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Microbiologia Oral Controle de infecções cruzadas em odontologia

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Microbiologia Oral – Aula 03
CONTROLE DE INFECÇÕES CRUZADAS EM ODONTOLOGIA
Infecção cruzada é a transmissão de uma infecção de uma pessoa para outra, tanto entre os pacientes quanto entre o paciente e o profissional.
Pode acontecer em uma situação que um paciente chega doente ao consultório e transmite o microorganismo para o profissional, que não necessariamente precisa ficar doente, e este então passar a ser portador e assim transmite para outro paciente. Essa situação descrita anteriormente é denominada de CADEIA EPIDEMIOLÓGICA.
Para evitar uma infecção cruzada o correto é que o profissional da saúde, quando doente, não atenda o paciente. 
A infecção cruzada acontece quando há um processo de transmissão. Pensando em consultório odontológico essa transmissão acontece principalmente por via aérea. E essa transmissão pode ser tanto indireta, quanto direta, sendo esta última a mais comum.
Nessa transmissão tem-se o contato com microorganismos patogênicos, como bactérias, vírus e fungos.
Transmissão – microorganismos patogênicos/vírus – paciente doente/ portador sadio para susceptível – cadeia epidemiológica
A esse ciclo, desde a transmissão até chegar a um indivíduo susceptível denominamos de CADEIA EPIDEMIOLÓGICA.
A fonte de infecção pode ocorrer da seguinte maneira: Paciente com doença infecciosa sintomática, Paciente em fase prodrômica: paciente que passou do nível de incubação e começa a ter os primeiros sintomas, mas ainda são sintomas inespecíficos. Portadores assintomáticos (Ex.: Hepatite; HIV) e Ambiental (fômites, aerossóis): limpeza profunda para remoção de microorganismos acumulados no consultório, além de cuidados adequados com instrumentos odontológicos.
Ao atender uma paciente devem-se checar as condições de saúde em que o mesmo se apresenta e nas vias de transmissão de determinada infecção – se é por via aérea, por contado direto, transmissível por pele, etc. 
Existe meios, como recomendar o uso de clorexidina antes de realizar determinados procedimentos, para que se reduza ao máximo o número de microorganismos diminuindo a possibilidade da transmissão de uma infecção. 
A transmissão dos microorganismos no consultório odontológico pode ocorrer da seguinte maneira: PACIENTES EQUIPE ODONTOLÓGICA: essa transmissão se dá através do contato com fluidos orgânicos e lesões, inalação de aerossóis e contato com instrumentos, superfícies e mãos. EQUIPE ODONTOLÓGICA PACIENTE: essa transmissão pode ocorrer através de microorganismos e vírus nas mãos e de fluidos bucais e respiratórios. PACIENTES PACIENTES: essa transmissão se dá através da equipe odontológica (mãos) e dos instrumentos e equipamentos contaminados
Infecção cruzada dentro de um consultório odontológico NÃO se deve levar em conta a transmissão DIRETA de PACIENTE PARA PACIENTE, pois os pacientes não são atendidos ao mesmo tempo, com isso a transmissão só pode ocorrer de forma indireta.
DOSE INFECCIOSA X VIRULÊNCIA X SUSCEPTIBILIDADE DO HOSPEDEIRO
O QUE DETERMINA SE HÁ OU NÃO UMA INFECÇÃO CRUZADA ACONTECENDO? Dose infecciosa: quantos microorganismos são necessários para que aquela determinada doença aconteça; Quando a liberação de microorganismos é pequena não ocorrerá à doença. Deve-se levar em consideração a doença manifestante, pois existem doenças, como a tuberculose, em que a dose infecciosa é pequena. Virulência do microorganismo: existem cepas mais brandas e existem outras que causam inúmeras mortes. Susceptibilidade do hospedeiro: Existem pessoas que são imunocompetentes, mas, existem também aquelas que são mais susceptíveis ou que possuem alguma doença de base que vai favorecer que ela venha adquirir uma determinada enfermidade.
O controle da infecção cruzada acontece quando à quebra de um ou mais elos da cadeia epidemiológica. E aquele pode ocorrer com: diminuição do número de patógenos a um nível incompatível com infecção; identificação de falhas técnicas assépticas – modificarem procedimentos para evitar a transmissão (entre os indivíduos) e tratar cada paciente como se ele tivesse doente.
