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Unidade II - Abordagens de Ensino e Aprendizagem

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Prévia do material em texto

Responsável pelo Conteúdo: 
Profa. Ms. Júlia de Cássia Pereira Nascimento 
Profa. Ms. Adriana Xavier da Silva 
Profa. Ms. Fátima Furlan 
 
 
 
 
 
Na Unidade II de nossa disciplina vamos conhecer e refletir 
sobre diferentes abordagens do processo de ensino e 
aprendizagem, baseados na concepção da autora Maria das 
Graças Nicoletti Mizukami. 
Vamos também discutir sobre o saber e o saber-fazer dos 
professores, pois para refletir sobre as abordagens de ensino 
e a aprendizagem temos que visualizar o papel do professor 
de acordo o contexto social atual. Para tanto, tomaremos 
por base uma análise do relatório elaborado por Delors 
(1998) para a UNESCO, “Os quatro pilares para a 
educação do século XXI”. 
Após estas reflexões, focaremos a Didática e o trabalho 
docente, agora sob um novo tema: o professor na era 
digital. 
Não se esqueçam de que a aprendizagem ocorre com a 
informação, participação, reflexão e comentários, portanto 
leiam os textos, realizem as atividades propostas e 
participem do fórum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abordagens de Ensino e 
Aprendizagem 
Atenção 
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar 
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os assuntos tratados nesta disciplina colaboram de forma positiva na formação 
de vocês como professores. 
Mas, como atuar no contexto atual de nossa sociedade, que nos pede formação e 
atualização constantes? 
Como preparar uma aula? Quais posturas, abordagens, métodos utilizar? E quanto ao 
planejamento? 
Mais ainda, que sociedade é esta que nos cobra conhecimentos e habilidades 
diferenciadas para trabalhar a educação? O que se espera de nós, professores, neste cenário 
de novas tecnologias? Devemos conhecê-las e utilizá-las ou somente nosso conhecimento 
didático é suficiente para atender às necessidades de aprendizagem de nossos alunos? 
Assista ao vídeo “Tecnologia ou Metodologia”, para refletir sobre o que nos espera. 
Pense na maneira como os professores estão atuando nas salas de aula, sob quais abordagens 
e metodologias e se há utilização de novas tecnologias no processo ensino-aprendizagem. 
O vídeo está disponível em http://www.youtube.com/watch?v=IJY-NIhdw_4 
Estou certa de que vocês ficaram curiosos quanto aos assuntos desta unidade. 
 
Contextualização 
 
 
Fonte: http://migre.me/cIozV 
 
 
 
 
1. Abordagens dos Processos de Ensino e de Aprendizagem 
Por meio dos estudos já realizados pudemos perceber que a didática tem importante 
papel no trabalho do professor, uma vez que a mesma dedica-se ao estudo e aprofundamento 
das maneiras de desenvolvimento do ensino e da aprendizagem, objetivos primordiais da 
educação. 
Nesta unidade estudaremos algumas abordagens do processo de ensino e 
aprendizagem, que darão ao professor uma direção a seguir no desenvolvimento de suas 
aulas, na relação com os alunos e em sua prática pedagógica. 
Sabemos que a educação é um processo que está em constante formação e 
transformação e trabalha de diferentes formas, de acordo com a teoria ou abordagem do 
processo ensino-aprendizagem adotado. 
A adoção de determinada abordagem pelo professor não se dá de forma aleatória, não 
é uma simples escolha. As diferentes abordagens de ensino estão cada qual ligada a conceitos 
e escolhas mais profundas, que se relacionam a ideologias, visão de mundo e visão de 
educação, por exemplo. 
Esta escolha deve também contemplar diferentes 
momentos da sala de aula, as individualidades de cada 
aluno, os conteúdos a serem trabalhados e os objetivos que 
se pretende atingir naquele momento. É fruto de uma 
interpretação pessoal do fenômeno educacional, assim 
como de uma tomada de posição em relação ao sujeito e 
ao meio. 
As bases de nossa reflexão sobre as abordagens do 
processo ensino aprendizagem serão as considerações da 
Profª. Dra. Maria das Graças Nicoletti Mizukami. 
Para a autora, é importante que se reflita sobre a 
questão “o que fundamenta a ação docente?”, uma vez que 
desta ação dependem a aprendizagem do aluno e a 
educação como processo. É preciso que o professor perceba 
que a educação é um fenômeno humano e histórico, onde 
estão presentes diferentes dimensões: humana, técnica, 
cognitiva, emocional, sócio-política e cultural. Estas 
dimensões trazem implicações e relações diferenciadas no 
processo educativo. 
Material Teórico 
 
