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APOSTILA COMPLETA DE BOTÂNICA AGRÍCOLA

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1 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 
CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NORTE DO RIO GRANDE DO SUL 
DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA 
DISCIPLINA BOTÂNICA AGRÍCOLA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material de Apoio para as Aulas Teóricas da Disciplina de 
BBoottâânniiccaa AAggrrííccoollaa 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dra. Adriana Graciela Desiré Zecca 
 
 
 
 
 
 
 
 
Frederico Westphalen, RS, Brasil. 
Agosto de 2008 
 2 
 
 
BOTÂNICA AGRÍCOLA 
 
 
 
INTRODUÇÃO À BOTÂNICA SISTEMÁTICA 
 
Pelo menos 10 milhões de tipos de organismos vivos compartilham nossa biosfera. 
Nós, seres humanos diferimos destes outros organismos tanto no grau de nossa curiosidade 
como em nosso poder de falar. Como conseqüência destas duas características, temos há 
muito tempo buscado inquirir sobre outras criaturas, bem como trocar informações. Para se 
fazer isto, foi necessário dar nomes aos organismos. Aos organismos mais conhecidos 
foram dados nomes vulgares, mas mesmo para os mais simples dos propósitos, tais nomes 
podem ser inadequados. Algumas vezes os nomes são vagos, particularmente quando 
trocamos informações com pessoas de outras partes do mundo. Quando diferentes línguas 
estão envolvidas, os problemas se tornam complexos. 
Por estas razões, os biólogos designam os organismos com nomes em Latim, que 
são oficialmente reconhecidos por organizações internacionais de botânicos, 
bacteriologistas e zoólogos. 
Estes nomes formais em Latim originaram-se de sistemas informais de nomear 
plantas. A diferentes tipos de organismos têm sido dado há muito tempo nomes 
correspondentes a categorias tais como ‘carvalhos’, ‘rosas’ ou ‘dentes-de-leão’. Na época 
medieval, quando o interesse na comunicação de informações sobre organismos estava 
crescendo, o Latim era a língua da ciência. Por esta razão os nomes para estes ‘tipos’ de 
organismos foram padronizados e amplamente disseminados em livros impressos com o 
recém inventado tipo móvel. Os nomes eram freqüentemente aqueles que os romanos 
usavam; em outros casos, eram inventados novos nomes ou os nomes eram colocados na 
forma latinizada. Estes ‘tipos’ acabaram por serem chamados de gêneros, e membros 
individuais destes gêneros, tais como carvalhos-vermelhos ou carvalho-salgueiro, eram 
chamados de espécies. 
No inicio, as espécies eram identificadas por frases descritivas em Latim 
consistindo em uma ou mais palavras; estas frases eram chamadas ‘polinômios’. A primeira 
palavra do polinômio era o nome do gênero ao qual a planta pertencia. Assim, todos os 
carvalhos eram identificados por polinômios que começavam com palavra Quercus, e todas 
as rosas com polinômios que se iniciavam com a palavra Rosa. Os antigos nomes latinos 
para estas plantas continuaram a ser utilizados para designar os gêneros. 
A Sistemática Vegetal desempenha um papel de importância capital em favor de 
ciências que lidam com as plantas; determinando os nomes com que são conhecidas 
internacionalmente milhares de espécies vegetais, estudando sua distribuição, indicando 
suas propriedades, acertando as relações existentes entre os grupos taxonômicos e outros 
pontos de interesse, sua influencia manifesta-se em todos os domínios da Botânica. Pode-se 
afirmar, que sem uma acurada e segura identificação das espécies, a Fitogeografia não 
poderia conduzir trabalhos relativos à origem e interdependência das floras, do mesmo 
modo sucedendo com a Ecologia, nos estudos de relacionamento das plantas com o meio. 
Do mesmo modo, os farmacologistas, nos seus estudos sobre a presença nas plantas de 
substâncias com propriedades medicinais, não podem negligenciar quanto à identificação 
 3 
fidedigna das espécies. Enfim, todos aqueles que direta ou indiretamente, têm suas 
atividades relacionadas com o estudo das plantas, recorrem ao taxonomista para obter 
determinações corretas. 
 No conceito antigo, Sistemática era uma ciência que se restringia ao estudo de 
fragmentos de plantas, devidamente etiquetados e conservados em um herbário, baseando-
se no estudo morfológico desses espécimes. A sistemática moderna, tanto estuda o 
comportamento da planta na natureza, como se fundamenta na morfologia e na estrutura 
dos vegetais, seus caracteres genéticos, sua ecologia, distribuição geográfica, estudo dos 
seus antepassados, etc..., para compreender e estabelecer as verdadeiras afinidades e graus 
de parentesco existentes entre os diversos grupos de plantas. Baseia-se na hipótese de que 
existem relações genéticas entre as plantas e que os vegetais atuais descendem de outros 
existentes ou já extintos, através de sucessivas gerações, encontrando-se elas, hoje em dia, 
mais aperfeiçoadas. 
 
 
TAXONOMIA OU SISTEMÁTICA VEGETAL é a parte da Botânica que tem por 
finalidade agrupar as plantas dentro de um sistema, levando em consideração suas 
características morfológicas e externas, suas relações genéticas e suas afinidades. 
 
IDENTIFICAÇÃO é a determinação de qualquer material botânico, como idêntico ou 
semelhante a outro já conhecido. Pode ser feita com o auxilio da literatura ou pela 
comparação com outro de identidade conhecida e em qualquer hierarquia (família, gênero, 
espécie, subespécie, etc.). Tratando-se de material novo para a Sistemática, por conseguinte 
ainda não designado cientificamente, deve receber denominação própria e ser objeto de 
descrição, publicação em órgão especializado, observando-se o que preceitua o Código 
Internacional de Nomenclatura Botânica. 
 
Classificação é a ordenação das plantas em categorias hierárquicas, segundo as afinidades 
naturais ou graus de parentesco e de acordo com um sistema de classificação. Cada espécie 
é classificada como membro de um gênero, cada gênero pertence a uma família, as famílias 
estão subordinadas a uma ordem, cada ordem a uma classe, cada classe a uma divisão. 
 
Nomenclatura está relacionada com o emprego correto dos nomes das plantas e 
compreende um conjunto de princípios, regras e recomendações aprovados em congressos 
internacionais de Botânica e publicados num texto oficial. A Botânica necessita de um 
sistema preciso e simples de nomenclatura para ser usado pelos botânicos em todos os 
países, que lide por um lado com os termos que denotam nível dos grupos ou unidades 
taxonômicas e por outro com os nomes científicos que são aplicados as grupos taxonômicos 
individuais de plantas. 
 
 
 
