgiu como um conhecimento racional de ordenamento do mundo. Isso porque sendo o mundo considerado o cosmo, enquanto universo organizado, a filosofia vem para organizar o universo a partir do pens- amento estruturado. O desejo de saber é próprio do ser humano, foi assim entendido por Pitágoras, que era matemático e filósofo da antiguidade. Para Pitágoras, a vontade de saber do homem, é como um querer de quem ama, é espécie de amante da sabedoria, assim, Pitágoras entende que todo aquele que deseja, o saber das coisas é um amigo do saber, porque deseja encontrar o conhecimento. Para tanto, Pitágoras deu o nome de Filosofia a capacidade de buscar conhecimentos por meio do desejo de buscar o saber, e assim sendo ele criou a palavra Filosofia, que em grego é formada por dois elementos, que a formam: philo = amigo + sohía= sabedoria, conhecimento, saber. Fonte imagem: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/36/Atena-Giustiniani---Vatican.jpg 4 Leitura complementar Que tal você fazer uma leitura entre as páginas 3 e 8 do livro texto de Filosofia e Ética, de João Mattar; Maria Thereza Antunes, São Paulo: Person Education do Brasil, 2012. Tudo certo depois da leitura? Então vamos continuar. A filosofia, ao contrário do mito, se preocupa em explicar as coisas em sua totalidade e não admite fábu- las ou coisas incompreensíveis como explicava o mito. A filosofia não admite contradições, mas exige explicações coerentes, lógicas e racionais, pois esse procedimento não vem da pessoa do filósofo, mas da razão humana. Palavras do Professor Meu caro(a), nos primeiros tempos da história da filosofia vamos encontrar demonstrações de que a filo- sofia negava os meios de justificar a natureza e as coisas através dos mitos, mas ao mesmo tempo ela argumentava, por exemplo: O que eram e como surgiram os seres celestes? Quais eram as suas origens? Como as hipóteses dos primeiros filósofos, elas afirmavam que as origens de todas as coisas estavam na composição, combinação e separação dos quatro elementos da natureza: ar, terra, fogo e água. Esses elementos foram considerados pelos primeiros filósofos como elementos primários, originários da natureza, e também foram utilizados pelosfilósofos para explicar a origem de todas as coisas no univer- so. Thales de Mileto considerado o primeiro filósofo a inaugurar o estudo sobre a realidade da “physis”, palavra grega que significa natureza, dizia o filósofo à origem de todas as coisas estava na água. Leitura complementar Caso você se interesse sobre Thales de Mileto, acesse este link: http://brasilescola.uol.com.br/filosofia/tales-mileto.htm, espero que goste. É um texto simples e rápido de ler. 5 Thales de Mileto primeiro filósofo que se preocupou com a racionalização da natureza. http://www.netmundi.org/home/wp-content/uploads/2015/02/tales-de-mileto.jpg Thales de Mileto fundou a Escola Jônica, depois outras escolas filosóficas foram se formando, dentre elas podemos encontrar a Escola Itálica, Escola Eleática, Escola Pitagórica e a Escola Atomística. A Es- cola Pitagórica foi criada pelo filósofo Pitágoras foi um matemático de grande destaque na História do conhecimento, ele foi influenciado por filósofos como Thales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes de Mileto. Era muito comum os filósofos gregos de o mundo antigo viajar pelo oriente, a fim de conhecer outras culturas e adquirir conhecimentos. Foi durante uma viagem ao Egito, que Pitágoras admirando com a grandeza e beleza das pirâmides daquela região desenvolveu um teorema ainda hoje conhecido por nós quando estudamos a matemática, chama-se Teorema de Pitágoras: a proposta do filósofo grego era poder conhecer o valor de um dos lados da figura geométrica, o triângulo, a partir dos dois lados conhecidos. Daí, o teorema encontra-se assim: “a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenu- sa”. Conta a História da Filosofia que Pitágoras além de muito bom matemático era também excelente geômetra. Para Pesquisar: Se você quer saber um pouco mais sobre Pitágoras, leia a página intei- ra sobre: Pitágoras – Biografia no endereço: http://www.suapesquisa.com/pesquisa/pitagoras.htm. 