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O Poder Legislativo Completo

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O Poder Legislativo 
 
Módulo I – Aspectos gerais 
 
Unidade 1 – Origem e evolução do Poder Legislativo 
 
Para discorremos sobre a origem do Poder Legislativo é necessário 
remontarmos à Idade Média, especificamente à Inglaterra do século XIII. 
Foi naquele País que surgiu a ideia de “Parlamento”, conforme se depreende 
do seguinte trecho: 
“A Magna Carta Inglesa, assinada em 1215, mas tornada definitiva só em 1225, 
tornou-se um símbolo da liberdade, por ter sido a base do desenvolvimento 
constitucional e fonte de inspiração para que juristas dela extraíssem os 
fundamentos da ordem jurídica democrática inglesa. Trazia em seu bojo os 
primeiros traços do governo representativo, a organização das assembleias 
políticas, as imunidades parlamentares, a ilegitimidade da tributação sem 
participação dos representantes do povo (...).” (Fonte: Charles Soares de 
Oliveira. A representação política ao longo da História). 
Para compreender melhor as atribuições do Legislativo em vários países, bem 
como sua evolução no Brasil, sugerimos a leitura do texto 'Os Poderes do 
Legislativo brasileiro - uma análise comparada e histórica', do Professor Júlio 
Roberto de Souza Pinto, disponível na Biblioteca deste curso, em 'Textos 
complementares'. 
 
Pág. 2 - Absolutismo 
 
Esse processo foi complexo e longo. Iremos apenas contextualizá-lo para que 
você tenha uma noção básica sobre o seu surgimento. 
O Poder, na Inglaterra, era exercido pelo rei, senhor soberano que encarnava 
em si todo o Poder daquela sociedade. Vivia-se o período conhecido como 
Absolutismo. 
Mas o que significava uma sociedade pautada pelo Absolutismo? 
“...aquela forma de Governo em que o detentor do poder exerce este último 
sem dependência ou controle de outros poderes, superiores ou inferiores...”; 
Ou então: 
“Sistema político em que a autoridade soberana não tem limites 
constitucionais.” 
Ou: 
“Sistema político que se concretiza juridicamente através de uma forma de 
Estado em que toda a autoridade (poder legislativo e executivo) existe, sem 
limites nem controles, nas mãos de uma única pessoa.” 
 
Pág. 3 - Assembleia 
 
Nesse contexto, o monarca, a seu bel-prazer, instituía impostos seja para 
captar recursos para fazer frente às diversas guerras da época, seja para 
manter a estrutura da corte. 
Entretanto, esses tributos oneravam os diversos segmentos sociais. Assim, a 
aristocracia e os comerciantes reuniam-se em assembleias para debater essas 
– e outras – dificuldades que afligiam toda a comunidade. 
Após um longo processo de disputa de Poder, essa assembleia evoluiu para o 
modelo de Poder Legislativo, existente nos dias atuais. 
 
Pág. 4 - O Juiz 
 
Surgiu, então, a divisão de Poderes na qual o rei só poderia instituir ou 
aumentar os tributos com a concordância do Parlamento. 
Com o tempo, essa função de limitar o poder monárquico de instituir taxas e 
impostos evoluiu no sentido de o Parlamento representar um espaço público de 
repercussão de toda e qualquer situação relevante ocorrida na sociedade. 
Surge o embrião dos poderes Legislativo e Executivo. Entretanto, a relação 
entre o monarca e a assembleia às vezes era conflituosa e tensa. Necessitava-
se de outro ator social para pôr fim aos impasses: nasce, neste momento, a 
figura de um mediador com poder de decisão para decidir os conflitos: o “juiz”, 
que será o embrião do nosso Poder Judiciário. 
 
Pág. 5 - Organização do Estado 
 
04042269494
Realce
04042269494
Realce
No âmbito teórico, diversos estudiosos se debruçaram sobre esse assunto, em 
especial o pensador e filósofo Montesquieu, que nos legou a clássica 
organização dos Poderes do estado moderno e suas respectivas funções: 
Executivo, Legislativo e Judiciário. 
Montesquieu sugeriu que não haveria melhor garantia para a liberdade dos 
cidadãos e para o funcionamento das instituições políticas do que a divisão 
tripartite dos poderes do Estado. 
Essa divisão do Poder nas funções Executiva, Legislativa e Judiciária não é 
absoluta. 
 
Pág. 6 - Atribuições 
 
De fato, a cada Poder é atribuída uma função primordial. Isto é, ao Executivo 
cabe, principalmente, administrar os bens e recursos de toda sociedade; ao 
Legislativo compete, fundamentalmente, elaborar as normas legais; e, por fim, 
ao Judiciário cabe a função de dirimir os conflitos existentes na sociedade. 
Esses papéis são realizados de forma harmoniosa e cooperativa entre tais 
instituições 
Podemos afirmar que legislar é típica função do Poder Legislativo, embora ele 
também exerça, de forma atípica, a função jurisdicional quando julga seus 
processos administrativos, bem como a função administrativa em relação aos 
seus bens, recursos e patrimônios. 
Temos então: 
 
Pág. 7 - Curiosidades 
 
No entanto, no decorrer dos tempos, o Parlamento mudou muito. Não só no 
que diz respeito ao seu papel institucional, mas a sua própria composição se 
alterou: se, de início, era um espaço político exclusivamente masculino, com o 
passar dos anos permitiu-se o acesso das mulheres às cadeiras legislativas, 
bem como a outras minorias sociais que cada vez mais estão presentes nos 
parlamentos dos países democráticos. 
 
Pág. 8 - Voto Feminino 
E, no Senado Federal, a primeira mulher a ocupar uma cadeira foi Eunice 
Michiles, que assumiu o posto, em 1979, com a morte do titular do cargo, o 
Senador João Bosco de Lima. 
 
Pág. 9 - Origem do termo “Parlamento” 
 
O professor Vamireh Chacon, em sua obra História do Legislativo Brasileiro – 
Congresso Nacional, expõe que “Parlamento vem do latim medieval parlare, 
falar, isto é, parlatório, lugar onde falavam politicamente os conselheiros do rei. 
Em muitos dos iniciais Países europeus tinham sido institucionalizadas suas 
periódicas reuniões, de início na Corte, depois em edifícios próprios e com 
cada vez maior autonomia. As primeiras reivindicações, daí as primeiras 
competências do Parlamento, foram a fiscalização das despesas do Estado e 
as garantias individuais da nobreza à burguesia, em seguida ao povo, por 
sucessivas revoluções e reformas.” 
 Aproveite, acesse o link e navegue em nossa legislação! 
Link: http://www2.planalto.gov.br/acervo/legislacao 
 
Unidade 2 – Conceito, papel e especificidades do Poder Legislativo 
 
Conceituar o que seja o Poder Legislativo não é uma das tarefas mais fáceis. 
Talvez as frases seguintes, em seu conjunto, permitam-nos compreender o 
significado de tão importante instituição: 
 “O Legislativo é a instituição responsável pela elaboração das leis de 
uma determinada comunidade.” 
 “O Legislativo é o Poder que sintetiza e encarna a ideia de democracia.” 
 “O Legislativo é a instituição representativa dos diversos segmentos da 
sociedade.” 
 “O Legislativo é o espaço público em que as disputas sociais e os 
conflitos de interesses são redimensionados e transformados em 
consensos.” 
 “O Legislativo é a caixa de ressonância da sociedade.” 
 “O Legislativo é o local em que os grandes temas de um país são 
debatidos e solucionados.” 
 “O Legislativo é o depositário da Soberania nacional.” 
 “O Legislativo é o espelho da opinião nacional.” 
 
Pág. 2 - Função do Poder Legislativo 
 
De fato, o Parlamento se caracteriza por ser o local por excelência do debate, 
da discussão, da negociação, na busca do consenso, o que o torna a instância 
mais afinada com os princípios e as regras democráticas. 
É o Parlamento a instituição por excelência que melhor reflete a diversidade de 
opiniões, valores e tendências existentes em uma determinada sociedade. 
Norberto Bobbio, em seu Dicionário de Política, expõe a seguinte definiçãode 
o que seja o Parlamento: 
E qual é a função do Poder Legislativo? 
Entre as funções que o Legislativo exerce nas sociedades modernas, 
destacaremos três que se destacam pela sua visibilidade: 
 Função Legiferante; 
 Função Fiscalizadora; 
 Função Educativa. 
 