 
Fonte: http://migre.me/cIoGH 
Quando trabalhamos com alunos dos cursos de licenciaturas, procuramos organizar as 
disciplinas pedagógicas de forma que o futuro professor possa organizar um corpo de ideias 
que justifiquem e dêem subsídios à sua prática pedagógica. A partir destas ideias, cada 
professor vai filtrar e escolher sua prática baseado em suas próprias vivências, ideologias e 
crenças. 
Por este motivo é importante que se conheçam diferentes abordagens ou linhas 
pedagógicas usualmente utilizadas no ensino brasileiro, as quais servirão de diretrizes à ação 
docente, uma vez que a utilização e elaboração de cada professor serão individuais e 
intransferíveis, e trarão em si as escolhas pessoais, humanas, sócio-político e ideológicas. 
Vejamos então cada uma das abordagens do processo de ensino e aprendizagem, em 
seus aspectos mais fundamentais. 
Abordagem Tradicional: A abordagem Tradicional 
apresenta como característica uma concepção e uma prática 
educacional, com ênfase à transmissão de conteúdos de forma 
sistematizada pelo professor e reprodução dos mesmos pelos 
alunos. 
A didática tradicional poderia ser resumida em "dar a 
lição" e "tomar a lição". Sendo assim, as avaliações passam a 
ter um fim sem si mesmas, mantendo-se o mesmo ritual: 
avalia-se conforme o que o aluno pode “reproduzir” acerca 
do que lhe foi “transmitido”. As notas obtidas funcionam , na 
escola e na sociedade , como níveis de aquisição do 
patrimônio cultural. 
Podemos concluir, em relação à abordagem tradicional que a escola é o local da 
apropriação do conhecimento, por meio da transmissão de conteúdos pelo professor, que 
detêm todo o saber, e confrontação com modelos e demonstrações. O indivíduo nada mais 
é do que um ser passivo, um receptáculo de conhecimentos escolhidos e elaborados por 
outros para que ele se aproprie. Nesta escola os alunos têm apenas a função de receber, 
memorizar e reproduzir com a máxima exatidão possível, os ensinamentos transmitidos 
pelo professor. 
 Abordagem Comportamentalista: Na concepção comportamentalista o 
desenvolvimento e a aprendizagem são entendidos como transformações resultantes das 
interações ocorridas entre o comportamento apresentado e os acontecimentos do ambiente. 
Esta abordagem vê o homem como uma consequência das influências ou forças 
existentes no meio ambiente, sendo que suas ações são resultado das condições do meio, que 
uma vez estabelecido, pode antecipar os resultados. O ser humano não depende apenas de si 
mesmo, mas principalmente daqueles que o ensinaram a construí–lo. 
 
 
 