 
HISTÓRICO 
 A Botânica é tão antiga como a própria humanidade, se bem que não como uma 
ciência sistematizada, mas antes em forma de observações acumuladas sobre aparência de 
certas plantas, e efeitos que exercem sobre o organismo, seja do Homem ou do animal. 
 4 
Conforme se iam acumulando conhecimentos empíricos surgia a necessidade de pô-los em 
alguma ordem e legá-los às gerações futuras, assim surgiram as primeiras anotações, sobre 
vegetais, que encontramos nos escritos da antiguidade. 
Minuciosas descrições de plantas e suas virtudes são encontradas nos ‘livros’ dos 
templos egípcios. No Talmude hebraico existe uma extensa divisão dedicada ao estudo das 
plantas, suas propriedades, uso e cultura. 
Nas primeiras épocas da historia européia foram os gregos, a deixarem anotadas as 
observações que podem ser consideradas como inicio da ciência. Foram também os gregos 
que fizeram a primeira tentativa de sistematizar o material empírico acumulado, baseando-
se nos caracteres que mais saltam à vista. Assim, o primeiro sistema que conhecemos, 
criado por Aristóteles e Teofrasto (384-284 a.C.) dividia o reino vegetal em árvores, 
arbustos e ervas, distinguindo formas caducifólias e sempreverdes. Esta classificação ficou 
em uso durante a maior parte da Idade Média. Em contato com a ciência oriental durante a 
invasão árabe, do século IX a XII, os europeus adquiriram conhecimentos sobre plantas, na 
época desconhecidas. Foram também enriquecidas as coleções já existentesna Europa. 
Mais uma onda de material completamente novo invadiu a Europa em conseqüência das 
grandes descobertas. Do século XV em diante, a necessidade de pôr alguma ordem no 
material acumulado, tornou-se inadiável. 
As primeiras tentativas realizaram-se no sentido de criação dos chamados ‘Livros de 
ervas’, ‘Hervanários’, listas e descrições das plantas, na maioria feitas pelos monges ou 
médicos, organizados principalmente, para preservação de conhecimentos sobre plantas 
medicinais (Período descritivo). A mesma finalidade perseguem também os hortos de 
ervas, onde se plantava e preservava vivo, na maioria plantas medicinais, aromáticas ou 
tóxicas. Aumentando cada vez mais o fluxo de espécies vindas do estrangeiro, esses hortos 
transformaram-se em coleções de plantas vivas de todas as espécies; mais tarde foram 
denominados Jardins Botânicos. Os mais antigos foram organizados na Itália, em 1309 em 
Salerno. 
A descoberta da imprensa e da xilografia facilitou a divulgação de ‘Livros de ervas’ 
e permitiu a comparação de plantas localizadas em diversos lugares freqüentemente 
distantes. Assim, tornou-se indispensável a criação de sistemas de identificação que podiam 
ser compreendidos em varias nações e línguas diferentes. 
Na base dos sistemas de Aristóteles, Teofrasto, Plínio e Dioscórides, inicia-se a 
criação de numerosos sistemas novos, alguns bastante lógicos e adaptados às exigências da 
época, uns, porém, mais confusos que os antigos. 
Esses sistemas destinavam-se ao reconhecimento da planta e foram baseados na 
morfologia externa, anotação sucinta de caracteres, permitindo a comparação de material 
localizado em diversas e distantes coleções (Período de sistematização). Tinham 
fundamentação morfológica, recebendo, porém, ainda a influência das premissas filosóficas 
relativas ao principio de imutabilidade das espécies. 
O primeiro desses sistemas exposto em definições claras, exatas e lógicas, criado 
por Andréa Caesalpino (Piza, 1519-1603), foi baseado na estrutura de frutos e sementes. 
Esteve em uso por um século, até o aparecimento do sistema também artificial, porém mais 
completo e prático, do professor Karl Von Lineé, da Suécia (1707-1775). 
O sistema lineano é baseado na morfologia da flor, principalmente na estrutura e 
número de estames e pistilos. Lineu dividiu o reino vegetal em Criptógamas – plantas com 
processos sexuados encobertos e Fanerógamas – plantas com processos sexuados visíveis. 
Esta divisão, com certas modificações é usada até hoje. O maior mérito de Lineu foi o de 
 5 
pôr em ordem enorme quantidade de material coletado por ele mesmo e outros botânicos e 
zoólogos e de idealizar e empregar com sucesso uma nomenclatura e uma terminologia 
breve, clara e lógica, que até hoje está em vigor. Foi o primeiro que deu a noção de 
‘espécie’ e ‘gênero’ como base para a nomenclatura binária. 
Lineu estabeleceu classes e ordens de plantas. As classes em número de 24 se 
fundamentavam em caracteres apresentados pelo aparelho reprodutor. Nas plantas com 
flores, que abrangiam 23 classes, levou em consideração o sexo, o número de estames, a 
relação entre suas partes, etc. A classe XXIV trata das Criptogámas. As ordens, conforme 
as classes a que pertenciam, eram denominadas segundo critérios relacionados com o 
número de ovários (existindo só um ovário, passou a considerar o número de estiletes ou de 
estigmas), com o número de estames e com a natureza do fruto. 
Com o incremento dos conhecimentos sobre a flora mundial veio a verificação da 
existência de maiores afinidades naturais entre plantas do que as indicadas pelo ‘sistema 
sexual’ de Lineu. Os novos sistemas organizam plantas em grupos afins, pela existência de 
caracteres morfológicos e anatômicos comuns. Em rigor, não poderiam ser ‘naturais’ por 
não se compatibilizarem com a idéia da evolução, o que só ocorreu com os atuais sistemas 
filogenéticos, também chamados naturais modernos. 
Dos muitos sistemas que se seguiram, mais um que merece ser mencionado é o de 
Antoine Jussieu (1748-1836, Paris). Também artificial, porém baseado num maior conjunto 
de caracteres morfológicos. Este sistema tenta agrupar os organismos numa seqüência 
partindo dos mais primitivos e simples aos mais complexos morfologicamente. Esta 
disposição aproxima-se aos princípios de sistemas naturais ou filogenéticos. 
Uma inovação feliz de Jussieu foi empregar na definição das classes de fanerógamas 
o número de cotilédones: Monocotiledôneas: plantas com uma folha germinal e 
Dicotiledôneas: plantas com duas folhas germinais. 
Por mais que Jussieu e contemporâneos, instintivamente se aproximavam à idéia de 
um sistema natural ou evolutivo, não podiam formulá-lo antes de formulada a própria teoria 
da evolução. 
A vitória final das idéias evolucionistas coube Charles Darwin (1809-1882) com a 
publicação do seu famoso trabalho sobre a origem das espécies. 
A teoria de descendência e de desenvolvimento evolutivo de formas mais 
complexas e perfeitas a partir de formas mais antigas e primitivas fornecem um sólido 
alicerce em que poderia ser construído um verdadeiro sistema filogenético, isto é, seqüência 
de organismos pela afinidade de origem, sua sucessão e como nos parece, a marcha do 
processo evolutivo a partir de organismo unicelular até o mais perfeito. 
A maioria dos sistemas desta época (Sistemas filogenéticos) fundamentam-se nas 
teorias de Darwin. Merecem ser destacados o Sistema de Engler e mais recentemente o 
Sistema de Arthur Cronquist. 
Adolf Engler (1844-1930) – elaborou, num guia de plantas do Jardim Botânico de 
Breslan, um esquema de classificação que foi usado durante muito tempo como um dos 
melhores sistemas de classificação, publicado pela primeira vez na obra Engler & Plantl 
(1887-1899). Ainda que não seja filogenético em exato sentido, representa um esforço em 
divisar um esquema que tenha a utilidade e a praticabilidade de um sistema natural, firmado 
sobre relações de forma e compatível com os princípios da evolução. 
Foram considerados caracteres essenciais e secundários, sem deixar de ser 
reconhecido que, muitas vezes, tais caracteres não apresentavam valor absoluto. Foi 
 6 
admitido que no desenvolvimento diverso das flores, dos frutos e das sementes, existe, até 
certo grau, uma progressão que corresponde ao desenvolvimento filogenético. 
Em 1964, foram propostas modificações na seqüência e na posição de diversos 
grupos, à luz de novos conhecimentos derivados da anatomia, da química, da embriologia e 
de outros campos da ciência. 
 
SISTEMA DE A. ENGLER (Edição de 1936) 
I. Schyzophyta 
II. Myxomycetes 
III. Flagelatae 
IV. Dinoflagellatae 
? Silicoflagellatae 
V. Heterocontae 
VI. Bacillariophyta 
VII. Conjugatae 
VIII. Chlorophyceae 
IX. Charophyta 
X. Phaeophyceae 
XI. Rhodophyceae 
XII. Eumycetes 
XIII. Archegonitae 
 Subdivisão 1a Bryophyta 
 Subdivisão 2a Pteridophyta 
 
 
 
 
Divisões 
XIV. Embryophyta Syphonogama 
 Subdivisão 1a Gymnospermae 
 Subdivisão 2a Angiospermae 
 Classe 1a Monocotyledoneae 
 Classe 2a Dicotyledoneae 
 
 Arthur Cronquist (Estados Unidos), ocupou-se da sistemática das Angiospermas. 
Apresentou uma versão do seu sistema em 1968, depois em 1981, com alterações em 1988. 
Foi o maior responsável pela nova classificação das Angiospermas. O Sistema de Cronquist 
é dividido em duas classes amplas, mono e dicotiledôneas. As ordens relacionadas estão 
colocadas em subclasses. O sistema, como descrito em 1981, tem 321 famílias e 64 ordens. 
 
SISTEMA DE CRONQUIST (1981) 
 
DIVISÃO MAGNOLIOPHYTA (Antophyta, Angiospermae) 
A. CLASSE MAGNOLIOPSIDA (Magniolatae, Dicotyledoneae) 
 
Subclasse I. Magnoliidae 
Ordem 1. Magnoliales 8. Annonaceae 
 Família. 1. Winteraceae 9. Myristicaceae2. Degeneriaceae 10. Canellaceae 
 3. Himantandraceae Ordem 2. Laurales 
 4. Magnoliaceae Família. 1. Amborellaceae 
 5. Lactoridaceae 2. Trimeniaceae 
 7 
 6. Austrobaileyaceae 3. Monimiaceae 
 7. Eupomatiaceae 4. Gomortegaceae 
 5. Calycanthaceae 4. Cabombaceae 
 6. Idiospermaceae 5. Ceratophyllaceae 
 7. Lauraceae Ordem 7. Ranunculales 
 8. Hernandiaceae Família. 1. Ranunculaceae 
Ordem 3. Piperales 2. Circaeasteraceae 
 Família. 1. Chlorantaceae 3. Berberidaceae 
 2. Saururaceae 4. Sargentodoxaceae 
 3.Piperaceae 5. Lardizabalaceae 
Ordem 4. Aristolochiales 6. Menispermaceae 
 Família. 1. Aristolochiaceae 7. Coriariaceae 
Ordem 5. Illiaceales 8. Sabiaceae 
 Família. 1. Illiciaceae Ordem 8. Papaverales 
 2. Schisandraceae Família. 1. Papaveraceae 
Ordem 6. Nymphaeales 2. Fumariaceaeaceae 
 Família. 1. Nelumbonaceae 
 2. Nymphaeaceae 
 3. Barclayaceae 
 
Subclasse II. Hamamelidae 
Ordem 1. Trochodendrales 3. Cannabaceae 
 Família. 1. Tetracentraceae 4. Moraceae 
 2. Trochodendraceae 5. Cecropiaceae 
Ordem 2. Hamamelidales 6. Urticaceae 
 Família. 1. Cercidiphyllaceae Ordem 7. Leitneriales 
 2. Eupteliaceae Família. 1. Leitneriaceae 
 3. Platanaceae Ordem 8. Juglandales 
 4. Hamamelidaceae Família. 1. Rhoipteleaceae 
 5. Myrothamnaceae 2. Juglandaceae 
Ordem 3. Daphniphyllales Ordem 9. Myricales 
 Família. 1. Daphniphyllaceae Família. 1. Myricaceae 
Ordem 4. Didymelales Ordem 10. Fagales 
 Família. 1. Didymelaceae Família. 1. Balanopaceae 
Ordem 5. Eucommiales 2. Fagaceae 
 Família. 1. Eucommiaceae 3. Betulaceae 
Ordem 6. Urticales Ordem 11. Casuarinales 
 Família. 1. Barbeyaceae Família. 1. Casuarinaceae 
 2. Ulmaceae 
 
 
Subclasse III. Caryophyllidae 
Ordem 1. Caryophyllales 9. Portulacaceae 
 Família. 1. Phytolaccaceae 10. Basellaceae 
 2. Achatocarpaceae 11. Molluginaceae 
 3. Nyctaginaceae 12. Caryophyllaceae 
 4. Aizoaceae Ordem 2. Polygonales 
 8 
 5. Didiereaceae Família. 1. Polygonaceae 
 6. Cactaceae Ordem 3. Plumbaginales 
 7. Chenopodiaceae Família. 1. Plumbaginaceae 
 8. Amaranthaceae 
 
