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Agências controladoras

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INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE PORTO VELHO ILES/ULBRA
RAÍSSA RODRIGUES DE MEDEIROS
Agências controladoras
Porto Velho
2016
Agências controladoras
As agências controladoras são como um grupo organizado, elas exercem uma função de controle manipulando os grupos de pessoas que elas comandam, influenciando no comportamento humano, as principais agências controladoras são: governo, religião, psicoterapia, economia, educação e cultura.
Governo e lei
	O governo utiliza seu poder para punir, sendo que a tarefa de empregar esta punição é atribuída a polícia e aos militares, os quais se utilizam principalmente de força física.
	 Uma das técnicas utilizadas pelo governo é classificar os comportamentos certo e errados a partir da lei como “legais” ou “ilegais”, ou seja, ele busca defender seus interesses definindo tudo o que traga ameaças como “errado”, e com a convicção de que isto tenha ocorrido usa o seu poder para punir e manter a paz.
	A utilização de algumas punições governamentais se trata de remover os reforços positivos como confiscar a propriedade de alguém e retirar sua liberdade, por exemplo. É improvável que, como o efeito oposto ao do reforço, haja um enfraquecimento direto. No lugar disso são produzidos estímulos aversivos condicionados, dos quais um efeito lembra o “sentimento de vergonha” do controle do grupo. Quando isto resulta da punição governamental, o termo mais comumente usado é “culpa”. O processo provê o reforço automático de respostas que são incompatíveis com o comportamento ilegal. Então, como o efeito líquido do controle governamental, o comportamento ilegal vem a gerar estímulos aversivos que fazem o indivíduo “sentir-se culpado” e que provêm o reforço positivo automático de se comportar de maneira legal.
	Em geral, uma técnica controladora associada com uma ênfase na punição é o estabelecimento do comportamento obediente. Isto com frequência é uma característica do controle pessoal - por exemplo, na relação entre pais e filhos. É visto como um subproduto de técnicas auxiliares no campo da educação quando se ensina ao aluno a obediência ao professor. Além disso, é um produto principal do controle governamental. O indivíduo controlado é obediente aos mandamentos da agência e se comporta de acordo com seus procedimentos controladores, mas há uma forma especial de obediência na qual uma resposta particular é colocada sob o controle de um comando verbal, através do qual possui duas funções: especifica o comportamento a ser posto em prática, e gera uma condição aversiva da qual apenas aquele comportamento poderá proporcionar uma fuga.
Lei
	De maneira geral, a lei tem dois aspectos importantes. Em primeiro lugar, especifica o comportamento. Este comportamento muitas vezes não é descrito topograficamente, mas em termos de seu efeito sobre outros - efeito que é objeto do controle governamental. Quando nos dizem, por exemplo, que um indivíduo “cometeu perjúrio” não nos relatam o que ele realmente disse. “Roubo” e “assalto” não se referem a formas específicas de resposta. Só se menciona as propriedades do comportamento que são aversivas a outros - no perjúrio, a falta da correspondência costumeira entre uma resposta verbal e certas circunstâncias de fato, no roubo a remoção de reforçadores positivos, e no assalto o caráter aversivo da injúria física.
	A lei é um enunciado de uma contingência de reforço que se mantém através de uma agência governamental. Sendo assim, as leis podem representar uma contingência que tenha prevalecido como prática controladora, um novo procedimento que entra em vigor para controlar um comportamento por meio do estabelecimento de consequências aversivas.
	De acordo com o ponto de vista moderno que é de data surpreendentemente recente, aceita o fato de que o governo e a lei dependem das circunstâncias de uma dada cultura ou época. Reconhece o fato de que há uma lei inglesa, uma lei francesa, uma lei chinesa, uma lei do século XVI, uma lei do século XX, e assim por diante. O jurista e o legislador modernos com maior probabilidade interpretarão procedimentos governamentais e legais em termos de seus efeitos correntes sobre o indivíduo e o Estado. Como resultado desta mudança, a observação do comportamento já não fica limitada por pronunciamentos autoritários, e um estudo científico não está sob a obrigação de justificar um dado conjunto de práticas. Permanece, entretanto, uma grande
discrepância entre concepções científicas e legais do comportamento humano. Na tradição que resultou nas leis inglesas e norte-americanas modernas, o homem era encarado como uma criatura “responsável” que havia nascido ou adquirido rapidamente um “conhecimento do certo e do errado”. Assegurava-se que era “responsável” por suas ações, e se violasse a lei, considerava- se justo que fosse punido. Explicava-se a punição de diferentes modos, dependendo da fonte de poder do governo.
