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CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO I AULA 02 . PLANEJAMENTO INICIAL 01 Prof. Antônio Carlos Matos de Oliveira Msc em Ciências Aplicadas TÉCNICA DAS CONSTRUÇÕES A técnica das construções tem por objetivo o estudo e aplicação dos princípios gerais indispensáveis a construção de edifícios com segurança, economia e qualidade. A técnica das construções apresenta quatro diretrizes básicas Conhecimento dos materiais Métodos Construtivos Otimização dos equipamentos Racionalização dos serviços BREVE HISTÓRICO Na construção civil, um dos fatores levados cada vez mais em conta é o planejamento devido, na maioria das vezes, a complexidade desse setor, custos, orçamentos e a produtividade de máquinas e mão-de-obra. Dado um empreendimento como um todo, este possui várias etapas diferentes entre si como: Concepção Execução Uso A indústria da construção civil tem se desenvolvido de forma acelerada nos últimos anos, novos materiais estão no mercado para a utilização nas obras, o conhecimento de sua aplicação e rendimento fazem com que o profissional esteja aberto as novas tecnologias e suas particularidades. O conhecimento pleno dos materiais empregados quanto à resistência aos esforços a que estão submetidos e sua durabilidade determinam a qualidade do empreendimento . Revistas especializadas, congressos, seminários são ferramentas indispensáveis para o conhecimento dos novos materiais. 01 – MATERIAIS GRUPOS FUNDAMENTAIS Este talvez seja o grupo que devemos avaliar bem de perto suas possibilidades e desenvolvimento. Antes de iniciar qualquer construção a escolha do método construtivo é responsável pelo bom desenvolvimento do canteiro e pelo atendimento dos prazos estabelecidos. Hoje a simples decisão de uma laje passa por uma variável gama de processos e materiais que levam ao engenheiro a decidir não só quanto ao uso como também pela economia que este item da planilha poderá influir sobre o orçamento global do empreendimento 02 – MÉTODOS GRUPOS FUNDAMENTAIS O mundo atual passa por uma fase intensa de pesquisas voltadas para tecnologia e produção, onde a máquina substitui com precisão e produtividade o trabalho humano sem os inconvenientes das leis trabalhistas. O desenvolvimento dos equipamentos voltados para a construção civil tem proporcionado uma rapidez maior nas diversas etapas da obra diminuindo consequentemente os prazos de entrega dos serviços. 03 – EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS GRUPOS FUNDAMENTAIS A racionalização na execução dos serviços é obtida através de um planejamento e controle de obras. Como o planejamento é praticamente outro curso, nos vamos definir rapidamente como um processo de previsão de tomadas de decisões que envolve o estabelecimento de metas e a definição dos recursos necessários para atingi-los. Vamos lembrar então de três palavras: Processo, metas e recursos. 04 – PRODUTIVIDADE GRUPOS FUNDAMENTAIS ETAPAS DE UM EMPREENDIMENTO: TÉCNICA DAS CONSTRUÇÕES Custo acumulado de produção x Etapas do empreendimento Possibilidade de interferência X Etapas do empreendimento Evolução do custo acumulado x redução das possibilidades de interferência PLANEJAMENTO Na preparação desta etapa observaremos quatro atividades básicas e informações que deverão ser seguidas e verificadas até o encerramento do planejamento inicial. Visita ao terreno Concepção do empreendimento Atendimento às normas vigentes de projeto Estudo de Viabilidade CONCEITOS: • ato ou efeito de planejar. • serviço de preparação de um trabalho, de uma tarefa, com o estabelecimento de métodos convenientes • planificação. PLANEJAMENTO NA OBRA PLANEJAMENTO – VISITA AO TERRENO Antes de iniciarmos um projeto podemos nos defrontar com duas situações especificas: devemos encontrar para o cliente um terreno que atenda ao seu empreendimento ou o terreno já existe e devemos adéqua-lo ao projeto. Na primeira situação é imprescindível que façamos uma série de pesquisas, tendo como finalidade o melhor beneficio da obra. Observando alguns critérios dentre outros: a) Se a topografia do terreno é adequada a obra b) Se a área disponível é suficiente, permitindo que o projeto atenda a legislação vigente. c) O subsolo comporta economicamente uma fundação compatível com o prédio a ser projetado d) Se existe facilidade de abastecimento d’água, esgoto, energia etc entre outros PLANEJAMENTO – VISITA AO TERRENO A visita ao terreno se deve não somente verificar