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Resumo de Histologia - Tecido Adiposo

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CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
TECIDO ADIPOSO 
 
 Em pessoas de peso normal, o tecido adiposo corresponde a 20-25% do peso corporal na 
mulher e 15-20% no homem. 
 É o maior depósito corporal de energia, sob a forma de triglicérides. 
 Os triglicérides são mais eficientes como reserva energética porque fornecem 9,3 kcal/g 
contra apenas 4,1 kcal/g fornecidas pelo glicogênio. 
 Outras funções do tecido adiposo: localizando-se embaixo da pele, modela a superfície, 
sendo em parte responsável pelas diferenças de contorno entre o corpo da mulher e do homem; 
forma coxins absorventes de choques, principalmente na planta dos pés e na palma das mãos; 
contribui para o isolamento térmico do organismo; preenche espaços entre outros tecidos e auxilia 
a manter certos órgãos em suas posições normais; também tem atividade secretora, sintetizando 
diversos tipos de moléculas. 
 Há duas variedades de tecido adiposo: o tecido adiposo comum, amarelo ou 
unilocular, cujas células contêm apenas uma gotícula de gordura que ocupa quase todo o 
citoplasma; e o tecido adiposo pardo, ou multilocular, formado por células que contêm 
numerosas gotículas lipídicas e muitas mitocôndrias. 
 
TECIDO ADIPOSO UNILOCULAR 
 
 A cor do tecido unilocular varia entre o branco e o amarelo-escuro, dependendo da dieta. 
Essa coloração se deve principalmente ao acúmulo de carotenos dissolvidos nas gotículas de 
gordura. Praticamente todo o tecido adiposo presente nos humanos adultos é do tipo unilocular. 
Seu acúmulo em certos locais é influenciado pelo sexo e pela idade do indivíduo. 
 Esse tecido forma o panículo adiposo, camada disposta sob a pele e que é de espessura 
uniforme por todo o corpo do recém-nascido. Com a idade, o panículo adiposo tende a 
desaparecer dessas áreas, desenvolvendo-se em outras. Esta deposição seletiva é regulada, 
principalmente, pelos hormônios sexuais e pelos hormônios produzidos pela camada cortical da 
glândula adrenal. 
 A maioria das células adiposas (adipócitos) é grande, com gotículas desprovidas de 
membrana envolvente. Cada célula adiposa é envolvida por uma lâmina basal, e sua membrana 
plasmática mostra numerosas vesículas de pinocitose. 
 O tecido unilocular apresenta septos de conjuntivo, que contêm vasos e nervos. Desses 
septos partem fibras reticulares (colágeno III) que vão sustentar as células adiposas. Sua 
vascularização é muito abundante, quando se considera a pequena quantidade de citoplasma 
funcionante. 
 
Deposição e Mobilização dos Lipídios 
 
 Os triglicerídeos (ésteres de ácidos graxos e glicerol) armazenados originam-se da seguinte 
maneira: 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
 absorvidos da alimentação e trazidos até as células adiposas como triglicerídeos dos 
quilomícrons; 
 oriundos do fígado e transportados até o tecido adiposo, sob a forma de lipoproteínas de 
pequeno peso molecular, ou VLDL (Very Low Density Lipoproteins); 
 da síntese nas próprias células adiposas, a partir de glicose. 
 