Pág. 3 - Função Legiferante 
 
Quando pensamos no papel do Poder Legislativo, a primeira coisa que nos 
vem à mente é a elaboração das leis, isto é, das normas jurídicas que irão nos 
dizer o que podemos ou não fazer, quais são os nossos direitos e os direitos 
dos outros. Em resumo, as regras de cumprimento obrigatório que norteiam 
uma determinada sociedade. Como já visto antes, o papel de legislar é, 
indubitavelmente, a função primordial dos Parlamentos modernos. 
 
Pág. 4 - Função Educativa 
 
Mas como assim “educar”? 
É nesse espaço público – o Legislativo – que as propostas que afetam 
diretamente o interesse de todos os cidadãos são apresentadas, debatidas e 
transformadas em normas legais. Nesse processo de criação das leis é muito 
comum que os segmentos organizados da sociedade (sindicatos, 
confederações de trabalhadores e empregadores, ONGs, associações, etc.) 
sejam ouvidos, apresentem suas ideias e colaborem com os parlamentares. 
Por exemplo, isto ocorre frequentemente nas Audiências Públicas realizadas 
pelas duas Casas Legislativas. 
Norberto Bobbio, em seu Dicionário de Política, classifica as funções 
fundamentais dos Parlamentos da seguinte forma: 
 
 de Representação --> o Parlamento é o espaço para as manifestações 
dos diversos segmentos e grupos sociais. 
 de Legislação --> o Parlamento tem como a sua mais típica função a 
atividade legislativa. 
 de Controle do Executivo --> o Parlamento exerce o controle do 
Executivo e das atividades dos seus setores burocráticos. 
 de Legitimação --> o Parlamento ajuda a conferir ou a subtrair 
legitimidade política ao Governo. 
 
Pág. 5 – Curiosidade 
 
 
 
Pág. 6 - Para Refletir 
 
 
 
 
O Poder Legislativo 
Módulo II – Aspectos constitucionais e históricos do Legislativo brasileiro 
 
Unidade 1 – O Legislativo no Império 
Em 1823, O Imperador D. Pedro I convoca a Assembleia Geral, Constituinte e 
Legislativa do Império do Brasil, que se instala na cidade do Rio de Janeiro. 
Octaciano Nogueira, em seu livro O Poder Legislativo no Brasil (1821-1930), 
observou o seguinte sobre o processo eleitoral daquela época: 
“As freguesias ou povoações indicavam compromissários que, reunidos nas 81 
cabeças de Distrito em que foi dividido o Brasil (incluindo a Cisplatina), elegiam 
os Deputados mediante o voto exarado em cédula escrita.” 
Continua o autor: 
“Os Deputados para a Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Reino do 
Brasil não podem por ora ser menos de 100.” 
 Pág. 2 - Voto Censitário 
Frisa-se que as províncias de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, juntas, 
foram responsáveis pela eleição de quase a metade dos Deputados naquele 
pleito: exatos 46 parlamentares. 
À época, para se ter direito ao voto exigia-se das pessoas uma determinada 
renda mínima, era o que se chamava de voto censitário, que caracterizava as 
eleições em toda a Europa, com a exceção da Suíça, que adotara o voto 
universal já em 1830. 
Como reflexo do voto censitário, são oportunos os comentários do professor 
Vamireh Chacon: 
“Com o resultado de, em 1881, próximo da proclamação da República, o Brasil 
só ter cento e cinquenta mil eleitores numa população de doze milhões de 
habitantes. Acontece que esta regra [do voto censitário] se originava em 
inspiração europeia: a Grã-Bretanha praticou o critério censitário nada menos 
que até 1918”. (grifo nosso). (Fonte: História do Legislativo Brasileiro – 
Congresso Nacional. Volume IV. Brasília. 2008). 
Pág. 3 - Conflitos 
À época, são notórios os conflitos entre o monarca e a Assembleia 
Constituinte, como se observa do próprio Projeto de Constituição engendrado 
pelo Parlamento, que não previa a existência nem do Poder Moderador, nem 
tampouco do direito de dissolver a Câmara dos Deputados, prerrogativas 
vislumbradas pelo Imperador. 
Em 12 de novembro de 1823, a Assembleia Constituinte foi dissolvida por 
Decreto do Imperador, e, em seu lugar, cria-se um Conselho de Estado com o 
objetivo de elaborar novo Projeto de Constituição. 
 
Alguns meses depois, em 25 de março de 1824, D. Pedro I outorga à Nação a 
primeira Constituição brasileira. 
Pág. 4 - Constituição de 1824 
A Constituição de 1824 reconhecia, em seu art. 10, a existência, no Brasil, de 
quatro poderes: o Legislativo, o Moderador, o Executivo e o Judicial. 
O Poder Moderador, exercido diretamente pelo Imperador, situava-se acima 
dos demais Poderes previstos na clássica tripartição de Montesquieu, 
permitindo ao monarca interferir nos assuntos do Executivo e do Legislativo. 
 Na verdade, a estrutura de Poder existente naquela época estava 
fundamentada na concentração do poder nas mãos do Imperador. E isso se 
refletia, sobremaneira, no perfil do Poder Legislativo que iria marcar todo o 
período de nossa história Imperial. 
Organograma da Constituição de 1824 
O imperador reinava absoluto sobre os outros poderes do império 
Organização dos poderes segundo a Constituição de 1824 
Pág. 5 - Poder Legislativo 
Em relação ao Poder Legislativo, temos que ele sempre foi, no Brasil, em nível 
nacional, bicameral, isto é, constituído por duas Casas de Leis. 
Prova disso é a previsão, estabelecida já na Constituição de 1824, de que o 
Poder Legislativo seria delegado à Assembleia Geral, constituída pela Câmara 
de Deputados e Câmara de Senadores (Senado), com a sanção do Imperador. 
Temos então: 
 Poder Legislativo 
 Assembleia Geral 
 Câmara de Deputados 
 Câmara de Senadores (ou Senado) 
 
Pág. 6 - Eleições 
Como funcionavam as eleições? 
Os cidadãos ativos reuniam-se nas Assembleias Paroquiais para elegerem os 
eleitores de Província, e estes, por sua vez, elegiam os Deputados e 
Senadores. 
E quem eram esses cidadãos ativos? 
 
Nas eleições primárias votavam: os cidadãos brasileiros no gozo de seus 
direitos políticos e os estrangeiros naturalizados que tivessem a renda líquida 
anual de 100 mil réis por bens de raiz, indústria, comércio ou emprego. 
Eram excluídos de votar nas Assembleias Paroquiais: 
· os menores de 25 anos (salvo os casados; os oficiais militares maiores 
de 21 anos; os bacharéis formados e clérigos de Ordens Sacras); 
· os filhos de famílias que estivessem na companhia de seus pais (salvo 
se servissem ofícios públicos); 
· os criados de servir (em cuja classe não entram os guarda-livros e 
primeiros-caixeiros das casas de comércio, os criados da Casa Imperial 
que não fossem de galão branco, e os administradores das fazendas 
rurais e fábricas); 
· os religiosos e quaisquer que vivessem em comunidade claustral. 
E quem eram os eleitores de província? 
Todos aqueles que podiam votar nas Assembleias Paroquiais, estavam aptos a 
eleger os deputados e senadores do Império, exceto: 
· os que não tivessem de renda líquida anual 200 mil réis por bens de 
raiz, indústria, comércio ou emprego; 
· os libertos; 
· os criminosos pronunciados em querela ou devassa. 
Pág. 7 - Quem poderia ser eleito Deputado ou Senador 
E quem poderia ser eleito Deputado ou Senador? 
Podia ser eleito Deputado todo e qualquer eleitor de província, exceto: 
· os que não tivessem 400 mil réis de renda líquida anual; 
· os estrangeiros naturalizados; 
· os que não professassem a religião do Estado. 
Podia ser eleito Senador todo e qualquer eleitor de província que: 
· fosse cidadão brasileiro no gozo dos direitos políticos;· tivesse a idade mínima de 40 anos; 
· fosse pessoa de saber, capacidade e virtudes, com preferência os que 
tivessem prestado serviços à Pátria; 
· tivesse rendimento anual, por bens, indústria, comércio ou emprego, de 
800 mil réis. 
Pág. 8 - Domicílio Eleitoral 
Domicílio Eleitoral 
No Império, os cidadãos eram elegíveis em cada distrito eleitoral para o cargo 
de Deputado ou de Senador mesmo que ali não tivessem nascido ou fossem 
residentes ou domiciliados. O princípio do domicílio eleitoral é regra que, no 
Brasil, só surge com a República, quando a lei passa a impor, como condição 
de elegibilidade, um número determinado de anos de residência no Estado por 
onde o candidato deseja ser eleito. 
A questão da Escravidão 
Se hoje em dia, o voto é universal, exercido por cerca de 140 milhões de 
cidadãos, não podemos esquecer que durante o Império (até 1888, com a 
Abolição da Escravatura) uma imensa parcela da população brasileira estava 
alijada do processo eleitoral: os escravos. 
E, sem dúvida, o Parlamento Imperial foi palco de inúmeros debates entre os 
abolicionistas e os defensores do sistema escravocrata. 
 