Fonte: http://migre.me/cIoTbed.bmp 
 
Ao analisarmos o processo ensino aprendizagem nesta abordagem percebemos que 
ensinar consiste em saber usar o condicionamento e o reforço para manter o conhecimento, 
sendo papel de o professor assegurar a aquisição do comportamento necessário. Estes 
comportamentos serão instalados e mantidos por condicionamento e reforçadores arbitrários 
(elogios,notas, prestígio, castigos) e associados a reforçadores mais remotos e generalizados 
(status, profissão, diploma). 
Podemos entender, portanto que a abordagem comportamentalista consiste na 
aquisição de determinados comportamentos pelos alunos, que os levarão à aprendizagem. A 
aprendizagem garante-se pelo programa estabelecido e pela aquisição de comportamentos 
desejáveis, instalados e mantidos por condicionantes e reforçadores arbitrários, sejam positivos 
ou negativos. 
Abordagem Humanista: Na abordagem humanista privilegia-se a vida emocional e 
psicológica do individuo, sua orientação e o desenvolvimento de uma visão de si orientada 
para uma realidade individual e grupal. O homem é 
considerado como uma pessoa situada no mundo. È 
único e relaciona-se consigo mesmo e com as 
pessoas em seu redor, realizando constantes 
descobertas em sua vida. Deste modo, constrói seu 
próprio mundo exterior, partindo de suas 
experiências. 
A atitude básica presente nesta abordagem é a 
de confiança e de respeito ao aluno. 
A aprendizagem tem a qualidade de um 
envolvimento pessoal. O aluno é considerado em sua 
sensibilidade e sob o aspecto cognitivo é incluído de fato na aprendizagem. O aprender , o 
comprrender vem de dentro do aluno, ainda que o primeiro impulso venha de fora, do 
professor. 
Podemos dizer que nesta abordagem a aprendizagem é significativa e penetrante, uma 
vez que ela provoca modificações no comportamento e nas atitudes dos alunos. 
Não existe, portanto, em relação à avaliação, qualquer padronização de produtos de 
aprendizagem e competências do professor, sendo muito utilizada a auto-avaliação, pois tanto 
os alunos quanto os professores têm a responsabilidade de definir os critérios para avaliar se 
seus objetivos estão sendo atingidos. O próprio aluno sabe se está ou não satisfazendo suas 
necessidades, se está aprendendo o que antes ignorava. 
 
 
 
 
Fonte: http://migre.me/cIp0B 
 
 
Fonte: http://images04.olx.pt/ui/2/04/31/18320331_1.jpg 
 
Abordagem Cognitivista: A Abordagem Cognitivista preocupa-se com a maneira 
como se dá a aprendizagem e utilizá-la pede que se estude a aprendizagem como um produto 
do ambiente, das pessoas ou de fatores que são externas aos alunos. É, portanto, uma 
abordagem predominantemente interacionista, na medida em que privilegia a capacidade que 
o aluno tem de integrar informações e processá-las. 
O importante nesta abordagem é a 
maneira como acontece a organização do 
conhecimento, o processamento das 
informações e os comportamentos que dizem 
respeito às tomadas de decisões. 
Neste processo de interação e formação 
do conhecimento, esta abordagem encontra 
respaldo na teoria de Jean Piaget, que consiste 
no estudo do desenvolvimento mental do ser 
humano, no campo do pensamento, da 
linguagem e da afetividade. 
Priorizam-se as atividades do sujeito, 
considerando-o inserido numa situação social. 
Abordagem Construtivista: Alguns autores entendem que a Abordagem 
Construtivista é uma vertente da Abordagem Cognitivista, devido à citação de que “a 
inteligência se constrói a partir da troca do organismo com o meio, por meio das ações do 
indivíduo” (MIZUKAMI, 1986, p.78). 
No construtivismo o aluno está sempre criando algo 
novo, num processo permanente de evolução e criatividade. 
Aqui o ato de aprender depende do aluno e o objetivo da 
educação é liberar sua capacidade tanto intelectual quanto 
emocional, desenvolvendo características como a 
autodescoberta e a autodeterminação, na busca do 
conhecimento e da aprendizagem. 
Nesta abordagem são oferecidas aos alunos algumas 
situações de desafios à sua percepção, análise e raciocínio, 
assim como jogos, leituras, visitas, excursões, trabalho em 
grupo, arte, oficinas, teatro, etc. Assim, novas aprendizagens são 
assimiladas por uma estrutura já existente, que provoca uma reestruturação do conhecimento. 
A aprendizagem só se realiza quando o aluno elabora seu conhecimento. Isso 
porque conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo. O mundo deve 
ser reinventado. (MASETTO,1997, p.44) 
 
 
 