Existem procedimentos e protocolos que devem seguir para reduzir o risco de infecção em determinadas situações ou acidentes. Essas recomendações tentam prevenir ou evitar infecções cruzadas.
É extremamente importante em procedimentos odontológicos tentar reduzir ao máximo o número de microorganismos presentes para evitar a infecção cruzada. É necessário utilizar meios para reduzir o número de microorganismos ao ponto dessa dose não ser suficiente para causar uma infecção.
Para a redução da carga microbiana existem diversas técnicas que podem ser utilizadas, como, por exemplo, a esterilização que promove a destruição de qualquer e toda forma de vida de um material, pode fazer uso também do processo conhecido como desinfecção, este causa a destruição de microorganismos patogênicos presentes em materiais inanimados ( limpeza de bancada em laboratórios). A redução microbiana ainda pode fazer uso das técnicas de desgerminação que é um termo geral para redução de microorganismos, da anti-sepsia, processo no qual à destruição de microorganismos patogênicos presentes em um tecido vivo ( limpeza de ferimentos) e da assepsia que nada mais é que o conjunto de medidas para prevenir a entrada de microorganismos ou reduzir o numero dos já existentes (medida profilática – usar álcool em gel nas mãos).
PROCEDIMENTOS EXECUTADOS NO CONSULTÓRIO DE ODONTOLOGIA
	CLASSIFICAÇÃO
	CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
	NÃO-CRÍTICOS
	Materiais que envolvem apenas o contato apenas com a pele intacta. 
	SEMI-CRÍTICOS
	Materiais executados em planos teciduais mais superficiais.
	CRÍTICOS
	Materiais que penetram pele/mucosa, tecido ósseo, polpa e periápice. 
AÇÕES PREVENTIVAS PARA O DENTISTA E SUA EQUIPE (prevenindo infecções cruzadas)
Barreiras imunológicas – Vacinas importantes
Difteria e tétano (DT): reforço a cada 10 anos
Sarampo, Caxumba, Rubéola (MMR): Vírus atenuado
Hepatite B – feita por 3 doses (é importante realizar as sorologias posteriores)
Gripe: anualmente
Lavagem das mãos
Antes e após calçar as luvas;
Antes e após procedimentos com pacientes;
Após contato com material, equipamento ou superfície potencialmente contaminada;
Antes e após utilizar o banheiro.
Lavagem com água e sabão: remoção de detritos, sujeira e gorduras – remoção mecânica da parte da flora transitória. Antissepsia ou desgerminação – destruição dos microorganismos nas camadas superficiais e mais profundas. Atentar para: unhas curtas e limpas, além da retirada de objetos e adornos.
Um antisséptico deve apresentar as seguintes propriedades: ter amplo espectro e apresentar uma ação bactericida, não ser inativado pelo sangue e secreções – ou seja, deve ser estável e não ser tóxico para os tecidos, apenas para os microorganismos. A contaminação ocorre principalmente por bactérias.
ANTIMICROBIANOS INDICADOS PARA ANTISSEPSIA DA PELE
Álcool etílico a 77% V/V – álcool gel 70%
Álcool iodado a 0,5% ou 1% com ou sem glicerina
Gluconato de clorexidina 2% ou 4%
PVP-I (iodopolivinilpirrolidona) a 10%
USO DE BARREIRAS FÍSICAS
Óculos de proteção,
Gorro – deve trocado a cada paciente,
Máscara – camada dupla/ tripla; trocada a cada paciente BK (neg) ou quando atendimento necessário máscara N95,
OBS: BK= Bacilo de Koch , bacilo da tuberculose, nesse caso a máscara deve ser especial, com poros pequenos, a máscara N95.
Luvas – procedimentos, cirúrgicas e limpeza (não devem ser usadas fora da área de atendimento),
Avental,
Procedimentos SC e NC não precisa ser estéril
Procedimentos críticos: estéril e descartável 
Em relação ao preparo e paramentação deve – se inicialmente reduzir a microbiota bucal do paciente antes do atendimento, está redução pode ocorrer através de procedimentos críticos e procedimentos não críticos; este é feito com bochecho de 1 minuto, usando clorexidina, já aquele ocorre através da antissepsia da superfície intrabucal, além do preparo extrabucal. 