 
Subclasse IV. Dilleniidae 
Ordem 1. Dilleniales 12. Dioncophyllaceae 
 Família. 1. Dilleniaceae 13. Ancistrocladaceae 
 2. Paeoniaceae 14. Turneraceae 
Ordem 2. Theales 15. Melesherbiaceae 
 Família. 1. Ochnaceae 16. Passifloraceae 
 2. Sphaerosepalaceae 17. Achariaceae 
 3. Sarcolaenaceae 18. Caricaceae 
 4. Dipterocarpaceae 19. Fouquieriaceae 
 5. Caryocaraceae 20. Hoplestigmataceae 
 6. Theaceae 21. Cucurbitaceae 
 7. Actinidaceae 22. Datiscaceae 
 8. Scytopetalaceae 23. Begoniaceae 
 9. Pentaphylacaceae 24. Loasaceae 
 10. Tetrameristaceae Ordem 7. Salicales 
 11. Pellicieraceae Família. 1. Salicaceae 
 12. Oncothecaceae Ordem 8. Capparales 
 13. Marcgraviaceae Família. 1. Tovariaceae 
 14. Quiinaceae 2. Capparaceae 
 15. Elatinaceae 3. Brassicaceae 
 16. Paracryphiaceae 4. Moringaceae 
 17. Medusagynaceae 5. Resedaceae 
 18. Clusiaceae Ordem 9. Batales 
Ordem 3. Malvales Família. 1. Gyrostemonaceae 
 Família. 1. Elaeocarpaceae 2. Bataceae 
 2. Tiliaceae Ordem 10. Ericales 
 3. Sterculiaceae Família. 1. Cyrillaceae 
 4. Bombacaceae 2. Clethraceae 
 5. Malvaceae 3. Grubbiaceae 
Ordem 4. Lecythidales 4. Empetraceae 
 Família. 1. Lecythidaceae 5. Epacridaceae 
Ordem 5. Nepenthales 6. Eriaceae 
 Família. 1. Sarraceniaceae 7. Pyrolaceae 
 2. Nepenthaceae 8. Monotropaceae 
 3. Droseraceae Ordem 11. Diapensiales 
Ordem 6. Violales Família. 1. Diapensiaceae 
 Família. 1. Flacourticeae Ordem 12. Ebenales 
 2. Peridiscaceae Família. 1. Sapotaceae 
 3. Bixaceae 2. Ebenaceae 
 4. Cistaceae 3. Styracaceae 
 5. Huaceae 4. Lissocarpaceae 
 9 
 6. Lacistemataceae 5. Symplocaceae 
 7. Scyphostegiaceae Ordem 13. Primulales 
 8. Stachyuraceae Família. 1. Theophrastaceae 
 9. Violaceae 2. Myrsinaceae 
 10. Tamaricaceae 3. Primulaceae 
 11. Frankeniaceae 
 
 
Subclasse V. Rosidae 
Ordem 1. Rosales 9. Eremolepidaceae 
 Família. 1. Brunelliaceae 10. Balanophoraceae 
 2. Connaraceae Ordem 10. Rafflesiales 
 3. Eucryphiaceae Família. 1. Hydnoraceae 
 4. Cunoniaceae 2. Mitrastemonaceae 
 5. Daviddoniaceae 3. Rafflesiaceae 
 6. Dialypetalanthaceae Ordem 11. Celastrales 
 7. Pittosporaceae Família. 1. Geissolomataceae 
 8. Byblidaceae 2. Celastraceae 
 9. Hydrangeaceae 3. Hippocrateaceae 
 10. Columelliaceae 4. Stackhousiaceae 
 11. Grossulariaceae 5. Salvadoraceae 
 12. Greyiaceae 6. Aquifoliaceae 
 13. Bruniaceae 7. Icacinaceae 
 14. Anisophylleaceae 8. Aextoxicaceae 
 15. Alseuosmiaceae 9. Cardiopteridaceae16. Crassulaceae 10. Corynocarpaceae 
 17. Cephalotaceae 11. Dichapetalaceae 
 18. Saxifragaceae Ordem 12. Euphorbiales 
 19. Rosaceae Família. 1. Buxaceae 
 20. Neuradaceae 2. Simmondsiaceae 
 21. Crossosomataceae 3. Pandaceae 
 22. Chrysobalanaceae 4. Euphorbiaceae 
 23. Surianaceae Ordem 13. Rhamnales 
 24. Rhabdodendraceae Família. 1. Rhamnaceae 
Ordem 2. Fabales 2. Leeaceae 
 Família. 1. Mimosaceae 3. Vitaceae 
 2. Caesalpinaceae Ordem 14. Linales 
 3. Fabaceae Família. 1. Erythroxylaceae 
Ordem 3. Proteales 2. Humiriaceae 
 Família. 1. Eleagnaceae 3. Ixonanthaceae 
 2. Proteaceae 4. Hugoniaceae 
Ordem 4. Podostemales 5. Lineaceae 
 Família. 1. Podostemaceae Ordem 15. Polygonales 
Ordem 5. Haloragales Família. 1. Malpighiaceae 
 Família. 1. Haloragaceae 2. Vochysiaceae 
 2. Gunneraceae 3. Trigoniaceae 
Ordem 6. Myrtales 4. Tremandraceae 
 10 
 Família. 1. Sonneratiaceae 5. Polygonaceae 
 2. Lythraceae 6. Xanthophyllaceae 
 3. Penaeaceae 7. Krameriaceae 
 4. Crypteroniaceae Ordem 16. Sapindales 
 5. Thymelaeaceae Família. 1. Staphyleaceae 
 6. Trapaceae 2. Melianthaceae 
 7. Myrtaceae 3. Bretschneideraceae 
 8. Punicaceae 4. Akaniaceae 
 9. Onagraceae 5. Sapindaceae 
 10. Oliniaceae 6. Hippocastanaceae 
 11. Melastomataceae 7. Aceraceae 
 12. Crombetaceae 8. Burseraceae 
Ordem 7. Rhizophales 9. Anacardiaceae 
 Família. 1. Rhizopharaceae 10. Julianiaceae 
Ordem 8. Cornales 11. Simaroubaceae 
 Família. 1. Alangiaceae 12. Oneoraceae 
 2. Nyssaceae 13. Meliaceae 
 3. Cornaceae 14. Rutaceae 
 4. Garryaceae 15. Zygophyllaceae 
Ordem 9. Santalales Ordem 17. Geraniales 
 Família. 1. Medusandraceae Família. 1. Oxalidaceae 
 2. Dipentodontaceae 2. Geraniaceae 
 3. Olacaceae 3. Limnathaceae 
 4. Opiliaceae 4. Tropaeolaceae 
 5. Santalaceae 5. Balsaminaceae 
 6. Misodendraceae Ordem 18. Apiales (Araliales) 
 7. Loranthaceae Família. 1. Araliaceae 
 8. Viscaceae 2. Apiaceae 
 
 
Subclasse VI. Asteridae 
Ordem 1. Gentiales 4. Globulariaceae 
 Família. 1. Loganiaceae 5. Myoporaceae 
 2. Gentianaceae 6. Orobanchaceae 
 3. Saccifoliaceae 7. Gesneriaceae 
 4. Apocynaceae 8. Acanthaceae 
 5. Asclepiadaceae 9. Pedaliaceae 
Ordem 2. Solanales (Polemoniales) 10. Bignoniaceae 
 Família. 1. Duckeodendraceae 11. Mendonciaceae 
 2. Nolanaceae 12. Lentibulariaceae 
 3. Solanaceae Ordem 7. Campanulales 
 4. Convolvulaceae Família. 1. Pentaphragmataceae 
 5. Cuscutaceae 2. Sphenocleaceae 
 6. Menyanthaceae 3. Campanulaceae 
 7. Retziaceae 4. Stylidiaceae 
 8. Polemoniaceae 5. Donatiaceae 
 9. Hydrophyllaceae 6. Brunoniaceae 
 11 
Ordem 3. Lamiales 7. Goodeniaceae 
 Família. 1. Lenndaceae Ordem 8. Rubiales 
 2. Boraginaceae Família. 1. Rubiaceae 
 3. Verbenaceae 2. Theligonaceae 
 4. Lamiaceae Ordem 9. Dipsacales 
Ordem 4. Callitrichales Família. 1. Caprifoliaceae 
 Família. 1. Hippuridaceae 2. Adoxaceae 
 2. Callitrichaceae 3. Valerianaceae 
 3. Hydrostachyaceae 4. Dipsacaceae 
Ordem 5. Plantaginales Ordem 10. Calycerales 
 Família. 1. Plantaginaceae Família. 1. Calyceraceae 
Ordem 6. Scrophulariales Ordem 11. Asterales 
 Família. 1. Buddlejaceae Família. 1. Asteraceae 
 2. Oleaceae 
 3. Scrophulariaceae 
 
 
B. CLASSE LILIOPSIDA (Liliatae, Monocotyledoneae) 
 
Subclasse I. Alismatidae 
Ordem 1. Alismatales 4. Potamogetonaceae 
 Família. 1. Butomaceae 5. Ruppiaceae 
 2. Limnocharitaceae 6. Najadaceae 
 3. Alismataceae 7. Zannichelliaceae 
Ordem 2. Hydrocharitales 8 . Posidoniaceae 
 Família. 1. Hydrochritaceae 9. Cymodoceaceae 
Ordem 3. Najadales 10. Zosteraceae 
 Família. 1. Aponogetonaceae Ordem 4. Triuridales 
 2. Scheuchzeriaceae Família. 1. Petrosaviaceae 
 3. Juncaginaceae 2. Triuridaceae 
 
Subclasse II. Arecidae 
Ordem 1. Aracales Família. 1. Pandanaceae 
 Família. 1. Aracaceae Ordem 4. Arales 
Ordem 2. Cyclantales Família. 1. Araceae 
 Família. 1. Cyclanthaceae 2. Lemnaceae 
Ordem 3. Pandanales 
 
Subclasse III. Commelinidae 
Ordem 1. Commelinales Ordem 4. Juncales 
 Família. 1. Rpateaceae Família. 1. Juncaceae 
 2. Xyridaceae 2. Thurniaceae 
 3. Mayacaceae Ordem 5. Cyperales 
 4. Commelinaceae Família. 1. Cyperaceae 
Ordem 2. Eriocaulales 2. Poaceae 
 Família. 1. Eriocaulaceae Ordem 6. Hydatellales 
Ordem 3. Restionales Família. 1. Hydatellaceae 
 12 
 Família. 1. Flagellariaceae Ordem7. Typhales 
 2. Joinvilleaceae Família. 1. Sparganiaceae 
 3. Restionaceae 2. Typhaceae 
 4. Centrolepidaceae 
 
Subclasse IV. Zingiberidae 
Ordem 1. Bromeliales 4. Lowiaceae 
 Família. 1. Bromeliaceae 5. Zingiberaceae 
Ordem 2. Zingiberales 6. Costaceae 
 Família. 1. Strelitziaceae 7. Cannaceae 
 2. Heliconiaceae 8. Marantaceae 
 3. Musaceae 
 
 
Subclasse V. Liliidae 
Ordem 1. Liliales 11. Hanguanaceae 
 Família. 1. Philydraceae 12. Taccaceae 
 2. Pontederiaceae 13. Stemonaceae 
 3. Haemodoraceae 14. Smilacaceae 
 4. Cyanastraceae 15. Dioscoreaceae 
 5. Liliaceae Ordem 2. Orchidales 
 6. Iridaceae Família. 1. Geosiridaceae 
 7. Velloziaceae 2. Burmanniaceae8. Aloeaceae 3. Corsiaceae 
 9. Agavaceae 4. Orchidaceae 
 10. Xanthorrhoeaceae 
 
 
 Em relação às Angiospermas, modernamente, análises cladísticas baseadas na 
morfologia, rRNA, rbcL e seqüências nucleotídicas de atpB não confirmam a tradicional 
divisão das angiospermas em monocotiledôneas e dicotiledôneas; as monocotiledôneas 
constituem um grupo monofilético, ou seja, possuem um ancestral comum, enquanto que as 
dicotiledôneas formam um complexo parafilético. Entretanto, um grande número de 
espécies consideradas ‘dicotiledoneas’ constituem um bem suportado clado-tricolpadas 
(que apresentam grão de pólen tricolpados) ou eudicotiledôneas. Assim, temos hoje, nas 
angiospermas o grupo das monocotiledôneas, o grupo das tricolpadas (eudicotiledôneas) e 
resta um grupo ainda carente de relacionamento filogenético, denominado basal que inclue 
Nymphaeales, Ceratophyllales, Piperales e Aristolochiales (paleoervas ou não 
monocotiledôneas) e Magnoliales, Laurales e Illiciales (complexo Magnoliides). 
 