	 Sabe-se que a responsabilidade dos cidadãos normais ou legalmente sãos tem certos limites. Esta é novamente a questão da eficiência dos controles governamentais. Às vezes o comportamento ilegal não é punido, ou o é menos severamente, por ter sido cometido “no calor da paixão”, ou em obediência a um “impulso irresistível”, ou “sob circunstâncias atenuantes”. No ponto de vista tradicional o indivíduo não é responsável por suas ações sob essas circunstâncias. Nos termos presentes podemos dizer simplesmente que certas técnicas de controle governamental são reconhecidamente ineficientes em competição com fortes variáveis emocionais ou motivacionais.
	O governo manipula as variáveis que alteram o comportamento do governado e se define em termos de seu poder de assim fazer. A mudança no comportamento do governado provê de volta um reforço ao governo, explicando a continuação de sua função. Quando o homem forte coage outros a se deixarem controlar no seu interesse, seu poder total aumenta. Quando um governo usa força para adquirir riquezas, poderá também exercer controle econômico.
	
Religião
	
	Um protótipo de controle religioso se origina quando se usam contingências raras ou acidentais para controlar o comportamento de outros. Por exemplo, podemos censurar alguém por um evento infeliz que não foi realmente resultado de seu comportamento, embora a relação temporal tenha sido tal que possa ser enunciada uma contingência. “Se você não tivesse desperdiçado o tempo com futilidades, teríamos partido mais cedo, e o acidente nunca teria acontecido. ” Censuramo-lo para alterar seu comportamento futuro - para diminuir a probabilidade de que perca tempo, e conseguimos isso convertendo um evento não relacionado em uma eficiente consequência punitiva através de certos processos verbais. Usamos o evento como uma punição, mesmo que realmente não tenhamos arranjado a contingência. Daí, é apenas um pequeno passo até a alegação de que se tem habilidade para arranjar essas contingências.
	O controle que define uma agência religiosa no sentido mais restrito se deriva de uma apregoada conexão com o sobrenatural, através da qual a agência arranja ou altera certas contingências que acarretam boa ou má sorte no futuro imediato, ou bênção eterna ou danação na vida por vir. Essa agência controladora se compõe daqueles que são capazes de estabelecer sua reivindicação do poder de intervir sobrenaturalmente.
	A religião age como uma extensão do controle do grupo governamental. Ela classifica o comportamento não somente como “legal” ou “ilegal”, mas como “moral” ou “imoral” ou “virtuoso” e “pecaminoso”. Os conceitos de céu e inferno são usados respectivamente como reforço positivo ou recompensa e estímulo aversivo ou punição.	
	O poder conseguido pela agência religiosa depende de quão eficientemente certos reforçadores verbais são condicionados - particularmente a promessa do Céu e a ameaça do Inferno. A educação religiosa contribui para esse poder emparelhando os termos com vários reforçadores condicionados e incondicionados que essencialmentesão aqueles à disposição do grupo ético e das agências governamentais. A relação entre a agência e os fiéis, ou entre Deus e o homem, com frequência toma-se mais eficiente sendo caracterizada como relação tão mundana familiar como a existente entre o pai e seus filhos, um rei e seus vassalos, ou um comandante militar e seus homens - novamente as contingências reforçadoras primárias não diferem grandemente das usadas no controle ético e governamental.
