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Aula 01 21.02.15 DPT

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
AULA 01 – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS. PRINCÍPIOS. ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO. COMPETÊNCIA. PROCESSO E PROCEDIMENTO. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO.
Data: 21.02.2015
1. O que é Direito?
A) Jusnaturalismo – fundamento divino e na razão humana. Séculos XVII e XVIII
B) Positivismo – segunda metade do século XIX até o final da II Guerra Mundial (1945)
C) Pós-positivismo
→ Teoria do Direito como sistema aberto de regras e princípios – Claus-Wilhelm Canaris
2. Conceito – É o conjunto de regras e princípios que tem por objeto promover a pacificação justa dos conflitos decorrentes das relações de trabalho, bem como regular o funcionamento dos órgãos que compõem a Justiça do Trabalho.
3. Histórico
3.1. Forte influência da Carta del Lavoro, de 1927.
3.2. Criação das Juntas de Conciliação e Julgamento (dissídios individuais) e Comissões Mistas de Conciliação (dissídios coletivos) em 1932, na Era Vargas.
* Eram órgãos do Poder Executivo;
* Havia poucos conflitos coletivos, devido à economia predominantemente agrícola;
* Nas Juntas de Conciliação e Julgamento, somente possuíam o direito de ação os empregados sindicalizados;
* As Juntas de Conciliação e Julgamento eram compostas por um Presidente, membro da OAB, e dois vogais, representantes da categoria econômica e da categoria profissional.
3.3. Surgimento da Justiça do Trabalho – 1º de maio de 1941.
* Ainda era um órgão do Poder Executivo;
* A partir desta data, passa a ter poderes para executar as suas decisões;
* Estrutura: Juntas de Conciliação e Julgamento, Conselhos Regionais do Trabalho e Conselho Nacional do Trabalho.
3.4. Integração da Justiça do Trabalho ao Poder Judiciário – somente com a Constituição de 1946.
* Estrutura: Juntas de Conciliação e Julgamento, Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho.
3.5. Alterações normativas mais relevantes na atualidade
* Emenda Constitucional n.º 24/1999, que extinguiu a representação classista, transformando as Juntas de Conciliação e Julgamento em Varas do Trabalho;
* Lei 9.957/2000, que criou o procedimento sumaríssimo, para causas cujo valor não ultrapasse 40 (quarenta) salários mínimos;
* Lei 9.958/2000, que criou as Comissões de Conciliação Prévia
* Emenda Constitucional n.º 45/2004, que alterou toda a estrutura do Poder Judiciário, e modificou a competência da Justiça do Trabalho
4. Autonomia
4.1. Teoria monista – Sustenta que o Direito Processual do Trabalho não está regido por leis próprias, ou seja, seria apenas um desdobramento do Processo Civil. Afirma que o Direito Processual é um só, razão pela qual é denominada de monista. Principal defensor: Amauri Mascaro Nascimento.
4.2. Teoria dualista – Sustenta a autonomia do direito processual do trabalho perante o direito processual comum, uma vez que o direito instrumental laboral possui regulamentação própria, na CLT, além de princípios e peculiaridades que o diferenciam do processo civil. É a teoria amplamente prevalecente.
5. Relações com outros ramos do Direito
a) Com o Direito Constitucional;
b) Com o Direito Processual Civil – aplicação subsidiária (art. 769, CLT);
c) Com o Direito Administrativo.
6. Eficácia da Lei Processual Trabalhista
6.1. No tempo
* Regra geral: as disposições de direito processual entram em vigor a partir da data de publicação da lei, com eficácia imediata, alcançando os processos em andamento. Exceção: se a própria lei estabelecer vacatio legis.
* Sistema adotado no ordenamento jurídico pátrio – isolamento dos atos processuais. Significa que a nova lei regulará apenas os atos processuais que serão praticados após a sua vigência, não alcançando os atos já realizados sob a égide da lei anterior, que serão válidos e plenamente eficazes.
