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AD CLARETIANO 
Educação à Distância Centro Universitário 
 
 
 
 
 
 
 
ISIDORO DA SILVA LEITE - 1104501 
 
 
 
 
 
COMENTÁRIOS - PORTFOLIO 
 
 
 
 
Centro Universitário Claretiano 
Teologia 
Eclesiologia e Mariologia 
Elviro P. da Silva Júnior 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2013 
TEMA: 
A eclesiologia não é uma teoria abstrata sobre a Igreja, desligada e separada da 
experiência cristã. 
Partindo de sua experiência eclesial, faça uma lista dos problemas mais importantes e 
mais urgentes que a eclesiologia enfrenta. Procure ilustrar e fundamentar as suas 
contribuições com artigos de jornais, revistas, filmes, livros, documentos da Igreja, 
reportagens etc. 
Justifique sua resposta e poste sua atividade no Portfólio. 
 
COMENTÁRIOS: 
 
Os modernos problemas enfrentados pela eclesiologia podem ser divididos, para 
efeitos didáticos, em intra corpore e extra corpore, entendendo-se como intra corpore, 
aqueles relacionados com os agentes pertencentes à estrutura hierárquica da Igreja, ou seja, 
com o Papa, os cardeais, bispos e clérigos. Extra corpore, neste caso, indica as questões 
envolvendo o relacionamento entre a Igreja e o povo de Deus1. Esta diferenciação serve, 
apenas e tão somente, para efeitos didáticos, mesmo, porque boa parte dos problemas a 
serem enfrentados pela eclesiologia apresentam um inter-relacionamento entre questões 
intra e extra corpore. 
A própria existência da hierarquia eclesiástica, incluindo o papado, é uma questão 
importante a ser enfrentada pela eclesiologia, pois, a centralização e a burocracia dela 
proveniente afastam a Igreja da experiência religiosa das pessoas. Isso se mostra 
fundamental num mundo globalizado, onde a humanidade tem acesso ao conhecimento e às 
informações quase que de forma instantânea, à medida que são gerados. É nesse mundo 
onde cada ser humano procura por sua realização pessoal, e cada um faz valer sua liberdade 
de pensar e julgar sobre as alternativas que se lhes apresentam, para decidir aquilo que 
entende como o melhor para sua vida, incluindo as questões vinculadas a seu 
relacionamento com o divino, com o sagrado. 
Outra importante questão é a que envolve os leigos e sua atuação na Igreja: como 
fazer com que eles tenham voz numa instituição altamente autoritária, centralizadora e 
refratária a mudanças? Os leigos têm ouvido, há décadas, que eles são a Igreja, mas como 
acreditar nisso se não podem participar de discussões e decisões que envolvem 
comportamentos ou leis canônicas? 
As pessoas se afastaram da Igreja. Em que medida a Igreja tem alguma 
responsabilidade sobre esse fato, ou será que a Igreja acredita que apenas as pessoas 
resolveram dela se afastar porque se tornaram (mais) hedonistas2? Há que se fazer um 
exame de consciência, ou isso fica reservado aos pecadores, apenas? 
A visão da Igreja não é a partir do fiel, mas uma visão “superior”, a partir “de cima” 
e se insiste numa prática centrada no ministério ordenado, em lugar de se privilegiar uma 
 