 
 
 
Sistema de Engler Sistema de Cronquist 
Angiospermae Magnoliophyta 
Dicotyledoneae Magnoliopsida 
Monocotyledoneae Liliopsida 
 13 
 
 
UNIDADES SISTEMATICAS OU CATEGORIAS TAXONOMICAS 
 De acordo com o conceito de que existem relações entre as plantas, elas devem ser 
enquadradas em categorias que indiquem suas presumíveis afinidades sistemáticas. Cada 
categoria taxonômica representa um grupo de plantas, e há categorias maiores e menores de 
classificação. As categorias taxonômicas representam níveis hierárquicos, segundo critérios 
adotados nos diversos sistemas de classificação, os táxons são os termos aplicados aos 
agrupamentos considerados incluídos nessas categorias: 
 
CATEGORIA TÁXON 
Divisão Magnoliophyta, Briophyta 
Ordem Malvales, Rosales 
Família Araceae, Rutaceae 
 
 As regras Internacionais de Nomenclatura estabelecem que uma categoria de plantas 
pode se subdividir em categorias intermediarias e de hierarquia mais baixa, acrescentando-
se ao seu nome o prefixo sub. 
 Consideradas as categorias principais pode-se ter a seguinte gradação: 
 
Reino – Divisão – Subdivisão – Classe- Subclasse – Ordem – Subordem – Família – 
Subfamília – Tribo – Subtribo – Gênero – Subgênero – Seção – Subseção – Série – 
Subsérie - Espécie – Subespécie – Variedade – Subvariedade – Forma – Subforma. 
 
 Os nomes aplicados a todas as categorias taxonômicas são latinos e recebem, em 
geral, nomes com terminações próprias, relacionadas à categoria a que pertencem. 
Resultam, nestes casos, nomes que têm o mesmo radical da palavra com que é designado 
um gênero. Exemplo: Magnólia (gênero), Magnoliaceae (família), Magnoliales (ordem), 
Magnoliopsida (classe) e, Magnoliophyta (divisão). 
 As terminações próprias dos nomes de grupos taxonômicos, correspondentes às 
categorias acima de gênero são: 
 
Divisão phyta 
Subdivisão phytina 
Classe opsida 
Subclasse idae 
Ordem ales 
Subordem inae 
Família aceae 
Subfamília oideae 
Tribo eae 
Subtribo inieae 
 Tendo em vista sistemas de classificação diferentes, observa-se que os nomes 
aplicados a grupos taxonômicos correspondentes a determinadas categorias podem manter-
se iguais ou não, inclusive, casos em que ao mesmo nome são atribuídos níveis 
hierárquicos variados, conforme a conceituação dos autores: 
 
 14 
Sistemas Divisão Subdivisão Classe Subclasse 
Bentham & 
Hooker 
Phanerogamae Angiospermae Dicotyledoneae Polypetala 
Engler Embryophyta 
Siphonogama 
Angiospermae Dicotyledoneae Archyclamideae 
Cronquist Magnoliophyta 
(Angiospermae) 
- Magnoliopsida 
(Magnoliatae) 
Magnoliidae 
 
1. Divisão: é a categoria que fica logo abaixo do Reino, formada por um conjunto de 
classes. Em regra, são tomados para sua constituição caracteres gerais relacionados 
com estruturas reprodutivas, morfológicas ou anatômicas. 
2. Classe: categoria hierarquicamente inferior à Divisão, constituída por um conjunto 
de Ordens. 
3. Ordem: formada por um conjunto de famílias, é estabelecida com base em 
particularidades mais definidas (caracteres filogenéticos). 
4. Família: constituída por mais de um gênero. Sua descrição é feita de modo a 
contemplar características dos gêneros quase sempre numerosos. Quando se está 
interessado em identificar um material botânico desconhecido, comumente procura-
se, em primeiro lugar, conhecer a família a que pertence. A partir daí, com ou sem 
uso de chaves, chega-se aos grupos subordinados. 
O nome da Família é formado pelo radical do nome de um de seus gêneros, 
acrescido da terminação aeae. 
5. Gênero: categoria formada pela reunião de espécies semelhantes, cujo 
relacionamento não se baseia somente em caracteres morfológicos, mas também em 
particularidades de outra natureza, como a origem, as migrações, o comportamento 
genético, fisiológico e ecológico. 
6. Espécie: até meados do século XVII, a designação de uma planta era 
freqüentemente polinomial, isto é, formada por varias palavras que eram uma 
descrição da espécie. À medida que crescia o número de espécies conhecidas, 
evidenciava-se a impraticabilidade desse procedimento. O sistema binomial passou 
a ser adotado a partir de Lineu (1753), daí por diante se tornou normativa a 
nomenclatura binária. Usa-se sp. ou spp. para espécie ou espécies respectivamente. 
6.1. Nomenclatura binária: segundo o sistema de nomenclatura binária, universalmente 
adotado, as plantas são cientificamente designadas por um conjunto de duas 
palavras latinas ou latinizadas, correspondentes ao nome genérico e ao epíteto 
especifico (exemplo: Croton sonderianus). A primeira palavra (nome genérico) 
indica o gênero a que pertence a espécie e a segunda (epíteto especifico) permite 
designar espécies diferentes dentro de um mesmo gênero. 
Para distinguir as espécies com exatidão, torna-se necessário que em todo o Reino 
Vegetal só haja um nome de gênero válido e que em determinado gênero não se 
repita o mesmo epíteto especifico. 
6.2. Categorias infraespecíficas: no Código de Nomenclatura Botânica, são previstas as 
seguintes categorias taxonômicas: subespécie, variedade, subvariedade, forma e 
subforma. Subespécie, variedade e subvariedade são abreviadas para subsp., var. e 
subvar. 
 
 15 
Citação dos nomes dos autores 
 Os nomes das plantas devem ser escritos seguidos dos nomes dos autores: 
Mimosa platycarpa Ducke 
Cassia catártica var. tenuicaulis Irwin 
 Quando os autores são botânicos bastante conhecidos, podem ser escritos 
abreviadamente: Tricogonia Endl. (Endlicher). 
 Às vezes, são usadas abreviações extremas como L. para Lineu, M. para 
Martius, etc. as quais são inteligíveis por representarem nomes consagrados. 
 
Casos especiais – Plantas cultivadas 
 As plantas cultivadas se desenvolvem como populações artificiais, mantidas 
e propagadas pelo homem. Por esta razão, a hierarquia botânica de categorias 
infraespecificas baseia-se na categoria Cultivar, sendo às vezes chamadas 
erroneamente de variedades. 
 Uma cultivar é um conjunto de plantas cultivadas que se distingue 
claramente por uma serie de caracteres, os quais se mantêm nos descendentes, 
quando estes se reproduzem tanto sexuada como assexuadamente. Algumas 
cultivares têm-se originado naturalmente, mas a maioria é criada por cultivo. O 
nome da cultivar se escreve com inicial maiúsculo e precedido pela abreviação cv., 
ou colocando-o entre aspas. Por exemplo: Phaseolus vulgaris L.cv. Carioca. O 
nome da cultivar deve ser imaginário, em línguas modernas (não se usa o latim). 
 
 
 
As Fanerógamas (plantas com órgãos de reprodução visíveis) ou Espermatófitas 
(plantas cuja reprodução se realiza através da semente) ou Embriófita Sifonógamas 
(plantas que como resultado da fecundação formam um embrião e apresentam tubo 
polínico), compreendem dois gruposde plantas, que são as Pinophyta (Gimnospermae) e as 
Magnoliophyta (Angiospermae). 
Uma das mais importantes inovações que apareceram durante a evolução das 
plantas vasculares foi a semente. As sementes parecem ser um dos fatores responsáveis pela 
dominação das espermatófitas na flora atual. A razão é simples, a semente tem capacidade 
de sobrevivência. 
Todas as plantas com sementes possuem macrofilos e incluem cinco Divisões com 
representantes atuais: Cycadophyta, Ginkgophyta, Coniferophyta, Gnetophyta 
(Gimnospermas) e, Anthophyta (Angiospermas). 
 