o levantamento geográfico do lugar mas principalmente os aspectos legais dos documentos a) LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO A planta de levantamento planialtimétrico deverá ser apresentada em escala conveniente entre 1:100 a 1:1250 com a data em que foi realizada e assinatura do profissional competente, anexando ainda a ART de entrada no CREA/CAU de onde o projeto será executado. PLANEJAMENTO – VISITA AO TERRENO ELEMENTOS A SEREM INDICADOS NOS LEVANTAMENTOS • Indicação da linha norte-sul • Poligonal do terreno • Curvas de níveis: • Dimensões das divisas do terreno. • Os ângulos de confluência da divisa dos terrenos • Área • Fixação do RN • Acidentes Naturais • Acidentes não Naturais • Ruas adjacentes • Croqui de situação PLANEJAMENTO – VISITA AO TERRENO b) Levantamento cadastral de serviços públicos: Existência de rede de água potável, rede de esgotos sanitários, galerias de águas pluviais, rede de energia elétrica, rede de iluminação pública, rede de telefonia e coleta de lixo. Estes serviços irão influenciar o preço final do empreendimento e consequentemente o preço de venda c) Levantamento legais e jurídicos: Escritura, impostos e registros, leis de uso do solo, taxas de ocupação, coeficientes de aproveitamento, gabaritos, alinhamentos e recuos, proteção ao patrimônio histórico e proteção ambiental PLANEJAMENTO – VISITA AO TERRENO d) Informações sobre o entorno: Uso e ocupação do solo, padrão urbanístico arquitetônico, Infraestrutura disponível, tendências de desenvolvimento, tráfego e estacionamento, aspectos visuais, equipamentos urbanos e fotos do terreno e seu entorno. e) Recursos técnicos disponíveis: Qualificação da mão de obra local; transporte de materiais ao local do empreendimento, sistemas técnicos construtivos, seleção e escolha de profissionais dos serviços e consultorias. PLANEJAMENTO – VISITA AO TERRENO f) Estudo geotécnico Na investigação do subsolo para fins de fundações, o tipo de sondagem mais empregada é a de “percussão” ou de “simples reconhecimento”. A sondagem é conduzida por meio de uma perfuração do terreno acompanhada da extração de amostras dos solos para sua identificação. PLANEJAMENTO - CONCEPÇÃO Na concepção de um empreendimento poderemos iniciar a partir das experiências adquiridas em projetos executados anteriormente, de estímulos externos vindo de investidores, corretores que atuam no mercado local, de publicações de instituições de pesquisa de associação de construtoras e até por instituição de ensino superior, onde muitos dos trabalhos finais podem oferecer idéias ou no mínimo ampliar nossas escolhas O importante é que o profissional tenha nas mãos os dados necessários para oferecer ao cliente as opções de projeto de acordo com a demanda do mercado. A concepção de um empreendimento imobiliário, a partir de um usuário ou grupo de usuários já existentes, facilita o estudo de sua viabilidade no que diz respeito a alguns itens quediscutiremos abaixo: a) Objetivos do Cliente/Obra O cliente muitas vezes sabe o que deseja mais não possui os elementos técnicos para definir a construção quanto aos seus aspectos físicos e espaciais. A conversa inicial do engenheiro/ arquiteto com o cliente deve estabelecer como objetivo principal a definição do escopo do empreendimento e definir algumas diretrizes básicas PLANEJAMENTO - CONCEPÇÃO OBJETIVOS DO CLIENTE/OBRA 1. Definição do tipo de uso a que se destina a edificação: Residencial - Prestação de Serviços - Equipamentos públicos 2. Definição do perfil do usuário potencial do empreendimento em estudo: a partir dessa avaliação o profissional (arquiteto) poderá indicar o tipo de construção adequado ao público-alvo; 3. Avaliação do impacto que esse equipamento poderá causar na área em que será implantada; 4. Programa de necessidades: o tipo de ambiente projetado com suas respectivas áreas PLANEJAMENTO - CONCEPÇÃO A obra portanto não pode ultrapassar o cronograma estabelecido pois poderá acontecer que o cliente passe pela situação que ainda estará gastando com a obra e ao mesmo tempo pagando o empréstimo o que pode levá-lo a uma situação difícil. PLANEJAMENTO - CONCEPÇÃO b) Prazos e recursos disponíveis Dependendo do tipo de construção principalmente se uma parte dos recursos depende de financiamento de terceiros o prazo de construção se torna um fator de grande importância pois os empréstimos bancários estabelecem uma carência normalmente pequena para pagamento do financiamento. c) Padrões da construção Os