 Pág. 9 – Curiosidade 
Você sabia que pela Constituição de 1946... 
Cada legislatura durava 4 anos? 
Os Deputados e senadores recebiam anualmente igual subsídio e ajuda de 
custo. Esse subsídio era dividido em duas partes: uma fixa, que se pegava no 
decurso do ano, e outra variável, correspondente ao comparecimento? 
O Deputado ou Senador investido na função de Ministro de Estado, inventor 
federal ou secretário de Estado não perdia o respectivo mandato. Nesses 
casos, convocava-se o respectivo suplente? 
Cada Território era representado por 1 Deputado? 
 
Pág. 10 - Da Câmara dos Deputados e do Senado no Império 
Da Câmara dos Deputados no Império 
À Câmara Dos Deputados, eletiva e temporária, cabia a iniciativa privativa 
sobre impostos, reforma da Constituição, discussão das propostas feitas pelo 
Poder Executivo e escolha da nova Dinastia no caso de extinção da existente. 
Além disso, cabia a ela apresentar acusação contra ministros e conselheiros de 
Estado. 
Do Senado no Império 
Conforme a Constituição, cada província tinha tantos Senadores, todos 
vitalícios, quantos fossem a metade de seus respectivos deputados. 
Sobre essa questão da vitaliciedade senatorial, oportuno o seguinte 
comentário: 
“A vitaliciedade do Senado foi sempre, desde 1831, objeto de ampla e 
permanente contestação dos liberais, tendo permanecido, no entanto, como 
preceito constitucional até a proclamação da República.” (Constituições 
Brasileiras – 1824. Volume I. Octaciano Nogueira). 
Se o número de Deputados da Província fosse impar, o número de Senadores 
se restringiria à metade do número imediatamente menor. Como exemplo, uma 
província que tivesse 11 Deputados, elegeria 5 Senadores. 
A província que elegesse apena um Deputado tinha garantida a eleição de um 
Senador, independentemente da regra acima. 
As eleições eram feitas da mesma maneira que as eleições para Deputados, 
mas em listas tríplices, com o Imperador escolhendo o terço na totalidade da 
lista. 
Diferentemente de hoje em dia, em que cada Senador é eleito com 2 suplentes, 
quando se vagava o cargo de Senador realizava-se nova eleição, isto é, não 
havia a figura do Suplente de Senador. 
Hoje 
 
 
Pág. 11 - Curiosidade 
 
Algumas atribuições exclusivas do Senado durante o Império: 
· Conhecer dos delitos individuais cometidos pelos membros da Família 
Imperial, Ministros de Estado, Conselheiros de Estado e Senadores, e dos 
delitos dos Deputados durante o período da Legislatura. 
· Convocar a Assembleia Geral no caso de morte do Imperador para a eleição 
da Regência. 
No Império, o Poder Legislativo exerceu – além da típica função legislativa – 
um papel político fundamental, adaptando-se às especificidades de cada um de 
seus períodos, seja durante o primeiro reinado, na fase da regência ou mesmo 
no decorrer do longo reinado de Dom Pedro II. 
Pág. 12 - Atenção 
Nesse sentido, oportuno o comentário do historiador Boris Fausto, em sua obra 
História do Brasil: 
“Afora a abolição da escravatura, uma das medidas mais importantes do 
Império na década de 1880 foi a aprovação de uma reforma eleitoral conhecida 
como Lei Saraiva, em janeiro de 1881. (...) A reforma eleitoral estabeleceu o 
voto direto para as eleições legislativas, acabando assim com a distinção 
restritiva entre votantes e eleitores. Todos, isto é, as pessoas em condições de 
votar, eram agora eleitores. Manteve-se a exigência de um nível mínimo de 
renda – o censo econômico – e introduziu-se claramente, a partir de 1882, o 
censo literário, isto é, daquele ano em diante só poderiam votar as pessoas 
que soubessem ler e escrever. O direito de voto foi estendido aos não-
católicos, aos brasileiros naturalizados e aos libertos.” 
Pág. 13 - Para refletir 
 
Unidade 2 – O Legislativo na República 
O Parlamento à luz da Constituição de 1891 
 
Com a Proclamação da República, o Brasil ganha, em 1891, uma nova 
Constituição. 
Já não fazia sentido a existência de um Poder Moderador, marca registrada da 
nossa fase Imperial, sobreposto aos demais Poderes do Estado. 
O sistema eleitoral sofre modificações substanciais, haja vista a lógica 
republicana ter como fundamento a ideia de que o poder tem como legítimo 
titular o povo, que, direta ou indiretamente, escolhe os seus representantes. 
Pág. 2 - Coronelismo 
Evidentemente, precisamos relativizar a perspectiva desse poder popular. As 
primeiras décadas de nossa República caracterizaram-se pela concentração do 
poder nas mãos de uma elite que comandava e orientava o voto da grande 
massa da população brasileira. Foi o período do fenômeno do “coronelismo” e 
do “voto de cabresto”. 
O conceito de “coronelismo” foi construído pelo saudoso professor Victor 
Nunes Leal: 
“...concebemos o coronelismo como resultado da superposição de formas 
desenvolvidas do regime representativo a uma estrutura econômica e social 
inadequada. (...) o coronelismo é sobretudo um compromisso, uma troca de 
proveitos entre o poder público, progressivamente fortalecido, e a decadente 
influência social dos chefes locais, notadamente, dos senhores de terras.” 
(retirado da obra de Victor Nunes Leal. Coronelismo, Enxada e Voto – o 
Município e o Regime Representativo no Brasil). 
Pág. 3 - Congresso Nacional 
Agrega-se, ainda, a questão de que o nosso colégio eleitoral era extremamente 
reduzido (não votavam as mulheres e os analfabetos, por exemplo). 
A Constituição de 1891 estabelecia que o Poder Legislativo fosse exercido pelo 
Congresso Nacional, este composto de dois ramos: a Câmara dos Deputados e 
o Senado Federal. 
Foi com a República que se consagrou a expressão Congresso Nacional para 
denominar a reunião conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
A mudança de regime político não alterou o formato bicameral de nosso 
Parlamento. De fato, o princípio do bicameralismo é marca registrada de nossa 
história política seja na fase Imperial, seja na Republicana. 
O Congresso Nacional se reunia, independentemente de convocação, em 3 de 
maio de cada ano, funcionando por 4 meses, podendo esse prazo prorrogado, 
adiado ou haver convocação extraordinária, se necessário. 
Uma peculiaridade interessante nessa questão é de que a faculdade de 
prorrogar as sessões legislativas era algo facultado apenas ao próprio 
Parlamento, diferentemente da fase Imperial, em que essa prerrogativa era 
exclusividade do Poder Executivo. 
Pág. 4 - Curiosidade 
Você sabia que no início da República: 
A legislatura durava três anos? 
Vagando cargo no congresso Nacional,por qualquer causa, inclusive renúncia, 
o Governo do Estado determinava imediatamente que se procedesse a nova 
eleição? 
As deliberações eram tomadas por maioria de votos, achando-se presente a 
maioria absoluta de seus membros? 
Durante as sessões os Senadores e os Deputados recebiam o mesmo subsídio 
pecuniário? 
 