* Quanto aos recursos – o direito ao recurso será exercido de acordo com a lei vigente no momento da publicação da decisão de que se pretende recorrer.
* Quanto aos prazos – os prazos iniciados na vigência da lei anterior continuarão a ser regulados pela lei velha, correndo até o seu termo final.
6.2. No espaço
* Princípio da territorialidade – a lei processual tem vigência em todo o território nacional, sendo aplicada tanto aos brasileiros quanto aos estrangeiros residentes no Brasil.
PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
1. Princípio dispositivo - arts. 2º e 262 do CPC;
2. Princípio inquisitivo ou do impulso oficial - art. 765, CLT;
3. Princípio da instrumentalidade;
4. Princípio da eventualidade;
5. Princípio da preclusão
a) consumativa;
b) temporal;
c) lógica;
6. Princípio da economia processual;
7. Princípio da oralidade
8. Princípio da imediatidade ou imediação - art. 820, CLT;
9. Princípio da identidade física do juiz – Aplica-se no DPT – cancelada a Súmula 136 do TST;
10. Princípio da concentração;
11. Princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias;
12. Princípio da boa-fé e lealdade processual;
13. Princípio do jus postulandi da parte – art. 791 da CLT e Súmula 425 do TST
MÉTODOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS TRABALHISTAS
1. Autodefesa - greve e locaute
2. Autocomposição - acordos coletivos de trabalho, convenções coletivas de trabalho, mediação
3. Heterocomposição:
a) jurisdição;
OBS: Os acordos judiciais são formas de heterocomposição, pois necessitam de homologação do Poder Judiciário. Não há direito líquido e certo à homologação de acordo celebrado entre as partes - Súmula 418, TST.
c) arbitragem
→ É admissível a arbitragem para solução de lides trabalhistas?
HERMENÊUTICA, INTEGRAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
1. HERMENÊUTICA
1.1. Interpretação - É o processo através do qual se busca a descoberta do sentido e alcance das expressões contidas nas normas jurídicas
1.2. Métodos clássicos: gramatical, lógico-sistemático, histórico, teleológico. Insuficiência dos métodos tradicionais e novas proposições.
2. INTEGRAÇÃO
2.1. Integração - É o processo através do qual o aplicador do Direito busca suprir as lacunas da norma. Decorre da ideia de completude do ordenamento jurídico (a norma é lacunosa; o ordenamento jurídico, jamais). Não é permitido ao juiz pronunciar o non liquet.
2.2. A nova interpretação dos arts. 126 e 127 do CPC.
2.3. A ausência de norma trabalhista e a aplicação subsidiária do CPC - art. 769, CLT.
→ A questão da efetividade no CPC;
→ Na atualidade, interpretação evolutiva do art. 769 da CLT. Ex: Súmula 303, TST (existe dispositivo legal trabalhista sobre o duplo grau de jurisdição, a saber, o art. 1º, inciso V, do Decreto-Lei 779/69; este dispositivo, porém, deixa de ser aplicado em face da regra do art. 475, §2º, CPC)
3. APLICAÇÃO
3.1. Art. 5º, LICC - é preciso atender aos fins sociais da norma quando da sua aplicação.
3.2. A prevalência dos direitos fundamentais e, em especial, do princípio da dignidade da pessoa humana
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
1. O Poder Judiciário e a questão da tripartição de poderes de Montesquieu.
2. A estrutura do Poder Judiciário no Brasil -art. 92, CF
3. Conselho Nacional de Justiça - É órgão de natureza exclusivamente administrativa, com atribuições de controle da atividade administrativa, financeira e disciplinar da Magistratura, sendo sua competência relativa apenas aos órgãos e juízes situados, hierarquicamente, abaixo do Supremo Tribunal Federal.