 
 
 
 
 
GIMNOSPERMAS 
 
A palavra Gimnosperma, oriunda do grego, significa semente (sperma) nua 
(gymnos). A etimologia indica que os componentes desta Subdivisão carecem de frutos 
verdadeiros, apresentando sementes provenientes de óvulos nus, dispostos na superfície do 
 16 
macrosporófilo. A palavra foi cunhada por Teofrasto, discípulo de Aristóteles no ano 300 
a.C. 
As gimnospermas, pouco numerosas no contexto da flora atual, reúnem apenas 675 
espécies, arranjadas em 63 gêneros. Correspondem a um grupo de plantas que surgiu 
provavelmente no período Devodiano da era Paleozóica, há cerca de 400 milhões de anos. 
Com o aparecimento das angiospermas no período Jurássico (cerca de 160 milhões de 
anos), o conjunto das gimnospermas entrou em rápido declínio mantendo, contudo, uma 
grande importância na composição florestal das regiões temperadas e frias do mundo. 
Como grupo de plantas produtoras de madeira, as gimnospermas cumprem um 
papel insubstituível. 
As espécies de gimnospermas são em geral gregárias, compondo florestas 
relativamente homogêneas. A vasta região das florestas boreais euro-siberianas, inclui 
algumas espécies de Pinus, Larix e Picea. Só as florestas de lariço (Larix sp.) cobrem cerca 
de 2,5 milhões de Km2 na Sibéria. Mesmo em países tropicais como o Brasil, pode ser 
observada esta tendência gregária. O gregarismo das gimnospermas vincula-se à 
polinização anemófila, característica do grupo, que pressupõe e requer um adensamento de 
indivíduos, para haver uma adequada fertilização. 
As gimnospermas também se notabilizam pelo crescimento monopodial. A 
dominância permanente do meristema apical do tronco sobre os demais, acaba por produzir 
uma forma arbórea vantajosa, composta de um longo fuste retilíneo, e ramos relativamente 
delgados. 
Sob o ponto de vista tecnológico, as gimnospermas constituem o grupo das 
chamadas ‘madeiras macias’ ou ‘madeiras de fibras longas’, ‘Softwood’ em inglês. O termo 
‘madeira de fibra longa’ explica-se pela predominância no lenho das gimnospermas de um 
único tipo celular: o traqueóide longitudinal (condução e sustentação mecânica). Os 
gêneros Ephedra, Gnetum e Welwitschia constituem uma exceção dentro das 
gimnospermas por apresentar vasos verdadeiros e fibras na estrutura básica do xilema, 
assemelhando-se às angiospermas. 
 17 
GIMNOSPERMAS 
CLASSE ORDEM Família Gênero - espécie 
Dioon spp. 
Encephalartos spp. 
Zamiaceae 
Zamia ulei, Zamia boliviana, Z. brogniarti * 
Cycadophyta Cycadales 
Cycadaceae Cycas revoluta *, C. circinalis, C. media 
Ginkgophyta Ginkgoales Ginkgoaceae Ginkgo biloba * 
Abies alba *, A. balsamea 
Larix decidua, L.laricina* 
Picea abies * 
Cedros atlântica *, C. deodora *, C. libanii * 
Pinaceae 
Pinus canariensis, P.echinata, P.elliottii *, P.taeda *, 
P.patula 
Cupressaceae Chamaesyparis lawsoniana, Chamaesyparis pisifera *, 
Cupressus arizonica, C. funebris *, C. lusitanica *, C. 
macrocarpa*, C. sempervirens *, Thuja occidentalis, 
Thuja orientalis *, Junniperus communis 
Taxodiaceae Cryptomeria japonica , Cunninghamia lanceolata *, 
Metasequoia glyptostroboides *, Sequóia sempervirens*, 
Sequoiadendron giganteum, Taxodium disticum*, 
Podocarpaceae Podocarpus lambertii *, P. selowii 
Cephalotaxaceae Cephalartus harringtonia 
Coniferophyta Coniferales 
Araucariaceae Agathis robusta, A. angustifólia *, A. araucana, A. 
bidwilii*, A. columnaris*, A.heterophylla 
Taxophyta Taxales Taxaceae Taxus baccata 
Chlamydospermae Gnetales Ephedraceae Ephedra tweedieana 
 
 18 
Verifica-se uma nítida preponderância das coníferas (Classe Coniferophyta – Ordem 
Coniferales) sobre os demais táxons gimnospérmicos, a qual se manifesta tanto no número 
de espécies como na amplitude da distribuição geográfica e na importância econômica. 
Não se pode esquecer, que gimnospermas e coníferas não são termos equivalentes e 
que o ultimo, é apenas parte do primeiro. Os Ginkgo, Taxus e Ephedra, por exemplo, não 
são coníferas, apesar de verdadeiras gimnospermas. 
 As gimnospermas são pouco numerosas na flora brasileira, incluindo apenas os 
gêneros Araucaria, Podocarpus, Zamia, Gnetum e Ephedra. Destes, somente os dois 
primeiros incluem espécies arbóreas. Os demais carecem de interesse econômico atual e 
não produzem madeira utilizável, tendo os indivíduos adultos uma estrutura caulinar pouco 
lenhosa (Zamia) ou do tipo cipó (Gnetum e Ephedra). 
O gênero Zamia possui de seis a oito espécies amazônicas. O gênero Gnetum 
também inclui diversas espécies hileianas, conhecidas localmente como ‘toás’ e utilizadas 
em trabalhos de cestaria. Ephedra tweediana, a única espécie sul-rio-grandense do gênero, 
é também arbusto trepador, pouco conhecido e se interesse na atualidade. Os gêneros 
Araucária e Podocarpus possuem espécies nativas valiosas pela produção de madeira. 
 Apesar de reduzido o número de espécies de gimnospermas na flora brasileira, o 
grupo assume grande importância, devido às numerosas espécies introduzidas para fins 
ornamentais ou madeireiros. O catálogo das gimnospermas cultivadas depende da região 
focada. As espécies mais comuns no sul do Brasil são originarias dos Estados Unidos 
(Pinus elliottii, Pinus taeda) e Europa (P. silvestris, P.pinaster e P.pinea), ao passo que no 
centro e norte do país são cultivadas espécies de caráter mais tropical, provenientes de 
América Central (Pinus caribeana, P.oocarpa) ou Sudeste Asiático (P.merkusii, P.kesiya). 
 
 
I. CLASSE CYCADOPHYTA – CYCADATAE 
 Os representantes incluídos nesta classe têm folhas inteiras ou mais ou menos 
penadas, grandes, em geral pecioladas. Óvulos produzidos em megasporófilos, em geral 
modificados. 
 
Ordem Cycadales: 
São plantas caulescentes ou acaules, com folhas grandes, penadas, dispostas em 
espiral. As folhas nascem enroladas e em geral são produzidas em grupos numerosos, 
periodicamente; são longamente persistentes e ao caírem deixam os restos do pecíolo 
revestindo o caule. Este pode ter a forma de estipe ou então se apresentar algumas vezes 
bifurcado, sempre com o ponto vegetativo coroado por um tufo de folhas. Nos gêneros 
acaules, as folhas nascem diretamente de uma porção subterrânea, globoide. As plantas são 
de sexo separado. 
 
1. Família Zamiaceae 
 
As flores masculinas e femininas estão reunidas em densos estróbilos e ocupam uma 
posição lateral na coroa de folhas. São cultivadas como ornamentais. Destacam-se Dioon 
(originário do México), Encephalartos (originário da África) e Zamia (com espécies no 
Brasil, Bolívia, Porto Rico e Estados Unidos). 
Zamia ulei, Zamia boliviana, Z. Brongniarti: as três espécies são espontâneas no Brasil, 
na Bacia Amazônica até os Andes Bolivianos. 
 19 
 
 
 
2. Família Cycadaceae 
 
Flores masculinas em enormes estróbilos laterais. Flores femininas terminais, não 
estrobiliformes, são livres, dispostas no centro da coroa das folhas assimiladoras. 
Cycas revoluta: o tronco alcança 5-8m de altura, sustenta uma coroa de folhas; o 
comprimento das folhas varia entre 1,5 e 2m. Folíolos rígidos, retos, lanceolados, com 
margem revoluta. O parênquima da medula do tronco fornece matéria prima para 
preparação de sagu. Por isto e por ser altamente ornamental é cultivada em larga escala nos 
países de clima tropical esubtropical. Espécie dióica, originária da Ilha de Java. No Sul o 
Brasil é conhecida como ‘sagu-de-jardim’ ou ‘palma-de-ramos’. 
As folhas são verde-escuras na face superior e verde-claras na inferior, apresentam uma 
única nervura longitudinal. 
Os estróbilos masculinos são oblongos (30 a 40 cm) e compostos por escamas planas de 
cor castanha. Os indivíduos cultivados, em geral femininos, apresentam cone terminal não 
estrobiliforme reunindo folhas carpelares aveludado-ocráceas. Os óvulos, em número de 2 a 
8, dispõem-se na parte inferior e lateral das folhas carpelares. 
 
 
 
 
 20 
 
 
 
 
I. CLASSE GINKGOPHYTA 
 
Ordem Ginkgoales: 
 
1. Família Ginkgoaceae 
Restringe-se atualmente a um único gênero e espécie – Ginkgo biloba -, tida como um 
verdadeiro fóssil vivo por seus caracteres morfológicos e anatômicos. O nome genérico 
vem do japonês ‘gin-kyo’, que significa ‘fruto-de-prata’. 
A família teve uma distribuição muito ampla no passado. No Rio Grande do Sul, por 
exemplo, registra-se a presença de Ginkgoites antartica no afloramento Passo das Tropas, 
da Formação Santa Maria. 
 
Ginkgo biloba L. 
Sinonímia: Salisburia adiantifolia Smith. Originário do Leste da Ásia é cultivado como 
curiosidade cientifica e para fins ornamentais em muitos países. A espécie nunca foi 
encontrada em forma silvestre e sobreviveu até hoje por serem as árvores reverenciadas por 
monges budistas na China e Japão. No século XVIII foi introduzida na Europa, sendo desde 
então muito admirada no mundo ocidental e amplamente difundida. É arvore de grande 
porte, dióica, caducifólia e de ramificação simpodial. Alcança 30m de altura, constituindo-
se de um ou vários troncos e copa geralmente estreita, de forma piramidal. A casca varia de 
 21 
castanho-acinzentada a castanho-escura, mostrando fissuras profundas e entrelaçadas em 
indivíduos adultos. 
As folhas, simples, pecioladas e reunidas em fascículos, estão dispostas em curtos 
raminhos laterais. O limbo varia de 3 a 8 cm de comprimento e tem forma de leque, inteiro, 
lobulado ou dentado na parte superior, e com nervação dicotômica muito característica. A 
forma e disposição das nervuras lembram certas pteridófitas, sugerindo a especulação sobre 
a origem das gimnospermas a partir deste grupo de plantas. 
 As flores masculinas, reunidas em estróbilos cilíndricos, de cor amarela, dispostos 
sobre curtos brotos, compõem-se de muitos estames, com anteras bitecas divergentes. A 
polinização é anemófila. 
A estrutura feminina reduz-se a dois ou três óvulos, sustentados por um longo 
pedúnculo comum. Quando desenvolvida, tem o aspecto de uma falsa drupa de cor amarela 
e odor desagradável, medindo de 1,5 a 2,5 cm de comprimento. A semente, comestível 
quando tostada, tem forma oval. 
A maioria dos indivíduos cultivados no Rio Grande do Sul é do sexo feminino. São 
arvores muito ornamentais, destacando-se pela coloração amarela das folhas no outono. 
Pode ser considerada como a mais primitiva das espécies arbóreas existentes. 
A estrutura anatômica do tronco de Ginkgo biloba é semelhante à das Coniferophyta, 
que são de evolução superior. A medula é fracamente desenvolvida. Da medula para a 
periferia acha-se o xilema secundário, composto de traqueídes e contendo estreitos raios 
medulares. A camada cambial acrescenta cada ano novos cilindros de xilema secundário. 
As árvores de Ginkgo biloba podem alcançar até 4m de circunferência. 
Esta espécie é considerada um fóssil vivo, pois é o único sobrevivente de um numeroso 
grupo. Mesmo este sobrevivente está desaparecendo sem que se saibam as causas. 
 
