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28/3/2016 1 NOVO CPC Curso de Extensão Competência e cooperação. Curso de Extensão Prof. Gilberto Gomes Bruschi E-mail: bruschi@bruschiadvogados.com.br E-mail Damásio: gbruschi@damasio.edu.br Twitter: @gilbertobruschi Facebook: Gilberto Bruschi II Facebook fan page: facebook.com/profgilbertobruschi NOVO CPC Arbitragem Curso de Extensão Instituído o juízo arbitral por convenção de arbitragem celebrada entre as partes, nele o árbitro é juiz de fato e de direito (Lei de Arbitragem). Decide a lide substituindo a vontade das partes e sua sentença não fica sujeita a recurso nem precisa ser homologada pelo Poder Judiciário. E apesar de não ser juiz nomeado mediante concurso de provas e títulos, exerce jurisdição. NOVO CPC 28/3/2016 2 COMPETÊNCIA Noções gerais Muito embora a jurisdição seja una, há uma pluralidade de órgãos que a exercem, cada qual na sua esfera de competência, ou, melhor dizendo, na medida fixada pela lei ou pela Constituição. Assim, competência significa a “quantidade de jurisdição cujo exercício é atribuído a um órgão ou grupo de órgãos”. A competência é a jurisdição para o caso específico, ou, por outras palavras, a concretização do poder jurisdicional num dado órgão, cujo juiz tem poder para processar a causa e julgá-la. É ela, pois, um requisito que diz respeito a um dos elementos do processo: ao órgão ocupado pelo juiz. Divisão tripartida da competência A divisão tripartida da competência é tida como clássica e foi adotada pela nossa lei. Este critério parte de três divisões básicas: a) a competência objetiva determinável em razão da matéria ou em razão do valor - é disciplinadora da competência de juízo; b) a competência territorial - é regulamentadora da competência do foro; e c) a competência funcional. 28/3/2016 3 A. Competência objetiva Competência objetiva é aquela determinada pelo conteúdo, pelo objeto do processo, que qualifica a matéria do processo. Será também determinada pelo valor pecuniário atribuído à causa. Caso haja alteração de ofício ou por meio de preliminar de contestação, prevalecerá o novo valor. A. Competência objetiva Quanto à matéria, temos uma divisão básica na Justiça comum: civil e criminal. Além disto, toda causa civil, como regra geral, tem um determinado valor. Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. As normas de organização judiciária, portanto, poderão determinar uma subdivisão da atividade jurisdicional relativamente às causas cíveis, tomando em consideração a matéria ou o respectivo valor, o que se reflete, evidentemente, na determinação da competência. É o que se dá, atualmente, com a competência dos foros regionais na comarca da Capital de São Paulo (até 500 salários mínimos). B. Competência territorial Todo órgão jurisdicional naturalmente supõe um território sobre o qual é exercida a função jurisdicional. O juiz somente pode julgar um processo para o qual seja competente, desde que ocupe órgão ao qual tenha sido deferido poder jurisdicional específico. Além disso, o juiz de uma comarca só pode praticar atos válidos dentro dos limites territoriais dessa mesma comarca, na qual está localizado o órgão, seja nas causas a ele afetas, seja normalmente naquelas em que deve cumprir atos solicitados por precatória, salvo a permissão do art. 262 do CPC/15. 28/3/2016 4 B. Competência territorial No campo da competência territorial, o que importa, acima de tudo, é encontrarmos o chamado foro (territorialmente) competente. Foro competente é o lugar onde alguém deve ser demandado. A competência territorial tem grande importância no primeiro grau de jurisdição, já no segundo grau tem menor destaque. O Tribunal de Justiça tem jurisdição em todo o território estadual, não surgindo aí, portanto, maiores problemas, no que diz respeito à competência territorial. Entretanto, se a todos os tribunais dos Estados federados cabe julgar recursos, a competência funcional (hierárquica) liga-se à territorial, no sentido de ao tribunal situado no Estado onde está o juízo monocrático dever ser dirigido o recurso. Regras de competência territorial Conforme prevê o art. 46 do CPC/15 a regra geral de competência territorial será a comarca do domicílio do réu. Isto é, as ações fundadas em direito pessoal e em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu. Excepcionalmente, caso o réu tenha mais de um domicílio, conforme prevê o § 1º do art. 46, poderá ser demandado no foro de qualquer deles. Se