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Direito Cambial aula 4 segunda parte (1) (1)

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Direito Cambial unidade 3 – segunda parte
TÍTULOS DE CRÉDITO
1- Pagamento o Adimplemento
1.1- Espécies - O pagamento pode ser de duas espécies: extintivo ou recuperatório, sendo que cada espécie produz efeitos próprios.
Extintivo – é o pagamento feito pelo obrigado principal, ou seja: o aceitante de uma letra de câmbio, o sacador da letra de câmbio não aceita, o emitente da nota promissória. 
Quando se dá o pagamento por um destes obrigados, entende-se que este pagamento é extintivo, uma vez que, a partir do pagamento, a vida do título termina. Esses obrigados não possuem direito de regresso em face de ninguém.
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Recuperatório- Diz-se que o pagamento é do tipo recuperatório quando quem paga o título de crédito passa a ter, a partir do pagamento feito, os direitos do credor cambiário, ou seja, poderá, a partir de então, agir em face dos obrigados anteriores a ele, para recebimento do valor. Assim, o pagador recupera o que pagou. Ex: sacador da letra cambial aceita, endossantes e avalistas.
1.2- Pagamento por intervenção- Ocorre quando alguém, honrando o nome de uma pessoa obrigada no título, faz o pagamento do valor nele constante ao credor. O interveniente pode ser, nesse caso, um terceiro estranho à relação cambiária, ou alguém já obrigado no título.
Deve abranger a totalidade da importância a ser paga. Desonera os devedores posteriores àquele que foi honrado pelo interveniente. O pagamento por intervenção é do tipo recuperatório. Caso o portador recuse o pagamento por intervenção, perde, o direito de ação em face daqueles que ficariam desobrigados.
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1.3- Requisitos
O pagamento deve ser integral- o devedor deve exigir uma quitação no próprio título e a entrega do original.
O credor não pode recusar o pagamento parcial. Deve exigir que se faça menção, no próprio título, de que o pagamento feito é apenas parcial.
O portador do título não é obrigado a receber qualquer valor antes do vencimento do título, nem pode exigir qualquer pagamento antes dessa data.
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2– PROTESTO CAMBIAL
2.1- Conceito
O protesto cambial é um ato formal pelo qual se prova a apresentação do título, bem como, se demonstra, de forma relativa, o descumprimento da obrigação.
O protesto não faz prova absoluta do inadimplemento, apenas da apresentação.
Análise do conceito legal.
2.2- Finalidade
A finalidade do protesto é probatória, ou seja, fazer prova da apresentação do título. Sem a prova da apresentação do título ao devedor, não adianta querer acionar, por exemplo, o sacador de uma letra de câmbio não aceitável, ou os endossantes de um título.
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2.3- Regulamentação legal
Artigos 882 e seguintes do CPC; Lei 9.492/97.Obs: A LUG não regulou o procedimento de protesto cambial.
2.4 – Espécies de protesto e prazos
a) Protesto por falta ou recusa de aceite- Na letra de câmbio, é facultativa a apresentação para aceite, salvo se o vencimento desta for a certo termo de vista.
Em ocorrendo a apresentação para o aceite, que, salvo nos casos de título com vencimento a certo termo de vista, deve-se promover o protesto da letra, até o dia anterior ao vencimento (ver ainda o artigo 28 do Decreto 2.044/1908)
Em todos os casos, caso ocorra a recusa do aceite, ou o aceitante não venha a ser encontrado, deve-se promover o protesto. 
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Ainda que a recusa ao aceite seja parcial (aceite modificativo), deve ser feito o protesto.
O protesto por falta ou recusa do aceite, conforme vimos, provoca o vencimento antecipado do título, podendo o credor acionar os devedores indiretos a partir de então.
b) Protesto por falta ou recusa de pagamento
Para haver o pagamento do título, deve haver, também, a apresentação do mesmo ao devedor (dívida quesível). Em face do poder de circulação dos títulos de crédito, muitas vezes o obrigado ao pagamento não sabe quem é o portador/ beneficiário.
Caso não seja possível a apresentação direta do título ao devedor, deve o beneficiário promover o protesto do título, para se provar a apresentação do mesmo para pagamento.
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Nesse caso, o devedor será intimado para, em três dias úteis, pagar o valor do débito, sendo cientificado de que, se não pagar, o título será protestado.
Obs: Só os devedores diretos respondem pelo pagamento do título independentemente de protesto (aceitante da Letra de Câmbio, emitente da NP e seus respectivos avalistas). Os obrigados indiretos só respondem pela dívida havendo protesto em tempo hábil. Se o protesto for feito fora do prazo, não produzirá efeitos perante os obrigados indiretos.
Os prazos para protesto por falta de pagamento são:
Nas letras de câmbio e notas promissórias – no primeiro dia útil seguinte ao vencimento ( A reserva do artigo nono do anexo II da LUG afastou a aplicação do artigo 44, terceira alínea do anexo I da citada lei, sendo aplicado, no caso, o prazo estipulado no artigo 28 do Decreto 2.044/1908.
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 Nas duplicatas: o protesto por falta de pagamento deve ser promovido até 30 dias contados do vencimento. 
c) Protesto por falta de devolução
Só a duplicata deve ser obrigatoriamente entregue ao devedor para aceite/ pagamento. Caso o título não seja devolvido, deve-se promover o protesto por falta de devolução. Assim, não pode haver protesto por falta de devolução, se o título sequer tiver sido enviado para o devedor para aceite. É obrigatória, por lei, a prova do envio do título ao devedor para a realização desse protesto.
Se o título apresentado para pagamento ao devedor não for devolvido, o juiz poderá ordenar a apreensão do título de crédito e decretar até a prisão de quem recebeu o título e não quer devolver. (artigos 885 e 886 do CPC). Admite-se, nesse caso, o protesto por simples indicações do portador.
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2.5- Boletos Bancários e Protesto
Muitas empresas, quando vendem ao consumidor, deixam de emitir as duplicatas, remetendo aos bancos apenas uma relação de dados referentes às duplicatas que dizem ter sacado, por meio dos conhecidos “boletos”.
Cabe esclarecer que esses boletos não são considerados duplicatas, e tal ocorrência, é vista por muitos como abusiva.
Consegue-se, inclusive, protesto de referidos documentos, ao arrepio da lei.
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2.6- Dispensa de protesto
Cheque- (art. 47 da lei 7.357/85- a declaração do banco sacado, escrita e datada, com indicação do dia de apresentação, ou a declaração da Câmara de Compensação, comprovando que o cheque foi apresentado em tempo hábil e houve a recusa do pagamento, dispensam o protesto e produzem o mesmo efeito deste.
 A dispensa não impede que o possuidor promova o protesto

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