Condições de elegibilidade para o Congresso Nacional 
· Estar na posse dos direitos de cidadão brasileiro e ser alistado como 
eleitor. 
· Para a Câmara, ser cidadão brasileiro há mais de 4 anos e para o 
Senado Federal há mais de 6 anos. 
· Para o Senado Federal era necessário ter mais de 35 anos de idade. 
 Da Câmara dos Deputados 
A Câmara dos Deputados era composta de representantes do povo eleitos 
pelos Estados e pelo Distrito Federal, mediante o sufrágio direto, garantindo-se 
a representação da minoria. 
O número de Deputados era fixado por lei em proporção que não excedia de 
um por 70 mil habitantes, não devendo esse número ser inferior a 4 por Estado. 
 Do Senado Federal 
A Constituição de 1891 estabeleceu em 3 o número de Senadores por Estado 
e pelo Distrito Federal, todos eleitos pelo mesmo processo da eleição dos 
Deputados. O mandato dos Senadores eleitos durava 9 anos e a renovação do 
Senado ocorria pelo terço trienalmente. 
Naquela época, o Vice-Presidente da República ocupava o cargo de Presidente 
do Senado. Entretanto, a ele só era dado o direito de voto de qualidade 
(desempate). 
 Algumas das atribuições privativas do Congresso Nacional segundo a 
Constituição de 1891 
Autorizar o Poder Executivo a contrair empréstimos e a fazer operações de 
crédito. 
Orçar a receita, fixar a despesa federal anualmente e tomar as contas da 
receita e despesa de cada exercício financeiro. 
Autorizar o governo a declarar guerra, se não tiver lugar ou malograr-se o 
recurso do arbitramento, e a fazer a paz. 
Mudar a capital da União. 
Criar e suprimir empregos públicos federais, fixar-lhes as atribuições, estipular-
lhes os vencimentos. 
Pág. 5 - Para refletir 
 
 
Pág. 6 - O Legislativo à luz da Constituição de 1934 
 
O Legislativo à luz da Constituição de 1934 
Com a Revolução de 1930 e o fim da República Velha, chega ao Poder Getúlio 
Vargas, representante de novos atores políticos. A estrutura legal herdada da 
República Velha já não mais correspondia aos anseios do povo e, 
principalmente, das novas elites políticas. 
Esse período da história parlamentar brasileira restringe o papel exercido pela 
Casa Alta – O Senado Federal – ao determinar, conforme a CF/1934, que o 
Poder Legislativo fosse exercido pela Câmara dos Deputados com a 
colaboração do Senado Federal. 
A Lei Maior previa, ainda, que a Câmara dos Deputados fosse composta de 
representantes do povo, eleitos mediante o sistema proporcional e sufrágio 
universal, igual e direto, e de representantes eleitos pelas organizações 
profissionais na forma que a lei indicasse. 
 
Pág. 7 - Representação Classista 
De fato, essa é a grande novidade em nosso Legislativo: a existência da 
representação classista, isto é, indivíduos eleitos por sindicatos de empregados 
e de empregadores. 
O número total de Deputados era calculado da seguinte maneira: o de 
deputados representantes do povo era calculado proporcionalmente à 
população de cada Estado e do Distrito Federal, não podendo exceder de um 
por 150 mil habitantes até o máximo de vinte, e deste limite para cima, de um 
por 250 mil habitantes. Os representantes das profissões, em total equivalente 
a um quinto da representação popular. 
Frisa-se que os Deputados representantes das profissões eram eleitos, na 
forma de lei ordinária, por sufrágio indireto de associações profissionais que 
representassem as seguintes divisões: 1 – lavoura e pecuária; 2 – indústria; 3 – 
comércio e transportes; e 4 – profissões liberais e funcionários públicos. 
Essa representação profissional deveria garantir a representação igual, para as 
três primeiras categorias, de empregados e de empregadores. 
Condições de elegibilidade 
Eram elegíveis para a Câmara dos Deputados os brasileiros natos, alistados 
eleitores e maiores de 25 anos, sendo que os representantes das profissões 
deveriam, ainda, pertencer a uma associação compreendida na classe e grupo 
que os elegessem. 
 
Pág. 8 - Curiosidade 
Você sabia que ... 
A legislatura durava 4 anos? 
A Câmara dos Deputados reunia-se, anualmente, no sia 3 de maio? 
A Câmara dos Deputados funcionava durante 6 meses, podendo ser 
convocada extraordinariamente por iniciativa de um terço dos seus membros, 
pela Seção Permanente do Senado Federal ou pelo Presidente da República? 
Era extensiva aos suplentes de Deputados a imunidade prevista aos titulares 
dos cargos que não podiam ser processados criminalmente, nem presos, sem 
licença da Câmara dos Deputados, salvo no caso de flagrância em crime 
inafiançável? 
Os territórios elegiam 2 Deputados? 
Os deputados recebiam uma ajuda de custo por sessão legislativa e durante a 
mesma percebiam um subsídio pecuniário mensal? 
 
Atribuições privativas do Poder Legislativo 
· Votar anualmente o orçamento da receita e da despesa. 
· Criar e extinguir empregos públicos federais, fixar-lhes e alterar-lhes os 
vencimentos sempre. 
· Por lei especial. 
· Legislar sobre todas as matérias de competência da União. 
Extensão do direito do voto às mulheres 
Com o Código Eleitoral de 1932, as mulheres brasileiras obtiveram o direito ao 
voto. A inclusão dessa grande parcela da população representou a eliminação 
dos obstáculos existentes à universalização do voto. A grande barreira que 
persistiu foi a proibição do voto aos analfabetos, que conquistaram esse direito 
com a Constituição de 1988. 
O direito ao voto feminino em alguns países do mundo: 
· Estados Unidos (1920); 
· Grã-Bretanha (1928); 
· Portugal (1931); 
· França (1945); e 
· Suíça (1971). 
 
Pág. 9 - Para refletir 
 
 
Pág. 10 - O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1937 
O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1937 
Em 1937, Getúlio Vargas rompe com os princípios democráticos e instaura o 
período conhecido na história como Estado Novo. 
A Constituição de 1937 estabelecia, em seu art. 38, que o Poder Legislativo 
seria exercido pelo Parlamento Nacional com a colaboração do Conselho da 
Economia Nacional e do Presidente da República. O Parlamento Nacional 
colaboraria com pareceres nas matérias da sua competência consultiva, e o 
Presidente da República colaboraria com a iniciativa e sanção dos projetos de 
lei e promulgação dos decretos-leis autorizados pela própria Constituição. 
 
Pág. 11 - Parlamento Nacional 
Por sua vez, o Parlamento Nacional seria composto por duas câmaras: a 
Câmara dos Deputados e o Conselho Federal. 
Anualmente, o Parlamento Nacional se reuniria na Capital Federal na data de 3 
de maio e funcionaria por 4 meses. Qualquer prorrogação, adiamento ou 
convocação extraordinária somente se daria por iniciativa do Presidente da 
República. Cada Legislatura duraria 4 anos. 
De fato, infelizmente, esse período de nossa história parlamentar, na prática, 
transferiu todo o Poder Legislativo ao então Presidente da República, Getúlio 
Vargas, que o exercia por meio de Decretos-Lei. 
Mas os mais jovens poderiam pensar que essa “história” de Decreto-Lei é algo 
do passado, da década de 1930, algo que não nos afeta mais, não é? 
Não é assim, e a sobrevivência de legislações antigas confirma isso. 
Vivemos em um “mundo jurídico” em que algumas imposições legais (isto é, 
leis que não foram devidamente elaboradas, debatidas e votadas pelo órgão 
mais democrático de uma sociedade moderna: o Legislativo) são frutos de umavontade não democrática. Exemplo: 
Código Penal: Decreto-Lei nº 2.848/1940. 
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT: Decreto-Lei nº. 5.452/1943. 
 
