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Escola de Saúde Pública – ESP Hospital São José de Doenças Infecciosas – HSJ Residência Médica em Infectologia SÍNDROMES DIARRÉICAS AGUDAS Orientadora: Dra Christiane Takeda Ramiro Moreira Tavares R3 Infectologia Caso Clínico 1 Paciente FEC, C8 anos, do lar, moradora da zona rural de Guaiuba/CE; previamente constipada; Dá entrada com quadro de dor em BV e febre há 3 dias, refere que há +/- 4 dias apresenta aumento da quantidade de evacuações, tendo notado nos últimos 2 dias piora da dor, referindo que as fezes estão com sangue pisado(refere que antes estava "só a água"). Refere tenesmo discreto. Afirma ter procurado o PSF, há 2 dias, onde o Dr solicitou parasitológico de fezes e prescreveu SRO Caso Clínico 1 Afirma que não melhora com jejum, e vem fazendo ultimamente mais de 5 evacuações ao dia Relata consumo de água mineral quando está na casa da mãe (diz que não compra em casa pois está caro); não tem filtro em domicílio – consome água de pote Refere consumir com frequência leite e derivados em domicílio, e diz ser "viciada" na maionese que a vizinha, que é "merendeira" faz Caso Clínco 1 ECG 15, anictérica, desidratada ++/4, FC 107bpm, FR: 24rpm, dor à palpação FID, sem irritação peritoneal. TX: 39,2ºC PA: 120x60mmHg Mucosa anal hiperemiada Edema de MMII +/4 Conduta? Quais exames? Internamento? Caso Clínico 1 EC: Hb/Ht: 10/31, Leuco: 16000, neut: 12500, Linf: 3000, Plaq: 140000 Ur/Cr: 62/1,4 PCR: 131 BHCG: não reagente; TRHIV: ñ reagente HCO3: 21, Lact: 5,8 Reação de Widal: negativa Leucócitos nas fezes: + Colprocultura Caso Clínico 1 Conduta: 1) Internamento? Localização do patógeno? 2) Início de antibiotico? Em que pensar? Qual o "BICHO"? 3) Complicações possíveis... 4) Aguardo cultura solicitada? Aguardo paresitológico de fezes solicitado pelo Dr do ESF? Caso Clínico 2 JUV, 31 anos, sexo masculino, natural de Buenos Aires/ARG, Youtuber, sabidamente HIV, passageiro de cruzeiro, atracado em Fortaleza há 1 hora. (Em uso de 3TC + TDF + DRV/r + RAL) Dá entrada com relato de diarréia aquosa há <24hs, com início de quadro 4hs após consumo de jantar. Refere astenia e dor abdominal. Afirma estar nervoso pois não pode perder a partida do navio pois não conhece ninguem em Fortaleza Conduta? Quais exames? Internamento? Caso Clínico 2 EF: hipocorado +/4, anictérico, desidratado +/4, refere dor periumbilical a palpação, e em flanco direito, com intensa dor a discompressão brusca de pont de McBurney, RHA finos. EC: Hb/Ht: 13/37, L: 9200, Neut: 8000, Linf: 1100, Plaq: 199000; Ur/Cr: 54/1,2; PCR: 82; EAS: 3 hemáceas, proteinúria +, 1 leucócito; TRHIV: reagente Caso Clínico 2 CD4/CV: 871/<40 US abdome: presença de líquido livre em cavidade, apendice com paredes dilatadas, presença de imagem com sombra acústica posterior em seu interior. Introdução Do grego: Dia (contúnuo) Rhein (fluir) "Presença de fezes liquefeitas por três ou mais vezes ao dia, caracterizadas por diminuição de sua consistência e aumento de frequência baseado no perfil basal de cada indivíduo" Thielman NM.,Guerrant RL. Acute Infectious Diarrhea. New England J of Medicine. 2004.350(1): p 38-47. Diarréia persistente > 14 dias diarreia Diarréia crônica > 30 dias Diarreia aguda <14 dias Disenteria:sangue e muco nas fezes Introdução Intestino Delgado: Na, Cl, HCO3, absorção passiva de água Intestino proximal // Jejuno Capacidade absortiva > secretora Absorve 80% do líquido que chega a sua luz Absorção Na+ Aldosterona Introdução Infecciosas Vírus, Bactérias, Fungos e suas toxinas Rotavírus é o agente viral mais importante BR: rotavírus, E.coli enterotóxica e enteropática Não infecciosas Doenças inflamatórias, neoplasias, metabólica, medicamentosa, intolerância/alergia "Segunda causa de mortalidade no mundo ... estimando de 2-5milhões de mortes/ano." Thielman NM.,Guerrant RL. Acute Infectious Diarrhea. New England J of Medicine. 