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Direito Natural X Direito Positivo
Publicado por Angelina Kloppel ­ 2 anos atrás
A Filosofia do Direito  tem como  tema  recorrente o estudo do Direito Natural, assim como do Direito Positivo.
Neste artigo serão considerados aspectos históricos das  relações entre Direito Natural e Direito Positivo,
sendo que serão  ressaltados os  fundamentos dos mesmos. 
O cotejo entre naturalismo e positivismo será analisado de maneira a  tornar  fácil o entendimento dos
conceitos e  fundamentos, assim como as opiniões de alguns pensadores.   
A Filosofia do Direito  já que  trata  frequentemente do assunto  referido, nos proporciona condições de análise
de diversas  formas que são essenciais para a  formação de acadêmicos.   
Neste estudo, analisaremos a evolução dos pensamentos, as  teorias  fundamentadoras  tanto do Direito
Positivo como do Direito Natural, e alguns dos principais pensadores positivistas bem como naturalistas. 
Sabe­se que os pensadores  tiveram maiores conflitos em meados do século XIX, quando ocorria a difusão
do positivismo, enquanto que os  filósofos naturalistas buscavam desenvolver sua  teoria para que pudessem
adequá­la à atualidade.   
Neste caso, um  retrospecto histórico é muito  importante para que possamos entender o caráter cíclico,
permanente e eterno do Direito Natural andando  junto com o  fenômeno  jurídico positivo.   
Deve­se observar  também que o  jusnaturalismo possui  função de ordenar e sustentar o positivismo,  já que
este não é auto­suficiente, necessitando de  legitimidade, e esta  legitimidade encontra­se aparente no Direito
Natural.   
Enquanto  isso, o Direito Positivo é o que estabelece as ações a serem cumpridas,  indiferentemente do
conhecimento de cada  individuo, as ações são  reguladas através das normas e por este motivo devem ser
desempenhadas do modo prescrito na norma.   
O assunto  tratado é de  interesse de  todos os cidadãos,  independente de espaço,  razão pela qual  justifica­se
o estudo e a  importância do assunto.   
Na atualidade o conhecimento acerca do Direito Positivo e do Direito Natural é  importante dada a
preocupação do homem moderno diretamente com o  individuo, suas condições particulares, suas diferenças.   
Importante  também  lembrar que os chamados Direitos Humanos, ou Direitos Fundamentais, em sua maioria
JusBrasil ­ Artigos
07 de março de 2016 
surgem da natureza do ser humano, constituindo assim  formulações históricas acerca do Direito Natural. Mas
o Direito Natural não pode  reduzir­se apenas aos  interesses do homem  individual, deve  inserir­se sempre em
uma visão muito mais ampla e  filosófica do homem e do universo.  
Assim a concepção do Direito Natural  torna­se  importante por ser dinâmica, eterna e  também humana.  
Do Direito Positivo e do Direito Natural  ­ aspectos históricos e gerais 
Até o  final do século XVIII o direito  foi dividido em duas correntes, o naturalismo e o positivismo. Ambas as
correntes são consideradas  iguais quanto a sua qualificação, porém são analisadas em planos diferentes.   
Na Época Clássica o Direito Natural era visto como um direito comum, enquanto que o Direito Positivo era
visto como direito especial,  sendo assim, o Direito Positivo prevalecia sobre o Natural nos casos em que
houvesse conflito.   
Já na  Idade Média há algumas contradições entre as duas espécies  invertendo a  relação. Nesta época, o
Direito Natural não era mais visto como um direito comum, mas como uma norma  fundada através da
vontade de Deus, e assim derivou­se a  tendencia permanente no pensamento  jusnaturalista de considerar o
Direito Natural como superior ao Positivo.   
É pertinente destacar alguns aspectos históricos de cada corrente em separado, assim, consideremos
primeiramente o Direito Natural, que, segundo GOUVEIA  (1998),  tem como sua principal natureza as  leis
naturais, advêm com a criação da sociedade, através de normas consideradas divinas, pela qual os homens
estariam subordinados. Ainda pertine mencionar que acreditavam alguns pensadores que existe um  “Direito
Natural permanente e eternamente válido,  independente de  legislação, de convenção ou qualquer outro
expediente  imaginado pelo homem”.   
Observemos agora os aspectos históricos  referentes ao Direito Positivo, que no seu  retrospecto histórico
consta que  teve  inicio no século XIX da  reação ao  idealismo  transcedental, o antigo porém volta ao século
XV na política de Maquiavel,  também ao seculo XVI com o método de Bacon e ao século XVII com o
materialismo de Hobbes. Porém, podemos considerar Protágoras  (481 a.C – 411 a.C) o pensador que
antecipou as opiniões dos positivistas modernos.  