→ Todas as suas decisões estão sujeitas a controle jurisdicional pelo STF
4. Garantias aos juízes: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio - art. 95, CF.
5. Vedações - art. 95, parágrafo único, CF
6. As inovações trazidas pela Emenda Constitucional n.º 24/1999 - a extinção da representação classista.
7. Organização da Justiça do Trabalho no Brasila) Primeiro grau - Varas do Trabalho;
b) Segundo grau - Tribunais Regionais do Trabalho;
c) Terceiro grau - Tribunal Superior do Trabalho - art. 111-A, CF. Tribunal Pleno, Subseções (de dissídios individuais e de dissídios coletivos), Turmas.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
CONCEITOS INICIAIS
1. Conceitos de jurisdição e competência.
2. Critérios para fixação da competência - em razão da matéria (ex ratione materiae), em razão da pessoa (ex ratione personae), em razão da hierarquia (ou da função) e em razão do território (ratione loci).
ART. 114, INCISO I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL�
1. Relação de trabalho e relação de emprego - distinções.
2. Quatro correntes doutrinárias acerca da interpretação do art. 114, I, CF:
A) Primeira corrente - tudo o que envolva prestação de serviços, quaisquer que sejam as pessoas envolvidas, físicas ou jurídicas, pouco importando a forma de sua prestação, encontra-se atualmente sob a competência da Justiça do Trabalho. Neste sentido, Júlio César Bebber e, em sentido menos ampliativo, Márcio Túlio Viana.
B) Segunda vertente - asseveram que estão excluídos da competência da Justiça do Trabalho apenas as relações de prestação de serviços realizadas por pessoas jurídicas. Destarte, incluem-se no rol de atribuições os conflitos envolvendo relações de consumo, mesmo sem o critério da hipossuficiência do prestador ou da continuidade da relação. São seguidores desta corrente, que não vislumbra diferença ontológica entre relação de consumo e relação de trabalho, entre outros, Arnaldo Süssekind, Edilton Meireles, Estêvão Mallet, Jorge Luiz Souto Maior, José Augusto Rodrigues Pinto, Manoel Antonio Teixeira filho e Rodolfo Pamplona Filho.
C) Terceira corrente - mais restritiva, impõe como critério de fixação de competência, além da pessoalidade na prestação dos serviços, a existência de dependência econômica do tomador dos serviços ou a existência de continuidade nesta prestação. São seus seguidores: Arion Sayão Romita, Cássio Mesquita Barros, José Affonso Dallegrave Neto, Lelio Bentes Corrêa, Otávio Amaral Calvet e Sérgio Pinto Martins.
D) Quarta posição - afirma que a expressão "relação de trabalho" contida no dispositivo constitucional em nada alterou a interpretação anterior, porquanto refere-se especificamente a relação de emprego.
→ A primeira e a quarta correntes foram de pronto descartadas. Digladiam-se, ainda, a segunda e a terceira correntes.
3. A questão dos contratos de empreitada. O trabalhador avulso.
4. A questão dos entes de direito público externo - Não têm imunidade de jurisdição, mas têm imunidade de execução.
5. A questão dos servidores da Administração Pública
5.1. Servidores estatutários - ADIN 3395-6, proposta pela AJUFE - Competência da Justiça Comum Estadual ou Federal.
5.2. Servidor ocupante de cargo comissionado - Competência da Justiça Comum Estadual ou Federal. Súmula 218 do STJ�.
5.3. Empregado público celetista - Competência da Justiça do Trabalho
→ Servidor submetido a dois regimes, em períodos distintos - cada período será da competência de um ramo do Poder Judiciário. Súmulas 97 e 137 do STJ�. O. J. n.º 138 da SBDI-1 do TST�.
5.4. Servidor contratado temporariamente e a fraude à realização de concurso público - art. 37, inciso IX, CF� - Competência da Justiça Comum Estadual ou Federal, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal.
5.5. Servidores admitidos sem concurso público - nulidade do contrato - Súmula 363 do TST�. Competência da Justiça do Trabalho.
6. Outras questões de competência material
6.1. Questões sobre o cadastramento do empregado no PIS e sobre seguro-desemprego. Súmulas 300 e 389 do TST�.
6.2. Questões sobre o meio ambiente do trabalho - Súmula 736 do STF�.
6.3. Questões sobre o FGTS.
OBS: A competência será da Justiça Federal se houver lide entre o trabalhador e a Caixa Econômica Federal.