não for conhecido ou for incerto o domicílio do réu, ele será demandado onde for encontrado ou no foro do domicílio do autor. Regras de competência territorial Caso o réu não seja domiciliado ou residente no Brasil, a ação deverá ser ajuizada no foro do domicílio do autor, mas se ele também residir fora do território nacional, poderá ser ajuizada em qualquer foro. Ainda com relação as regras constantes do art. 46, seu § 4º prevê que caso haja dois ou mais réus, com diferentes domicílios, o autor poderá escolher por qualquer dos foros dos réus. Já o § 5º do art. 46 diz respeito à execução fiscal especificamente: “A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado”. 28/3/2016 5 Regras de competência territorial Conforme prevê o art. 47, nas ações fundadas em direito real sobre bem imóvel, a competência será a da comarca de situação da coisa. (Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa. § 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. § 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta) Regras de competência territorial Prevalece a regra do CPC 47 quando a questão imobiliária estiver envolta em questão contratual? Nestes casos, a competência passa a ser relativa, pois o objeto de discussão não é o direito real, mas sim o contrato (direito pessoal), fazendo prevalecer a regra do art. 46. Foro privilegiado ou especial Situações especiais, previstas no art. 53 do CPC/15: No inciso I – para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: a) de domicílio do guardião de filho incapaz; b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal. 28/3/2016 6 Foro privilegiado ou especial No inciso II do art. 53 está expresso que o foro do alimentando, ou seja, aquele que pede alimentos, é o competente para as ações de alimentos. No caso de o autor propor uma ação investigatória de paternidade cumulada com alimentos, prevalece o entendimento de que o II do art. 53 deve ser aplicado. Foro privilegiado ou especial No inciso III do artigo 53 estão previstas várias hipóteses de determinação da competência. Dentre elas, convém destacar que a pessoa jurídica deve ser demanda no local de sua sede e, no caso de obrigações contraídas ou de atos praticados por suas agências ou sucursais, pode o autor optar pelo foro de onde elas estão localizadas ou no da sede. Foro privilegiado ou especial III – do lugar: a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associaçãosem personalidade jurídica; d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto; f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício; 28/3/2016 7 Casuística Decisão declinatória de competência – CPC/73: Trata-se de ação de cobrança de expurgos inflacionários de caderneta de poupança, decorrente de direito pessoal do autor frente à ré. A ré, segundo se observa a fls. 23, é domiciliada em Cajuru - SP. Nos termos do art. 100, IV, b, do Código de Processo Civil a ação deveria ser proposta no lugar onde se acham as obrigações contraídas pela pessoa jurídica, no caso, o banco-réu, que tem agência onde o autor mantinha conta, na Comarca de Cajuru - SP. O entendimento do Col. STJ em tema de relação contratual entre as instituições financeiras e seus correntistas esta consolidado na Súmula 297: “O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras” (...) Casuística Decisão declinatória de competência: Partindo-se desta relação de consumo, abre-se, então, a possibilidade de desconsideração da cláusula eletiva de foro e declinação de incompetência, de ofício. Oportuno fazer-se menção aos comentários de Arruda Alvim e outros. Asseveram tais juristas que, ‘Em decorrência do estabelecido no art. 1°, a normatização tratada no presente Código de Defesa do Consumidor é de ordem pública e interesse social, de onde se infere que os comandos dele constantes são de natureza cogente, ou seja, não é facultado às partes a possibilidade de optar pela aplicação ou não de seus dispositivos, que, portanto, não podem ser afastados pela simples convenção dos interessados, exceto havendo autorização legal expressa' (Código do Consumidor Comentado, RT, pg.16, grifei)". Casuística Decisão declinatória de competência: (...) Isto posto, nos termos do artigo 103, c.c. o artigo 115, inciso II, ambos do Código de Processo Civil, declino da competência para o julgamento do presente feito, redistribuindo-se os autos à Comarca de Cajuru - SP. Na hipótese de entendimento diverso do MM Juiz, serve o presente despacho para os fins dos