 
 
 
 
 22 
 
 
 
 
 
FECUNDAÇÃO: nas Cycadaceas e Ginkgoáceas, a fecundação é intermediária entre as 
samambaias e outras plantas sem frutos, os anterozóides ‘nadam’. Os gametófitos 
masculinos são haustoriais, absorvendo nutrientes do óvulo enquanto crescem. O tubo 
polínico não penetra no arquegônio, se rompe na vizinhança e libera anterozóides 
multiflagelados. Os anterozóides nadam para o arquegônio e um deles fecunda a oosfera. 
 
 23 
III. CLASSE CONIFEROPHYTA 
 Plantas com folhas geralmente pequenas, sésseis, inteiras, de orma aciculada, 
lanceolada ou escamiforme. 
Órgãos de reprodução reunidos em cones (estróbilos), freqüentemente 
acompanhados de escamas estéreis. Tem o maior número de representantes vivos, com 
cerca de 600 espécies, distribuídas principalmente no Hemisfério Norte, tanto nas planícies 
como nas montanhas, formando em algumas regiões, matas extensas, compostas de uma só 
ou poucas espécies. No Hemisfério Sul ocorrem com freqüência nas zonas temperadas, 
formando matas nas planícies. Nas zonas tropicais adaptam-se ao ambiente de altitudes 
maiores, ocorrendo nas planícies, com maior freqüência os grupos termófilos. 
A maioria são plantas arborescentes com ramificação monopodial. 
 
Ordem Coniferales: 
 
Famílias: Pinaceae, Cupressaceae, Taxodiaceae, Podocarpaceae, Araucariaceae. 
 
1. Família Pinaceae 
Plantas arbóreas de grande porte. Tem grande importância econômica, pois são 
fornecedoras de madeira, matéria prima para produção de papel, resinas e vários outros 
produtos. 
As folhas são persistentes, com exceção de Larix, que são caducas. Os estróbilos 
são unissexuados e a maioria dos gêneros é monóico-diclinos. Os estróbilos masculinos são 
menores, quando novos de cor amarelada ou avermelhada; os femininos são de tamanho 
maior, verdes quando jovens e de cor marrom após a maturação. É a maior família de 
Gimnospermas vivas, com centro de dispersão no Hemisfério Norte. Pertencem a ela os 
gêneros: Abies, Cedrus, Larix, Picea e Pinus. 
 
Gênero Abies Mill., com cerca de 40 espécies, conhecidas popularmente como 
abetos, caracteriza-se pela presença de cones eretos e folhas solitárias, providas de duas 
faixas estomáticas esbranquiçadas na face inferior. Das várias espécies européias de 
interesse florestal, destaca-se Abies alba Mill., produtora de madeira valiosa para confecção 
de tampos de instrumentos musicais e, Abies balsamea (L.) Mill., originária da América do 
Norte, é a fonte do ‘bálsamo-do-Canadá’, utilizado em microscopia. 
 
 
Gênero Larix Mill., reúne cerca de 10 espécies caducifólias, raramente encontradas 
no Brasil, mas de grande importância florestal em seus países de origem. Com cinco ou 
mais folhas lineares curtas por fascículo, e cones eretos de maturação anual, os ‘lariços’ 
apresentam algumas espécies que merecem destaque. Larix decidua Mill., originaria da 
Europa Central, é a arvore produtora da ‘terebentina-veneziana’. Larix laricina (DuRoi) K. 
Kock, uma das mais importantes árvores do Canadá. 
 
 
Gênero Picea A. Dietrich, compreende cerca de 40 espécies de interesse madeireiro 
e ornamental. As árvores apresentam folhas solitárias de secção quadrada e cones 
pendentes. Picea abies (L.) Karsten é uma das mais importantes essências florestais da 
 24 
Europa Central, sendo ainda tradicionalmente utilizada como árvore de natal em sua região 
de origem. 
 
 
Gênero Cedrus Link – compreende apenas quatro espécies, originárias da região do 
Mediterrâneo e Himalaia. Árvores ornamentais e de aspecto majestoso pela copa ampla e 
longos ramos horizontais, apresentam folhas persistentes em secção geralmente triangular, 
que se reúnem em fascículos com mais de cinco acículas, concentradas na extremidade de 
curtos raminhos laterais. Os cones, eretos, levam de 2 a 3 anos para amadurecerem. Ao 
contrario das demais coníferas, os cedros florescem em outono. São de relativa freqüência 
em praças e jardins no Sul do Brasil. 
 
Cedrus atlantica (Endl.) Carr. 
Sinonímia: Cedrus africana Gordon ex Knight; Pinus atlantica Endl.; Abies 
atlantica Lindley & Gordon. 
Árvore de grande porte (40m), originaria da África. São muito características a copa 
cônico-irregular organizadaem camadas, a ramificação horizontal, a folhagem verde-
azulada e a posição ereta dos brotos terminais. A casca, lisa e castanho-acinzentada, torna-
se escura e sulcada ao envelhecer, desprendendo-se em lâminas. O crescimento é lento, 
ultrapassam os 500 anos de idade. 
As folhas, de 1 a 3cm de comprimento, apresentam secção quadrada e se agrupam 
em fascículos de 40 a 70 acículas, dispostas na extremidade de curtos raminhos laterais, à 
semelhança de um pincel. 
Os estróbilos masculinos, de cor amarela e com 2 a 5cm de comprimento, são 
cilíndricos, estreitos e ligeiramente curvos em direção ao ápice. Os cones femininos, 
cilíndrico-oblongos e de cor marrom clara, medem cerca de 6 cm de comprimento e 4 cm 
de diâmetro. As escamas muito largas têm o ápice achatado ou ligeiramente fendido, e as 
sementes, resinosas, são providas de asa bem desenvolvida (2cm). 
As árvores, muito ornamentais pela forma e tonalidade da copa, requerem espaços 
abertos, sendo indicadas para parques e praças públicas. A propagação é fácil via sementes. 
Preferem solos permeáveis, arenosos ou pedregosos. Resiste bem a geadas e poluição 
ambiental. 
A madeira é durável e de boa qualidade para carpintaria, moveis de jardim e 
revestimentos. 
 
Cedrus deodora (Roxb.) Loud. 
Sinonímia: Cedrus indica Chambray; Cedrus libani var. deodora Hook; Abies 
deodora Lindley; Larix deodora K.Koch; Pinus deodora Roxb. 
Árvore de grande porte, copa piramidal e longos ramos horizontais. O ápice do 
tronco e as extremidades dos ramos são pendentes. 
A casca, acinzentada e lisa em plantas jovens, quando velha forma escamas de cor 
escura, com 5 a 25cm de comprimento. 
As folhas são aciculares, verde-escuras e um pouco mais longas do que na espécie 
atlantica. Os estróbilos masculinos, de cor amarela, medem entre 2,5 e 5 cm de 
comprimento, os femininos, eretos, marrom-avermelhados e sésseis, variam de 7 a 12 cm 
de comprimento e têm forma ovóide. 
 25 
Espécie de crescimento rápido, requer solos profundos, férteis e arejados, as árvores 
são parcialmente caducas em invernos muito frios. 
É originário do Himalaia e largamente cultivado em todo o mundo para fins 
ornamentais. Produz madeira aromática moderadamente dura e muito resistente à 
intempérie, prestando-se para a construção civil, telhas, dormentes, móveis e trabalhos de 
carpintaria. 
 
Cedrus libani (Loud.) A. Rich. 
Sinonímia: Cedrus libanensis Juss. ex Mirbel; Cedrus libanitica Trew ex Pilger; 
Cedrus cedrus Hunt; Cedrus patula K.Koch; Pinus cedrus L.; Larix cedrus Mill.; 
Larix patula Salib.; Abies cedrus Poiret. 
Árvores de grande porte (até 40m), apresentam tronco geralmente bifurcado, 
folhagem verde-escura e casca acinzentada. Os indivíduos velhos caracterizam-se pela 
forma aplanada do ápice da copa e a disposição em camadas das robustas ramificações. 
Distingue-se da espécie do Himalaia pelos ramos com extremidades eretas, não 
pendentes. 
A casca, castanho escura, é densamente fissurada e as acículas, muito curtas (2 a 
3cm), aparecem reunidas em fascículos, na extremidade de curtos braquiblastos. 
Os estróbilos masculinos são oblongos, de 2,5 a 4 cm de comprimento. Os cones 
femininos, eretos e dispostos em ramos de cor castanha, mostram uma forma ovóide-
oblonga, com 9 a 14 cm de comprimento. As sementes são aladas, irregularmente 
triangulares e membranáceas. 
Originaria das montanhas do Líbano. A espécie se propaga com facilidade através 
de sementes, que conservam o poder germinativo por até 2 anos. Prefere terrenos 
permeáveis, pedregosos ou arenosos, desde que a umidade seja suficiente. Resiste bem a 
geadas. Possui crescimento lento, alcança cerca de 1.000 anos. Apresenta madeira leve, 
amarelada, muito cheirosa e de grande durabilidade natural. 
 
 
Gênero Pinus L. – os pinheiros incluem as gimnospermas mais comuns, eles 
dominam em amplas extensões da América do Norte e Eurásia e são amplamente 
cultivados mesmo no Hemisfério Sul. 
Há cerca de 90 espécies de pinheiros, todas caracterizadas pela filotaxia das folhas, 
que é única entre todas as coníferas atuais. As folhas dos pinheiros são aciculares. Nas 
plântulas, elas têm arranjos espiralados e nascem solitárias sobre os caules. Após um ou 
dois anos de crescimento, o pinheiro começa a produzir suas folhas em grupos ou 
fascículos, cada um dos grupos de pinheiros contendo um número especifico de folhas 
aciculadas e longas, de uma a cinco dependendo da espécie. 
A identificação das espécies de Pinus baseia-se principalmente em caracteres das 
folhas, cones e sementes. 
O gênero Pinus L., de fácil cultivo em povoamentos homogêneos, são plantas 
largamente utilizadas em reflorestamento, inclusive no Brasil. Sua importância florestal é 
extraordinária, devido à qualidade da madeira, valorizada para fins construtivos e 
mobiliários, também para produção de celulose e resina. 
As espécies de Pinus que se destacaram, inicialmente, na silvicultura brasileira, 
foram Pinus elliottii e Pinus taeda, introduzidos dos Estados Unidos, visto que as 
atividades com florestas plantadas eram restritas às regiões Sul e Sudeste. A partir dos anos 
 26 
60, iniciaram-se experimentações com espécies tropicais como P.caribeana, P.oocarpa, 
P.patula, entre outros, possibilitando a expansão da cultura de Pinus em todo o Brasil, 
usando-se a espécie adequada para cada região ecológica. 
 