ART. 114, INCISO II, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL�
1. Greve - Paralisação coletiva do trabalho, como forma unilateral de resistência a condições inaceitáveis de trabalho ou reivindicação de condições melhores de sua prática.
→ Lei de greve - Lei 7.783/89
2. O exercício abusivo do direito de greve pode originar ações individuais, coletivas ou dissídios coletivos.
4. Exemplos de ações que podem ser originadas da greve:
a) ações de indenização da empresa prejudicada em face do sindicato, por danos materiais ou morais;
b) ação civil pública, proposta pelo Ministério Público do Trabalho ou pelo sindicato da categoria, em face da empresa, devido à prática de atos antissindicais (ameaça de demissão a grevistas, exigência de desfiliação de sindicato de seus empregados, etc);
c) interdito proibitório, em caso de turbação ou esbulho (piquetes que impedem a entrada e saída de pessoas da empresa), previsto no art. 932 do CPC - Súmula Vinculante n.º 23 do STF�.
d) dissídio coletivo de greve - se houver greve em serviço essencial, o MPT também se torna parte legítima.
5. A greve no serviço público
5.1. Segundo o STF, deve ser aplicada a Lei 7.783/89, por analogia, até a edição da lei específica prevista no art. 37, VII, da Constituição Federal.
5.2. Se a greve for de servidores estatutários, a competência é da Justiça Comum Estadual ou Federal.
ART. 114, INCISO III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
1. Interpretação extensiva do dispositivo para compreender também as federações e confederações.
2. Lides envolvendo:
a) sindicato X sindicato;
b) empregado X sindicato profissional ou patronal;
c) empregador X sindicato patronal ou profissional.
3. Exemplos;
a) Ações entre sindicato e federação ou confederação;
b) Ações envolvendo o direito de filiação e desfiliação;
c) Ações contra empregadores referentes à proteção do sindicato contra atos atentatórios à liberdade sindical ou condutas antissindicais;
d) Lides intersindicais envolvendo disputa pela base territorial;
e) Eleições sindicais;
f) Ações sobre contribuição sindical, seja de empregado, seja de empregador;
g) Ações envolvendo contribuições confederativas e assistenciais, estabelecidas em ACT, CCT ou sentença normativa;
h) Ações anulatórias propostas pelo MPT sobre contribuições confederativas e assistenciais;
i) Ações sobre contribuições associativas, seja de empregado, seja de empregador;
j) Ações de impugnação de prestação de contas feitas pelos dirigentes sindicais;
4. Se o sindicato for de servidor estatutário, a competência será da Justiça Comum estadual ou federal, segundo Carlos Henrique Bezerra Leite. Há controvérsias.
ART. 114, INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
1. A Justiça do Trabalho não tem competência penal. O habeas corpus apenas se refere a prisão civil.
2. Súmula Vinculante n.º 25 – proibição da prisão do depositário infiel.
3. O mandado de segurança contra ato de auditor fiscal e Procurador do Trabalho, por exemplo, é da competência da Vara do Trabalho; contra ato do Juiz do Trabalho, a competência é do TRT.
4. O habeas corpus de ato praticado por Juiz do Trabalho será julgado pelo TRT.
5. O habeas data é de uso muito restrito na Justiça do Trabalho. Pode caber, por exemplo, das informações que o MTE possua.
ART. 114, INCISO V, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
1. Os conflitos de competência podem ocorrer quando:
a) dois ou mais juízes se declaram competentes – conflito positivo;
b) dois ou mais juízes se declaram incompetentes – conflito negativo;
c) entre dois ou mais juízes surge controvérsia sobre a reunião ou separação de processos.