artigos 119, e seguintes do Código de Processo Civil. Comunique-se o distribuidor, anotando- se. 28/3/2016 8 Casuística Causas do equívoco do julgador: No caso em exame, destaca-se que, tratam-se de foros concorrentes, haja vista a existência de dois ou mais domicílios com igual força de determinar a competência territorial. Assim, é facultado ao autor optar entre o Foro de domicílio da sede da empresa demandada e o do lugar da agência ou sucursal. Candido Rangel Dinamarco nos ensina que: “quando se positivar a duplicidade de domicílios do réu único, não será o caso de perquirir qual desses seria o lugar de suas atividades preponderantes: a lei prescinde dessas especificações e, havendo dois ou mais domicílios, isto basta para a liberdade de escolha do autor. É sempre o princípio da liberdade conduzindo a liberar escolhas”. Casuística Causas do equívoco do julgador: O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 101, inciso I, estabelece que: “Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas: I – a ação pode ser proposta no domicílio do autor.” A mencionada regra decorre do princípio geral de proteção ao consumidor, sendo certo que, tal benefício corresponde a uma prerrogativa, ou seja, o consumidor exerce se quiser. Ademais, o objeto da decisão ora analisada versa sobre questão de competência relativa, razão pela qual a mesma não poderia ser declarada de ofício. Ainda que pudesse ser conhecida de ofício, seria sempre em benefício do consumidor – se ele ajuizou a demanda em São Paulo, ela deve ser julgada em São Paulo. Jurisprudência sobre o art. 100, IV Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery, ao comentarem o art. 100 e incisos, asseveram que: “Competência relativa. Todos os casos enumerados na norma comentada encerram hipóteses de competência territorial, portanto relativa (RSTJ 3/741, RT 492/101; RJTJSP 47/233). Por isto, é possível haver derrogação dessa competência por convenção das partes (CPC 111), por conexão (CPC 102), pela renúncia à prerrogativa de Foro. A prorrogação do foro relativamente incompetente também é admissível, caso o réu, beneficiário da prerrogativa do CPC 100, não argüia a incompetência por meio de exceção, na forma e prazo da lei (CPC 112 e 114)”. Determina a Súmula 33 do STJ, que: “A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.” 28/3/2016 9 Foro privilegiado ou especial No caso de acidente de trânsito, pode o autor da ação optar pelo foro de seu próprio domicílio ou pelo foro do local onde ocorreu o acidente, tal como admite a regra prevista no incido V do art. 53 do CPC. V – de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. Competência absoluta e relativa Competência absoluta Relacionada a pessoa, hierarquia e matéria. A competência absoluta é pressuposto processual, mas só no sentido de que, sendo o juízo incompetente por infringência às regras que dizem respeito à competência absoluta, não serão válidos os atos decisórios praticados no processo, sendo, inclusive, rescindível a sentença proferida por juízo absolutamente incompetente (art. 966, II). Art. 64, § 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. 28/3/2016 10 Competência absoluta No caso de incompetência absoluta dever-se-á trocar de órgão jurisdicional, passando do absolutamente incompetente para o competente, remetendo-se, então, os autos ao juízo que tenha por competente. Esta posição implica a afirmativa de que o juiz, mesmo quando absolutamente incompetente, é, todavia, o competente para declarar a sua própria incompetência absoluta, ou melhor, do órgão por ele ocupado. Competência absoluta É certo que, isto feito, conflito poderá surgir no sentido de que o órgão ao qual sejam os autos remetidos, a seu turno, se entenda também incompetente. Nesta hipótese, é claro, ter-se-á um conflito negativo de competência. Consigne-se, ademais, que a decisão em que o juiz tenha o juízo por ele ocupado, como absolutamente incompetente não comporta, no CPC/2015 recurso de agravo de instrumento. Conflito de competência O conflito de competência ocorre quando dois ou mais juízos declaram a sua competência ou incompetência para julgar determinada ação. Surge, ainda, quando houver controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. O conflito será positivo quando ambos se declararem competentes e, será negativo quando ambos se declararem incompetentes. O art. 66 do CPC tem uma impropriedade técnica, pois os juízes não declaram a sua incompetência, mas a incompetência do juízo. 