 
Fonte: http://migre.me/cIp4f 
Na Abordagem Construtivista há uma grande preocupação com a aprendizagem e com 
a participação do aluno nesta aprendizagem, elaborando seu próprio conhecimento, 
valorizando o ensaio e o erro e reinventando o mundo que o cerca com novos 
conhecimentos. 
Abordagem Sócio-Cultural: A abordagem sócio-cultural busca a superação da 
relação entre opressor e oprimido e as situações de ensino-aprendizagem devem contribuir 
para esta superação , por meio de algumas condições como nos mostra Masetto (1986,p.44): 
a) Solidarizar-se com o oprimido, o que implica assumir a sua situação; 
b) Transformar radicalmente a situação objetiva geradora de opressão 
 
As obras mais relacionadas a esta abordagem, por 
se referirem ao aspecto político-social mais significativo 
no contexto brasileiro, são as escritas por Paulo Freire 
A abordagem sócio-cultural trabalha com a 
educação problematizadora, cujo objetivo é o 
desenvolvimento da consciência crítica e libertadora, 
como forma de superar as contradições da educação 
tradicional. Entende que por meio da reflexão o aluno 
torna-se sujeito da educação, podendo assim refletir 
sobre sua realidade e transformá-la. 
A educação é, portanto, um descobrimento 
constante da realidade, num esforço para que os alunos 
possam, criticamente, perceberem-se como participantes 
do mundo e como se inserem neste mundo. Neste 
processo é preciso que os alunos assumam desde o início 
o papel de sujeitos cidadãos. 
A cultura constitui a aquisição sistemática da experiência humana, que se dará através 
da conscientização crítica e criadora do homem. Todo conhecimento é elaborado e criado a 
partir do pensamento e da crítica. 
Neste sentido, a educação é um ato de conhecimento da realidade que se dará através 
da consciência crítica, que não é um produto acabado e sim um processo contínuo. Este 
processo de ensino-aprendizagem constitui-se na troca de experiências que procura 
transformar a situação concreta que gera a opressão. 
Professores e alunos relacionam-se de forma horizontal, não há imposição e o diálogo 
é desenvolvido por meio da cooperação, da união, da solução conjunta dos problemas. 
Alunos e professor participam juntos do processo. 
 
 
 
 
Fonte: http://migre.me/cIp8B 
 
 
Educador e educando são, portanto, sujeitos de um processo em que crescem 
juntos, porque “ninguém educa ninguém, ninguém se educa. Os homens se 
educam entre si mediatizados pelo mundo” (MASETTO,1997:p.44) 
 
Por este motivo, a metodologia utilizada deve ser ativa, dialógica e crítica, com um 
conteúdo próprio, estabelecido a partir da consciência que se tem da realidade. 
A abordagem sócio-cultural pressupõe que o aluno seja sujeito de sua própria 
educação. Toda ação educativa deverá promover o indivíduo e não ser instrumento de ajuste 
deste ao mundo. A interação homem-mundo ou sujeito-objeto é imprescindível para que o ser 
humano se torne sujeito de sua obra. 
Esta abordagem procura desenvolver a ação e reflexão dos homens sobre o mundo 
com o objetivo de transformá-lo. 
Quanto mais o aluno reflete sobre a realidade, 
sobre ser sujeito e não objeto desta realidade, analisando 
seu ambiente e o contexto histórico no qual está inserido, 
maior será sua possibilidade de tornar-se crítico, ou seja 
com consciência crítica comprometido a intervir na 
realidade para mudá-la , libertando-se porque é sujeito e 
não mero expectador. 
Ao estudarmos as Abordagens do Processo de 
Ensino Aprendizagem, não podemos perder de foconossa disciplina, que é Didática. Certamente cada um de 
nós está interessado em uma formação, que nos permita 
desempenhar da melhor forma possível nossa atividade 
docente. 
 
Ao assumirmos a Didática como uma reflexão sistemática sobre o processo de ensino-
aprendizagem, na busca de melhores soluções para os problemas que enfrentamos em nossa 
prática pedagógica, é preciso que possamos refletir profundamente sobre cada uma das 
abordagens aqui apresentadas, para que possamos escolher aquela que julgamos mais 
próxima de nossos pensamentos, ideologias, práticas e posicionamento sócio-político e 
cultural. 
Nesse sentido, é preciso que nos coloquemos numa postura constante de reflexão-
ação, partindo do compromisso com a transformação social e individual de nossos alunos, 
buscando alternativas pedagógicas que tornem o ensino mais eficiente, a partir das teorias e 
concepções de ensino-aprendizagem já desenvolvidas, ou ainda, criando novas alternativas de 
trabalho a partir de nossas próprias experiências e concepções. 
 
