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Microbiologia Oral Cárie

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Microbiologia Oral – Aula 02
Microbiologia da Cárie 
A cárie é uma doença infecciosa, transmissível por fluidos orgânicos carregados de microrganismos. Ela já esta enquadrada como doença infecto contagiosa. Não é só uma doença focal onde se desenvolve uma comunidade microbiana, e a evolução se dará até o momento que ocorrer a intervenção do profissional em odontologia – Poderá ocorrer a perda total do dente ou poderá encontrar no início. 
O fato de entrar em contato com o agente infectante, ou infeccioso, não significa que a pessoa ficará doente, por exemplo, o vírus do Herpes, muitos já tiveram contato, mas nem todos serão portadores, pois pode ocorrer contato e ser colonizado transitoriamente. O fato de ter microrganismos potencialmente patogênicos na microbiota pode ser meramente uma colonização transitória, por isso pode haver doenças com manifestações sintomatológicas muito semelhantes das causadas por microrganismos e não ser possível fechar um diagnóstico. 
Como fazer profilaxia de microrganismos que estão na cavidade oral? Não há possibilidade de remoção total, então é feito o controle de populações microbianas, através da higienização - os enxaguatórios bucais são usados para tratamento, e não para controle, pois seus princípios ativos, como o álcool, podem causar danos na mucosa servindo de porta de entrada para mais microrganismos.
A Cárie é um processo de destruição e decomposição lenta onde há perda de integridade e estrutura do dente. Ocorre uma dissolução de uma fase mineral, de hidroxiapatita, por ácidos produzidos pelas bactérias existentes na microbiota oral. No dente ocorre à decomposição da estrutura pelo ácido, ela sofre um afrouxamento e se decompõe , abrindo um novo nicho para a bactéria penetrar, assim como as lesões de mucosa causadas por anti-sépticos bucais. 
É possível o desenvolvimento de uma bacteremia devido ao uso do fio dental? Não, pois a partir do momento que penetra microrganismos no sangue, com 45 minutos estes serão eliminados pelos macrófagos. O encontro da bactéria com os macrófagos ocorrem nos órgãos linfoides, na circulação linfática, onde o microrganismo toca na célula e independente de qualquer situação ela é fagocitada. 
Quando a desmineralização for muito mais intensa que a remineralização ocorrerá a doença devido está não conseguir manter mais a integridade provocando, assim, uma fragilidade. A velocidade dessa perda mineral irá determinar o surgimento, ou não, de cavidades cariosas, pois se ocorrer rápida remineralização, boa higienização e alimentação a doença poderá não ocorrer facilmente. 
Doenças que não são infecto contagiosas que podem ajudar no desenvolvimento do processo cariogênico, mas que não estão relacionadas diretamente à cavidade oral: Osteoporose, por exemplo. Não é possível ter cárie em uma prótese. Pode haver biofilme, porém não mineraliza nem desmineraliza. Alguns microrganismos envolvidos no processo cariogênico possuem predileção por alguns açúcares, como por exemplo, S. mutans sacarose – Pois é mais metabolizável pelo mecanismo metabólico microbianos e os subprodutos favorecem a aderência e nutrição dos microrganismos. 
O ácido altera o pH da cavidade oral, alterando,assim, a qualidade das reações químicas. Ocorre o “sequestro” de hidrogênio das moléculas de hidroxiapatita para neutralização. A maior parte dos microrganismos são anaeróbios estritos, que fazem o metabolismo fermentativo produzindo ácidos como subprodutos, assim, a natureza metabólica do microrganismo agrava ainda mais a lesão.
Como é feito um diagnóstico de cárie? Desmineralização com o local manchado e opaco. Mas nem todo processo assim é cariogênico. Deverá ser observado também o aspecto da superfície, mas o que dará certeza é o procedimento exploratório invasivo.
O S. mutans possui várias enzimas que clivam a sacarose, e ela é quebrada em frutose e glicose, estas são clivadas por novas enzimas gerando o glugano e o frutano. O glugano será quebrado novamente em lugano que é extremamente insolúvel e o dextrano que é insolúvel. O Lugano serve para aumentar aderência e o dextrano aumenta à reserva energética, devido a isso a sacarose leva uma produção maior de biofilme, produzindo mais ácidos e aumentando assim a lesão. 
Apesar de ter componentes que destroem microrganismos, a saliva proporciona o desenvolvimento deles. 
A saliva possui propriedade tampão, neutralizando assim os ácidos através do bicarbonato presente. Uma pessoa pode não ter, perder ou não funcionar corretamente a capacidade de tamponamento devido muitas vezes a grande quantidade de biofilme existente. 
O que pode levar a saliva a perder a capacidade tampão? A diminuição de íons bicarbonato, como por exemplo, no caso de pacientes soropositivo (HIV) – estes possuem fluxo salivar reduzido e IgA reduzida – onde o HIV consegue parasitar outras células como as produtoras de saliva devido possuírem estruturas parecidas com as que estão acostumados a parasitar, sem causar imunocomprometimento delas pois não estão relacionadas a resposta imunológica e sim a toda fisiologia do corpo, prejudicando, assim, a capacidade tampão, produção de IgA e uma série de fatores fisiológicos, pois eles podem se ligar erroneamente devido a proximidade de receptores celulares perdendo a função (isso não ocorre em todos os paciente com HIV). 
pH=7 em condições normais saliva
Os lactobacilos são aerotolerantes (não morrem, mas ficam com metabolismo lento), acidogênicos e acidofílicos. Possuem metabolismo oxidativo e fermentativo. A cárie pode ser definida como sendo o resultado da ação de ácidos orgânicos produzidos por microrganismos, esses ácidos orgânicos agem sobre a hidroxiapatita.
A hidroxiapatita apresenta uma solubilidade que depende de temperatura e pH e possui uma estrutura extremamente química com moléculas ligadas umas às outras por pontes de hidrogênio principalmente. A partir do momento que as moléculas são clivadas e as hidroxilas começam a tamponar o pH ácido ocorre a descalcificação. O pH cai para menos de 5,5 e a medida que o pH cai ocorre maior amplitude da lesão cariogênica. Sem as bactérias produtoras de ácido não há a formação do processo cariogênico. Quando o pH está maior que 5 há uma relação de tamponante entre a saliva e o biofilme, não ocorrendo desmineralização e nem alteração das características do dente. A saliva tem uma proteção primária no sentido de prevenção.
A IgA é uma imunoglobulina de uma classe específica presente na saliva. É um anticorpo, proteico, produzida nos linfócitos B, a partir da resposta TH2 (pois já houve a TH1). As imunoglobulinas após o primeiro contato possuem a característica de memória, com uma resposta secundária muito mais intensa. O mecanismo de ligação que permitem a produção de IgA em grande quantidade contém a proteína MHC (complexo de histocompatibilidade principal) de classe 3, pois ao menor contato a produção é muito alta. A Ig facilita a resposta, facilitando a ligação entre célula de defesa e microrganismo, ela mostrará ao organismo o microrganismo infeccioso e tentará impedir o ligamento entre microrganismo e tecido do hospedeiro
O edema (vulgarmente chamada de íngua) se dá quando a atividade metabólica dos linfonodos cervicais tanto anteriores quanto posteriores está extremamente intensa. Logo, a presença de edema pode ser característica de processo cariogênico (em poucos casos), mas estará principalmente relacionado a problemas na faringe, não podendo ser um aditivo clínico para diagnóstico da cárie.

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