6 Pitágoras de Samos foi filósofo, matemático e geômetra. http://www.amigodaalma.com.br/wp-content/uploads/Pit%C3%A1goras3.jpg Caro(a) estudante, Pitágoras destacou-se como filósofo e desenvolve durante o período pré-socrático a teoria da origem de todas as coisas. Ele afirmava que, a origem de todas as coisas encontrava-se nos números: pois, dos números surgem os pontos, dos pontos surgem às linhas, das linhas as figuras planas, das figuras planas as figuras sólidas, as figuras sólidas formam as coisas que são constituídas pelos quatro elementos da natureza, água, ar, fogo e terra e são dotadas de razão. Pitágoras também teria desenvolvido o sistema decimal, as proporções matemáticas e a tábua da multiplicação. Guarde essa ideia! Fique atento, pois nessa época, os filósofos estavam preocupados com os problemas cosmológicos, ou seja, como os fenômenos que se apresentavam na natureza, mas o que mais chamava a atenção era que eles desistiam da maneira de pensar com o misticismo e a religiosidade, bem como valorizar a raciona- lidade. Para você complementar o conhecimento da unidade 1, leia os textos que se encontram entre as páginas 29 e 32 do livro texto de Filosofia e Ética, autores: João Mattar; Maria Thereza Antunes. São Paulo: Person Education do Brasil, 2012. Durante o período pré-socrático, os filósofos pensavam sobre outros modos de ver o universo, como uma maneira de adotar um sentido novo de ver o mundo exterior. A partir daí, a filosofia vai se edificar de acordo com as seguintes condições históricas, ou seja, o que aconteceu e estava acontecendo no mundo como: as viagens marítimas, a invenção do calendário, a invenção da moeda, a vida urbana e a invenção da política. 7 Foi a partir de uma nova forma de pensar que os gregos antigos dividiram os seus estudos em dois grandes períodos na História da Filosofia. O primeiro foi o que antecedeu a Sócrates e o segundo o que sucedeu a ele. Para tanto, eles sistematizaram o pensamento em os pré-socráticos ou filósofos da nature- za, interpretando o mundo e as coisas, e os antropológicos ou filósofos socráticos passavam a interpretar as relações entre os homens e o comportamento deles em sociedade. Palavras do Professor Depois de tanta informação, você pode ver que a partir desse momento inicia-se uma nova fase na história da filosofia, em que os filósofos passam a pensar o homem em si mesmo, aqui se caracteriza o período antropológico. Foi nessa época que Sócrates marcou sua presença com esse modelo de reflexão. Falar de Sócrates e o que ele pensava, só será possível a partir de seu discípulo Platão, pois, Sócrates nasceu e morreu em Atena e não deixou nada escrito. Essa passagem sem registro do que ele teria anali- sado ou referido em sociedade de deu devido ao seu comportamento, ele como era muito querido, amado e reverenciado, porém como filósofo incomodava muito o sistema político com suas críticas. Na antiguidade era muito comum entre os povos gregos a reunião em praça pública para discutir sobre tudo que se passava com a sociedade. E Sócrates sabia muito bem usar o espaço público para motivar as pessoas a pensarem sobre si mesmas. Foi com esse comportamento crítico e até considerado por muitos como cínico que ele ficou conhecido como um dos grandes mestres da filosofia e em especial da filosofia moral, chamada de ética. Foi durante uma visita ao templo de Delfos, que Sócrates fazendo uma reflexão perce- be que devemos cuidar de nós mesmos, e é a partir do conhecimento a si. Ao mesmo que o filósofo pensa e reflete, ele expressa o pensamento: “Conhece-te a ti mesmo”. Fazendo uma interpretação, Sócrates quer dizer que: além do conhecimento de si, que ele chama “o ser em si” de alma, ou essência, pois, para ele, a alma é a essência do homem. Podemos afirmar que com essa reflexão Sócrates também buscava encontrar o bem estar e a felicidade. E, não apenas da sua alma, mas também o bem da alma dos outros. Isso é o que podemos chamar de princípio básico do respeito ao outro, ou seja, o princípio básico da ética socrática. Meu caro(a), você estã com alguma dúvida? Procure seu tutor, não deixe passar nada. Vamos