materiais são como já vimos, um dos responsáveis pelo nível de acabamento como também pelo bom desempenho em áreas que não são visíveis aparentemente como as áreas molhadas onde as impermeabilizações são atuantes. PLANEJAMENTO - CONCEPÇÃO c) Estilo de construção O estilo de projeto apresenta variáveis que vão do tropical rústico ao estilo futurista apresentado por alguns hotéis em Dubai e cassinos em Las Vegas. Esta concepção normalmente está embasada pelo estilo do cliente ou do local do empreendimento. PLANEJAMENTO - CONCEPÇÃO PLANO DIRETOR DE NATAL DIVISÕES DA CIDADE: O Macrozoneamento divide a cidade em três áreas: Zona de Adensamento Básico; Zona Adensável; Zona de Proteção Ambiental. PLANEJAMENTO – ATENDIMENTO AS PRESCRIÇÕES URBANISTICAS E AMBIENTAIS Prescrições urbanísticas do Plano Diretor: 1. Taxa de Ocupação (área da projeção horizontal da construção/ área do terreno); 2. Taxa de impermeabilização (área da construção que não permite permeabilidade/ área do terreno); 3. Coeficiente de Aproveitamento (área construída/ área do terreno); 4. Recuos (afastamento da edificação para os limites do terreno, ou de outra edificação) 5. Gabarito. PLANEJAMENTO – PRESCRIÇÕES URBANISTICAS E AMBIENTAIS O estudo de viabilidade econômico-financeira apresenta os riscos e as potencialidades do empreendimento. No relatório constam, as conclusões, expectativas e recomendações para a viabilidade do projeto. Normalmente este estudo é feito por profissionais que atuam neste segmento de mercado. PLANEJAMENTO – ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA . PLANEJAMENTO – ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA Resumindo: Quando a decisão de investir está baseada apenas na análise comparativa da quantidade de recursos entrantes e de saídas referentes ao custeio do empreendimento, resultando em um lucro, trata-se de viabilização econômica. (Bezerra da Silva, 1995) Viabilidade econômica. Neste caso buscamos inicialmente o lucro do empreendimento, o beneficio projetado para o futuro e alguma garantia que ele será realmente obtido. O preço deverá ser maior do que o custo, e as receitas, ou entradas, deverão ser maiores que os gastos ou saídas. . PLANEJAMENTO – ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA Quando a decisão de investir está baseada na disponibilização de recursos, com o objetivo de se obter o equilíbrio das entradas e saídas, levando-se em conta os saldos a cada momento (fluxo de caixa), trata-se de viabilização financeira. (Bezerra da Silva, 1995 Viabilidade financeira. A grande maioria dos negócios de construção civil exige o investimento de capital. Embora o preço seja, superior aos custos, a receita entra no caixa bem depois da necessidade de pagamentos de despesas. ETAPAS DE PROJETO As etapas iniciais de um empreendimento se caracterizam pelo grande volume de informações adquiridas, desde a visita ao terreno até o início do estudo preliminar do empreendimento. Nessa segunda fase, podemos estabelecer mais uma vez quatro etapas básicas 1. PROJETOS; 2. MEMORIAIS DESCRITIVOS; 3. ORÇAMENTOS; 4. CRONOGRAMAS. ATIVIDADES E INFORMAÇÕES NA ETAPA DE PROJETOS Os projetos compõe-se de duas partes distintas: parte gráfica e parte escrita, que juntos montam o dossier técnico de acompanhamento de uma obra. Classificamos normalmente em três segmentos: projetos de arquitetura, projetos complementares e de urbanização. Os projetos complementares podem ainda ser subdivididos em: Projetos de instalações, projetos de produção e projetos de sistemas mecânicos. Projeto Arquitetônico Projeto Estrutural PROJETOS DE INSTALAÇÕES: Elétrica Sanitária Combate a Incêndio Telefônica TV – Cabo Drenagem águas pluviais Hidráulica Multimídia Automação predial PROJETOS DE PRODUÇÃO: Forma para concreto Vedações Impermeabilização Revestimento de fachada Canteiro de Obra Laje racionalizada PROJETOS DE SISTEMAS MECÂNICOS: Elevadores Condicionadores de ar Exaustão Gases PCA – Acessibilidade RITUR PROJETOS PROJETOS - RELATÓRIOS Relatório de Impacto no Tráfego Urbano 3 vias Relatório do PCA 3 vias Relatório Ambiental 3 vias Memorial Descritivo 3 vias Especificações Técnicas 2 vias PROJETOS - REQUERIMENTOS RRT – Elaboração da arquitetura 4 vias ART – Execução da obra 4 vias ART – Elaboração dos projetos complementares 4 vias Requerimento da SEMURB – Licença Ambiental 2 vias Requerimento da SEMURB – Alvará de Construção 2 vias PROJETOS - DOCUMENTOS COMPLEMENTARES Levantamento topográfico 2 vias Estudo geotécnico 