Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA 1. Via de administração oral: Trajeto percorrido pelo fármaco, órgão de maior probabilidade de ocorrência de absorção, características da droga administrada por via oral, metabolismo de primeira passagem. Administrar é o contato da droga com o organismo, independente das vias de administração. Para escolha da via de administração deve-se considerar a ação desejada, a natureza do fármaco. A Via Oral é a via mais vantajosa por ser de fácil administração (autoadministração). O trajeto percorrido pelo fármaco é o seguinte: boca- esôfago- estômago- intestino delgado- intestino grosso- ânus. O órgão onde ocorrerá maior probabilidade de absorção é o intestino delgado, especificamente, no duodeno e no jejuno. Isso se deve a especializações de membrana (microvilosidades) que aumentam a superfície de absorção, e devido a alta perfusão sanguínea presente no órgão. Absorção é o processo de passagem da droga do seu local de administração para a corrente sanguínea. Essa etapa depende da lipossolubilidade, peso molecular, grau de ionização. O fármaco precisa atravessar barreiras biológicas, químicas ou físicas. Isso se dá através do transporte destas moléculas por processos ativos ou passivos. O processo de passagem da droga é determinado pelo tamanho e polaridade das moléculas: Passivo: as moléculas são menores e apolares; Ativos: moléculas maiores e polares. Como as membranas biológicas são compostas, na maioria, por lipídeos e proteínas, o fármaco melhor absorvido é aquele que possui caráter lipofílico. Como dito, a maior parte da droga é absorvida no intestino delgado, quando então é levado pelo sangue até o fígado por meio do Sistema Porta- Hepático. No fígado então, ocorre o Metabolismo de 1º Passagem onde enzimas hepáticas, como a glicuronidases, metabolizam a droga. Esse processo é dividido em 2 (duas) fases: a) Fase 1 – fase que envolve a alteração da molécula por reações químicas, por exemplo: hidroxilação, metilação, oxidação; b) Fase 2: reação de conjugação, fase onde forma-se um conjugado altamente polar (+ hidrofílico). Por exemplo, ligação entre um grupo funcional e o Ácido glicurônico. A principal vantagem do metabolismo de 1º passagem é a diminuição da toxicidade. 2. Etapas farmacocinéticas: absorção, distribuição, metabolização, excreção (descrição das características envolvidas em cada etapa). A primeira etapa farmacocinética e a Absorção – processo de passagem da droga do seu local de administração para a corrente sanguínea. Esta etapa depende da lipossolubilidade, peso molecular, grau de ionização. A etapa seguinte é a Distribuição- processo caracterizado pelo transporte da droga para outros órgãos. Esse direcionamento é ditado pela perfusão sanguínea; inicialmente dos órgãos de maior perfusão (cérebro, pulmão, fígado, intestino delgado, músculo em atividade) para os órgãos de menor perfusão (tec.muscular em repouso e tecido adiposo). Então ocorre a Metabolização – que é o processo de modificação da droga ou degradação através de enzimas que alteram a estrutura química dos fármacos (mudança conformacional). Essa fase depende de ação enzimática, ou seja, ocorre em todo o organismo, desde que haja receptores enzimáticos com afinidade para o fármaco/substrato. Nesta etapa a droga pode passar por três (03) processos: (1) não ser metabolizada pelo fígado por não ter enzima para metaboliza-la; (2) metabolito da droga com atividade modificada, ainda lipossolúvel; (3) metabolito inativo da droga, conjugação/glicuronização, tornando a droga mais hidrofílica. Excreção – após a droga se tornar mais hidrofílica , ela está apta para ser excretada. Essa eliminação do fármaco hidrofílico ou metabolito inativo se dá por via renal, biliar, pulmonar ou fecal. Especificamente por via renal, pode ocorrer dois processos: secreção ou reabsorção. Se a droga ainda possuir caráter lipofílico (ativa) ela é reabsorvida para o sangue; caso seu caráter seja hidrofílico a droga é secretada do sangue para o túbulo proximal e então, eliminada na urina. 