 
2. O Professor para o Aprendizado do Aluno 
O aprendizado dos seus futuros alunos é de sua responsabilidade e você deve 
certificar-se de que as metas de aprendizado e métodos de ensino estejam de acordo 
com o contexto no qual a sua escola está inserida. 
Existem muitos recursos de ensino, mas o professor é o principal. De nada adianta 
tecnologia de ponta, os melhores livros, recursos e escola, se não há comprometimento 
do professor, se ele não se vê ou age como um dos protagonistas do processo de 
ensino/aprendizagem. O professor do século XXI não é mais o guardião do saber, ele é o 
mediador e parceiro que precisa usar todos os recursos disponíveis para envolver, 
conquistar e trazer o aluno para a sua disciplina. 
Você já ouviu falar em Augusto Cury? Ele é psiquiatra, cientista e autor. É também 
diretor da Academia de Inteligência, um instituto que promove o treinamento de 
psicólogos, educadores e público em geral. 
Augusto Cury, em um dos seus livros chamado Pais brilhantes, professores 
fascinantes, apresenta os sete hábitos dos bons professores e dos professores 
fascinantes. Vou compartilhar esses hábitos com você, pois é de suma importância que o 
futuro professor reflita sobre a sua prática e exerça o seu papel social de educador 
fazendo a diferença na vida do aluno. 
Vejamos então, segundo Augusto Cury (2003), os sete hábitos dos bons 
professores e dos professores fascinantes: 
Bons professores são eloquentes, professores fascinantes conhecem o 
funcionamento da mente. 
Bons professores têm uma boa cultura acadêmica e transmitem com segurança e eloquência as 
informações em sala de aula. Os professores fascinantes ultrapassam essa meta. Eles procuram 
conhecer o funcionamento da mente dos alunos para educar melhor. Para eles, cada aluno não é 
mais um número na sala de aula, mas um ser humano complexo, com necessidades peculiares. 
Bons professores possuem metodologia, professores fascinantes possuem 
sensibilidade. 
Bons professores falam com a voz, professores fascinantes falam com os olhos. Bons 
professores são didáticos, professores fascinantes vão além. Possuem sensibilidade para falar ao 
coração dos seus alunos. 
 
 
Bons professores educam a inteligência lógica, professores fascinantes educam a 
emoção. 
Bons professores ensinam seus alunos a explorar o mundo em que estão, do imenso espaço ao 
pequeno átomo. Professores fascinantes ensinam os alunos a explorar o mundo que são, o seu 
próprio ser. Sua educação segue as notas da emoção. 
Bons professores usam a memória como depósito de informações, professores 
fascinantes usam-na como suporte da arte de pensar. 
Bons professores usam a memória como armazém de informações, professores fascinantes 
usam a memória como suporte da criatividade. Bons professores cumprem o conteúdo 
programático das aulas, professores fascinantes também cumprem o conteúdo programático, 
mas seu objetivo fundamental é ensinar os alunos a serem pensadores e não repetidores de 
informações. 
Bons professores são mestres temporários, professores fascinantes são mestres 
inesquecíveis. 
Um bom professor é lembrado nos tempos de escola. Um professor fascinante é um mestre 
inesquecível. Um bom professor procura os alunos, um professor fascinante é procurado por 
eles. Um bom professor é admirado, um professor fascinante é amado. Um bom professor se 
preocupa com as notas de seus alunos, um professor fascinante se preocupa em transformá-los 
em engenheiros de ideias. 
Bons professores corrigem comportamentos, professores fascinantes resolvem 
conflitos em sala de aula. 
Bons professores corrigem os comportamentos agressivos dos alunos. Professores fascinantes 
resolvem conflitos em sala de aula. 
Bons professores educam para uma profissão, professores fascinantes educam 
para a vida. 
Um bom professor educa seus alunos para uma profissão, um professor fascinante os educa 
para a vida. Professores fascinantes são profissionais revolucionários. Ninguém sabe avaliar o 
seu poder, nem eles mesmos. Eles mudam paradigmas, transformam o destino de um povo e um 
sistema social sem armas, tão-somente por prepararem seus alunos para a vida através do 
espetáculo das suas ideias. 
O que você achou dos sete hábitos? Sonho ou realidade? Possível ou impossível? 
Acreditamos que eles sejam possíveis no processo ensino-aprendizagem. De nada 
adianta ser doutor em língua portuguesa e usar tecnologia de ponta, se o professor não 
enxergar o aluno. Pense nisso quando for entrar em sala de aula, combinado? 
Explore: 
Recomendamos a leitura na íntegra do livro: 
CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. 
 