 Os quilomícrons são partículas formadas pelas células epiteliais do intestino delgado, a 
partir de nutrientes absorvidos. São constituídos por 90% de triglicerídeos e pequenas 
quantidades de colesterol, fosfolipídios e proteínas. Nos capilares sanguíneos do tecido adiposo, 
graças à enzima lipase lipoproteica, produzida pelas células adiposas, ocorre a hidrólise dos 
quilomícrons e das lipoproteínas (VLDL) plasmáticas, com liberação de seus componentes, ácidos 
graxos e glicerol, que se difundem para o citoplasma das células adiposas, onde se recombinam 
para formar novas moléculas de triglicerídeos, que são depositadas. As células adiposas podem 
sintetizar ácidos graxos e glicerol a partir de glicose, processo que é acelerado pela insulina. Este 
hormônio também estimula a penetração da glicose na célula adiposa. 
 Quando necessária, a hidrólise dos triglicerídeos é desencadeada principalmente pela 
noradrenalina. Este neurotransmissor é liberado pelas terminações pós-ganglionares dos nervos 
simpáticos do tecido adiposo e captado por receptores da membrana dos adipócitos que ativam a 
lipase sensível a hormônio (intracelular), promovendo a liberação de ácidos graxos e glicerol, 
que se difundem para os capilares do tecido adiposo. Os ácidos graxos, que são quase insolúveis 
na água, ligam-se à parte hidrofóbica das moléculas de albumina do plasma sanguíneo e são 
transportados para outros tecidos, onde serão utilizados como fonte de energia. O glicerol, muito 
solúvel no plasma, é captado pelo fígado e reaproveitado. 
 O tecido adiposo unilocular e o multilocular são inervados por fibras simpáticas do sistema 
nervoso autônomo, que desempenham importante papel na mobilização de gorduras, quando os 
organismos são sujeitos a atividades físicas intensas, jejuns prolongados ou ao frio. 
 A remoção dos lipídios, nos casos de necessidade energética, não se faz por igual em todos 
os locais. Primeiro são mobilizados os depósitos subcutâneos, os do mesentério e os 
retroperitoneais, enquanto o tecido adiposo localizado nos coxins das mãos e dos pés resiste a 
longos períodos de desnutrição. 
 O tecido adiposo unilocular é também um órgão secretor. Sintetiza várias moléculas como a 
leptina, que são transportadas pelo sangue, e a lipase lipoproteica. A leptina é um hormônio 
proteico, que participa da regulação da quantidade de tecido adiposo no corpo e da ingestão de 
alimentos. A leptina atua no hipotálamo, diminuindo a ingestão de alimentos e aumentando o 
gasto de energia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
 
 
Histogênese do Tecido Adiposo Unilocular 
 
 As células adiposas uniloculares se originam no embrião, a partir de células derivadas do 
mesênquima, os lipoblastos. Estas células sãos parecidas com os fibroblastos, porém logo 
acumulam gordura no seu citoplasma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aplicação Médica 
 Os adipócitos uniloculares com frequência originam tumores benignos, os lipomas, 
geralmente removidos cirurgicamente com facilidade. Os tumores malignos dos adipócitos 
uniloculares, ou lipossarcomas, são raros e de tratamento muito mais difícil porque facilmente 
formam metástases. 
 
CAROLINE FELICIANO - MED 107 
 
TECIDO ADIPOSO MULTILOCULAR 
 
 O tecido adiposo multilocular é chamado também de tecido adiposo pardo, sua cor 
característica. Essa cor é devida à vascularização abundante e às numerosas mitocôndrias 
presentes nas células, que são ricas em citocromos de cor avermelhada. Ao contrário do tecido 
unilocular, que é encontrado por quase todo o corpo, o tecido pardo é de distribuição limitada, 
localizando-se em áreas determinadas. 
 No feto humano e no recém-nascido, o tecido 
adiposo multilocular apresenta localização bem 
determinada. Como este tecido não cresce, sua quantidade 
no adulto é extremamente reduzida. 
 
 
 O tecido adiposo multilocular é especializado na 
produção de calor, tendo papel importante nos 
mamíferos que hibernam. Na espécie humana, a 
quantidade deste tecido só é significativa no recém-
nascido, com função auxiliar na termorregulação. 
 Ao ser estimulado pela liberação de noradrenalina 
nas terminações nervosas abundantes em torno das suas 
células, o tecido adiposo multilocular acelera a lipólise e a 
oxidação dos ácidos graxos. A oxidação dos ácidos graxos produz calor e não ATP, como a dos 
tecidos em geral, porque as mitocôndrias do tecido multilocular apresentam, nas suas membranas 
internas, uma proteína transmembrana chamada termogenina ou UCP 1, que permite a volta 
para a matriz mitocondrial dos prótons transportados para o espaço intermembranoso, sem que 
eles passem pelo sistema de ATP sintetase.Em consequência, a energia gerada pelo fluxo de 
prótons não é usada para sintetizar ATP, sendo dissipada como calor. O calor aquece o sangue 
contido na extensa rede capilar do tecido multilocular e é distribuído por todo o corpo, indo 
aquecer os diversos órgãos. 
 Nas espécies que hibernam, o despertar da hibernação é devido à ação de estímulos 
nervosos sobre o tecido multilocular, que funciona como um "acendedor" dos outros tecidos, por 
distribuir para estes o sangue aquecido. 
 
Histogênese do Tecido Adiposo Multilocular 
 
 Sua formação é diferente da observada no tecido unilocular. As células mesenquimais que 
vão formar o tecido multilocular tornam-se epitelióides, adquirindo um aspecto de glândula 
endócrina cordonal, antes de acumularem gordura. Não há neoformação de tecido adiposo 
multilocular após o nascimento nem ocorre transformação de um tipo de tecido adiposo em outro. 
 
 
Resumo da 11ª edição do livro Histologia Básica - Luiz C. Junqueira e José Carneiro.

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