	No momento em que se condiciona um indivíduo através de procedimentos éticos e religiosos para “evitar a tentação” - para eliminar estímulos que de outra forma conduziriam ao comportamento errado ou pecaminoso - seus esforços podem ser tão extensos que afetem também outras pessoas. Freud chamou o resultado de “formação de reação”. Se o comportamento do indivíduo nesse respeito se assemelha ao controle religioso, ele pode simplesmente se juntar à agência. É reforçado por servir como agente religioso pelo efeito sobre seu próprio comportamento.
	Uma agência sempre opera dentro de certos limites. A agência religiosa pode entrar em conflito com outras agências religiosas que tentam controlar as mesmas pessoas ou com agências governamentais que têm programa diferente de controle.
	O procedimento religioso é justificado através da Teologia. Um procedimento particular pode ser recomendado porque eleva ao máximo entidades como a salvação, ou a glória de Deus. Essas justificações presumivelmente estão além do domínio da ciência. Uma análise das técnicas nos permite explicar o comportamento do controlador e do controlado sem levantar a questão de qualquer efeito final.
Psicoterapia
	Quando o controle exercido por algumas agências controladoras se torna excessivo, são encontrados subprodutos que podem ser prejudiciais tanto para o grupo quanto para o indivíduo: fuga, revolta e resistência passiva.
	Na Psicoterapia, os subprodutos do controle podem incapacitar os indivíduos, sendo perigosos também para os outros, tornando o indivíduo inútil ao grupo, eles são: o medo, a ansiedade, ira e raiva e depressão.
	No emprego do controle por meio de punição, ocorrem efeitos imprevistos sobre o comportamento operante. Com o intuito de evitar a autoestimulação aversiva que finalmente prova ser ineficaz, incômoda ou perigosa, ocasionando o vício em drogas como forma de fuga, comportamento excessivamente vigoroso, comportamento excessivamente restrito, controle por estímulos deficientes autoconhecimento deficiente e autoestimulação aversiva.
	A partir do momento em que o comportamento se torna inconveniente ou perigoso para o próprio indivíduo, ou para os outros, muitas vezes requer “tratamento”. 
A Psicoterapia representa uma agência especial que se preocupa com esse problema. Não é uma agência organizada, como o governo ou a religião, mas uma profissão, cujos membros observam procedimentos mais ou menos padronizados. A Psicoterapia já se tomou uma fonte de controle importante na vida de muitas pessoas, e, portanto, alguma explicação se faz necessária, na qual o psicoterapeuta deve fazer o diagnóstico, a terapia e a audiência não-punitiva.
No controle religioso e governamental a punição gera mudanças de comportamento, os quais a Psicoterapia se destina a reverter, isso gera uma certa oposição entre eles.
Por meio da Psicoterapia, constata-se facilmente o que está errado com o indivíduo que apresenta esses subprodutos da punição. Uma determinada história pessoal produziu um organismo cujo comportamento é desvantajoso ou perigoso. Em que sentido é desvantajoso ou perigoso, deve ser especificado em cada caso, notando-se as consequências tanto para o próprio indivíduo quanto para os outros. A tarefa do terapeuta é completar uma história pessoal de tal modo que o comportamento já não tenha essas características.
Existem muitos outros modos pelos quais o comportamento que necessita de remédio pode ser corrigido. Quando a dificuldade não pode ser atribuída ao uso excessivo da punição ou a outras circunstâncias aversivas na história do indivíduo, devem ser desenvolvidas técnicas terapêuticas diferentes. Há o caso inverso, por exemplo, no qual o controle ético, governamental ou religioso foi inadequado. O indivíduo pode não ter estado em contato com os agentes controladores, pode ter se mudado para uma cultura diferente em que seu treinamento anterior é inadequado, ou talvez não esteja facilmente acessível ao controle. A terapia consistirá então no fornecimento de variáveis controladoras adicionais. Quando o indivíduo estiver inteiramente fora de controle, não será fácil achar técnicas terapêuticas eficientes. Neste caso se diz que o indivíduo é psicótico.