Pág. 12 - Preenchimento de vagas no Parlamento 
As vagas que surgissem seriam preenchidas por eleição suplementar (no caso 
da Câmara dos Deputados) e por eleição ou nomeação, conforme o caso (em 
se tratando do Conselho Federal). 
A Constituição de 1937 previa, ainda, que em caso de manifestação contrária à 
existência ou independência da Nação ou incitamento à subversão violenta da 
ordem pública ou social, poderia qualquer das duas Casas, por maioria de 
votos, declarar vago o lugar do Deputado ou membro do Conselho Federal, 
autor da manifestação ou incitamento. 
 
Pág. 13 - Da Câmara dos Deputados 
 A Câmara dos Deputados seria composta de representantes do povo, eleitos 
mediante sufrágio indireto. Os eleitores eram os vereadores das Câmaras 
Municipais, e, em cada município, 10 cidadãos eleitos por sufrágio direto no 
mesmo ato da eleição da Câmara Municipal. 
Essa Constituição estabelecia, ainda, que o número de Deputados por Estado 
deveria ser proporcional à população e fixado por lei, não podendo ser superior 
a 10 nem inferior a 3 por Estado. 
 
Pág. 14 - Do Conselho Federal 
O Conselho Federal era composto de representantes, com mandatos de 6 
anos, dos Estados e de 10 membros nomeados pelo Presidente da República. 
Cada Estado elegeria seu representante por meio de sua Assembleia 
Legislativa. Entretanto, o Governador do Estado poderia vetar o nome 
escolhido e, neste caso, só seria definitivamente eleito se confirmada sua 
eleição por dois terços de votos da totalidade dos membros da Assembleia. 
Para ser eleito representante dos Estados era necessário ser brasileiro nato 
maior de 35 anos, alistado eleitor e que houvesse exercido, por espaço nunca 
menor de 4 anos, cargo de governo na União ou nos Estados. 
Frisa-se, ainda, que o Conselho Federal era presidido por um Ministro de 
Estado, designado pelo Presidente da República. 
 
Pág. 15 - Iniciativa das Leis 
A Constituição de 1937 previa em seu art. 64 que a iniciativa dos projetos de lei 
cabia, em princípio, ao Governo. Além disso, em todo caso, não seriam 
admitidos como objeto de deliberação projetos ou emendas de iniciativa de 
qualquer das Câmaras que versassem sobre matéria tributária ou que 
resultassem aumento de despesa. 
Ademais, a nenhum membro de qualquer das Câmaras caberia a iniciativa de 
projetos de lei. Essa iniciativa só poderia ser tomada por um terço de 
Deputados ou de membros do Conselho Federal. 
Qualquer projeto iniciado em uma das Câmaras teria suspenso o seu 
andamento se o Governo comunicasse o seu propósito de apresentar projeto 
que regulasse o mesmo assunto. 
 
Pág. 16 - Curiosidade 
Você sabia que... 
Embora a Constituição de 1937 seja reflexo de um período ditatorial, ela foi a 
que, até então, mais vislumbrou as prática plebiscitárias. As Constituições de 
1824, 1891 e 1934, em seus textos, não se referiam momento ao instrumento 
do plebiscito, tipicamente presente nos países democráticos? 
Francisco Campos, jurista e político nomeado Ministro da Justiça,foi o 
elaborador intelectual da Carta de 1937? 
Todos os partidos políticos foram dissolvidos, de acordo com o Decreto-lei n° 
37, de 2 de dezembro de 1932, e os trabalhos legislativos foram suspensos de 
10 de novembro de 1937 a 31 de janeiro de 1946? 
 
Pág. 17 - Para refletir 
 
 
 
Pág. 18 - O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1946 
Com a queda de Getúlio Vargas e o processo de redemocratização do país, 
torna-se necessária a elaboração de uma Constituição que refletisse esse novo 
período: cria-se, assim, a Constituição de 1946. 
Essa Constituição devolveu as prerrogativas inerentes ao Poder Legislativo, ao 
estabelecer, em seu artigo 37, que esse Poder fosse exercido pelo Congresso 
Nacional, composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. 
Sobre essa Constituição, o historiador Boris Fausto, na obra História do Brasil, 
comenta que: 
“No capítulo referente à cidadania, o direito e a obrigação de votar foram 
conferidos aos brasileiros alfabetizados, maiores de dezoito anos, de ambos os 
sexos. Completou-se assim, no plano dos direitos políticos, a igualdade entre 
homens e mulheres. A Constituição de 1934 determinava a obrigatoriedade do 
voto apenas para as mulheres que exercessem função pública remunerada.” 
 
Pág. 19 - Decoro Parlamentar 
Em relação ao Poder Legislativo, frisa-se que até então as constituições 
brasileiras não previam a punição dos parlamentares indisciplinados ou de 
procedimento incompatível com as suas funções. A Constituição de 1946 
previa que perderia o mandato, por 2/3 dos votos, o Deputado ou Senador cujo 
procedimento fosse reputado incompatível com o decoro parlamentar. 
 Aliomar Baleeiro e Barbosa Lima Sobrinho apontam, na obra Constituições 
Brasileiras – 1946, que já na primeira Legislatura desse período de 
redemocratização esse comando constitucional foi aplicado: 
 “Essa pena extrema foi aplicada, logo na primeira legislatura, ao Deputado E. 
Barreto Pinto, que permitia a jornais e revistas fotografá-lo de casaca e cuecas 
com uma garrafa de champanhe sob o chuveiro, além de criar repetidos 
incidentes no curso dos debates.” 
Para você se aprofundar nas relações entre participação e representação 
políticas, especificamente considerando os aspectos éticos, sugerimos a leitura 
do texto 'Para um modelo das relações entre eticidade universalista e 
sociedade política democrática no Brasil', do Professor Eurico Gonzales 
Cursino dos Santos, disponível na Biblioteca deste curso, em 'Textos 
complementares'. 
 
 Pág. 20 - Condições de elegibilidade para o Congresso Nacional 
 Ser brasileiro. 
 Estar no exercício dos direitos políticos. 
 Ser maior de 21 anos (para a Câmara dos Deputados). 
 Ser maior de 35 anos (para o Senado Federal). 
Inicia-se uma nova fase para o Parlamento, com o Congresso Nacional 
reunindo-se por um período maior de tempo no decorrer do ano: de 15 de 
março até 15 de dezembro de cada ano. 
Nessa fase surgem os primeiros partidos políticos nacionais, com programas 
ideológicos definidos que expressavam as diversas correntes de opinião 
existentes naquela época. Embora no período 1945/1964 tenha existido mais 
de uma dúzia de partidos políticos, 3 deles dominaram o cenário político: o 
Partido Social Democrático (PSD), a União Democrática Nacional (UDN) e o 
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). 
Sobre esse período, o cientista político Gláucio Ary Dillon Soares, em sua 
paradigmática obra Sociedade e Política no Brasil, expõe que: 
“A evolução do sistema político baseado na extensão da cidadania pode ser 
aquilatada a partir do crescimento da própria participação eleitoral. Esta 
evolução apresentou um grande salto quantitativo do período 1910 (quando 
tivemos a primeira eleição presidencial competitiva) para as eleições de 33-34 
quando, pela primeira vez, a relação votantes/população supera os 5% e outro 
grande salto em 1945, quando votam mais de 6 milhões de eleitores, um 
aumento de 400% sobre 1933-1934.” 
Pág. 21 - Curiosidade 
Você sabia que pela Constituição de 1946... 
Cada legislatura durava 4 anos? 
Os Deputados e senadores recebiam anualmente igual subsídio e ajuda de 
custo. Esse subsídio era dividido em duas partes: uma fixa, que se pegava no 
decurso do ano, e outra variável, correspondente ao comparecimento? 
O Deputado ou Senador investido na função de Ministro de Estado, inventor 
federal ou secretário de Estado não perdia o respectivo mandato. Nesses 
casos, convocava-se o respectivo suplente? 
Cada Territórioera representado por 1 Deputado? 
 
