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Patologia Oral - cistos não odontogênicos

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Patologia Oral – aula 10
Cistos não odontogênicos
O que são cistos? É uma cavidade revestida por epitélio, preenchido por um liquido ou semi-sólido (queratina), aquela é envolta por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso, está pode apresentar células sanguíneas, bem como células inflamatórias.
Os cistos não odontogênicos são cistos de desenvolvido e por que não são odontogênicos? Por que não derivam do epitélio odontogênico; os cistos não odontogênicos mais importantes são os cistos palatino do recém nascido, cisto nasolabial, cisto ducto nasopalatino (é o mais comum dos cistos), cisto da papila incisiva (é uma derivação do cisto ducto nasopalatino), cisto ducto tireoglosso ou branquial, cisto linfoepitelial cervical e oral e cisto dermoide. 
Antes de dar inicio ao estudo dos cistos propriamente dito é interessante relembrar a embriologia da face, está começa a se formar na 4ª semana de vida intra-uterina a partir dos arcos branquiais, contudo, as principais características gerais, começam a se formar após a 8ª semana de gestação. Os arcos branquiais dão origem aos processos fronto nasal, maxilar, mandibular e os processos nasais; a partir desses processos teremos a formação da fronte, maxila, mandíbula e os ossos nasais; entre esses arcos, existe o que denominamos de fendas branquiais (sulcos faríngeos ou apenas fenda) podendo evoluir ou não, quando não ocorre essa involução iremos observar uma degeneração cística. 
O Cisto Palatino do Recém Nascido é um cisto de tecido mole e pode ser dividido em Pérolas de Epstein e Nódulo de Bohn; acredita-se que aquela seja formada pelo encontro dos processos palatinos, com posterior fusão da linha média, formando, assim, o palato secundário, contudo durante esse processo pequenas ilhas epiteliais podem ficar aprisionadas em baixo da superfície tecidual, formando o que chamamos de pérolas de Epstein, localizadas principalmente na rafe palatina mediana. Já os nódulos de Bohn podem ser originados a partir dos remanescentes epiteliais das glândulas salivares menores do palato. Estes nódulos estão localizados entre o limite do palato duro e palato mole. Clinicamente iremos observar pequenas pápulas (lesões elevadas) brancas ou branco amarelado ao longo da linha média entre o limite do palato duro e palato mole. Pode ser observado de 2 a 6 nódulos. Histopatologicamente iremos observar um cisto revestido de epitélio estratificado pavimentoso com descamação de queratina no lúmen.
O Cisto Nasolabial é um cisto de tecido mole e sua etiologia pode se dar através de duas teorias, a primeira é de que remanescentes epiteliais (é a teoria mais aceita) fiquem presos ao longo da linha de fusão dos processos nasais laterais e medianos; esses cistos se localizam bem próximo da “asa do nariz” causando uma elevação do lábio do lábio superior, já a outra teoria diz que esses cistos são formados pela deposição ectópica (o epitélio é de outra região) do epitélio do ducto nasolacrimal – estrutura embrionária. Clinicamente tem uma predileção por adultos entre a 4 e 5 década de vida, nota-se um aumento do lábio superior lateral a linha média; é uma lesão de fundo de vestíbulo, por isso, o aumento do lábio, podendo causar ainda uma elevação da “asa do nariz”. Histopatologicamente iremos observar um epitélio colunar pseudoestratificado – podendo exibir células caliciformes e ciliadas, isso se deve devido à localização do cisto, dependendo do corte histológico pode-se observar áreas epiteliais cúbicas com metaplasia escamosa; percebe-se ainda a presença de um cisto com tecido muscular adjacente. 
O Cisto Ducto Nasopalatino é um cisto intra-ósseo e pode originar-se dos remanescentes epiteliais do ducto nasopalatino – estrutura embrionária que comunica a cavidade nasal e oral na região de canal incisivo. À medida que vai ocorrendo a embriogenese esse ducto tem que sofrer uma regreção, contudo, muitas vezes esse ducto não regride e pode-se observar algumas áreas de epitélio na região de ducto; todavia alguns fatores podem levar à degeneração cística, como, por exemplo, traumas, infecções do ducto e retenção de muco das glândulas salivares menores. Clinicamente tem predileção pelo gênero masculino entre a 4 e 6 década de vida, pode-se observar ainda tumefação da região anterior de palato, bem como drenagem de secreção e dor. Radiograficamente iremos notar regiões radiolucidas (área mais escura que o osso) podendo em alguns casos observar cistos arredondados ou ovóides (formato de pêra invertida ou coração) entre as raízes dos incisivos centrais superiores – localiza-se na papila incisiva. Histopatologicamente iremos observar um revestimento epitelial diversificado, como, por exemplo, epitélio estratificado pavimentoso, epitélio colunar pseudoestratificado, epitélio colunar simples e epitélio cúbico simples. É interessante citar que os cistos que se desenvolvem próximos à cavidade nasal irão apresentar parte do epitélio respiratório (epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes), enquanto, os cistos desenvolvidos perto da cavidade nasal irão apresentar qualquer outro tipo de epitélio.