3. Meia-vida plasmática: conceito e cálculo. ½ vida plasmática é o tempo que o fármaco leva para ser reduzido pela metade (50%) a sua concentração inicial. A cada ciclo de tempo metade da [ ] permanece ativa e metade da [ ] se torna inativa e é excretada. Esse conceito de meia vida plasmática é importante para determinar o tempo de administração de uma nova dose, após vários ciclos de tempo o fármaco atinge 10% da concentração inicial, então se deve administrar uma nova dose somando então 10% + 100% da dose inicial. O cálculo é dado através da metade da concentração inicial da droga ativa: se temos 50mg/L inicialmente, após certo tempo de ½ vida teremos 25mg/L, depois teremos 12,5mg/L, e assim por diante. 4. Estado de equilíbrio da droga e sua importância na clínica. Estado de equilíbrio é quando se mantem uma faixa de [ ] durante todo o tratamento, sendo isto importante para a farmacoterapia em tratamentos crônicos. Como dito acima, uma nova dose é administrada quando se atinge 10% da concentração inicial da primeira dose. O somatório da ½ vida plasmática, tempo que o fármaco leva para atingir metade da [ ] inicial, é chamado de meia vida de eliminação; quando então é necessário uma nova dose visto que o fármaco atingiu 10% da sua concentração. Em tratamentos crônicos, o Estado de equilíbrio é importante na manutenção do efeito do fármaco, pois este mesmo em baixa concentração ainda possui atividade. 5. Agonista total e parcial: conceito e sua aplicação no processo sináptico. Agonista é capaz de alterar a fisiologia celular por uma ligação a receptores que produz efeito biológico. Agonista Total: droga que alterando a fisiologia é obtido 100% do efeito desejado, possui eficácia. Isso significa a presença de alta atividade intrínseca, pois a droga é capaz de ativar/produzir efeito após se ligar a eles. Agonista Parcial: droga que não produz o efeito máximo, mesmo quando há ocupação total dos receptores. Considerando o processo sináptico como a comunicação entre células nervosas. Pode ser sinapse elétrica ou química. A sinapse química é unidirecional, onde o efeito é a liberação de neurotransmissores na fenda sináptica; e a sinapse elétrica é bidirecional onde ocorre a passagem íons de uma célula a outra através das junções celulares. O neurônio então é estimulado por um fármaco ou por uma substância endógena, essa estimulação é recebida por receptores que podem ser excitatórios ou inibitórios. No caso dos agonista o estímulo é excitatório, seu inicio se dá pela ligação de um neurotransmissor/fármaco a um receptor excitatório. A partir dessa ligação ocorre a ABERTURA de canais de SÓDIO/CáLCIO, resultando em DESPOLARIZAÇÃO. Com a entrada dos íons de Cálcio ocorre o ROMPIMENTO das vesículas sinápticas, LIBERANDO o neurotransmissor na fenda sináptica. 6. Antagonista competitivo e não-competitivo: conceito e sua aplicação no processo sináptico. Antagonista competitivo: droga se liga reversivelmente a um receptor, não ocorrendo estabilização por consequência ocorre inibição celular, atua competindo com o agonista pelos mesmos receptores. Agonista não competitivo: liga-se a um sítio diferente do domínio de ligação do agonista, induzindo uma mudança conformacional no receptor, impedindo a ligação do agonista no seu sítio de ligação. A ligação do fármaco ou neurotransmissor a um sítio inibitório de um receptor acarreta ENTRADA de CLORO e SAÍDA de POTÁSSIO, ocorrendo uma HIPERPOLARIZAÇÃO, não permitindo a entrada doíon cálcio para que haja rompimento da ligação proteica da vesícula e membrana do neurônio e consequente liberação de neurotransmissor na fenda sináptica. 7. Afinidade e atividade intrínseca: conceito e sua aplicação no processo sináptico. Afinidade refere-se a força de ligação entre a droga e o seu sítio de ligação no receptor. É a capacidade da substância formar um complexo com o receptor. É o receptor que possui afinidade pela droga. Atividade Intrínseca está associada a capacidade da droga em ativar o receptor ao se ligar a ele. Esses conceitos são importantes para se entender o processo sináptico, onde um fármaco pode estimular um receptor excitatório se possuir afinidade por ele ser capaz de ativa-lo, provocando despolarização celular e consequente liberação de um neurotransmissor. 