Em certos estágios da Psicoterapia o terapeuta pode ganhar um grau de controle que é mais poderoso que o de muitos agentes religiosos ou governamentais. Há sempre a possibilidade, como em qualquer agência controladora, de que o controle seja exorbitado. O contracontrole que desencoraja o abuso do poder é representado pelos padrões éticos e procedimentos da profissão organizada de psicoterapeuta.
Controle econômico
	
	De maneira geral,	a economia faz o uso do reforço positivo no controle prático do comportamento, consiste na apresentação de alimento, roupas, proteção e outras coisas que denominamos “bens”. A Etimologia é significativa. Da mesma forma que o comportamento do indivíduo que é positivamente reforçado pelo grupo; os “bens” são bons no sentido de serem positivamente reforçadores.
	Para controlar o indivíduo economicamente, induz-se um indivíduo a realizar um trabalho através de reforço com dinheiro ou bens. O controlador toma o pagamento de um salário contingente à execução do trabalho. Na prática, entretanto, o processo raramente é assim tão simples. Quando damos uma propina ou pagamos pela realização de um pequeno serviço, dessa forma aumentando a probabilidade da execução de um serviço semelhante no futuro, não estamos longe do estudo de laboratório do comportamento operante. O comportamento ocorreu e foi reforçado por suas consequências. Isso também é aproximadamente verdade quando se é empregado permanente.
	Quando se paga em termos do número de unidades de trabalho completadas, o esquema é essencialmente o de razão fixa. Na indústria é geralmente conhecido como pagamento por peça. O mesmo princípio se aplica à comissão nas vendas, ao artífice que faz e vende um produto padronizado, ao escritor que é pago pela história ou livro e pelo pequeno empreiteiro privado. Em geral a razão fixa é um esquema de reforço muito eficiente.
	O comportamento de trabalhar, que está sob controle econômico, gera estímulos aversivos - da própria natureza do trabalho ou do fato de que impede o trabalhador de se empenhar em atividades que seriam reforçadoras de outras maneiras. Essas consequências aversivas são aproximadamente contrabalançadas pelo reforço econômico que o trabalhador recebe. Quando o operário aceita ou rejeita uma oferta de trabalho, pode-se dizer que está comparando reforçadores positivos e negativos. O empregador faz uma comparação semelhante. Como aqueles que usam o controle econômico devem entregar os bens ou o dinheiro com o qual reforçam o comportamento, o reforço econômico é por definição aversivo para o controlador.
	As ações de comprar e vender ou trocar mercadoria por mercadoria são tão comuns que provavelmente não atentamos para os diversos aspectos dos processos implicados. A transação básica, ou “negócio”, se expressa pela oferta: “Darei a você isto se você me der aquilo”. Como nas transações que acarretam o trabalho pessoal, esses estímulos são eficientes apenas depois de um longo condicionamento econômico. É fácil observar o processo quando uma criança aprende a barganhar brinquedos com seus companheiros ou a comprar doces no bar da esquina. Antes que o comportamento alcance um estado relativamente estável, a criança deve ser afetada pelas consequências aversivas de dar um brinquedo ou dinheiro e pelas consequências reforçadoras de obter outro brinquedo ou doce.
	O efeito reforçadorde um artigo, e daí o preço que possa ser conseguido por ele, é ampliado por muitas técnicas de mercadologia. Torna-se o artigo “atraente” pela aparência, embalagem, etc. Propriedades deste tipo fazem com que um objeto seja reforçador tão logo seja visto pelo comprador em perspectiva, de forma a não requerer uma história prévia com objetos semelhantes.
	Algo muito importante é o comportamento imitativo na compra e venda. Um objeto pode ser comprado simplesmente porque outras pessoas estão comprando objetos da mesma espécie. Este é o princípio das corridas às lojas nas liquidações, e das compras “de estação”. A propaganda de testemunhos estabelece padrões para o comprador potencial retratando outros compradores ou possuidores de bens. A retração imitativa nas compras é característica dos períodos de deflação.