O Cisto da Papila Incisiva é uma variação do cisto ducto nasopalatino que acomete principalmente os tecidos moles, tem a mesma localização do Cisto ducto nasopalatino – papila incisiva. A histopatologia é a mesma do cisto ducto nasopalatino, apresentando uma coloração azulada, isso se deve à presença de liquido na luz do cisto. 
O Cisto Ducto Tireoglosso é um cisto que acomete a região de pescoço e é uma estrutura embrionária, esse ducto deveria sofrer atrofia durante o período de gestação, contudo o mesmo não sofre regressão e acaba sendo obliterado pelos remanescentes epiteliais, podendo dar origem ou não á formação desse cisto. A etiologia da degeneração cística ainda é incerta, contudo, sabe-se que a inflamação é o estimulo mais sugerido, seguido da retenção de secreções, bem como fatores hereditários. Esse cisto localize-se na linha media do pescoço, ou aonde existir o ducto. Clinicamente aparece entre as 2 primeiras décadas de vida, é uma tumefação mole e indolor, localizando-se na linha media do pescoço abaixo ou acima do osso híode. Histopatologicamente iremos notar um epitélio estratificado pavimentoso colunar ciliado ou não, na cápsula fibrosa iremos observar a presença do tecido tireoidiano – folículo tireoidiano (característico dessa lesão) NÃO CONFUDIR COM LIPOMA, glândulas seromucosas – localizadas no mento e tecido linfóide. 
O Cisto Linfoepitelial cervical, também conhecido como fenda branquial é um cisto que se desenvolve na região lateral do pescoço. Apresenta uma etiologia incerta, contudo, há duas teorias que tentam explicar a sua origem, a primeira é conhecida como clássica e é a mais aceita, está diz que o cisto desenvolve-se a partir de remanescentes das fendas branquiais, pelo fato de nessa região ocorrer à fusão dos arcos faríngeos. A segunda teoria diz que o cisto desenvolve-se a partir de degeneração cística do epitélio da glândula parótida que se aprisionou nos linfonodos epiteliais superiores. Clinicamente acomete adultos entre a 2 e 4 década de vida, apresenta-se como uma massa mole, flutuante,os principais fatores predisponentes são traumas e infecções. Histopatologicamente iremos observar um epitélio estratificado queratinizado ou não, a cápsula apresenta-se com presença de tecido linfóide, podendo apresentar ou não agregado linfóide (característica exclusiva dessa lesão).
O Cisto Cervical Oral é um cisto que se desenvolve dentro do tecido linfóide oral – este é encontrado na faringe e na cavidade oral; nesta iremos observar duas coisas, o anel de Waldeyer e o agregado linfóide. O primeiro é composto pelas amígdalas linguais e palatinas e pelo adenóide faringiano, o segundo é formado pelo assoalho bucal, superfície ventral da língua e palato mole. Este cisto pode surgir pela obstrução das amígdalas causado pelo acúmulo de queratina nesta região ou através do epitélio de superfície ou epitélio de glândulas salivares que fica retido no tecidolinfóide, durante a fase de embriogenese. Clinicamente iremos observar uma massa submucosa pequena, podendo ser firme ou mole durante a apalpação, a lesão pode ser branco ou amarelada e acomete principalmente soalho de boca, borda lateral e superfície ventral da língua, bem como as amígdalas palatinas e palato mole. Histopatologicamente iremos observar um epitélio estratificado pavimentoso paraqueratinizado revestindo a cavidade cística, bem como a presença de queratina na lúmen do cisto. A parece cística apresenta tecido linfóide, podendo apresentar ou não centros germinativos. 
O Cisto Dermoide é uma lesão incomum de desenvolvimento, pode-se dizer que é uma forma frustrada de teratoma (apresenta apenas dois folhetos embrionários), pois, apresenta revestimento de epitélio semelhante à epiderme – apresenta os três folhetos embrionários, sendo que na parede observa-se anexos cutâneos. O cisto dermoide pode fazer associação com os cistos gastrointestinais orais heterotópicos; clinicamente é encontrado na linha média do assoalho bucal, tem predileção por crianças e adultos jovens, apresenta-se como uma massa borrachoide ou pastosa – retém os dedos. O cisto dermoide faz diagnostico diferencial com a Rânula, contudo está localiza-se no assoalho bucal lateral a linha média, enquanto o cisto localiza-se exatamente na linha média do assoalho bucal. Histopatologicamente iremos observar a presença de um epitélio estratificado pavimentoso ortoqueratinizado, com uma pequena camada granulosa, pode-se observar ainda queratina no interior da cavidade cística, essa contem glândulas sebáceas e folículos pilosos.

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