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TECIDO CARTILAGIONOSO

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CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
TECIDO CARTILAGIONOSO 
 
 Forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida. 
 Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares, onde absorve 
choques, e facilita o deslizamento dos ossos nas articulações. 
 É essencial para a formação e o crescimento dos ossos longos, na vida intrauterina e depois do 
nascimento. 
 Contém células, os condrócitos, e abundante matriz extracelular. As cavidades da matriz, 
ocupadas pelos condrócitos, são chamadas lacunas. 
 A matriz é constituída por colágeno ou colágeno mais elastina, em associação com 
macromoléculas de proteoglicanos, ácido hialurônico e diversas glicoproteínas. 
 Como o colágeno e a elastina são flexíveis, a consistência firme das cartilagens se deve, 
principalmente, às ligações eletrostáticas entre os glicosaminoglicanos sulfatados e o colágeno, e 
à grande quantidade de moléculas de água presas a esses glicosaminoglicanos (água de 
solvatação), o que confere turgidez à matriz. 
 É avascular, sendo nutrido pelos capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio). As cartilagens 
que revestem a superfície dos ossos nas articulações móveis não têm pericôndrio e recebem 
nutrientes do líquido sinovial das cavidades articulares. 
 Também é desprovido de vasos linfáticos e de nervos. 
 Conforme as diversas necessidades funcionais do organismo, as cartilagens se diferenciam em 
três tipos: cartilagem hialina, que é a mais comum e cuja matriz possui delicadas fibrilas 
constituídas principalmente de colágeno tipo II; cartilagem elástica, que possui poucas fibrilas de 
colágeno tipo II e abundantes fibras elásticas; e cartilagem fibrosa, que apresenta matriz 
constituída preponderantemente por fibras de colágeno tipo I. 
 As cartilagens (exceto as articulares e a cartilagem fibrosa) são envolvidas por uma bainha 
conjuntiva que recebe o nome de pericôndrio, o qual continua gradualmente com a cartilagem 
por uma face e com o conjuntivo adjacente pela outra. O pericôndrio contém vasos sanguíneos e 
linfáticos, e nervos. 
 
CARTILAGEM HIALINA 
 
 É o tipo mais frequentemente encontrado no corpo humano. 
 Forma o primeiro esqueleto do embrião, que posteriormente 
é substituído por um esqueleto ósseo. 
 Entre a diáfise e a epífise dos ossos longos em crescimento 
observa-se o disco epifisário, de cartilagem hialina, que é 
responsável pelo crescimento do osso em extensão. 
 No adulto, a cartilagem hialina é encontrada principalmente 
na parede das fossas nasais, traqueia e brônquios, na 
extremidade ventral das costelas e recobrindo as superfícies 
articulares dos ossos longos (articulações com grande 
mobilidade). 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
Matriz 
 
 A cartilagem hialina é formada, em 40% do seu peso seco, por fibrilas de colágeno tipo II 
associadas ao ácido hialurônico, proteoglicanos muito hidratados e glicoproteínas. 
 O alto conteúdo de água de solvatação das moléculas de glicosaminoglicanos atua como um 
sistema de absorção de choques mecânicos, ou mola biomecânica. 
 Outro componente importante da matriz da cartilagem hialina é a glicoproteína estrutural 
condronectina, uma macromolécula com sítios de ligação para condrócitos, fibrilas colágenas 
tipo II e glicosaminoglicanos. Assim, a condronectina participa da associação do arcabouço 
macromolecular da matriz com os condrócitos. 
 
Pericôndrio 
 
 Camada de tecido conjuntivo, denso na sua maior parte, que envolve as cartilagens hialinas 
(exceto articulares). 
 Além de ser uma fonte de novos condrócitos para o crescimento, o pericôndrio é responsável pela 
nutrição, oxigenação e eliminação dos refugos metabólicos da cartilagem, porque nele estão 
localizados vasos sanguíneos e linfáticos, inexistentes no tecido cartilaginoso. 
 O pericôndrio é formado por tecido conjuntivo muito rico em fibras de colágeno tipo I na parte 
mais superficial, porém gradativamente mais rico em células à medida que se aproxima da 
cartilagem. Morfologicamente, suas células são semelhantes aos fibroblastos, porém as mais 
próximas à cartilagem podem facilmente multiplicar-se por mitoses e originar condrócitos, 
caracterizando-se assim, funcionalmente, como condroblastos. 
 