1
 Povo de Deus, aqui, está sendo empregado como sinônimo de humanidade, todas as pessoas. 
2
 Com o sentido de pessoas cujo comportamento é motivado pelo desejo de prazer e de evitar o desprazer. 
atuação diversificada a partir do único centro possível: Cristo. Deve-se dar lugar em termos 
eclesiológicos e prático-eclesiais aos fiéis leigos no testemunho vivo da verdade da fé. É 
preciso que a estrutura hierárquica da Igreja reconheça a capacidade ativa dos simples 
cristãos, também eles dotados pelo Espírito do sensus fidei e de vários dons e carismas 
indispensáveis para o testemunho fiel do Evangelho nas diversas situações da vida do 
mundo. 
Em resumo, urge uma reflexão eclesiológica mais profunda sobre o sentido e a 
validade das configurações eclesiais concretas em que a Igreja se realiza na história. Um dos 
aspectos fundamentais a aprofundar aqui é, sem dúvida, o lugar eclesiológico que cabe aos 
novos Movimentos e Associações laicas. 
A questão do papado, em si, também deverá ser enfrentada se houver interesse em 
se caminhar para um maior entendimento interconfessional, abrindo espaço para uma 
convivência ecumênica mais ampla. 
O aprofundamento e o desenvolvimento da comunhão das Igrejas exigem uma 
reflexão eclesiológica que assuma de uma maneira mais aberta e consistente a necessidade 
de relacionar de um modo positivo e criativo unidade e pluralidade, certamente também na 
consciência dos desafios e riscos que isso comporta, mas de forma “real”, não apenas “no 
papel”. O que se busca é uma mudança profunda de mentalidade que nos permita perceber 
melhor como uma eclesiologia de comunhão só é realizável como unidade na diversidade, 
como a Igreja monolítica, autoritária não favorece a verdadeira comunhão, como a Igreja 
unitária é inimiga da Igreja una. 
No último Conclave, os cardeais, certamente inspirados e iluminados pelo Espírito 
Santo, elegeram como Papa um pastor sedento de mudanças, como é possível verificar pelas 
suas palavras ditas em diversos momentos: 
“Me duele ver a curas o monjas con autos último modelo… ¡No se puede! Mejor ir en 
bicicleta o usar un auto más humilde; piensen en los chicos que se mueren de hambre!”3 
“Também aqui, quando somos nós a querer fazer a diversidade fechando-nos nos 
nossos particularismos, nos nossos exclusivismos, trazemos a divisão; e quando somos nós a 
querer fazer a unidade segundo os nossos desígnios humanos, acabamos por trazer a 
uniformidade, a homogeneização.” 4 
“É a Igreja que me traz Cristo e me leva a Cristo; os caminhos paralelos são muito 
perigosos!”5 
Se o novo Papa conseguir resolver algum dos problemas antes indicados, já será de 
grande valia para a vida da Igreja. Para isso, deverá contar com o apoio dos cristão, pois há 
fortes e inúmeras correntes contrárias a mudanças. 
 
3
 http://elcomercio.pe/actualidad/1600620/noticia-papa-francisco-me-duele-ver-curas-monjas-autos-ultimo-
modelo?ft=grid. Acesso: 07/07/2013. 
 
4
 http://www.vatican.va/holy_father/francesco/homilies/2013/documents/papa-francesco_20130519_omelia-
pentecoste_po.html. Acesso em: 09/6/2013. 
5
 http://www.vatican.va/holy_father/francesco/homilies/2013/documents/papa-francesco_20130519_omelia-
pentecoste_po.html. Acesso em: 09/6/2013 
REFERÊNCIAS 
 
ONU exige explicações precisas sobre pedofilia à Igreja Católica. 
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/07/onu-exige-explicacoes-precisas-sobre-pedofilia-a-
igreja-catolica.html 
 
Vítimas de pedofilia na Igreja divulgam lista negra de papáveis. 
http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/renuncia-do-papa/vitimas-de-pedofilia-na-igreja-
divulgam-lista-negra-de-papaveis,246d2812d904d310VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html 
 
Leigos e outros segmentos católicos avançam na luta por reformas da Igreja católica. 
http://www.consciencia.net/leigos-e-outros-segmentos-catolicos-avancam-na-luta-por-reformas-da-
igreja-catolica/ 
 
Sobre o papel e os desafios dos leigos na Igreja. 
http://pracadesales.wordpress.com/2012/11/04/sobre-o-papel-e-os-desafios-dos-leigos-na-igreja/ 
 
Papa Francisco: a Igreja não é uma babysitter. http://www.news.va/pt/news/a-igreja-nao-e-uma-
babysitter 
 
1 em cada 4 padres deixa a batina para casar. http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,1-em-
cada-4-padres-deixa-batina-para-casar-,1065183,0.htm 
 
Anulação de casamento será revista, diz papa. 
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,anulacao-de-casamento-sera-revista-diz-papa-
,1058667,0.htm 
 
Papa vê Igreja caduca e quer renovar sem perder dogmas.http://www.territorioeldorado.limao.com.br/noticias/not283373.shtm