Este, dizia que as  leis  feitas pelos homens eram válidas e  também obrigatórias, sem necessariamente ser
considerado seu conteúdo moral.   
A Augusto Comte se deve a sistematização e o aprofundamento da doutrina do Direito Positivo e é por este
motivo que ele é considerado o pai do positivismo, porém  já se delineavam seus  traços em Bacon,
Descartes, Galileu, Hume, Locke e  também nas  lições  fundamentais de Kant.   
Quando o Direito Positivo e o Direito Natural não são mais considerados direito no mesmo sentido, o Direito
Positivo passa a ser considerado como direito em sentido próprio, então vemos a concepção do positivismo
jurídico e por obra deste, ocorre a  redução de  todo o direito a Direito Positivo e, assim, o Direito Natural é
excluído da categoria do direito, pois é considerado positivismo  jurídico aquela doutrina segundo a qual
inexiste outro direito senão o Positivo.   
Porém, para os naturalistas, o Direito Natural pode ser considerado uma base do direito, ou seja, o critério
para se determinar o que é  justo, e seguindo este pensamento podemos considerar que o Direito Natural é
permanente e eternamente válido,  independente da  legislação,  já que o mesmo surge da necessidade de
princípios gerais que possam valer para qualquer povo em qualquer  tempo e  território.   
Em explicação ao Direito seria a  razão, porém o  fundamental no Direito Natural eram as  leis  infundidas por
Deus no coração do homem, assim sendo, o homem  teria  liberdade de seguir essas  leis ou não, o que
ocasionaria  inúmeros conflitos posteriores  já que as  leis naturais seriam cumpridas de acordo com a vontade
humana e não poderiam  intimidar o homem com castigos  reais, apenas sua moral seria atingida.   
Então, acredita­se que para que os homens não pudessem apenas seguir suas paixões, Deus  teria aprovado
a criação das sociedades humanas, onde por mais que  todos os cidadãos  fossem  iguais, seriam escolhidos
governantes que  teriam o direito e obrigação de  fazer cumprir os preceitos estipulados por Deus, e estes
poderiam aplicar castigos efetivos a quem os descumprisse.   
Neste momento o direito não mais seria  interpretado como antigamente, mas deveria ser cumprido no
presente estágio de sujeição civil, porém era o Direito Natural que daria as características da humanidade.   
Inegável que ao contrário do Direito Natural, o Direito Positivo determina o direito como um  fato e não como
um valor,  tendo assim, uma definição basicamente  formalista. O Direito Positivo adequável as necessidades
do povo. É o direito posto e assegurado pelo Estado.   
Bobbio considera que o pensador positivista estuda o direito  tal qual ele é, não  tal qual deve ser.
Considerando essa afirmação, mais uma vez o positivismo diverge do naturalismo que considera que deve
fazer parte do estudo do direito  real  (tal qual é)  também a sua valoração com base no direito  ideal  (tal qual
deve ser).   
O positivismo  jurídico  tem como base o principio da prevalência de uma  fonte do direito sobre  todas as
demais  fontes, no caso a  fonte que se sobrepõe no positivismo é a  lei posta.   
Observa­se o  fato de validade das normas, ou seja, a eficácia da mesma. Sendo assim, é direito o conjunto
de  regras que são  realmenteseguidas e que são eficazes em determinada sociedade.   
Para  isso, um determinado ordenamento  jurídico atribui a algumas pessoas a capacidade de produzir as
normas  jurídicas e as normas só serão válidas se  forem produzidas por uma  fonte autorizada.   
Relevemos novamente o  fato de o Direito Positivo ser mutável,  já que as normas e  leis estão  todas sujeitas
ao desgaste com a evolução da sociedade.   
Com  relação a hermenêutica, o  juspositivismo é bem  restrito e aceita apenas quatro métodos, são eles
gramatical, que  tem como principal característica o exame do significado e alcance de cada uma das
palavras expressas na norma; histórica que questiona as condições de meio e momento quando da
elaboração da norma  jurídica, assim como as causas passadas da solução dada pelo  legislador;  teleológica
que busca o  fim que a norma  tenciona servir e  lógico­sistemática que visa encontrar o sentido e o alcance
da norma situando­a no conjunto do sistema  jurídico, busca compreende­la como parte  integrante de um  todo
em conexão com mais normas  jurídicas que com ela se articulam  logicamente. 
Embora alguns pensadores considerem que o Direito Natural não possa  ter um único conceito determinado,
por depender da hermenêutica de cada autor, de sua época acerca do ser humano, o conceito entre Direito
Natural e Direito Positivo  já  tinha certa distinção em Platão mas  tornou­se explicito em Aristóteles  (1992,
p.238):   
Seja como  for, existem uma  justiça natural e uma  justiça que não é natural. É possível ver claramente quais
as coisas entre as que podem ser de outra maneira que são como são por natureza, e quais as que não são
naturais, e sim  legais e convencionais, embora ambas as  formas sejam  igualmente mutáveis.  
