Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo: Cultura um conceito antropológico. Segundo o autor Roque de Barros Laraia, somente a genética não são determinantes das diferenças culturais ou seja não existe relação entre a distribuição dos caracteres genéticos e os comportamentos culturais. Qualquer criança pode ser educada em um ambiente o qual não seja o seu habitat natural ou de nascença e seguramente herdar todos os hábitos culturais da família onde essa criança esta sendo introduzida. É falsa a idéia de diferenças de comportamento entre homens e mulheres quando é atribuída atividades profissionais a divisão de trabalho entre homens e mulheres é feita culturalmente e não por racionalidade biológica. O comportamento depende de um aprendizado chamado endoculturação, um menino e uma menina são diferentes não em função de seus hormônios mais em decorrência de uma educação diferenciada. As diferenças de ambientes físicos não determinam se algumas raças são mais ou menos desenvolvidas e que pode haver uma grande diversidade cultural dentro de um mesmo espaço físico, essas diferenças que o ambiente físico condicionam a diversidade cultural são teorias desenvolvidas por geógrafos no final do século XIX e no início do século XX. Na verdade, as centenas de definições formuladas após Tylor serviram mais para estabelecer uma confusão do que ampliar os limites do conceito. Em 1871, Tylor definiu cultura como sendo todo o comportamento aprendido, tudo aquilo que independe de uma transmissão genética. O homem é o único ser possuidor de cultura. Em suma, a nossa espécie teria conseguido, no decorrer de sua evolução, estabelecer uma distinção de gênero e não apenas de grau em relação aos demais seres. Cultura, sua primeira definição foi pertencente a Edward Tylor, pode ser objeto de um estudo sistemático, pois trata-se de um fenômeno natural que possui causas e regularidades, para muitas mentes educadas parece alguma coisa presunçosa e repulsiva o ponto de vista de que a história da humanidade é parte e parcela da história da natureza. Ainda na segunda metade do século XIX, Tylor se defronta com a idéia da natureza sagrada e expressa-o seguinte, afirma a igualdade da natureza humana, "que pode ser estudada com grande precisão na comparação das raças do mesmo grau de civilização." O desenvolvimento das instituições sociais buscam no passado as explicações para os procedimentos sociais da atualidade. Segundo Kroeber, todos sabem que nascemos com certos poderes e adquirimos outros. Não é preciso argumentar para provar que algumas coisas de nossas vidas e constituição provêm da natureza pela hereditariedade, e que outras coisas nos chegam através de outros agentes com os quais a hereditariedade nada tem que ver, ainda mostra que o homem criou o seu próprio processo evolutivo, sem se submeter a modificações biológicas radicais, ele tem sobrevivido a numerosas espécies, adaptando-se as mais diferentes condições mesológicas. Na evolução animal para cada nova característica adquirida ocorre a perda de uma anterior, ao adquirir cultura perdeu a propriedade animal, geneticamente determinada. O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado, ele é um herdeiro de um longo processo acumulativo, que reflete o conhecimento e a experiência adquiridas pelas numerosas gerações que o antecederam. Não basta a natureza criar indivíduos altamente inteligentes, isto ela o faz com freqüência, mas é necessário que coloque ao alcance desses indivíduos o material que lhes permita exercer a sua criatividade de maneira revolucionária. A comunicação é um processo cultural, mais explicitamente a linguagem humana é um produto da cultura, mas não existiria cultura se o homem não tivesse a possibilidade de desenvolver um sistema articulado de comunicação oral. A origem da cultura e sua produção aconteceu a partir do momento em que seu cérebro, modificado pelo processo evolutivo dos primatas, foi capaz de assim proceder, mais ainda existem diversos autores que afirmam que o inicio do desenvolvimento do cérebro humano é uma conseqüência da vida arborícola de seus remotos antepassados. Segundo Claude Lévi-Strauss, considera que a cultura surgiu no momento em que o homem convencionou a primeira regra, a primeira norma, esta seria a proibição do incesto, padrão de comportamento comum a todas as sociedades humanas. Conforme Leslie White, considera que a passagem do estado animal para o humano ocorreu quando o cérebro do homem foi capaz de gerar símbolos. Todo comportamento humano se origina no uso de símbolos , foi o símbolo que transformou nossos ancestrais antropóides em homens e fê- los humanos, todas as civilizações se espalham e perpetuam somente pelo uso de símbolos. Toda cultura depende de símbolos, é o exercício da faculdade de simbolização que cria a cultura e o uso de símbolos que torna possível a sua perpetuação, sem o símbolo não haverá cultura, e o homem seria apenas animal, não um ser humano. O comportamento humano é o comportamento simbólico. A cultura desenvolveu-se, pois simultaneamente com o próprio equipamento biológico e é, por isso mesmo, compreendida como uma das características da espécie ao lado do bipedismo e de um adequado volume cerebral. Segundo Roger Keesing, culturas são sistemas (de padrões de comportamento socialmente transmitidos) que servem para adaptar as comunidades humanas aos seus embasamentos biológicos, assim, para W. Goodenough, cultura é um sistema de conhecimento, "consiste em tudo aquilo que alguém tem de conhecer ou acreditar para operar de maneira aceitável dentro de sua sociedade. Assim para Geertz, todos os homens são geneticamente aptos para receber um programa, e este programa é o que chamamos de cultura, David Schneider, afirma que cultura é um sistema de símbolos e significados. Em resumo uma compreensão exata de conceito de cultura significa a compreensão da própria natureza humana.
Compartilhar