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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Profª. Marcilene Marques
Aula 5: O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Aula 5: O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DESTA AULA
Custeio da seguridade social.
2. Contribuições sociais e suas espécies.
3. Criações de novas contribuições sociais.
4. Resumo geral.
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1. CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL
1.1 Dispõe a Constituição que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das contribuições sociais (art. 195, caput).
Em tese, todas as contribuições sociais do art. 195 da Constituição são vinculadas à manutenção da seguridade social, mas as cotizações previdenciárias são ainda mais especificas, pois somente poderão ser utilizadas no custeio da previdência social. 
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 O direito da seguridade social de apurar e constituir seus créditos, somente é extinta após 05 anos, valendo o mesmo interregno para prescrição do crédito. O tema foi objeto da Súmula Vinculante nº. 08 do STF.
STF Súmula Vinculante nº 8 - Sessão Plenária de 12/06/2008 - DJe nº 112/2008, p. 1, em 20/6/2008 - DO de 20/6/2008, p. 1
Constitucionalidade - Prescrição e Decadência de Crédito Tributário.
   São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do decreto-lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.
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  2.2 As espécies de contribuições sociais tem previsão a partir do art. 195 da Carta Magna, a saber: 
I- do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidente sobre: a) folha de salários e demais rendimentos de salários pagos ou creditados, a qualquer título à pessoa física que lhe presta serviço mesmo sem vínculo empregatício. A Lei 8.212/91 (custeio previdenciário), no art. 22 institui tais contribuições. (vide a redação do dispositivo); 
       
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   Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de:
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I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. 
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II- para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:
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a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; 
b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio; 
c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave. 
(Art. 57 da Lei 8.213/91. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. )
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III - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços.
IV - quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho.
§ 2º Não integram a remuneração as parcelas de que trata o § 9º do art. 28 da Lei 8.212/91. 
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a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade;
b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929, de 30 de outubro de 1973;
c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976;
d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT
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e) as importâncias: (Alínea alterada e itens de 1 a 5 acrescentados pela Lei nº 9.528, de 10.12.97 1. 
2. relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço-FGTS;
3. recebidas a título da indenização de que trata o art. 479 da CLT;
f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria;
g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT ;
 
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h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinqüenta por cento) da remuneração mensal;
i) a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977
j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica;
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b) a receita ou o faturamento – COFINS - instituída pela LC 70/91; c) o lucro – CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, que foi instituída pela Lei nº 7.689/88.
II- do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadorias e pensões concedidas pelo regime geral de previdência social. A contribuição dos segurados do RGPS é tratada nos artigos 21 e 22 da Lei nº 8.212/91.(vide o dispositivo citado).
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III- sobre a receita de concurso de prognósticos. São autorizados pelo Poder Público, como a loteria federal. São todos e quaisquer concursos de sorteio de números, loterias, apostas, inclusive as realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, do Distrito Federal e Municipal. 
 
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A contribuição dos concursos prognósticos, esta prevista no artigo 26 da Lei nº 8.212/91, cabendo o pagamento à seguridade social toda a renda líquida do concurso, quando organizado pelo Poder Público (vide art. 212 e §§ do Regulamento da Previdência Social – RPS -, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99.
IV- do importador de bens ou serviço do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. Esta nova contribuição foi criada pela
reforma tributária criada pela Emenda Constitucional nº. 42/2003, inserido mais um inciso no artigo 195. A Lei nº 10.165/2004 instituiu a Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (COFINS – Importação). 
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V- PIS/PASEP.( Programa de Integração Social /Programa de Formação do Patrimônio do Servidor) Os seus recursos são prioritariamente direcionados aos FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), para manutenção do seguro desemprego que é atualmente administrado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, não sendo benefício previdenciário, apesar de previsão constitucional neste sentido (art. 201, III, CRFB/88).
VI- Salário-Educação. É prevista no art. 212, §5º, da CRFB/88, com redação dada pela EC nº 53/2006, que define que “ a educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei”.
 
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3. CRIAÇÕES DE NOVAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 
3.1 A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social (art. 195,§ 4º, CRFB/88).
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Trata-se da competência residual da União para a instituição de novas contribuições. O constituinte já prevendo dificuldades na manutenção da seguridade social, possibilitou a criação de novas fontes de custeio, além das contribuições já previstas no texto Constitucional. De modo a atender ao princípio da não surpresa, dando tempo aos contribuintes e segurados para adequada preparação financeira do pagamento da contribuição, somente poderão ser exigidas depois de decorridos 90 dias da data da publicação da lei, que as houver, instituído ou modificado (art. 195, §6º, CRFB/88). 
 
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Determina a Constituição que “são isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei” (art. 195,§7º, CRFB/88).
As contribuições sociais a cargos das empresas poderão ter alíquotas ou bases de cálculos diferenciadas, em razão da atividade econômica ou da utilização intensiva de mão-de-obra (art. 195, §9º da CRFB/88). Tal dispositivo, inserido pela EC nº. 20/1998, teve o intuito de adequar a cobrança previdenciária à diversas realidades existentes no meio econômico brasileiro. São exemplos a cooperativa de trabalho, clubes de futebol profissional e produtores rurais
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Art. 27. Constituem outras receitas da Seguridade Social: 
I - as multas, a atualização monetária e os juros moratórios; 
 II - a remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros;
 III - as receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens;
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V - as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras; 
V - as doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais; 
VI - 50% (cinqüenta por cento) dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal; 
VII - 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pelo Departamento da Receita Federal; 
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VIII - outras receitas previstas em legislação específica.
 
Parágrafo único. As companhias seguradoras que mantêm o seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres, de que trata a Lei nº 6.194, de dezembro de 1974, deverão repassar à Seguridade Social 50% (cinqüenta por cento) do valor total do prêmio recolhido e destinado ao Sistema Único de Saúde-SUS, para custeio da assistência médico-hospitalar dos segurados vitimados em acidentes de trânsito. 
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4. RESUMO GERAL 
4.1 Nesta aula vimos que o plano de custeio da seguridade social é um conjunto de normas que codificam as receitas que dão suporte para que o sistema previdenciário obtenha recursos para cumprir com suas obrigações. É uma previsão de dispêndio do sistema de seguridade social. Desta forma, o plano de custeio consiste em um conjunto de normas e previsão de receitas e despesas fundamentadas em avaliações atuariais destinadas à planificação econômica do regime e seu conseqüente equilíbrio financeiro-atuarial.

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