2004.350(1): p 38-47. Epidemiologia MS-BR: 1994: Sistema de Monitoração de Diarréias Agudas (MDDA) 2000-10: 1 bilhão de crianças apresentaram pelo menos 1 eposódio/ano 4-6 milhões de mortes EEUU: 99 milhões adultos 1-2 apisódios/ano (Tavares, W; Marinho, LAC, Rotinas de diagnóstico e tratamento de doenças infecciosas e parasitária; 4ª edição. Atheneu, Rio de Janeiro, 2015 -cap 39, p256) Phillips, 1964; Hirchhorn & Nalin,1968; Sack, 1978 TRO em cólera Epidemiologia 2002 – Rio de Janeiro (Sabra A. E.coli revisada no contexdo de diarréia aguda. J. Pediatria, 2002; 78 (1): 5-7) : 30% Rotavirus 22% ECET 15% ECEP 19% Salmonella 5% Shigella 5% Campylobacter 2,5% Yersinia 2006: MS-BR acrescentou a vacina para Rotavirus CNV (2-4m) Fatores de risco Condições de armazenamento alimentar Viagens pH gástrico Idade Comorbidades Procedimentos cirúrgicos Habitos de vida Classificação / Fisiopatologia Diarréia alta: Intestino delgado: dor abdominal, fezes liquefeitas sem grande aumento de volume, desnutrição, resíduos alimentares – dor ñ alivia após evacuação Diarréia baixa: Intestino grosso: aumento de volume das fezes, pode ser observado sangue e/ou muco, lesão anal/ampola retal Diarréia Ñ-inflamatória Aquosa; caráter secretória Toxinas, AMP-c Diarréia Inflamatória Ruptura de barreira mucosa; secreção purulenta; sangue Secretória Patógenos não-invasivos produtores de toxinas lançando líquidos na luz de ID ( AMPc) Reabsorção >> Absorção Clostridium, E.coli, Shiggella, Salmonella e C. jejuni; tumores neuroendócinos Transporte de íons no interior das células para luz intestinal Secreção ativa de íons e água Absorção iônica ou de água diminuída Não melhora com jejum Exsudativa Material protéico, mucopolissacarídeo, restos celulares e sangue na luz intestinal – TOXINAS; tomores Shigella, Salmonela, E. coli, Yersinia e Vibrio spp, Clostridium Dça de Menetrier Lesões epitéliais, dano vilosidade, intensa inflamação Dor abdominal, febre e desenteria Processo inflamatório que sugere infecção por agentes invasivos, com agressão de íleo distal e cólon Motora – distúrbio Motilidade Reação inflamatória ou induzida por drogas Discinesia Motilidade propulsiva Desmotilidade intestinal Alteração da motilidade intestinal – hipermotilidade ou hipomotilidade Mecanismos diversos que diminuem contato do bolo alimentar com a Luz intestinal (Geralmente não infecciosos) Sobrecrescimento de flora bacteriana gerando sd disabsortiva Disabsortiva Distúrbio de absorção causado por toxinas e ação direta de patógenos Ruptura da integridade da mucosa intestinal, eliminação de sangue, muco e/ou proteínas Esteatorréia TOXINAS - Aumentada liberação de água e eletrolitos nas fezes (protozoários, helmintos, vírus e bactérias) Osmótica Grande liberação de água, Na, K, Cl e HCO3 Presença de vômitos, febre, hipocalemia, acidose metabólica Desidratação aguda ↑ exagerado da osmolaridade na luz intestinal, atraindo água para a luz ( causada por vírus, bactérias, carboidratos) Fortúita: saís de Na+; sais de Mg++; K+ Melhora com jejum Quadro Clínico Geralmente autolimitadas Predominantemente virais Adultos x Crianças Quadro Clínico Crianças Doença sistêmica, não localiza sintomas Adultos Doença localizatória Aumento de volume e diminuição de frequência Náusea/vômito Dor abdominal Febre Desidratação Abordagem História clínica e exame físico Maioria autolimitada (<3dias) Tempo de sintomas Desidratação! Atividade sexual Exames complementares Pesquisa de leucócitos fecais Diarréia inflamatória Comorbidades Extremos de idade Exames complementares Pesquisa de leucócitos fecais Diarréia inflamatória x ñ inflamatória +: Shiggella, Campylobacter e E. Coli enterotóxica; Salmonella, Yersinia, Clostridium, Aeromonas (-): intox alimentar, Amebíase, Giardíase, Norovírus, Rotavírus, Cryptospirýdium, Isospora Parasitológico de fezes Pesquisa de Toxinas Colprocultura Reação de Vidal (-O; -H) Exames endoscópicos Tratamento Aumentar ingesta hídrica Evitar alimentos laxativos Evitar leite e derivados Antibioticoterapia Sinais sistemicos de doença invasiva Patógeno definido por achado laboratorial Grupos fechados Condições Especiais Diarréia do viajante 20 milhões de casos anuais 90% E.coli (ETEC) Campylobacter e vírus Nosocomial Após 72hs de internação Clostridium difficile Toxinas A e B Crianças: Rotavirus (Cheng A C, McDonald JR , Thielman N M. Infectious Diarrhea in Developed and Developing Countries. J Clin Gastroenterol . 2005. Condições Especiais SHU Microangiopatia, IR e trobocitopenia E. coli enterohemorrágica (O157:H7) Gado bovino Crianças pós diarréia (90%) SHUa E. coli D(-); S. Pneumoneae; Influenza A Diarréia em imunocomprometidos Vírus, bactérias e parasitas HIV Pós-transplantes Adenovirus, rotavirus OBRIGADO!
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