Poder Legislativo 
 
A CF/1946 determinava, em seu art. 37, que o Poder Legislativo fosse exercido 
pelo Congresso Nacional, composto da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal. 
Câmara dos Deputados 
Era composta de representantes do povo eleitos segundo o sistema de 
representação proporcional pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos 
Territórios. 
O número de Deputados seria fixado por lei, em proporção que não excedesse 
um para cada 150 mil habitantes até 20 Deputados, e, além desse limite, um 
para cada 250 mil habitantes. 
O número mínimo de Deputados por Estado e pelo Distrito Federal era de 7 
parlamentares. 
Senado Federal 
O Senado Federal era composto de representantes dos Estados e do Distrito 
Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. 
Cada Estado e o Distrito Federal elegiam 3 Senadores para mandato de 8 
anos. 
A representação de cada Estado e a do Distrito Federal renovar-se-ia de 4 em 
4 anos, alternadamente, por um e por dois terços. 
O Senador seria substituído ou sucedido pelo suplente com ele eleito. 
O Vice-Presidente da República exercia a função de Presidente do Senado 
Federal, onde só teria voto de qualidade. 
Iniciativa das Leis 
O artigo 67 da Constituição de 1946 estabelecia que a iniciativa das leis, 
ressalvados os casos de competência exclusiva, caberia ao Presidente da 
República e a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal. 
Pág. 22 - Para refletir 
 
 
Pág. 23 - O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1967 
 
Com o Golpe militar de 1964, tivemos um refluxo em nossa história 
democrática. Nesse período de exceção, os militares outorgam ao povo 
brasileiro a Constituição de 1967, feita sem a aprovação de uma assembleia 
constituinte. Essa Constituição foi substancialmente modificada em 1969 por 
meio de um decreto-lei baixado pela junta militar que governou durante o 
impedimento, por motivo de saúde, do então presidente General Costa e Silva. 
Pág. 24 - Reuniões e Condições de elegibilidade 
CF/67 determinava que o Poder Legislativo fosse exercido pelo Congresso 
Nacional, composto da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
As reuniões do Congresso Nacional eram marcadas para ocorrerem, 
anualmente, na Capital da União, de 1º de março a 30 de junho e de 1º agosto 
a 30 de novembro. No caso das reuniões extraordinárias, a convocação 
poderia ser feita por um terço dos membros de qualquer de suas Câmaras ou 
pelo Presidente da República. 
Condições de elegibilidade 
· Ser brasileiro nato. 
· Estar no exercício dos direitos políticos. 
· Ser maior de 21 anos para a Câmara dos Deputados e 35 anos para o 
Senado. 
Página 25 - Reunião Conjunta 
A CF/1964 previa que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal se 
reunissem em sessão conjunta para: 
· inaugurar a sessão legislativa; 
· elaborar o Regimento Comum; 
· receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da 
República; 
· deliberar sobre veto; 
· atender aos demais casos previstos naquela Constituição. 
O art. 33 da CF/64 estabelecia que, salvo disposição constitucional em 
contrário, as deliberações de cada Câmara serão tomadas por maioria de 
votos, presente a maioria de seus membros. 
 
Pág. 26 - Da Câmara dos Deputados e do Senado Federal 
Da Câmara dos Deputados 
A Câmara dos Deputados era composta por representantes do povo, eleitos 
por voto direto e secreto, em cada Estado e Território. 
Cabia privativamente à Câmara dos Deputados declarar, por 2/3 dos seus 
membros, a procedência de acusação contra o Presidente da República e os 
Ministros de Estado. 
 
Do Senado Federal 
O Senado Federal era composto de representantes dos Estados, eleitos pelo 
voto direto e secreto, segundo o princípio majoritário. Cada Estado elegia 3 
Senadores, com mandato de 8 anos, renovando-se a representação de 4 em 4 
anos, alternadamente, por um e por dois terços. 
Competia privativamente ao Senado Federal julgar o Presidente da República e 
os Ministros de Estado, havendo conexão, nos crimes de responsabilidade. 
 
Pág. 27 - Curiosidade 
Você sabia que pela Constituição de 1967... 
Cada Legislatura durava 4 anos? 
O número de Deputados era fixado por lei, na proporção em que excedesse de 
uma para cada 300 mil habitantes até o numero de 25 Deputados, e, além 
desse limite, um para cada milhão de habitantes? 
Era de 7 o número mínimo de Deputados por Estado? 
Cada território teria 1 deputado? 
 
O Legislativo no âmbito da ditadura militar 
Esse período da história nacional foi marcado pela existência de duas 
agremiações políticas que atuavam no Parlamento: a Aliança Renovadora 
Nacional (ARENA), de base governista, e o Movimento Democrático Brasileiro 
(MDB), que agrupava as correntes de oposição - diga-se de passagem, uma 
“oposição consentida”. 
 
Pág. 28 - Para refletir 
 
 
 
O Poder Legislativo 
Módulo III – O Legislativo hoje em dia 
Unidade 1 – O Congresso Nacional 
 
A Constituição de 1988, popularmente conhecida como “Constituição Cidadã” 
em razão dos diversos direitos de cidadania nela incorporados, estabeleceu, 
em seu art. 2º, que os Poderes da união, independentes e harmônicos entre si, 
são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Pág. 2 - Três níveis de Poder 
O Legislativo, objeto deste nosso curso, encontra-se presente nos três níveis 
de Poder existentes no Brasil: federal (Câmara dos Deputados e Senado 
Federal), estadual (nos Estados, as Assembleias Legislativas, e, no Distrito 
Federal, a Câmara Legislativa do Distrito Federal) e municipal (as Câmaras de 
Vereadores). 
Como já salientado anteriormente, este nosso estudo restringe-se ao Poder 
Legislativo no âmbito federal, que é exercido pelo Congresso Nacional, 
composto pela Câmara dos Deputados e Senado Federal (art. 44 da CF/88). 
 
Temos então: 
 
 
Pág. 3 - Funcionamento do Congresso Nacional 
O Congresso Nacional reúne-se, anualmente, na Capital Federal, de 2 de 
fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. 
Quando as datas acima recaírem nos sábados, domingos ou feriados, as 
reuniões são transferidas para o primeiro dia útil subsequente. 
Além disso, a sessão legislativa não será interrompida, em 17 de julho, caso 
não se aprove o projeto de lei de diretrizes orçamentárias. 
Além de outros casos previstos na Constituição Federal, a Câmara dos 
Deputados e o Senado Federal reúnem-se em sessão conjunta para: 
 inaugurar a sessão legislativa; 
 elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às 
duas Casas; 
 receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da 
República; 
 conhecer do veto e sobre ele deliberar; 
 discutir e votar o orçamento; 
 delegar ao Presidente da República poderes para legislar; 
 promulgar emendas à Constituição. 
Caso você, estudante, tenha interesse em se aprofundar na temática sobre as 
relações entre representação política e participação popular, sugerimos a 
leitura do artigo 'Representação e participação no Parlamento' do Professor 
Fernando Sabóia Vieira, disponível na Biblioteca deste curso, em 'Textos 
complementares'. 
 
 Pág. 4 - Como se compõe a Mesa do Congresso Nacional? 
 
A Constituição determina que a Mesa do Congresso Nacional seja presidida 
pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos exercidos, 
alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos 
Deputados e no Senado Federal. 
 Complicado? 
Não é! 
Para compreendermos a composição da Mesa do Congresso Nacional, 
precisamos vislumbrar a composição das Mesas Diretoras das duas Casas 
Legislativas,a saber: 
 Mesa do Senado Federal 
 Mesa da Câmara dos Deputados 
 Mesa do Congresso Nacional 
 Presidente 
 Presidente 
 Presidente (do Senado) 
 1º Vice-Presidente 
 1º Vice-Presidente 
 1º Vice-Presidente (da Câmara) 
 2º Vice-Presidente 
 2º Vice-Presidente 
 2º Vice-Presidente (do Senado) 
 1º Secretário 
 1º Secretário 
 1º Secretário (da Câmara) 
 2º Secretário 
 2º Secretário 
 2º Secretário (do Senado) 
 3º Secretário 
 3º Secretário 
 3º Secretário (da Câmara) 
 4º Secretário 
 4º Secretário 
 4º Secretário (do Senado) 
 
Pág. 5 - Convocação 
Todos já devem ter visto na televisão ou lido nos jornais que “o Congresso 
Nacional foi convocado extraordinariamente” para aprovar essa ou aquela 
matéria, não é? 
Mas quem convoca? E em quais casos? Quais os assuntos que são objetos de 
deliberação? 
O Presidente do Senado Federal convoca extraordinariamente o Congresso 
Nacional nos seguintes casos: decretação de estado de defesa ou de 
intervenção federal; pedido de autorização para a decretação de estado de 
sítio; compromisso e posse do Presidente e Vice-Presidente da República. 
O Presidente da República, os Presidentes da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal e a maioria dos membros de ambas as Casas, por meio de 
requerimento, convocam extraordinariamente o Congresso Nacional nos 
seguintes casos: de urgência ou interesse público relevante (em todas as 
hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das 
Casas do Congresso Nacional). 
Nessas convocações extraordinárias, o Congresso Nacional somente delibera 
sobre a matéria para a qual foi convocado, e havendo medidas provisórias em 
vigor na data da convocação extraordinária, serão elas automaticamente 
incluídas em sua pauta. 
 