Um fator importante que contribui para a probabilidade de que um indivíduo gaste dinheiro, seja por outro dinheiro, seja por bens, é o esquema em que é reforçado ao fazer isso. Uma máquina de vender defeituosa ou um vendedor desonesto ocasionalmente não completam a troca de bens por dinheiro. A probabilidade de se empenhar em transações sob circunstâncias semelhantes se reduz através da extinção. Entretanto, se o vendedor tipicamente oferecer uma pechincha especialmente boa sempre que uma transação se complete, a probabilidade pode permanecer em um nível significativo. Em geral, quanto maior o efeito reforçador do objeto trocado por dinheiro, mais vezes o reforço pode falhar sem extinguir o comportamento. Este é um exemplo do tipo de intercâmbio econômico chamado jogo.
O controle econômico tem se inclinado especialmente para o uso do princípio dos máximos e dos mínimos. A liberdade, a justiça, a segurança da agência governamental, a salvação e a piedade da agência religiosa, a saúde mental e o ajustamento da Psicoterapia têm seus paralelos na “riqueza”, nos “lucros”, na “utilidade” e em muitos outros conceitos em termos dos quais as transações econômicas têm sido avaliadas. Como a qualificação é encorajada na teorização econômica pelas úteis dimensões do dinheiro como um reforçador generalizado, pode parecer que essas entidades se adaptam mais facilmente a uma análise funcional. Mas ainda não se mostrou que sejam, de fato, mais úteis na previsão ou no controle de uma dada transação econômica do que seus correspondentes em outros campos. A concepção do comportamento econômico que emerge de uma análise funcional oferece uma possibilidade alternativa.
Assim como no controle religioso, governamental ou psicoterapêutico, o poder econômico pode ser usado para favorecer os interesses especiais daqueles que o possuem. O controle excessivo gera comportamento da parte do controlado que impõe um limite prático, condenando o uso excessivo da riqueza como mau ou errado.
Educação
	A educação ressalta a aquisição do comportamento e não a sua manutenção, prepara o indivíduo para as situações que ainda não surgiram, os operantes discriminativos são colocados sob o controle de estímulos que provavelmente ocorrerão nessas situações. Finalmente, consequências não-educacionais determinarão se o indivíduo continuará a se comportar da mesma maneira.
	Uma das agências educacionais é a família, pois ensina a criança a andar, a falar, a comer de uma dada maneira, a se vestir, e assim por diante. Usa os reforçadores primários disponíveis: alimento, água, e aquecimento, e reforçadores condicionados como atenção, aprovação e afeição. Algumas vezes a família se empenha na educação por razões óbvias - por exemplo, porque a criança se converte em um membro útil. O “orgulho” que o pai tem das realizações do filho não fornece nenhuma explicação, pois o termo descreve simplesmente o fato de que o feito da criança é reforçador.
Alguns dos reforçadores usados pelas instituições educacionais estabelecidas são familiares: consistem em boas notas, promoções, diplomas, graus e medalhas, todos associados como o reforçador generalizado da aprovação. Concursos de ortografia são instrumentos familiares que fazem a aprovação ou outros reforçadores sociais explicitamente contingentes ao comportamento escolar. A mesma técnica é representada por programas de rádio e televisão modernos nos quais “o conhecimento é reforçado pelo seu valor intrínseco”.
	É possível tornar mais eficientes os reforçadores condicionados da agência educacional mostrando a conexão com contingências naturais que serão encontradas mais tarde. Informando o estudante das vantagens que obterá da educação, a própria educação pode adquirir um valor reforçador.
	A partir do momento em que os reforços educacionais se tornam contingentes às propriedades topográficas ou intensivas do comportamento, chama-se o resultado de habilidade. A diferenciação discutida no capítulo VI é característica do treino na pintura, na música, na caligrafia, no falar, nos esportes e nos ofícios. Os reforços educacionais que finalmente tomam o controle são as consequências especiais do comportamento habilidoso. Ao ensinar alguém a jogar tênis, alguns dos reforçadores educacionais com o estímulo verbal “Boa! ” ou “Muito bem” são contingentes ao modo apropriado de segurar a raqueta, ao modo apropriado de bater na bola, à coordenação temporal, etc. Finalmente a “boa forma” resultante se mantém pelas consequências naturais da direção da bola.