2. Os conflitos de competência são resolvidos:
a) Juiz do Trabalho X Juiz do Trabalho (vinculados ao mesmo tribunal regional) – TRT;
b) Juiz do Trabalho X Juiz do Trabalho (vinculados a tribunais regionais diferentes) – TST;
c) Juiz do Trabalho X Juiz de Direito não investido na jurisdição trabalhista – STJ (art. 105, inciso I, alínea “d”, CF-88);d) TST X órgãos de outros ramos do Judiciário – STF (art. 102, inciso I, alínea “o”, CF-88)
3. Súmula 420 do TST: Não há conflito de competência entre TRT e Vara do Trabalho a ele vinculada, pelo princípio da hierarquia.
ART. 114, INCISO VI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
1. Envolve danos morais ou materiais, individuais ou coletivos.
2. Exemplos mais comuns de danos morais: assédio moral, assédio sexual, acidente de trabalho e imputação de crime na despedida por justa causa.
3. Questão pacificada: Súmula 392 do TST.
4. O caso especial do acidente de trabalho
a) Ação proposta pelo segurado contra o INSS, pelo acidente de trabalho competência da Justiça Comum Estadual;
b) Ação proposta pelo empregado contra o empregador: competência da Justiça do Trabalho (Súmula Vinculante n. 22);
c) Ação regressiva, proposta pelo INSS contra o empregador causador do acidente: Justiça Federal.
d) Ação proposta pelos herdeiros do empregado falecido - dano em ricochete. Vem se firmando a jurisprudência pela competência da Justiça do Trabalho.
5. Danos pré e pós contratuais – competência da Justiça do Trabalho.
ART. 114, INCISO VII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
1. Ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho e multas administrativas aplicadas pelo MTE.
2. Exemplos mais comuns: ação declaratória de nulidade do auto de infração, proposta pela empresa autuada; execução da multa administrativa, proposta pela PFN (Procuradoria da Fazenda Nacional). Os empregadores também utilizam com muita frequência o mandado de segurança contra o auto de infração.
ART. 114, INCISO VIII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
1. Abrange as contribuições previdenciárias decorrentes de acordo homologado ou de sentença judicial.
2. Antes da EC 20/1998, havia apenas uma notificação ao INSS. Após esta EC, a Justiça do Trabalho se tornou competente para executar de ofício as contribuições.
3. Súmula 368 do TST versus artigo 876, parágrafo único, da CLT.
4. Orientações Jurisprudenciais da SDI-I n.º 368 e 398.
5. Súmula 454 do TST.
ART. 114, IX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
1. Possibilidade de o legislador ordinário ampliar a competência da Justiça do Trabalho, desde que a controvérsia seja decorrente da relação de trabalho.
COMPETÊNCIA TERRITORIAL
1. ART. 651, caput, CLT - A competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
1.1. Regra geral: a Vara do Trabalho competente a do local da prestação dos serviços.
→ Nem todo município é sede de Vara do Trabalho; apenas os municípios com maior pujança econômica são sedes de Varas do Trabalho. A Vara do Trabalho, em geral, possui jurisdição sobre vários municípios. No Brasil, todos os municípios possuem jurisdição de Vara do Trabalho.
→ Fundamento da regra: local onde a produção da prova, para o empregado, mais fácil.
→ Para a regra geral, não importa o local da contratação e nem o da residência do obreiro.
1.2. Quando houver vários locais de prestação de serviços sucessivos, a Vara competente a do último local de prestação de serviços.
1.3. Quando houver vários locais de prestação de serviços concomitantes, qualquer uma das Varas será competente - aplica-se, no caso, a prevenção. Ex: pessoa que trabalha com eventos.
1.4. A regra também se aplica quando o empregado é réu - ex: consignação em pagamento, inquérito para apuração de falta grave.
2. ART. 651, §1º, CLT - Quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da localidade em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
2.1. Aplica-se apenas ao vendedor viajante, ou seja, viajante comercial; não se aplica a empregado viajante que exerce outra função.