28/3/2016 11 Conflito de competência Quando ocorrer o conflito de competência, a questão será suscitada ao Tribunal, tanto de ofício pelo magistrado, como a requerimento, conforme prevê o art. 953 do CPC/15. Se o conflito se der entre juízos estaduais, será decidido no Tribunal de Justiça. Se o conflito se der entre juízos federais, será decidido no Tribunal Regional Federal – Súmula 428 do STJ. E se ele se der entre um juízo estadual e um federal, será decidido no Superior Tribunal de Justiça. Competência relativa Relacionada ao valor da causa e ao território. A incompetência relativa, por sua vez, não pode sequer ser objeto de consideração, no quadro dos pressupostos processuais. Isto porque, se a parteinteressada não alegar em preliminar de contestação, a consequência será a prorrogação da competência. Considera-se relativa a competência quando a lei permite sua alteração, mediante a vontade das partes, e absoluta a competência que não permite qualquer alteração decorrente da vontade das partes, por motivos de ordem pública. Competência relativa O melhor exemplo de competência relativa está nas hipóteses em que a lei classifica o local do domicílio do réu como “regra geral” para a propositura das ações cíveis fundadas em direito pessoal ou em direito real sobre coisas móveis. Esta regra, evidentemente, visa facilitar a defesa do réu, direcionando as ações contra ele propostas para o local de seu domicílio, onde, acredita-se, ele terá amplas condições de se defender. Mas nada impede que, tratando-se de pessoas maiores e capazes, a regra geral de competência seja alterada previamente, em contrato escrito, onde os contratantes têm ampla liberdade para eleger um foro (local) competente, para qualquer discussão que decorra do negócio celebrado. Assim, num contrato de aquisição de um determinado veículo, por exemplo, celebrado entre pessoas que moram na Capital de um determinado Estado da Federação, é possível que seja eleito o foro (local) situado no interior daquele mesmo Estado, ou até mesmo em outro Estado. 28/3/2016 12 Distinção A doutrina tradicional afirma que a incompetência relativa, ligada ao aspecto territorial não pode ser conhecida de ofício pelo juiz, porque está voltada para a proteção de interesses particulares. Desta forma, se eleito o foro “x”, em contrato, mas o autor ajuíza sua demanda no foro “y”, o juiz não pode, de ofício, remeter o processo para o foro “x”, pois cabe ao réu arguir, mediante preliminar de contestação, a incompetência relativa, sob pena de prorrogação da competência (Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação). Distinção Em contrapartida, a incompetência absoluta, que tanto pode estar relacionada à matéria, como à pessoa, devido ao interesse público presente, sempre pode ser conhecida de ofício pelo juiz, independentemente de provocação das partes (art. 63, § 1º do CPC/15). Assim, uma questão de natureza trabalhista (matéria), não pode ser julgada na Justiça Civil, enquanto que uma questão ligada à Fazenda Pública (pessoa) deve ser discutida numa das Varas da Fazenda Pública, onde houver. Competência originária Os casos de competência originária são aqueles em que a lei, ou a Constituição, disciplina que um determinado Tribunal é o competente para conhecer e julgar um determinado assunto, ou uma determinada categoria de pessoas, tal como ocorre, por exemplo, nas numerosas hipóteses previstas no art. 105 da Constituição, que trata da competência do STJ. 28/3/2016 13 Modificação de competência As regras de competência comportam exceções e esta pode ser modificada em determinadas situações, seja por razões de evitar decisões conflitantes, seja por convenção das partes. A modificação de competência só ocorrerá quando esta for relativa - Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o disposto nesta Seção. Modificação de competência 1. conexão (art. 55 do CPC/15) São conexas duas ações que lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. A reunião de processos por conexão é uma faculdade do juiz, que aplicará a norma a depender do caso concreto, especialmente da possibilidade de existirem decisões conflitantes. O juiz pode ordenar a reunião dos processos de ofício ou a requerimento da parte, desde que um deles ainda não tenha sido julgado. (Súmula 235 do STJ: “A conexão não determina a reunião dos processos se um deles já foi julgado”) Modificação de competência 1. conexão (art. 55 do CPC/15) § 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado. § 2º Aplica-se o disposto no caput: I – à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; II – às execuções fundadas no mesmo título executivo. § 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. 