Os instrumentais podem ser classificados em CRÍTICOS: agulhas, fóceps, bisturis,instrumentos periodontais, endodônticos, obrigatoriamente esterilizados. SEMI-CRÍTICO: espelho, pinças, moldeiras e devem ser esterilizados ou desinfectados e NÃO-CRÍTICOS: Desinfectados. Contudo, apesar dessa classificação os instrumentos ainda apresentam uma classificação quanto à limpeza e está se divide da seguinte maneira: Antes de qualquer esterilização/ desinfecção, deve-se retirar restos orgânicos que podem interferir-nos mesmos. Limpeza mecânica: Ficção (?) com escova de cabo longo, água e detergente neutro. Limpeza química: Através de solução descrustante/ soluções enzimáticas. Funciona de forma mais rápida, pois só é necessário deixar o material imerso. Limpeza física: Através da utilização de lavadoras termodesinfetadoras ou ultrassônicas.
Em relação à ESTERILIZAÇÃO (processo mais utilizado é o de autoclavação.) É necessário ao menos 15 minutos para o material ser esterilizado na autoclavação, está pode ser dividida em CALOR ÚMIDO (15’): seguro, prático, econômico, eficiente e rápido. Os materiais devem ser manuseados corretamente até a esterilização, devem-se colocar os mesmos de molho e lavar com detergente com auxílio de escova e esponja; secar e empacotar (ex.: papel grau cirúrgico) e esterilizar e guardar material seco em local apropriado e em CALOR SECO (2hr): utilizado em objetos de metal e vidro; procedimento mais demorado que a autoclavação. Artigos de borracha, plástico e tecido como gaze – não podem ser esterilizados em estufa
Objetos termossensíveis: Alcoóis: Faz a dissolução de gordura e Fenóis: Faz a dissolução de lipídios e desnaturação de proteínas. Os OBJETOS TERMOSSENSÍVEIS também têm como método de esterilização, a ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA.
A esterilização química é principalmente feita por óxido de etileno e por plasma de peróxido de hidrogênio. Limitações dessas substâncias : são caras, a aparelhagem é grande. Método um pouco inviável para consultório.
AGENTES QUÍMICOS – ESTERILIZAÇÃO
A esterilização química deve ser feita com glutaraldeído 2 a 3% (imersão por 10 horas) ou com solução de ácido paracítico a 2% (imersão por 30 minutos), este é indicado para consultório. Em relação à esterilização química, está apresenta algumas desvantagens, como, por exemplo, longo tempo; não há confirmação de esterilidade e à impossibilidade de armazenar o objeto estéril. 
CUIDADOS COM OS MATERIAIS – DESINFECÇÃO 
Para materiais não-críticos ou semi-críticos, os críticos devem ser esterilizados.
Utilizado para materiais termossensíveis e necessidade urgente de utilização, está depende do tipo de procedimento; paciente, se tem doença de base, pois tem mais possibilidade de adquirir doença, da toxicidade; Efeito residual (evitar toxicidade no paciente) e da estabilidade; calor (para correto funcionamento), a desinfecção se dá por uso de álcool 70% e hipoclorito de sódio – superfícies ou de álcool peracético – instrumentais e outros equipamentos. 
CUIDADO COM O AMBIENTE E EQUIPAMENTOS FIXOS
Limpeza/ desinfecção equipamentos que cercam o paciente – álcool 70%
Limpeza: piso, paredes, teto, janelas – água e sabão
Desinfecção de piso:
Diariamente solução de hipoclorito de sódio
Semanalmente fenóis sintéticos: parede, portas, janelas
Ordem de limpeza: área MENOS contaminada para a MAIS contaminada (mesa do equipo, balcão, refletor, cadeira e cuspideira).
Uso filme PVC em peças de mão, alça de refletor, teclas de acionamento da cadeira, aparelho de Rx.
Auxiliar manuseio outros equipamentos, gavetas, telefone, etc.
Atenção para reservatório de água.
Bancadas e pisos: deve ser sempre limpos com hipoclorito de sódio (1%), álcool 70%
Locais contaminados com sangue ou secreções: hipoclorito sódio 1% / 10min
Limpeza/desinfecção caixas d’água com solução clorada – 6 meses
CUIDADOS COM O LIXO
COMUM – descartados em sacos pretos;
CONTAMINADO – sacos duplos brancos/ vermelhos, impermeáveis
PERFURO CORTANTE – descartado em descarpack

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