Porém, por necessitar de elementos  reais e concretos de sociedade diversificada em que as noções de
Direito Natural pudessem crescer e  reproduzirem­se, essa diferença entre o Direito Positivo e o Direito
Natural ainda era considerada mais  filosófica do que  técnico­jurídica.   
Também eram usados os  termos  jus gentium e  jus civile como nos explica Bobbio  (1995): O  jus gentium e o
jus civile correspondem à nossa distinção entre direito natural e direito positivo, visto que o primeiro se
refere à natureza  (naturalis  ratio) e o segundo às estatuições do populus. 
Das distinções ora apresentadas  temos que são dois os critérios para distinguir o Direito Positivo  (jus civile)
do Direito Natural  (jus gentium): O primeiro  limita­se a um determinado povo, ao passo que o segundo não
tem  limites; O primeiro é posto pelo povo  (isto é, por uma entidade social  criada pelos homens), enquanto o
segundo é posto pela naturalis  ratio.   
Muitos outros pensadores  formularam conceitos acerca das divergências entre Direito Natural e Direito
Positivo, porém, vamos observar as diferenças citadas por Bobbio  (1995): O direito natural é universal e
imutável  (semper) enquanto o civil é particular  (no  tempo e no espaço); O direito natural estabelece aquilo
que é bom  (bonum et aequum), enquanto o civil estabelece aquilo que é útil: o  juízo correspondente ao
primeiro  funda­se num critério moral, ao passo que o  relativo ao segundo baseia­se num critério econômico
ou utilitário. 
Sendo assim, podemos concluir que o Direito Natural é o critério que permite valorar o Direito Positivo e
medir sua  intrínseca  justiça. Embora os dois contrastem entre si, o  interprete não estará desempenhando
bem o seu papel caso deixe de considerar o Direito Natural em suas decisões,  já que mesmo que o Direito
Positivo possa vir a se afastar dos princípios do Direito Natural ou deste possa divergir por diversos
motivos, ele  jamais os excluirá  inteiramente, ou seja, mesmo que o Direito Positivo altere alguns princípios
do Direito Natural, nem assim o Direito Natural perderá o seu valor.   
Partindo dos princípios positivistas poderíamos dizer que a conclusão que podemos chegar acerca do Direito
Natural são basicamente poucas,  já que não há sequer um conjunto de  leis que  legitimem a existência do
jusnaturalis como direito. Mas depois deste estudo concluímos que o Direito Natural  faz parte dos princípios
gerais e serve como  inspiração na criação das  leis no positivismo.   
Desde a Grécia existem pensadores que buscam  teorias para  justificar o direito em duas correntes: o
naturalismo e o positivismo. Assim  fizeram surgir o Direito Positivo como evolução do Direito Natural.   
Com  isso, entendemos que os princípios gerais de Direito Natural podem mesmo ser considerados
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insuficientes na aplicabilidade de normas assim como na eficácia da mesma. Mas que é graças a existência
do Direito Natural que pudemos nos organizar e contar com o surgimento do Direito Positivo, este que
assegura nossos direitos e deveres mesmo que  jamais  tenhamos  resultados absolutos em qualquer decisão
de  intérpretes, visto que o comportamento do cidadão varia de caso em caso, bem como a hermenêutica.   
Pudemos observar ainda, que o dever de  todos não encontra­se apenas na  lei positiva, mas na dignidade da
pessoa e da natureza humana. Não se pode olvidar o  fato de o Direito Positivo  ter  trazido grandes
conquistas ao direito, porém,  também não se pode esquecer que o Direito Positivo busca no Direito Natural
soluções de conflitos.   
O Direito Positivo é mutável, portanto,  imperfeito,  já que as normas e  leis estão  todas sujeitas ao desgaste
com a evolução da sociedade.   
Por  fim, concluímos que embora o Direito Natural e o Direito Positivo possam parecer  totalmente
divergentes, o  interprete não deve prender­se a apenas um deles durante a hermenêutica, mas deve
considerar  tanto o Direito Positivo como o Direito Natural para desempenhar plausivelmente seu papel.
Referências 
ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos. 3.ed.Brasília: UNB, 1992. 238p.
BOBBIO, Norberto. O Positivismo Jurídico:  lições de Filosofia do Direito. São Paulo:  Ícone, 1995. Coleção
Elementos de Direito.
GOUVEIA, Alexandre Grassano. Direito Natural e Direito Positivo. Jus Navigandi, disponível em
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6&p=1. Acesso em: 12 de Junho de 2010. 
Disponível em: http://angellina.jusbrasil.com.br/artigos/111840164/direito­natural­x­direito­positivo

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