28/3/2016 14 Modificação de competência 2. continência (art. 56 do CPC) A continência se verifica quando houver identidade de partes e de causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser ais amplo, abrange o das outras. Da mesma forma que a conexão, a continência é uma relação que se estabelece entre duas ações em andamento, mas na continência tal relação é mais forte, pois exige dois elementos comuns, ou seja, as mesmas partes e a mesma causa de pedir. Os pedidos devem obrigatoriamente ser diferentes, caso o contrário tratar-se-ia de litispendência, mas um dos pedidos deve ser mais amplo e abranger o outro. Correndo em separado duas ações que mantenham esse vínculo, deverá o juiz determinar a reunião dos processos para que haja julgamento comum. Modificação de competência 2. continência (novidades) Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário as ações serão necessariamente reunidas. Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente. Modificação de competência 3. Prorrogação da competência. Como o juiz não pode conhecer de ofício da incompetência relativa. Caso a incompetência relativa não seja arguida pelo réu no prazo da respectiva contestação, ocorrerá a preclusão dessa faculdade processual. Assim, o juízo que antes era incompetente passa a ser competente, ou seja, ocorre a prorrogação da competência. 28/3/2016 15 Modificação de competência 4. Foro de eleição (derrogação) Ao celebrar um contrato, as partes dispõem sobre diversos aspectos da relação que estão estabelecendo: objeto, preço, pagamento, penalidades, prazos etc. Entre as cláusulas de um contrato, pode-se incluir a “cláusula de eleição de foro”, pelo qual as partes, em contrato escrito alusivo a certo negócio, acordam no sentido de escolher determinado juízo para a solução de conflitos envolvendo esse mesmo negócio. Apenas nos casos de competência relativa podem as partes estabelecer o foro de eleição, ou seja, em razão do valor e do território, conforme dispõe o art. 63. Por se tratar de situações em que a competência é relativa, bem como por se estar dentro dos limites da liberdade contratual das partes, é vedado ao magistrado, em regra, insurgir-se contra a cláusula de eleição de foro. Modificação de competência 4. Foro de eleição (derrogação) Mas esta regra vinha sendo excepcionada sempre que a cláusula de eleição de foro fosse considerada nula nos contratos de adesão. Assim, a jurisprudência consolidou-se em considerar a cláusula de eleição de foro válida e eficaz, salvo se estivesse inserta num contrato de adesão, nos casos em que fosse verificada a hipossuficiência de uma das partes a ponto de dificultar a sua defesa. Seguindo a orientação pacífica da jurisprudência, o legislador acrescentou o parágrafo único ao art. 112 do CPC, pela Lei 11.280/2006, que prevê que a nulidade de cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu. Modificação de competência 4. Foro de eleição (derrogação) O CPC/2015 trouxe regra semelhante no art. 63, § 3º - Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinaráa remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. E no § 4º - Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão. 28/3/2016 16 Modificação de competência 4. Foro de eleição (derrogação) Note-se que a nova regra na lei não modifica em nada a orientação jurisprudencial e a ideia do antigo art. 112, parágrafo único, do CPC/73, pois determina que as cláusulas podem ser declaradas nulas pelo juiz desde que o vício seja constatado – não só quando forem relacionadas a contrato de adesão. Como se vê, o reconhecimento da incompetência do juízo para julgamento da causa só ocorrerá se o juiz vislumbrar a nulidade da cláusula do foro de eleição estabelecida pelas partes. Modificação de competência 4. Foro de eleição (derrogação) Com efeito, o julgador não fará um juízo meramente processual ao se deparar com uma questão dessas, mas sim um juízo material, porque ele apreciará diretamente a validade de uma disposição contratual, cujos reflexos são processuais (competência). O magistrado deverá analisar ex officio o conteúdo de toda e qualquer cláusula de eleição de foro, principalmente em contratos de adesão. Em outras palavras, a hipótese não é