Pág. 6 - Curiosidade 
Você sabia que segundo a Constituição atual... 
A legislatura dura 4 anos? 
O quórum necessário para as deliberações de cada Casa e de suas 
respectivas comissões é o da maioria dos votos, presente a maioria absoluta 
seus membros? 
Cada território elege 4 deputados? 
O mandato de senador da República dura 8 anos? 
 
 Pág. 7 - Quais são as atribuições do Congresso Nacional? 
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 48, estabeleceu que compete ao 
Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre 
todas as matérias de competência da União. 
 
Outras matérias, conforme previsto no art. 49 da Constituição, são de 
competência exclusiva do Congresso Nacional, isto é, após aprovadas não irão 
se submeter ao veto ou sanção presidencial – por exemplo: autorizar o 
Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que 
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam 
temporariamente (ressalvados os casos previstos em lei complementar); sustar 
os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar 
ou dos limites de delegação legislativa; mudar temporariamente sua sede; 
escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União; autorizar 
referendo e convocar plebiscito, e outras matérias assemelhadas. 
 
Pág. 8 - O Legislativo e sua função fiscalizatória 
 A Câmara dos Deputados, o Senado Federal e suas respectivas Comissões 
podem convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos 
diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, 
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado. A 
ausência, sem justificativa adequada, importa crime de responsabilidade. 
Além disso, as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal podem 
encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a 
qualquer das autoridades citadas anteriormente, importando em crime de 
responsabilidade a recusa, ou o não atendimento no prazo de 30 dias, bem 
como a prestação de informações falsas. 
 
Pág. 9 - Função Fiscalizadora 
Embora a elaboração de leis seja uma função fundamental de qualquer 
parlamento, ela não é a única atribuição dos modernos legislativos. Outra tão 
importante quanto a de elaborar as leis é a função fiscalizadora exercida pelo 
Legislativo. 
As Casas legislativas do Congresso Nacional – Câmara dos Deputados e 
Senado Federal – contam com instrumentos, previstos tanto na Constituição 
Federal como nos respectivos regimentos internos, que permitem aos 
parlamentares ou às comissões exercerem a fiscalização dos atos do Poder 
Executivo. 
Entre esses instrumentos, destacam-se: 
· as Comissões Parlamentares de Inquérito – CPIs; 
· os Requerimentos de Informações, que podem ser solicitados a todo e 
qualquer titular de órgão diretamente subordinado à Presidência da 
República, entre os quais os Ministros de Estado; 
· os Requerimentos de Convocação de Ministros de Estado e de titulares 
de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República. 
Vídeo 1/3 
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Tdy_UCfRPeY 
Vídeo 2/3 
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=PM9IXkPq25o 
Vídeo 3/3 
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Lq5Lkb7oM5A 
 
Unidade 2 – O Senado Federal 
 
O Senado Federal é composto, conforme o art. 46 da CF/88, de representantes 
dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. 
Cada Estado e o Distrito Federal elegem 3 Senadores, cada um com dois 
suplentes, com mandato de 8 anos. 
 A representação de cada Estado e do Distrito Federal é renovada de quatro 
em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. 
Frisa-se, então, que o mandato dos Senadores da República corresponde ao 
período de 2 Legislaturas (cada Legislatura dura 4 anos). 
Parece complicado, não é? 
Vamos, então, descomplicar as informações acima! 
 
Pág. 2 - Eleições para o Senado Federal 
O Brasil, atualmente, é formado por 27 unidades federativas (26 Estados e o 
Distrito Federal). Em cada uma delas há, de quatro em quatro anos, eleições 
para o Senado Federal. 
Temos então: 
27 unidades federativas x 3 Senadores = 81 Senadores (o total de Senadores 
que compõe o Senado Federal). 
Entretanto, esses 3 Senadores não são eleitos de uma vez só! Em uma eleição 
são eleitos 2 Senadores e na eleição seguinte apenas 1 Senador, e assim 
sucessivamente. 
Como exemplo, observe o número de Senadores eleitos nas últimas eleições 
em cada Estado e no Distrito Federal: 
 
 
 
Pág. 3 - Matérias de competência privativa do Senado Federal 
Alguns assuntos de grande importância para o Brasil são discutidos e votados 
apenas no âmbito do Senado Federal, ou seja, não são nem objeto de votação 
na Câmara dos Deputados, nem sofrem a sanção ou o veto presidencial. 
Mas quais são essas matérias de competência privativa do Senado Federal? 
São várias. Como exemplo, cabe privativamente ao Senado Federal processar 
e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de 
responsabilidade. 
Além disso, o Senado Federal também processa e julga os Ministros do 
Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do 
Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o 
Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade. 
As competências privativas do Senado Federal não se restringem a processar 
e julgar ilustres autoridades públicas. Cabe a essa Casa Legislativa também 
aprovar previamente, por voto secreto (após arguição pública), a escolha de 
diversos ocupantes de importantes cargos públicos, como por exemplo os 
Ministros do Tribunal de Contas da União que sejam indicados pelo Presidente 
da República. 
Unidade 3 – A Câmara dosDeputados 
A Câmara dos Deputados, conforme o art. 45 da CF/88, é composta de 
representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, 
em cada Território e no Distrito Federal. 
O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo 
Distrito Federal, é estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à 
população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às 
eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de 
8 ou mais de 70 Deputados. 
Sabemos que, atualmente, não existem territórios em nosso País. Não 
obstante, caso futuramente se crie algum Território, a própria Constituição 
Federal já determina que ele seja representado por 4 parlamentares na 
Câmara dos Deputados. 
 
Assim como há assuntos de competência privativa do Senado Federal, há 
também determinadas matérias que são deliberadas e votadas privativamente 
pela Câmara dos Deputados. 
É a Câmara dos Deputados que autoriza, por 2/3 de seus membros, a 
instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República. 
Além disso, caso o Presidente da República não preste contas ao Congresso 
Nacional dentro do prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa, 
cabe privativamente à Câmara dos Deputados proceder a essa tomada de 
contas. 
 
Pág. 2 - Curiosidade 
Você sabia que... 
os Deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de 
suas opiniões, palavras e votos? 
Desde a expedição do diploma, os Deputados e Senadores são submetidos a 
julgamento somente perante o Supremo Tribunal federal? 
Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não 
podem ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável (neste caso, os 
autos são remetidos, dentro de 24 horas, à respectiva Casa, para que, pelo 
voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão)? 
Os Deputados e Senadores não são obrigados a testemunhar sobre 
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem 
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações? 
As imunidades de Deputados ou Senadores subsistem durante período de 
estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos 
membros da respectiva Casa, nos casos de atos praticados fora do recinto do 
Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida? 
 
Para compreender os desafios enfrentados pela atual conjuntura político-
partidária brasileira, sugerimos o texto 'Reforma política: desenho de um 
debate', do Professor Caetano Araújo, disponível na Biblioteca deste 
curso, em 'Textos complementares'. 
 