continuar. Então, para se chegar ao conhecimento podemos analisar como Sócrates criou um caminho para esse entendimento. Foi observando e analisando os questionamentos na praça pública de Atenas que ele per- cebeu o desejo do saber que existe no ser humano. Para se chegar ao conhecimento precisamos perguntar e perguntar por que estamos perguntando, além de nos espantar com os próprios pensamentos, só assim, podemos encontrar a razão para o que estamos pensando. Sócrates cria um método que o denominou de Maiêutica, em grego significa dizer “aquele que conduz à luz do conhecimento”. Ele havia se inspirado na prática do trabalho de sua mãe, pois ela era parteira, ajudava as mães a dar à luz a seus bebês, fazendo uma comparação, o filósofo conduzia seus discípulos 8 ao conhecimento pelo questionamento. Sócrates conduzia os jovens à luz do conhecimento por meio dos questionamentos, da reflexão, ele estabelecia seu método, Maiêutica. Como foi dito anteriormente que Sócrates não havia deixado nada escrito, mas que Platão, seu discípulo foi quem escreveu sobre ele, e está na obra: “A República” de Platão, uma homenagem ao seu mestre e condutor na Filosofia. Palavras do Professor Caro(a) aluno(a), nessa obra de Platão, o autor descreve uma apologia ao seu mestre, ela encontra-se no sétimo livro, ou capítulo com o título de: “O Mito da Caverna”, também conhecida como “Alegoria da Cav- erna”. Conta a narração que os homens estavam acorrentados desde que nasceram e foram confinados em uma caverna escura não conseguiam ver o que se passava fora da caverna, pois ali passava apenas uma pequena luz pela frecha da caverna. Tudo o que eles conseguiam ver eram apenas sombrasdistorcidas da realidade, um dia um dos prisionei- ros consegue soltar as amarras e sai. Quando ele chega lá fora, tudo o que vê é muito diferente do que ele via antes de sair de lá. Então, extasiado com o que encontra lá fora da caverna, ele volta e conta o que viu para seus companheiros, mas eles não acreditaram no companheiro, ele não foi entendido, e o matam. Aqui você entra no resumo sobre o Mito da Caverna, mas poderá encontrar a narrativa com- pleta no livro texto de Paulo Ghiraldelli Jr. Introdução à Filosofia, textos básicos de Filosofia e Ciências Humanas. Paulo Ghiraldelli Jr. Manole, Barueri, SP, 2003. Você sabia? Você sabia que o pensamento socrático é também chamado do incômodo de Sócrates? Pois é, para ele só por meio da reflexão e da crítica é que podemos encontrar a virtude. A virtude para ele era como uma ciência de valor supremo, para tanto Sócrates busca nos diálogos a compreensão da virtude humana. É por meio deles que o filósofo vai realça a sua preocupação com a natureza ética. Quando Sócrates é condenado à morte por está corrompendo os jovens da sociedade ateniense, mesmo no leito e morte, ele dá lições sobre justiça e virtude. Ele foi condenado a morrer quando já contava 70 anos de idade, acusavam de introduzir novas divindades e não venerar mais os deuses da cidade, então, Sócrates foi obrigado a tomar um cálice de sicuta, veneno letal, na frente de seus discípulos. ??? 9 A figura abaixo trata do julgamento de Sócrates pela justiça ateniense. https://pergaminhofilosofico.files.wordpress.com/2015/10/morte-de-sc3b3crates.jpg Platão descreve os diálogos de Sócrates durante o seu julgamento, ali Sócrates deixa documentado a sua defesa perante assembleia ateniense. Foi com muita serenidade que o filósofo de comportamento crítico e corajoso fala aos ouvintes e aos que o acu- savam, as seguintes palavras: “Talvez imagineis, senhores, que me perdi por falta de discursos com que vos poderia convencer, se na minha opinião se devesse tudo fazer e dizer para escapar à justiça. Engano! Perdi-me por falta, não de discursos, mas de atrevimento e descaro, por me acusar a proferir o que mais gostais de ouvir, lamentos e gemidos, fazendo e dizendo uma multidão de coisas que declaro indignas de mim, tais como costumas ouvir dos outros. Ora, se antes achei que o perigo não justificava nenhuma indignidade, tampouco me pesa agora da maneira por que me defendi; ao contrário, muito mais flogo em morrer após a defesa que fiz, do que