 
Pinus canariensis Smith 
Originário das Ilhas Canárias. As árvores com até 30m de altura, formam uma copa 
estreita e curtos ramos laterais. A casca, espessa e gretada, compõe grandes placas 
irregulares castanho-avermelhadas. 
As acículas, longas (20-25cm), pendentes e dispostas em verticilos de 3, possuem 
cor verde-clara, bordos finamente serrilhados, secção triangular e apresentam dois canais 
resiníferos em cada lado do feixe libero-lenhoso. 
Os cones femininos são pendentes, com pedúnculos curtos e providos de apófise 
escura e obtusa. Medem de 12 a 20 cm de comprimento por 5 a 7 cm de diâmetro. As 
sementes têm cerca de 12 mm de comprimento e exibem asa lateral bem desenvolvida 
(cerca de 2 cm), membranácea e estriada. 
A espécie é bastante sensível ao frio e exigente em luz (heliófila), produz madeira 
de boa qualidade, pesada, durável e com alto teor de resina, sendo indicada para dormentes, 
carpintaria e construção em geral. O cerne é cor castanho-avermelhado e o alburno é 
amarelo. 
 
Pinus echinata Mill. 
As árvores caracterizam-se pelo porte grande (24-31m), fuste reto, pode alcançar 
120 a 180 cm de diâmetro, casca espessa e avermelhada, dividida em placas de forma 
irregular. 
As folhas, encontradas geralmente em pares, às vezes em fascículos de 3, são curtas 
(7 a 12 cm), possuem cinco canais resiníferos no mesófilo e dois feixes vasculares 
internamente à endoderme. Cor verde-azulada e secção semicircular. 
Os cones femininos, oblongos, escuros e reunidos geralmente aos pares ou em 
grupos, são pequenos (4 a 6 cm), sésseis ou em curtos pedúnculos. As escamas delgadas 
terminam em um curto espinho. As sementes, com formato triangular, possuem asa 
avermelhada de 3,5 cm de comprimento. 
Originário do Leste dos Estados Unidos. Fornece madeira pesada, resistente e 
moderadamente resinosa. 
 
Pinus pinea L. 
Nativa do sul da Europa e cultivada no Rio Grande do Sul, principalmente como 
ornamental, esta espécie de pinheiro apresenta árvores que alcançam de 25 a 30 m de 
altura, produzindo uma copa ampla, muito ramificada e semi-esférica (forma de 
sombrinha). Este aspecto, de expressivo efeito plástico, reduz o valor da espécie para fins 
madeireiros, devido à produção de troncos grossos, relativamente curtos e retorcidos. É, 
contudo indicada para o cultivo em faixas litorâneas por aliar rusticidade e beleza, 
qualidades importantes para o reflorestamento de dunas marítimas e arborização de 
balneários. Na América do Sul é bastantecultivada no litoral uruguaio. 
Apresenta casca acinzentada-escura, com fissuras profundas e raminhos marrom-
claros. 
 27 
As acículas, em número de 2 por fascículo, são rígidas e de cor verde-clara, tendo 
margem serrilhada e comprimento variável entre 10 e 20 cm. Possuem secção semi-
circular. 
Os cones femininos maduros, com formato arredondado, medem de 8 a 15 cm de 
comprimento por 7 a 10 cm de diâmetro. A cor oscila do castanho-claro ao castanho-
avermelhado. 
As sementes são grandes (até 2 cm) e comestíveis, ápteras ou providas de asas 
rudimentares. São muito ricas em óleos, constituindo alimento bastante apreciado na região 
de origem e utilizadas em numerosos pratos da cozinha italiana. 
A madeira contém pouca resina, dureza baixa a média, resistência mecânica 
mediana e baixa retratibilidade, sendo indicada para postes, estacas, esteios de minas, 
estruturas, soalhos, parquetes, janelas, mobiliário maciço e embalagens. 
 
 
 Pinus elliottii Engelm – ‘Pinheiro-americano’ 
Originário do Sudeste dos Estados Unidos, este pinheiro cresce em terras de baixa 
altitude (até 150 m). Em razão do excelente crescimento em zonas de clima subtropical 
úmido, é largamente cultivado no sul do Brasil. 
As árvores alcançam de 25 a 30 m de altura com 60 a 90 cm de D.A.P. A casca, 
acinzentada e sulcada em indivíduos jovens, modificam-se apresentando placas espessas (2 
a 4 cm), marrons-avermelhadas em exemplares adultos. 
As folhas, reunidas em fascículos de 2 a 3 acículas, são longas (12 a 30 cm), 
flexíveis, cor verde-brilhante e com margem finamente serrilhada. Possuem 2 a 10 canais 
resiníferos, situados internamente no mesófilo, e bainha persistente. 
Produzidos no inicio da primavera, os estróbilos masculinos concentram-se nas 
extremidades dos brotos jovens; os cones femininos, pedunculados, têm forma ovóide, 
ligeiramente, curva e assimétrica. As sementes possuem asas oblíquas de 2 a 3 cm de 
comprimento. 
Espécie heliófila, de rápido crescimento. Assemelha-se a Pinus taeda, diferindo em 
alguns aspectos importantes. As acículas de P. elliottii, mais longas e de cor verde mais 
clara, têm secção semicircular, ocasionalmente triangular; os cones são nitidamente 
pedunculados e castanho-avermelhados. Em P.taeda, as acículas, normalmente mais curtas, 
mostram um tom mais escuro e secção sempre triangular; os cones são sub-sésseis e de cor 
acinzentada. 
A madeira é usada para construções leves e pesadas, confecção de embarcações e 
caixas, para poste requer tratamento preservativo. As fibras são longas e adequadas para 
fabricar papel. Produz bastante resina. 
A planta tem baixa exigência nutricional o que permite seu plantio em ambientes 
com condições adversas, como regiões áridas, frias, topos de montanhas e solos com baixa 
fertilidade. Em 8 anos já está pronto para o corte. 
P. elliottii é um simbionte obrigatório de um basidiomiceto que forma micorrizas. 
Essa micorriza tem maior chance de se estabelecer em solos ácidos. A associação entre o 
fungo e as raízes facilita o estabelecimento deste Pinus em solos pobres. 
Foi introduzido em São Paulo em 1948 por interesse florestal. É a principalmente 
espécie plantada para fins comerciais no sul do Brasil. Suas principais finalidades são 
madeira (móveis, celulose, laminação, compensados, etc.), celulose de fibra longa e resina. 
 28 
Impactos ecológicos: na região da Estepe, representa a total substituição da 
vegetação original, pois essas espécies são heliófilas. Já em ambientes florestais, tendem a 
permanecer algumas espécies do sub-bosque. Os povoamentos de Pinus spp.tendem a ser 
monoespecíficos impedindo a instalação de outras formas de vegetação. Aumentam a 
acidez do solo. Transformação de ecossistemas abertos (campos, restingas, etc.) em 
ecossistemas fechados (florestal) com perda de biodiversidade por sombreamento, o que 
leva à exposição do solo e erosão, e assoreamento de cursos de água, com impactos sobre a 
fauna aquática. A deposição de serrapilheira de lenta decomposição dificulta a germinação 
de espécies nativas. 
Prevenção: espécies anemocóricas são muito difíceis de controlar após o 
estabelecimento, pois o vento pode propagar suas sementes por centenas de metros, o 
melhor é não plantar a espécie, mas caso isto ocorra, deve-se plantar uma linha de árvores 
quebra-vento ao redor do talhão. 
O fomento ao uso da espécie no país carece de medidas adequadas de controle da 
dispersão das plântulas. O uso da espécie deve ser destinado exclusivamente para produção 
comercial, cessando o uso ornamental, de paisagismo rodoviário ou de sombreamento. 
 
 
Pinus taeda L. – ‘Pinheiro-americano’ 
Oriundo das planícies do Golfo de México e Costa Atlântica do sudeste dos Estados 
Unidos. Embora coincidente com a área original do P. elliottii, apresenta distribuição mais 
ampla. 
É a espécie madeireira mais importante dos Estados Unidos. No Brasil, é cultivado 
principalmente nas terras mais altas da Serra Gaúcha, Planalto Catarinense e Paraná, com 
aproximadamente 1 milhão de hectares. 
As árvores alcançam 20m de altura e 100cm de D.A.P., com copa densa, ramos 
acinzentados e casca gretada. 
Folhas aciculares, verde-escuras, reunidas em grupos de 3 por fascículo e medem 15 
a 20 cm de comprimento. 
Cones masculinos cilíndricos e amarelados. Os cones femininos ovado-oblongos, 
com 6 a 12 cm de comprimento, são sésseis ou sub-sésseis, muito persistentes e com 
escamas espinhosas. As sementes são pequenas (5mm) com asas de até 25 mm. 
A espécie asemelha-se a P. elliottii, diferindo em vários aspectos de fácil 
reconhecimento: 
 P. taeda P. elliottii 
Acículas *mais curtas e mais escuras, 
secção transversal triangular 
 
*sempre 3 
*mais longas, verde mais 
clara, secção semi-circular, 
às vezes triangular 
*3 ou às vezes 2 
Cones *praticamente sésseis, cor 
acinzentada 
*pedunculados, tendem ao 
castanho-avermelhado 
 
A madeira é usada para construção, móveis e caixotaria. Fibras longas adequadas 
para fabricação de papel. Produz bastante resina. 
Prefere locais com precipitação entre 900 e 2.200 mm, com períodos de seca de até 
2 meses, com temperatura mínima de 4ºC e máxima de 25ºC. solos de textura leve a 
pesada, geralmente ácidos, suporta curtos períodos de alagamento. 
 29 
Espécie heliófila, de rápido crescimento e alta competitividade. Invasora nos 
mesmos ecossistemas que P. elliottii. 
 