 
O Poder Legislativo 
Módulo IV – O Legislativo e suas relações institucionais 
 
Unidade 1 – O Congresso Nacional e o Governo Federal 
No Brasil, o Poder Executivo é exercido, na esfera federal, pelo Presidente da 
República, que governa com o auxílio dos Ministros de Estado. 
 Entre as diversas atribuições desse Poder, destacamos o fundamental papel 
que ele exerce na formulação e confecção das políticas orçamentárias (o Plano 
Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o orçamento anual e os créditos 
adicionais). 
Para compreender melhor as coalizões governativas, sugerimos o texto 'Notas 
sobre coalizões políticas e democracia: diz-me com quem andas...', de Fátima 
Anastasia e Magna Inácio, disponível na Biblioteca deste curso, em 'Textos 
complementares'. 
Pág. 2 - Competência exclusiva do Presidente da República 
Além da prerrogativa de apresentar os projetos de lei relativos ao orçamento, o 
Presidente da República detém competência exclusiva para iniciar o processo 
legislativo em diversos outros assuntos, como por exemplo nos projetos que 
tratam: 
· da fixação ou modificação dos efetivos das Forças Armadas; 
· da criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração 
direta e autárquica ou aumento de sua remuneração; 
· da organização administrativa e judiciária, matéria tributária e 
orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos 
Territórios; 
· dos servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, 
provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; 
· da organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, 
bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da 
Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. 
Além disso, cabe ao Poder Executivo vetar no todo ou em parte os projetos 
aprovados pelo Poder Legislativo. 
 
Unidade 2 – O Congresso Nacional e a sociedade civil 
 
O Congresso Nacional é uma Casa viva, pulsante e extremamente 
diversificada. 
A frase acima surpreende muita gente que acredita que o Parlamento seja um 
espaço público dissociado da realidade social. Muitos, erroneamente, 
imaginam um Parlamento descolado das questões sociais, dos conflitos, dos 
dilemas e dos problemas que ocupam as capas de jornais e as discussões 
entre familiares e amigos. 
 Na verdade, o Parlamento é o lugar por excelência do convívio, nem sempre 
harmônico, entre, de um lado, os representantes eleitos, e de outro, os 
eleitores, as organizações da sociedade civil, os partidos políticos, as 
associações e demais organizações que diariamente ocupam o espaço do 
Congresso Nacional trazendo suas demandas, apresentando suas 
necessidades e expondo suas ideias sobre todo e qualquer assunto da agenda 
política e social. 
 
Pág. 2 - Convívio 
Na verdade, o Parlamento é o lugar por excelência do convívio, nem sempre 
harmônico, entre, de um lado, os representantes eleitos, e de outro, os 
eleitores, as organizações da sociedade civil, os partidos políticos, as 
associações e demais organizações que diariamente ocupam o espaço do 
Congresso Nacional trazendo suas demandas, apresentando suas 
necessidades e expondo suas ideias sobre todo e qualquer assunto da agenda 
política e social. 
 De fato, a nossa democracia só será plena e ampla se garantirmos a atuação 
livre, autônoma e plural da sociedade civil organizada. 
 
Pág. 3 - Crise 
 
Se observarmos durante alguns dias a movimentação existente nas diversas 
comissões temáticas de qualquer uma das Casas do Congresso Nacional, ou 
mesmo nos próprios Gabinetes Parlamentares, perceberemos nitidamente que 
o Parlamento se constrói e se reorganiza substancialmente em torno de 
diversas demandas que esses atores sociais lançam diariamente na agenda 
política de nosso País. 
Alguns estudos acadêmicos ressaltam que vivemos em um período de crise da 
representação política, crise de legitimidade das instituições representativas e, 
consequentemente, do próprio significado do Parlamento. 
De fato, infelizmente, um número significativo de cidadãos apenas cumpre, de 
quatro em quatro anos, o papel obrigatório do voto, esquecendo-se de 
acompanhar o desempenho de seu parlamentar e de cobrar dele as ações e 
atitudes para as quais foi eleito. 
 
Pág. 4 - A realidade 
Como consequência, a imagem que se tem de alguns políticos – no caso, de 
alguns parlamentares – é de que eles se “preocupam” com os eleitores, com a 
população de seu Estado, região ou até mesmo sua cidade, apenas nos 
períodos eleitorais, momento em que são postos à prova novamente. 
 
Entretanto, essa é uma leitura superficial da realidade. O Congresso Nacional – 
e suas Casas, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados – é um espaço 
público de intenso trabalho, onde centenas, ou milhares, de pessoas, 
sindicatos, associações, Organizações Não Governamentais (ONGs), 
entidades de trabalhadores e de empregadores, apresentam, diariamente, suas 
demandas, seus anseios e seus interesses. 
E essas demandas são,sim, ouvidas, absorvidas e respondidas! 
Quer ver um exemplo atual e de grande repercussão na sociedade? 
 
Pág. 5 - Ficha Limpa e Lei Maria da Penha 
A Lei Complementar nº 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) é exemplar. Ela surgiu 
da iniciativa da sociedade civil a partir da coleta de mais de 1 milhão de 
assinaturas em seu favor. 
Outro exemplo paradigmático da atuação da sociedade civil – e logo, da 
realidade social – na atuação parlamentar pode ser vista com a aprovação da 
Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). 
O projeto inicial foi elaborado por um grupo interministerial, a partir da demanda 
de organizações que formalizaram uma denúncia à Comissão Interamericana 
de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que o 
encaminhou à análise do Congresso Nacional. 
No Parlamento, essa proposta foi transformada em Projeto de Lei, sendo 
debatida em diversas audiências públicas com a presença de inúmeras 
entidades da sociedade civil. 
Em 7 de agosto de 2006, essa Lei, que previa mecanismos para coibir a 
violência no âmbito das relações familiares, foi sancionada pelo Presidente da 
República. 
 
Pág. 6 - Código Florestal 
Outro exemplo clássico da participação da sociedade civil temos com a 
discussão atual do novo Código Florestal, em tramitação no Congresso desde 
1999, que, embora seja uma iniciativa tecnicamente parlamentar, envolve 
profundamente diversos segmentos da sociedade civil organizada, que 
defendem ou não a sua aprovação. 
O importante, com esses poucos exemplos, é constatarmos que todo e 
qualquer assunto debatido no âmbito do Legislativo nacional não passa 
despercebido. Esses temas agregaram ao seu redor uma parcela significativa 
de nosso povo. 
 
Pág. 7 - Democracia 
O nome disso é democracia. O Legislativo, enquanto instituição fundamental 
nas atuais democracias modernas, é, críticas à parte, uma instituição 
fundamental para a nossa sociedade. 
Precisamos, sem dúvida, melhorá-lo a cada dia. Como tudo na vida, seja nossa 
casa, nossas relações com os vizinhos, amigos, colegas de trabalho, seja com 
a forma de lidarmos e respeitarmos os bens e recursos públicos. 
Talvez, tanto como aprimorarmos o Poder Legislativo – incluído aí o seu (e o 
nosso) papel – precisamos, também, nos imbuir do papel de cidadão ativo, não 
é? 
E, nesse sentido, as Casas Legislativas do Congresso Nacional, hoje em dia, 
possuem diversos canais de comunicação com os cidadãos de todas as partes 
do país. Listamos, a seguir, algumas delas: 
 
Na Câmara dos Deputados: 
· Conheça os Deputados Federais acessando: 
http://www2.camara.gov.br/deputados/pesquisa 
· Fiscalize o orçamento acessando: 
http://www2.camara.gov.br/atividade-legislativa/orcamentobrasil/fiscalize 
· Entre em contato com a Ouvidoria Parlamentar acessando: 
http://www2.camara.gov.br/a-camara/ouvidoria 
· Encaminhe sua proposta para a Comissão de Legislação Participativa 
acessando: 
http://www2.camara.gov.br/participe/sua-proposta-pode-virar-lei 
 
No Senado Federal: 
· Conheça os Senadores acessando: 
http://www.senado.gov.br/senadores/ 
· Fiscalize o orçamento acessando: 
http://www9.senado.gov.br/portal/page/portal/orcamento_senado 
· Entre em contato com a Ouvidoria do Senado acessando: 
http://www.senado.gov.br/senado/ouvidoria/ 
· Conheça o Portal da Transparência do Senado Federal acessando: 
http://www.senado.gov.br/transparencia/ 
 
Vídeo 
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=iuwsD_4DzUU

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