 
3. Os alunos 
Agora, vamos tratar da outra ponta do processo ensino-aprendizagem: os alunos. 
Que bom seria se os nossos alunos pudessem ser programados para cada aula do ensino 
fundamental e médio, não? Seria perfeito, o professor prepara e ministra a aula; os alunos 
assistem à aula, fazem exercícios, respondem aos questionamentos e aprendem. Simples 
assim, não? 
Na verdade, não é nem um pouco simples. Nossos alunos são únicos e trazem 
para a sala de aula toda bagagem cultural, educação, experiência de vida, medos, 
alegrias e anseios. E nós estamos lá na frente com a nossa aula preparada para o grupo 
e não para cada um deles. Difícil, não? 
Talvez pelo desejo subconsciente de simplificar seu trabalho docente, o 
professor tende, em geral, a considerar o corpo discente como uma massa 
homogênea e indiferenciada. É possível que apenas três tipos de 
estudantes escapem desse anonimato: o estudante brilhante, o badalador 
e o encrenqueiro. No jogo das relações professor-aluno, com efeito, esses 
tipos de estudantes fornecem os maiores prêmios e ameaças e, por 
conseguinte, chamam a atenção do professor. (BORDENAVE & PEREIRA, 
2005, p.59) 
Existem as múltiplas inteligências e cada aluno aprende de maneira diferente, e é 
importante que o professor olhe e trate seus alunos como pessoas singulares e adeque 
seus métodos didáticos às diferenças individuais de cada um. 
Em meio a tanta singularidade, cabe ao professor despertar nos alunos o interesse 
pela Língua Portuguesa, mostrando sempre a importância do idioma para a vida social, 
escolar e profissional. 
Sabemos que não é fácil conhecer todos os alunos, memorizar seus nomes, 
preparar atividades individualizadas, dar conta do conteúdo programático e do calendário 
escolar. No entanto, só conseguiremos trazer os alunos para a nossa aula e disciplina, se 
formos competentes o suficiente para darmos conta do conteúdo, ou parte dele, em um 
ambiente repleto de significado, respeito e educação. 
Osproblemas nas salas de aula são inúmeros, muitos alunos são difíceis e trazem 
de casa sérios problemas familiares, mas quem deve ter maturidade e inteligência 
emocional para administrar os conflitos e propiciar bons momentos de ensino-
aprendizagem é você, futuro professor de português. 
 