8. Potência e eficácia: conceito e sua aplicação no processo sináptico. Potência está relacionado a quantidade de droga necessária para produzir o efeito. Uma droga é definida como potente quando uma pequena dose é capaz de produzir efeito máximo. Eficácia é a capacidade do fármaco produzir resposta desejada (100% da resposta), não levando em consideração a [ ] do fármaco apenas seu efeito. Ambos os conceitos estão relacionados a produção de uma resposta , que no processo sináptico é uma resposta excitatória cuja consequência é a liberação do neurotransmissor devido ao processo de despolarização. CONCEITOS BÁSICOS 1. Droga psicotrópica – definição São drogas que possuem tropismo/afinidade por neurônios, células do sistema nervoso. Ou seja, são substâncias capazes de alterar as funções psicológicas relacionadas a neurônios. A despolarização é excitatória e significa redução da carga elétrica negativa intracelular. Já a hiperpolarização é inibitória e significa aumento da carga negativa intracelular. 2. Potencial de membrana – definição, elementos mantenedores, características. O potencial de membrana está relacionado a capacidade da membrana plasmática selecionar os íons que serão transportados para o meio intracelular. A diferença nas concentrações iônicas dos meio extra e intracelular de uma membrana semipermeável pode criar um potencial de ação. A permeabilidade da membrana depende de fatores como: polaridade das carga elétricas, permeabilidade da membrana e concentração. A voltagem da membrana é determinada pelo gradiente eletroquímico dos íons Na2+/Cl-/K+ A. Potencial de membrana em repouso: POLARIZADA. Presença de ânions, ocorre difusão apenas do K+ que está em grande [ ], mantido dentro da célula pela bomba de Na2+/K+ATPase, que mantem o Na2+ fora da célula, indo contra o gradiente de concentração que é retirar K+ ([ ↑] intracelular = tendência a sair da célula) e permitir entrada de Na2+ ([↓] extracelular – tende a entrar na célula). A ação da pela bomba de Na2+/K+ATPase mantem o potencial de membrana em torno de -90mV. 3. Potencial de ação – definição, características, fases do potencial de ação despolarizante, fases do potencial de ação de ação hiperpolarizante. O potencial de membrana está relacionado a entrada ou saída de determinados íons, podendo expressar uma resposta de despolarização ou hiperpolarização. O potencial de ação representa alterações rápidas do potencial de membrana da célula. B. Potencial de membrana em ação: DESPOLARIZADA. A chegada de um neurotransmissor e sua ligação a um receptor excitatório permite a entrada de íons sódio pela abertura dos canais de Na2+ (difusão facilitada). Repolarização: HIPERPOLARIZAÇÃO. Após a abertura dos canais de Na2+ que é regulado por voltagem começam a se fechar devido ao aumento da voltagem causada pela entrada de sódio. Então o potencial de membrana volta ao seu estado de repouso e entrada novamente dos íons de Potássio, a abertura dos canais de potássio ocorre simultaneamente com o fechamento dos canais de sódio, fazendo com que a repolarização seja acelerada. 4. Sinapse – definição, tipos principais, etapas, sinapse excitatória e inibitória (descrição de todo o processo). Sinapse é o processo de comunicação entre os neurônios através de impulsos nervosos e pode ser química ou elétrica. (1) Sinapse Elétrica – caracterizada por canais que conduzem eletricidade de uma célula, ligadas por junções comunicantes (gap). A condução dos íons é bidirecional. (2) Sinapse Química – caracterizada pela liberação de um neurotransmissor através de um neurônio pré-sináptico que se ligara a receptores específicos na membrana do neurônio pós-sináptico. A transmissão pelas sinapses químicas é feita em um sentido, ou seja, é unidirecional. A sinapse pode ser excitatória ou inibitória dependendo do tipo de receptor presente na membrana do neurônio pós-sináptico.
Compartilhar