2 vias Cópia da escritura do terreno 2 vias Cópia do IPTU 2 vias Orçamentos e Cronogramas Conceituando de uma forma simples podemos dizer que o orçamento é o calculo dos custos para executar uma obra ou um empreendimento. Quanto mais detalhado o orçamento ele se aproximará do custo real. Estimativa de custo – avaliação de custo obtida através de estimativa de quantidades de materiais e serviços, pesquisa de preços médios e aplicação de percentagens estimativas ou coeficientes de correlação, efetuada na etapa de estudo preliminar do projeto. Orçamentos e Cronogramas Orçamento preliminar – avaliação de custo obtida através de levantamento e estimativa de quantidades de materiais e de serviços e pesquisa de preços médios, efetuada na etapa de anteprojeto. Orçamento analítico ou detalhado – avaliação de custo obtida através de levantamento de quantidades de materiais e de serviços e da composição de preços unitários, efetuada na etapa de projeto executivo ORÇAMENTO DETALHADO •Estudo dos condicionantes •Especificações técnicas •Identificação dos serviços •Levantamento de quantitativos. •Composição de custos unitários. •Definição dos encargos sociais •Definição do BDI •Planilha orçamentária COMPOSIÇÃO SERVIÇO: ALVENARIA DE TIJOLO CERAMICO m2 Leis Sociais 120% INSUMOS Preço Consumo Ud. Preço BDI Unit. (R$)Total (R$) 30% 1.Cimento 0,45 2,2800 Kg 2. Areia média 30,00 0,0190 m3 3. Tijolo Furado 0,20 25,0000 Ud. 4.Pedreiro 2,00 1,0000 H 5. Servente 1,70 1,1000 H 6. L.Sociais 7.BDI TOTAL Orçamento Detalhado •Composição de custos unitários. - Índices ou coeficientes de aplicação de materiais. - Índices ou coeficientes de produção ou aplicação de mão de obra. - Índices de aplicação de equipamentos com o seu custo horário. - Preços unitários de materiais. - Preços unitários de mão-de-obra. - Taxas de encargos sociais. - Benefícios de despesas indiretas. BDI Esta taxa varia bastante de uma construtora para outra, e até mesmo de uma obra para outra em uma mesma construtora. Sofre também variação conforme seja o porte da obra, o porte da construtora, volume de obras da construtora, localização da obra, nível de organização da construtora, entre outros fatores. Os impostos são cobrados em cima do valor faturado, conforme exemplo ilustrado na tabela a seguir: Custo da Construção R$ 100.000,00 % Previsto de BDI 24,50% % Previsto de Impostos no BDI 9,13% Preço Final R$ 124.500,00 Valor do Imposto Previsto R$ 9.130,00 Valor do Imposto efetivamente cobrado R$ 11.366,85 BDI Para facilitar a identificação - o preço de venda é aquele apresentado nas propostas de construção solicitadas em licitações ou o preço que o empreendedor deverá vender seu empreendimento. O preço de venda não depende tão somente do orçamento, dos projetos e do empreendedor, ele depende, talvez com maior peso, do mercado e suas leis. DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA A oferta e a procura de imóveis em determinadas regiões cria variações incríveis de preço, levando os empreendedores e suas equipes a terem cautela na determinação do preço de venda. Em geral sua determinação ocorre estipulando-se uma margem de lucro mínima e realizando uma pesquisa de mercado para obter o preço por metro quadrado das edificações. Munido destas informações, além do custo do empreendimento, chega-se a um preço de venda preciso e competitivo DETERMINAÇÃO DO PREÇO DE VENDA O cronograma da obra é o gráfico que procura estabelecer o início e o término das diversas etapas de serviços de construção, dentro das faixas de tempo previamente determinadas, possibilitando acompanhar e controlar a execução planejada. Ele pode conter os itens principais e os sub-itens das várias etapas de serviços de uma obra, bem como sua duração, com o início e o término de cada etapa, permitindo fazer o acompanhamento e o controle do empreendimento. Cronogramas Os cronogramas são ferramentas de planejamento que permite acompanhar o desenvolvimento físico dos serviços e efetuar previsões de quantitativos de mão-de-obra, materiais e equipamentos, tanto os incorporados à obra construída quanto aqueles usados na construção. Além de permitir que se determine o faturamento a ser feito ao longo da execução da obra constituindo-se no chamado cronograma fisico-financeiro. Os cronogramas geralmente elaborados são os seguintes: •Cronograma de mão-de-obra •Cronograma de materiais •Cronograma de equipamentos •Cronograma físico-financeiro
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