 
Quando atuamos na área da educação, precisamos ficar atentos às inteligências 
múltiplas. Cada ser humano aprende de uma maneira. Nos ensinos fundamental e médio, 
as Instituições de ensino fornecem aos alunos diferentes disciplinas e, em tese, espera-se 
que eles desenvolvam as inteligências que lhes são inerentes. No entanto, algumas delas 
são mais valorizadas no período escolar e muitos alunos são rotulados quando não 
conseguem ter bons desempenhos em determinadas áreas. Como já foi dito 
anteriormente, cada um aprende de uma maneira, e tem uma inclinação para determinada 
área. É importante que os professores respeitem isso e permitam desabrochar o que há 
de melhor em todo aluno. 
 A Teoria das Inteligências Múltiplas foi proposta por Howard Gardner (1985) como 
uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, 
que permite aos indivíduos um desempenho, maior ou menor, em qualquer área de 
atuação. Insatisfeito com essa ideia, Gardner redefiniu a inteligência à luz das origens 
biológicas da habilidade para resolver problemas. Depois de muitos estudos e pesquisas, 
a Teoria de Gardner apontou existência de 8 inteligências múltiplas: 
1. Verbal/Linguística - A habilidade para brincar com as palavras, contar histórias, ler 
e escrever. A pessoa com esse estilo de aprendizagem tem facilidade em recordar 
nomes, lugares, datas e coisas semelhantes. 
2. Lógica/Matemática – A capacidade para brincar com as questões, para o raciocínio 
e pensamento indutivo e dedutivo, para o uso de números e resolução de problemas 
matemáticos e lógicos. 
3. Visual/Espacial – Habilidade para visualizar objetos e dimensões espaciais, para 
criar imagens internas. Esse tipo de pessoa adora desenhar, pintar, visitar 
exposições, visualizar slides, vídeos e filmes... 
4. Somato-Quinestésica – Conhecimento do corpo e habilidade para controlar os 
movimentos corporais. As pessoas com esse tipo de inteligência movem-se 
enquanto falam, usam o corpo para expressar as suas ideias, gostam de dançar, de 
praticar desportos e outras atividades motoras. 
5. Musical/Rítmica – Habilidade para reconhecer sons e ritmos; trata-se de pessoas 
que gostam de ouvir música, de cantar e até de tocar algum instrumento musical. 
 
 
6. Interpessoal – Capacidade de relacionamento interpessoal. São pessoas que estão 
sempre rodeadas de amigos e gostam de conviver. 
7. Intrapessoal – Autorreflexão, metacognição e consciência das realidades 
espirituais. São pessoas que preferem estar sozinhas e pouco dadas a convívios. 
8. Naturalista – Alta sensibilidade para as questões ambientais. São pessoas com 
elevado interesse pelas ciências da natureza e particular dom para lidar com plantas 
e animais. 
Você, futuro professor, pode explorar todas essas inteligências em suas aulas. 
Portanto, use sem moderação! 
 
Quer saber mais sobre Howard Gardner e a sua Teoria das Inteligências Múltiplas? 
Então, acesse os sites abaixo: 
http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/multiplas_inteligencias.html Acesso em 30/09/14 
http://www.homemdemello.com.br/psicologia/intelmult.html Acesso em 30/09/14 
 
 
 
 
 
 
 
 
A fim de proporcionar um melhor entendimento da relação entre a importância das 
abordagens de ensino e aprendizagem e o fazer pedagógico do professor, sugiro o link 
http://www.youtube.com/watch?v=NpAJOtjY6J4. 
Ao final da visualização do link vocês poderão refletir de forma sobre a distância ou a 
proximidade entre o fazer pedagógico e as abordagens de ensino e aprendizagem que 
estudamos ao longo desta Unidade. 
 
 
 
Material Complementar 
 
 
 
 
 
 
 
 
BORDENAVE, J. D. e PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis: 
Vozes, 26. ed., 2005. 
CARVALHO, Ana Maria Pessoa; PEREZ, Daniel Gil. O saber e o saber fazer do professor. In 
CASTRO, Amélia Domingues; CARVALHO, Anna Maria Pessoa, orgs. Ensinar a Ensinar: 
didática para a escola fundamental e média. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001. 
Cap. 6. p.107-124 
CHAVES, Eduardo O.C. Educação e Tecnologia: da fala de Sócrates à multimídia de 
hoje. 2006. Disponível em http://palestras.net/textos-self/edutec.htm. Acesso em fev.2009 
CUNHA, Emmanuel Ribeiro. Os Saberes Docentes ou Saberes Dos Professores. 
Revista Cocar, v. 1, p. 31-39, 2007. Disponível em 
http://www.nead.unama.br/prof/admprofessor/file_producao.asp?codigo=17 Acesso em 
fev.2009. 
CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 
2003. 
DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília, 
DF: MEC UNESCO, 1998. “Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre 
educação para o século XXI”. 
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a Teoria na Prática. Porto Alegre: Artes 
Médicas, 1995. 
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Anotações

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