a de declarar de ofício a incompetência relativa, mas, ao contrário, de pronunciar de ofício a nulidade de uma cláusula abusiva em contrato de adesão, o que é expressamente autorizado pelo Código de Defesa do Consumidor. Modificação de competência 4. Foro de eleição (derrogação) Convém anotar que a mera omissão do magistrado quanto ao conteúdo da cláusula implica no reconhecimento tácito de regularidade da eleição de foro, o que não impede a parte interessada de apresentar exceção de incompetência. Caso o juiz e a parte prejudicada pela cláusula nada disserem a respeito, a competência fica automaticamente prorrogada. Esta é a conclusão que nos traz o art. 65 do CPC/15. 28/3/2016 17 Modificação de competência 4. Foro de eleição (derrogação) É por conta da redação do art. 65 do CPC/15 – aliada à nossa conclusão de que a atividade judicial decorrente do art. 63, § 3º, implica num atuar oficioso no plano do direito material, e não processual – que somos adeptos ao entendimento de que a competência nesses casos continua sendo relativa, nada obstante a possibilidade de reconhecimento de ofício pelo juiz. Pode-se dizer, no máximo, que se criou um regime particular de competência relativa, aplicável às situações em que se está diante de um contrato com cláusula de eleição de foro. Princípio da perpetuatio jurisdictionis Ocorre a perpetuação da competência, que a doutrina costuma chamar de perpetuação da jurisdição no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. (art. 43 do CPC/15). Princípio da perpetuatio jurisdictionis Desta forma, considerando-se que as ações devem ser propostas, em regra, no domicílio do réu, não é relevante que, após a propositura de uma ação, em relação a um determinado réu, este venha a mudar de cidade no curso do processo. Ao contrário, se houver uma modificação na estrutura do Poder Judiciário, com a extinção do órgão que seria competente, obviamente a competência não pode se perpetuar. A reforma do Poder Judiciário, por exemplo, extinguiu os tribunais de alçada existentes no país, de maneira que os recursos pendentes, embora da competência destes órgãos, foram encaminhados aos tribunais remanescentes. Também se houver uma alteração quanto à matéria, ou à hierarquia, a regra do art. 43, já mencionada, permite a imediata alteração da competência. Mitigação do princípio – art. 516 – alteração da competência para cumprimento da sentença 28/3/2016 18 A alegação de incompetência no foro do domicílio do réu Momento da contestação Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I; III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. Incompetência Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico. § 1o A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa. § 2o Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento. § 3o Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada. § 4o Definida a competência, o juízo competente designará nova data para a audiência de conciliação ou de mediação. 28/3/2016 19 Cooperação nacional Cooperação • Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores. • Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para prática de qualquer ato processual. Cooperação Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de forma específica e pode ser executado como: I – auxílio direto; II – reunião ou apensamento de processos; III – prestação de informações; IV – atos concertados entre os juízes cooperantes. § 1º As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto neste Código. 28/3/2016 20 Cooperação Art. 69. § 2º Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros, no estabelecimento de procedimento para: I – a prática de citação, intimação ou notificação de ato; II – a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos; III – a efetivação de tutela provisória; IV – a efetivação de medidas e providências para recuperação e preservação de empresas; V – a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação judicial; VI – a centralização de processos repetitivos; VII – a execução de decisão jurisdicional. Cooperação Art. 69. § 3º O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário. Obrigado a todos!!! Curso de Extensão Contatos... Prof. Gilberto Gomes Bruschi Site: www.bruschiadvogados.com.br E-mail Damásio: gbruschi@damasio.edu.br Twitter: @gilbertobruschi Facebook: Gilberto Bruschi II Facebook fan page: facebook.com/profgilbertobruschi NOVO CPC
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