Condrócitos 
 
 Na periferia da cartilagem hialina, os condrócitos apresentam forma alongada, com o eixo maior 
paralelo à superfície. Mais profundamente, são arredondados e aparecem em grupos de até oito 
células, chamados grupos isógenos, porque suas células são originadas de um único 
condroblasto. 
 Os condrócitos são células secretoras de colágeno, principalmente do tipo II, proteoglicanos e 
glicoproteínas, como a condronectina. 
 A cartilagem hialina degrada a glicose principalmente por mecanismo anaeróbio, com formação de 
ácido lático como produto final. 
 O funcionamento dos condrócitos depende de um balanço hormonal adequado. A síntese de 
proteoglicanos é acelerada pela tiroxina e testosterona, e diminuída pela cortisona, hidrocortisona 
e estradiol. O hormônio do crescimento, produzido pela hipófise, promove a síntese de 
somatomedina C pelo fígado, que aumenta a capacidade sintética dos condroblastos e também 
a multiplicação dessas células, estimulando o crescimento das cartilagens. 
 
Histogênese 
 
 No embrião, os esboços das cartilagens surgem no mesênquima. 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
 
 
Crescimento 
 
 O crescimento da cartilagem se deve a dois processos: o crescimento intersticial, por divisão 
mitótica dos condrócitos preexistentes; e o crescimento aposicional, que se faz a partir das 
células do pericôndrio. 
 O crescimento intersticial é menos importante e só ocorre nas primeiras fases da vida da 
cartilagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação Médica 
 Alterações Degenerativas 
Em comparação com os outros tecidos, a cartilagem hialina é sujeita com relativa frequência a 
processos degenerativos. O mais comum é a calcificação da matriz, que consiste na deposição 
de fosfato de cálcio sob a forma de cristais de hidroxiapatita, precedida por um aumento de 
volume e morte das células. 
 
 As Cartilagens Não se Regeneram Bem 
A cartilagem que sofre lesão regenera-se com dificuldade e, frequentemente, de modo 
incompleto, salvo em crianças de pouca idade. No adulto, a regeneração se dá pela atividade do 
pericôndrio. Quando ocorre lesão de uma cartilagem, células derivadas do pericôndrio invadem a 
área destruída e dão origem a tecido cartilaginoso que repara a lesão. Quando a área destruída 
é extensa, o pericôndrio, em vez de formar novo tecido cartilaginoso, forma uma cicatriz de 
tecido conjuntivo denso. 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
CARTILAGEM ELÁSTICA 
 
 A cartilagem elástica é encontrada no pavilhão auditivo, no conduto auditivo externo, na tuba 
auditiva, na epiglote e na cartilagem cuneiforme da laringe. 
 Basicamente, é semelhante à cartilagem hialina, porém inclui, além das fibrilas de colágeno 
(principalmente do tipo II), uma abundante rede de fibras elásticas. 
 Como a cartilagem hialina, a elástica possui pericôndrio e cresce principalmente por aposição. 
 É menos sujeita a processos degenerativos do que a hialina. 
 
CARTILAGEM FIBROSA 
 
 Possui características intermediárias entre o conjuntivo denso e a cartilagem hialina. 
 É encontrada nos discos intervertebrais, nos pontos em que alguns tendões e ligamentos se 
inserem nos ossos, e na sínfise pubiana. 
 A fibrocartilagem está sempre associada a conjuntivo denso. 
 A matriz da fibrocartilagem e acidófila, por conter grande quantidade de fibras colágenas. 
 A substância fundamental(ácido hialurônico, proteoglicanos e glicoproteínas) é escassa e limitada 
à proximidade das lacunas que contêm os condrócitos. 
 Na fibrocartilagem não existe pericôndrio. 
 
DISCOS INTERVERTEBRAIS 
 
 Localizada entre os corpos das vértebras e unidos a elas por ligamentos, cada disco 
intervertebral é formado por dois componentes: o anel fibroso e uma parte central, derivada da 
notocorda do embrião, o núcleo pulposo. 
 O anel fibroso possui uma porção periférica de tecido conjuntivo denso, porém em sua 
maior extensão é constituído por fibrocartilagem, cujos feixes colágenos formam camadas 
concêntricas. 
 O núcleo pulposo consiste em um tecido formado por células arredondadas, dispersas 
num líquido viscoso rico em ácido hialurônico e contendo pequena quantidade de colágeno tipo II. 
No jovem é relativamente maior, sendo gradual e parcialmente substituído por fibrocartilagem 
com o avançar da idade. 
 Os discos intervertebrais funcionam como coxins lubrificados que previnem o desgaste do 
osso das vértebras durante os movimentos da coluna espinhal. 
 
os 
 
 
 
 
 
 
Resumo da 11ª edição do livro Histologia Básica - Luiz C. Junqueira e José Carneiro. 
Aplicação Médica 
 Hérnia de Disco Intervertebral 
A ruptura do anel fibroso, mais frequente na sua parte posterior, onde os feixes colágenos são menos densos, 
resulta na expulsão do núcleo pulposo e no achatamento concomitante do disco. Quando o disco se movimenta na 
direção da medula espinhal, pode comprimir nervos, produzindo fortes dores e distúrbios neurológicos. Na maioria 
dos casos a dor se estende pela parte inferior da região lombar.

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