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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Polo Universitário de Nova Friburgo Curso: Odontologia Disciplina: Microbiologia II Renato Varges Um largo espectro de microrganismos é capaz de infectar o TGI. Transmissão fecal-oral através de alimentos, mãos e fluidos contaminados A infecção depende da dose infectante Escape das defesas orgânicas INTRODUÇÃO As doenças microbianas no TGI resultam da multiplicação e invasão da mucosa intestinal, ou da produção de toxinas. INTRODUÇÃO TERMOS USADOS PARA DESCREVER INFECÇÕES DO TRATO GASTROINTESTINAL Gastroenterite Uma síndrome caracterizada por sintomas gastrointestinais incluindo náuseas, vômitos, diarréia e desconforto abdominal. Diarréia Liberação de fezes anormais, caracterizadas por evacuações frequentes e/ou líquidas; em geral resulta de doença no intestino delgado e envolve perda aumentada de fluidos e eletrólitos Disenteria Um distúrbio inflamatório do TGI frequentemente associado com sangue e pus nas fezes acompanhado por sintomas de dor, febre, cólicas abdominais; em geral resultante de doença do intestino grosso. Enterocolite Inflamação da mucosa do intestino delgado e grosso Diarreia é a consequência mais comum da infecção do TGI Nos países em desenvolvimento é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em crianças. Muitos casos não são diagnosticados e tratados por serem brandos e auto-limitados. O diagnóstico microbiológico só é possível através de exames laboratoriais. Doenças Diarreicas Bacterianas e virais Escherichia coli Cepas da microbiota normal x Cepas patogênicas As cepas que causam doença diarreica apresentam vários mecanismos patogênicos distintos e diferem com relação às suas características epidemiológicas Diarreias Bacterianas De acordo com os fatores de virulência e a patogenia, a bactéria pode ser classificada em: Escherichia coli enteropatogênica (EPEC) Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC) Escherichia coli entero-hemorrágica (EHEC) Escherichia coli enteroinvasiva (EIEC) Escherichia coli enteroagregativa (EAEC) Intestino Delgado Não produzem toxinas Principal causa de diarréia infantil em países pobres Fator de adesão à mucosa intestinal mediado por plasmídios Destruição dos enterócitos Diarréia não-sanguinolenta, febre, náuseas, vômitos EPEC (E. coli enteropatogênica) EPEC aderindo à borda em escova das células da mucosa intestinal com destruição local das microvilosidades ETEC (E. coli enterotoxigênica) Colonização do intestino delgado na 1ª semana de vida Possuem fatores de colonização específicos para enterócitos Possuem poderosas enterotoxinas mediadas por plasmídios Determinam hipersecreção de líquidos e eletrólitos Diarréia dos viajantes, diarréia do lactente; Comum em países subdesenvolvidos Desidratação, vômitos, cólicas, náusea, febre baixa - Morte ETEC (E. coli enterotoxigênica) Colite hemorrágica: Diarréia sanguinolenta não febril. Sorotipo mais comum O 157:H7 – microbiota bovinos Grande Impacto em Saúde Pública e Infecções Hospitalares Verotoxina (Shiga Toxin – efeito citotóxico) – Síndrome Hemolítico-Urêmica Aderência íntima e destruição das vilosidades dos enterócitos EHEC (E. coli enterohemorrágica) Aderência intima e destruição de microvilos; Formação de pedestais ricos em actina; Diminuição da absorção e desregulação do balanço eletrolítico; EHEC (E. coli enterohemorrágica) A toxina causa danos no endotélio dos rins levando determinando forte reação inflamação, obstrução venosa, déficit de suprimento sanguíneo, isquemia (baixo O2) e dano tecidual EIEC (E. coli enteroinvasiva) Intestino Grosso Alta capacidade de invasão por endocitose Lise dos vacúolos e multiplicação no interior dos enterócitos Disseminação para células adjacentes Promovem intensa destruição tecidual, inflamação, necrose e ulceração Doença inflamatória com diarréia aquosa/sanguinolenta, dor abdominal severa, vômitos, tenesmo, cefaléia, febre, calafrios e mal-estar. A disenteria causada por esta bactéria é normalmente auto-limitante sem complicações. EAEC (E. coli enteroagregativa) Intestino Delgado Fator de Aderência mediado por plasmídios Produz uma enterotoxina hemolítica Impede a absorção de líquidos Diarréia infantil persistente, febre baixa, vômitos e desidratação Salmonella sp. Salmonelose ou enterocolite Reservatório: Trato intestinal de animais de sangue frio e quente Fontes de infecção: Alimentos, água, ovos, solo contaminado, vegetação. Aves e animais exóticos são portadores assintomáticos A maior parte das infecções resulta da ingestão de alimentos contaminados, principalmente ovos. Salmonella sp. PATOGENIA: Ingestão, multiplicação e invasão das células M intestinais, destruição celular e reação inflamatória, diarréia intensa. Mobilização local da membrana e internalização bacteriana (macropinocitose) Patogenia Salmonelose Agente: Vibrio cholerae Cólera Portadores humanos assintomáticos são reservatório Doença disseminada por alimentos contaminados Transmissão fortemente ligada à baixa higiene e tratamento de esgoto inadequado Os sintomas da cólera são decorrentes da produção de uma enterotoxina no TGI. Cólera Patogenia Cólera Mais de três milhões de crianças morrem de gastroenterite anualmente e os vírus são a causa mais comum. Diarreias Virais 2,5% 19% 20% 20% 3% 12% 13% 10,5% EPEC ETEC ROTAVIRUS desconhecida Salmonella Vibrio Cholerae Campylobacter Shigella Mortes por Diarreia Os vírus em replicação danificam os mecanismos de transporte no intestino, e a perda de água, sal e glicose causam diarreia. As células infectadas são destruídas, resultando em atrofia das vilosidades. Rotavírus Mecanismo da diarreia por Rotavírus Termo utilizado para referir-se a doenças causadas por toxinas elaboradas por bactérias contaminantes no alimento antes do consumo. Intoxicação Alimentar São produtores de potentes enterotoxinas resistentes ao calor e à destruição por parte das enzimas gástricas. A principal fonte de transmissão são alimentos contaminados por portadores humanos. As bactérias se multiplicam e liberam a toxinas no ambiente. Staphylococcus aureus O aquecimento do alimento pode destruir os microrganismos, porém a toxina é estável na presença de calor. Atuam como Superantígenos, estimulando os linfócitos T. Seu efeito no SNC provoca vômitos graves dentro de 3 a 6 horas após a ingestão. Staphylococcus aureus Intoxicação resultante da ingestão da toxina botulínica produzida por Clostridium botulinum, microrganismo anaeróbio estrito. Botulismo Botulismo é uma doença rara, porém letal. A toxina é elaborada pelo microrganismo no alimento, que quando ingerida iniciará uma série de manifestações clínicas que podem levar à morte. Botulismo Manifestações Clínicas: Paralisia flácida Insuficiência Respiratória Botulismo
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