folgaria em viver após fazê-la daquele outro modo. Quer no tribunal, quer na guerra, não devo eu, não deve ninguém lançar mão de todo e qualquer recurso para escapar à morte. Com efeito, é evidente que, nas batalhas, muitas vezes se pode escapar à morte arrojando as armas e suplicando piedade aos perseguidores; em cada perigo, tem muitos outros meios de escapar à morte quem ousar tudo fazer e dizer. Não se tenha por difícil escapar à morte, porque muito mais difícil é escapar à maldade; ela corre mais ligeira que a morte. Neste momento, fomos apanhados, eu, que sou um velho vagaroso, pela mais lenta das duas, e os meus acusadores, ágeis e velozes, pela mais ligeira, a malvadez. Agora, vamos partir; eu, condenado por voz à morte; ele, con- denados pela verdade a seu pecado e a seu crime. Eu aceito a pena imposta; eles ig- ualmente. Por certo tinha que ser assim e penso que não houve excessos”. (Defesa de Sócrates / Platão. Ditos e feitos memoráveis de Sócrates, PLATÃO, 428 ou 7-348 ou 7 A.C. in: PESSANHA, São Paulo : Nova Cultural, 1987.) 10 Caro(a) estudante, foi com Sócrates que os discursos ganharam força, a linguagem socrática dá funda- mento ao discurso filosófico, isso porque nele está presente a argumentação lógica e ética do pensar. A partir daí que a filosofia passou a ser encarada como essencial para a construção dos conceitos. Para se compreender melhor pensemos, no atual momento em que estamos vivendo é por meio da ciência que conhecemos e podemos chegar a conhecer muitas coisas, mas sem a compreensão do argumento lógico que a filosofia nos permite pelo pensamento não podemos chegar de imediato a ciência. Então, a filosofia deve a Sócrates o tributo do pensar argumentativo. É a Sócrates que devemos a contribuição das ideias e das palavras quando tomadas como objeto de filo- sofar. Conforme o pensamento socrático para se chegar ao conhecimento da virtude é necessário ter con- sciência de que precisa ser humildade para conhecer. Quando ele, pensa sobre as seguintes proposições: “Só sei que nada sei” e “A virtude é o conhecimento; ninguém erra ou pratica o mal intencionalmente, mas por ignorância”. Ele estava interpretando a realidade humana, então, quando um homem age sem pensar nas consequências dos seus atos, ele padecerá em virtude do seu ato. Sócrates foi a favor da razão e desse modo contra o mito, daí as críticas às fantasias, ele também era um homem religioso, pois visitava o templo de Delfos. Ele via no seu filosofar uma forma de sabedoria. Veja abaixo o seguinte pensamento de Platão sobre Sócrates, quando o oráculo quis dizer que Sócrates era o mais sábio dos homens: “Só Deus é sapiente, e isto ele quis dizer no seu oráculo: que pouco ou nada vale a sapiência do homem; e, afirmando que Sócrates é sapiente, não quis, creio, referir-se propriamente a mim, Sócrates, mas apenas usar meu nome como um exemplo; como se tivesse querido dizer o seguinte: ‘ Ó homens, entre vós é sapientíssimo aquele que, como Sócrates, tenha reconhecido que, na verdade, a sua sapiência não tem nenhum valor”. ( PLATÃO, Apologia a Sócrates, 21b-22e). Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABiWoAL/03-1-socrates-a-descoberta-essencia-homem?part=10. Podemos afirmar que a relação entre Sócrates e Platão é tão forte que não há como descrever o que ela nos acrescenta, mas as posições filosóficas de Sócrates vão sem dúvida nenhuma contemplar nos diálo- gos platônicos. Palavras do Professor Bom meu caro(a), encerramos nossa primeira Unidade com muita satisfação em saber que você teve acesso a informações seguras. Quero que saiba que seu tutor estará a disposição para o que for necessário. Então é isso, lhe desejo sucesso, e no veremos na próxima Unidade. 11 Referências Bibliográficas CESCON, Everaldo; NODARI, Paulo César. Temas de Filosofia da Educação. EDU- CS, Caxias do Sul, RS, 2009. GHIRALDELLI, Paulo Jr. Introdução à Filosofia, textos básicos de Filosofia e Ciências Humanas. Paulo Ghiraldelli Jr. Manole, Barueri, SP, 2003. MATTAR, João; ANTUNES, Maria Thereza. Filosofia e ética, São Paulo: Person Edu- cation do Brasil, 2012.
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