O poder da instituição educacional sobre as variáveis disponíveis em geral é fraco, poderíamos esperar que raramente fosse abusado ou que alguém estivesse interessado no contracontrole. Há, entretanto, diversos meios pelos quais o controle exercido pelo educador é comumente restrito. Uma instituição geralmente é criada e sustentada em termos de um determinado currículo.
Cultura e controle
	A cultura controla o indivíduo em seu modo de se comportar, o que beber, o que vestir, seus bens materiais e outros. O comportamento vem se conformar com os padrões de uma dada comunidade quando certas respostas são reforçadas e outras deixadas passar sem reforço ou punidas. Muitas vezes essas consequências estão estreitamente entremeadas com as do ambiente não-social.
	As forças que modelam o comportamento ético aos padrões do grupo são poderosas. O grupo se dedica a suprimir mentiras, roubos, assaltos físicos, etc., por causa das consequências imediatas para seus membros. O comportamento do grupo ao assim fazer, será finalmente uma função de certos aspectos característicos do “bom” e do “mau” comportamento do indivíduo controlado. Entre esses está a falta de conformidade ao comportamento geral do grupo. Há assim uma frequente associação de propriedades aversivas do comportamento com a propriedade de não-conformismo a um padrão. O comportamento inconformado nem sempre é aversivo, mas o comportamento aversivo sempre é inconformado. Se essas propriedades forem emparelhadas com suficiente frequência, a propriedade de não-conformação se torna aversiva. “Certo” e “errado” finalmente vêm a ter a força de “conformado” e “não-conformado”.
	Em um sentido mais amplo, a cultura na qual um indivíduo nasce se compõe de todas as variáveis que o afetam e que são dispostas por outras pessoas. O ambiente social em parte é o resultado daqueles procedimentos do grupo que geram o comportamento ético e a extensão desses procedimentos aos usos e aos costumes. Em parte, é a realização de todas as agências consideradas na quinta seção e de várias subagências com as quais o indivíduo pode entrar em contato, especialmente íntimo. A família do indivíduo, por exemplo, pode controlá-lo através de uma extensão das técnicas religiosas ou governamentais, pela Psicoterapia, através do controle econômico, ou como uma instituição educacional. Os grupos especiais ao qual pertence - do grupo de brinquedos ou turma de rua, até organizações sociais de adultos - têm efeitos semelhantes. Determinados indivíduos podem também exercer formas especiais de controle. Uma cultura, então, em seu sentido mais amplo, é enormemente complexa e extraordinariamente poderosa.
	Dentro de um ambiente socialde qualquer grupo de pessoas é o produto de uma série complexa de eventos na qual o acidente algumas vezes desempenha um papel proeminente. Usos e costumes muitas vezes derivam de circunstâncias que têm pouca ou nenhuma relação com o efeito final sobre o grupo. As origens de procedimentos controladores mais explícitos podem ser igualmente adventícios. Assim, o padrão de controle exercido por um líder forte, refletindo muitas de suas idiossincrasias pessoais, pode resultar em uma classificação governamental do comportamento estabelecida como legal ou ilegal e pode mesmo estabelecer o padrão para uma agência altamente organizada. As técnicas que o santo emprega para controlar a si próprio podem se tornar parte dos procedimentos estabelecidos de uma agência religiosa. O controle econômico é determinado em parte pelos recursos de que o grupo dispõe, e que são em última instância uma questão de geografia. Outros fatores fortuitos são introduzidos quando culturas diferentes se entrechocam ou quando uma cultura sobrevive a mudanças importantes no ambiente social. Um procedimento cultural não é menos eficiente por suas origens acidentais, ao determinar o comportamento característico de um grupo.
	Enfim, a cultura controla o indivíduo por meio do que é considerado certo ou errado pelo grupo em que ele vive, país, família, estado e outros, sendo que um mesmo hábito pode ser considerado normal para a cultura de um povo e para o outro totalmente aversivo.

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