Pinus patula Cham.et Schlecht. 
Originário da região montanhosa do México Central, em regiões com altitude entre 
1.500 a 3.100m, apresenta o melhor desenvolvimento em solos úmidos e bem drenados, em 
locais com precipitação média anual entre 1.000 e 1.500 mm. 
É uma espécie facilmente identificada pelas acículas verde-pálidas, finas e 
pendentes, acículas longas (20 a 30 cm), bordes finamente serrilhados, reunidos em 
fascículos de 3, bainha persistente. 
Casca grossa, acinzentada e fissurada na base, e casca fina marrom-avermelhada e 
desprendendo-se em escamas na parte superior. 
Os cones femininos são sésseis, extremamente persistentes, medem de 7 a 10 cm de 
comprimento e dispõem-se em grupos de 3 a 6. 
A espécie foi introduzida com muito sucesso em numerosos países tropicais e 
subtropicais. Sua madeira tem grande utilidade para processamento mecânico e na 
fabricação de papel. 
Na Serra da Mantiqueira, no Sudeste de Minas Gerais e no Nordeste de São Paulo, 
bem como no Oeste de Santa Catarina e Serra do Rio Grande do Sul, esta espécie apresenta 
produtividade de madeira mais alta do que P. taeda. 
 
 
2. Família Taxodiaceae 
 
Cerca de 15 espécies pertencentes a 10 gêneros. Tiveram no passado geológico 
grande importância na composição das florestas do Hemisfério Norte, apresentando na 
atualidade uma distribuição nitidamente retidual. 
São árvores monóicas, de grande porte, e folhas escamiformes ou aciculares.Os estróbilos femininos, em geral terminais e solitários, compõem-se de numerosas 
escamas persistentes e brácteas. As sementes, de pequeno tamanho, têm asa circundante 
reduzida. 
As principais taxodiáceas cultivadas no Brasil são: 
 
Cryptomeria japonica (L.f.) D.Don. ‘cedro-japonês’ 
Árvore de grande porte, de forma colunar ou piramidal. Folhas aciculares, de 
filotaxia espiralada, medem de 10 a 15 mm de comprimento, com ponta aguda e arqueada 
em direção ao ramo. 
Os estróbilos masculinos são ovóides, reunidos nas extremidades dos raminhos, 
cerca de 10 mm de comprimento. Os cones femininos são globosos, de maturação anual, 
medem de 10 a 25 mm, as escamas têm 4 a 5 dentes na margem superior e um múcron 
curvo. 
A espécie chega a ocupar 30% da área florestal do Japão. Foi introduzida no Brasil 
para fins ornamentais e produção de celulose. Em São Paulo o crescimento é satisfatório, de 
0,5 a 1,5 m/ano. 
 
 
 
 30 
Cunninghamia lanceolata (Lamb.) Hook. ‘pinheiro-chinês’ 
Inadequadamente conhecido como ‘pinheiro-alemão’. A área natural de ocorrência 
compreende a China Central e Meridional, Taiwan, Vietnam e Laos, onde cresce em 
altitudes de 500 a 1.800m. Fora desta área original, é plantada em vários países de clima 
subtropical, tropical e temperado, incluindo o Brasil. 
A árvore apresenta tronco retilíneo, copa piramidal e ramificação irregular, tende a 
formar verticilos com a idade. Alcança 25 a 30 m de altura e 200 cm de D.A.P. A casca é 
espessa, cor castanha, com fissuras longitudinais. 
Folhas lanceoladas, de 2 a 5 cm de comprimento, dispostas em raminhos segundo 
dois planos divergentes. Coloração verde-escura na face superior e duas faixas estomáticas 
esbranquiçadas na face inferior. 
Cones masculinos dispostos em fascículos na extremidade dos ramos do ano. Cones 
femininos terminais, ovóides e sésseis; medem cerca de 2 cm de comprimento, compostos 
de numerosas escamas coriáceas, imbricadas e providas de dentes. 
A espécie é pouco competitiva, resiste mal à pressão exercida por espécies 
sombreadoras. A regeneração natural ocorre apenas em povoamentos adultos e ralos. 
Apresenta intensa rebrota a partir de gemas dormentes, esta propriedade assegura 
uma brotação de cepo, o que a torna uma das poucas coníferas possíveis de serem 
manejadas por talhadia. 
A madeira é muito leve e uniforme, bastante durável, resistindo à intempérie e 
insetos; empregada para construção em geral, miolo de compensados, caixotaria, 
revestimentos internos, palitos de fósforo, industria de celulose. 
 
 
Metasequoia glyptostroboides Hu et Cheng 
Árvore de até 45m de altura, com ramificação ascendente e copa longa, caducifólia. 
Folhas opostas, lineares, achatadas, retas, medem 1 a 3 cm de comprimento por 
2mm de largura. No outono, antes de cair adquirem coloração de amarelo-claro a marrom-
avermelhado. 
Cones femininos com longo pedúnculo, globosos ou fusiformes, medem até 2,5cm 
de comprimento. 
A espécie é considerada um ‘fóssil-vivo’ por ser a única remanescente de um gênero 
que teve larga distribuição na era Terciária. Por sua raridade, é cultivada como ornamental 
ou curiosidade cientifica. A utilização da madeira é desconhecida. Podemos encontrá-la em 
Canela, RS. 
 
 
Sequoia sempervirens (D.Don.) Endl. 
Árvore de grande porte, copa piramidal, com folhagem persistente e casca espessa, 
marrom-avermelhada. É o ‘redwood’ dos Estados Unidos, a espécie arbórea de maior porte 
em todo o mundo, com alguns exemplares gigantes com mais de 100m de altura. 
Folhas lineares ou lanceoladas, de até 2,5cm de comprimento; cor verde-escura e 
duas faixas estomáticas mais claras na face inferior, organizadas em planos divergentes, nos 
dois lados dos raminhos. 
Estróbilos masculinos solitários, em disposição lateral ou terminal, medem 7mm. Os 
cones femininos têm consistência lenhosa, são ovóides, medem de 1,5 a 2,5cm de 
comprimento, com maturação anual; sementes achatadas, com asa lateral estreita. 
 31 
Espécie originária de uma faixa costeira estreita dos Estados Unidos que vai do Sul 
do Oregon até o Centro da Califórnia, região de clima muito úmido. 
Merece maior difusão no Rio Grande do Sul, na Serra demonstrou excelente 
crescimento. 
A madeira é muito resistente à decomposição e ao ataque de insetos; muito forte 
indicada para obras ao ar livre ou para interiores. 
 
 
Sequoiadendron giganteum (Lindl.) Bucholz. 
Árvore de grande porte, copa piramidal e folhagem persistente. Originária da Serra 
Nevada, na Califórnia, conhecida como ‘big tree’ ou ‘sequoia gigante’, famosa por sua 
extraordinária longevidade (alguns possuem ao redor de 4.500 anos). 
 A casca é muito grossa (até 60 cm), macia, avermelhada, com profundas fissuras. 
Folhas escamiformes ou sub-aciculares, com 11 mm de comprimento; cor verde-
azulada, dispostas espiraladamente em raminhos. 
Estróbilos masculinos terminais, solitários e sésseis. Cones femininos de forma 
ovóide e maturação bianual. 
A espécie distingue-se pelo tronco mais robusto que a Sequóia sempervirens, 
produzindo maior volume de madeira. O famoso ‘General Sherman’, no Parque Nacional 
das Sequóias (Califórnia), ultrapassa os 9 m de D.A.P. e o peso do seu tronco foi estimado 
em 1.400 tn. 
A altura dos maiores indivíduos é inferior à Sequóia sempervirens, alcançando no 
máximo 80 a 90 m. 
 
 
Taxodium distichum (L.) Rich. ‘cipreste-calvo’ ou ‘cipreste-dos-pântanos’ 
Árvore de grande porte, copa cônica e folhagem caducifólia. Casca espessa (até 6 
cm), cor marrom-avermelada. 
Folhas lineares, dispostas em dois planos divergentes nos raminhos, cor verde-
claras, de até 2cm de comprimento. 
Originaria das planícies costeiras do sudeste dos Estados Unidos, encontra-se 
principalmente no Delta do Mississipi e na Florida, onde cresce em altitudes de até 30m. 
Nos solos pantanosos desenvolve raízes respiratórias ou pneumatóforos. 
Fácil propagação por sementes ou estacas, em substrato muito úmido. 
Espécie de crescimento lento; madeira com alta durabilidade natural. 
É uma espécie de alto potencial para a silvicultura brasileira, tendo em vista sua 
preferência por áreas alagadiças, ecologicamente incompatíveis com a maioria das espécies 
florestais nativas e comumente deixadas sem utilização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
3. Família Cupressaceae 
 
Arbustos ou árvores, muito ramificados. Folhas geralmente escamiformes, 
pequenas, imbricadas. 
Estróbilos masculinos pequenos, terminais, dispostos nas curtas ramificações. 
Estróbilos femininos com poucos pares de macrosporófilos. 
A família está dividida em três subfamílias, segundo características dos estróbilos 
femininos: 
 
3.1. Subfamília Cupressoideae 
Estróbilos lignificados. Os macrosporófilos ao amadurecer afastam-se longe uns dos 
outros. Plantas monóicas. Cones femininos de maturação bianual (Cupressus). Cones 
femininos de maturação anual (Chamaesyparis). 
 
Chamaesyparis lawsoniana (A. Murr.) Parl. 
Árvore de grande porte (até 60m), copa piramidal; raminhos planos dispostos 
horizontalmente. Folhas escamiformes. 
Estróbilos masculinos terminais, avermelhados quando maduros. Cones femininos 
globosos, castanho-claros, com 10 mm de diâmetro; possuem 8 escamas, com múcron 
agudo. 
A madeira é de excelente qualidade para todos os usos e duradoura em contato com 
o solo. 
 
Chamaesyparis pisifera (Sieb. et Zucc.) Endl. 
Freqüente em parques e jardins no Sul do Brasil. Copa Piramidal, raminhos 
comprimidos, dispostos em forma horizontal. 
Folhas escamiformes, acuminadas, de ápice recurvado, com bordas inteiras e faixas 
esbranquiçadas na parte inferior. 
Cones globosos, de maturação anual, 7mm de diâmetro, com 10 a 12 escamas 
rugosas, providas de pequeno múcron dorsal. Sementes aladas. 
 
Cupressus arizonica Greene 
Árvore de madeira e ornamental, de crescimento

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