3. ART. 651, §2º, CLT - A competência das Varas do Trabalho, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário.
3.1. Aplica-se a empregado brasileiro que trabalha no exterior.
3.2. Requisitos: o empregado tem de ser brasileiro e não pode existir convenção internacional em sentido contrário.
→ Não é relevante o fato de ser a empresa nacional ou estrangeira.
3.3. Jurisprudência: será competente a Vara do Trabalho onde a empresa possuir sede ou filial. Se não tiver sede ou filial no Brasil, será competente a Vara do local da contratação.
3.4. O direito material aplicável não é mais a lex loci executionis. A Lei 11.962/2009, que alterou o art. 1º da Lei 7.064/82, dispõe de modo contrário ao teor da Súmula 207 do TST. Atualmente, a Lei 7.064/82 é aplicável a todo e qualquer trabalhador brasileiro que trabalha no estrangeiro, e não mais apenas aos empregados de empresas de engenharia, como acontecia antes da Lei 11.962/2009. O direito material aplicável será norma mais favorável.
4. ART. 651, §3º, CLT - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
4.1. Interpretação restritiva: aplica-se o dispositivo apenas às empresas que desenvolvem suas atividades em locais incertos, transitórios ou eventuais, segundo Sérgio Pinto Martins.
4.2. Exemplos: empresas de eventos, de rodeios, circenses, de reflorestamento, de construção civil de obras específicas e transitórias, empresas de ônibus interestadual ou intermunicipal, etc.
PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA
1. A interpretação correta do art. 795, §1º, CLT - trata-se de competência funcional, não territorial.
2. Regra geral: a incompetência territorial não pode ser declarada de ofício. Exceção: art. 114, combinado com o art. 112, parágrafo único, CPC.
3. No processo do trabalho, nas relações de emprego, não se admite o foro de eleição. A cláusula que o prevê é considerada não escrita. E nas demais relações de trabalho? Controvérsia; segundo Bezerra Leite, não há qualquer óbice.
4. A questão da prevenção na Justiça do Trabalho
→ Não se aplica o art. 106 do CPC porque no processo trabalhista de conhecimento não existe o despacho da petição inicial pelo juiz.
→ Critério a ser aplicado: data de protocolo na petição inicial – José Augusto Rodrigues Pinto.
PROCESSO E PROCEDIMENTO
1. Conceito de processo – É uma relação jurídica trilateral entre autor, juiz e réu.
2. Tipos de procedimento na Justiça do Trabalho:
a) ordinário
b) sumário - causas até 02 (dois) salários-mínimos. Peculiaridades previstas no art. 2º, §3º e 4º da Lei 5.584/70�;
c) sumaríssimo - causas de valor igual ou inferior a 40 (quarenta) salários mínimos;
3. Controvérsias:
A) O rito sumaríssimo (Lei 9.957/2000) revogou o rito sumário? Opinião majoritária: não. Para Renato Saraiva, sim.
B) O rito sumário viola o duplo grau de jurisdição? Entendimento majoritário: não.
C) A fixação da alçada tendo por parâmetro o salário mínimo é constitucional? Sim, conforme Súmula 356 do TST.
4. A questão da nova competência da Justiça do Trabalho trazida pela EC 45/2004 - o rito a ser observado é o celetista, salvo exceções - Instrução Normativa TST n. 27/2005�.
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
1. Conceito de Ministério Público - Função essencial à Justiça. Art. 127, CF
→ O Ministério Público é um quarto poder?
→ As inovações trazidas pela Constituição de 1988
2. Princípios: unidade, indivisibilidade e independência funcional.
3. Organização:
3.1. Ministério Público da União (MPU) - Compreende:a) Ministério Público Federal;
b) Ministério Público do Trabalho;
c) Ministério Público Militar;
d) Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
3.2. Ministério Público dos Estados (MPE)
4. Ministério Público do Trabalho - É o ramo do Ministério Público da União que atua processualmente nas causas de competência da Justiça do Trabalho; trata-se, portanto, de um segmento especializado do Ministério Público da União.
Os arts. 736 a 754 da CLT não foram recepcionados pela CF-88.
5. Formas de atuação do MPT:
5.1. Extrajudicial
a) Instauração de procedimentos administrativos e inquéritos civis;
b) mediação e arbitragem - 
5.2. Judicial
a) Como parte -defesa de interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, além dos individuais indisponíveis. Defesa de interesses de menores, incapazes e índios. Principais ações: ação civil pública; ações anulatórias de cláusulas de convenção coletiva de trabalho, ações rescisórias em caso de fraude e dissídios coletivos de greve.
b) como custos legis - obrigatoriamente, no segundo e terceiro graus da Justiça do Trabalho quando a parte for pessoa jurídica de dirito público, Estado estrangeiro ou organismo internacional.
→ A atuação do MPT encontra-se disciplinada no art. 83 da Lei Complementar 75/1993.
6. Principais áreas de atuação institucional do MPT: combate às práticas discriminatórias; combate às fraudes ao regime de emprego (cooperativas, estágio, etc); combate ao trabalho infantil; combate ao trabalho escravo; promoção do meio ambiente do trabalho saudável, fiscalização da probidade administrativa.
� Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
� Súmula 218 do STJ: Compete à Justiça dos Estados processar e julgar ação de servidor estadual decorrente de direitos e vantagens estatutárias no exercício de cargo em comissão.
� Súmula 97 do STJ: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar reclamação de servidor público relativamente a vantagens trabalhistas anteriores à instituição do regime jurídico.
Súmula 137 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar ação de servidor público municipal, pleiteando direitos relativos a vínculo estatutário.
� Orientação Jurisprudencial n.º 138 da SBDI-1 do TST: COMPETÊNCIA RESIDUAL. REGIME JURÍDICO ÚNICO. LIMITAÇÃO DA EXECUÇÃO. Compete à Justiça do Trabalho julgar pedidos de direitos e vantagens previstos na legislação trabalhista referente a período anterior à Lei nº 8.112/90, mesmo que a ação tenha sido ajuizada após a edição da referida lei. A superveniência de regime estatutário em substituição ao celetista, mesmo após a sentença, limita a execução ao período celetista.
� Art. 37, IX, CF: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
� Súmula 363. CONTRATO NULO. EFEITOS. A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS.
� Súmula 300 do TST: COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CADASTRAMENTO NO PIS. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ações ajuizadas por empregados em face de empregadores relativas ao cadastramento no Programa de Integração Social (PIS).
Súmula 389 do TST: SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS. I - Inscreve-se na competência material da Justiça do Trabalho a lide entre empregado e empregador tendo por objeto indenização pelo não-fornecimento das guias do seguro-desemprego. II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização.
� Súmula 736 do STF: COMPETÊNCIA. AÇÕES QUE TENHAM COMO CAUSA DE PEDIR O DESCUMPRIMENTO DE NORMAS TRABALHISTAS RELATIVAS À SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE DOS TRABALHADORES. JUSTIÇA DO TRABALHO. Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos trabalhadores.
� Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: [...] II as ações que envolvam exercício do direito de greve;
� Súmula Vinculante n.º 23. A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
� Art. 2º. Nos dissídios individuais, proposta a conciliação, e não havendo acordo, o Presidente da Junta ou o Juiz, antes de passar à instrução da causa, fixar-lhe-á o valor para a determinação da alçada, se este for indeterminado no pedido. [...]
§3º. Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de 2 (duas) vezes o salário-mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo dos depoimentos, devendo constar da Ata a conclusão da Junta quanto à matéria de fato.
§4º. Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.
� IN TST n. 27/2005, art. 1º. As ações ajuizadas na Justiça do Trabalho tramitarão pelo rito ordinário ou sumaríssimo, conforme previsto na Consolidação das Leis do Trabalho, excepcionando-se, apenas, as que, por disciplina legal expressa, estejam sujeitas a rito especial, tais como o Mandado de Segurança, Habeas Corpus, Habeas Data, Ação Rescisória, Ação Cautelar e Ação de Consignação em Pagamento.

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