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Material de Apoio Prof. Gilberto Bruschi Competência e cooperação 29 031

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28/3/2016
1
NOVO CPC
Curso de Extensão
Competência e 
cooperação. Curso de Extensão
Prof. Gilberto Gomes Bruschi
E-mail: bruschi@bruschiadvogados.com.br
E-mail Damásio: gbruschi@damasio.edu.br
Twitter: @gilbertobruschi
Facebook: Gilberto Bruschi II
Facebook fan page: 
facebook.com/profgilbertobruschi
NOVO CPC
Arbitragem
Curso de Extensão
Instituído o juízo arbitral por convenção de
arbitragem celebrada entre as partes, nele o
árbitro é juiz de fato e de direito (Lei de
Arbitragem).
Decide a lide substituindo a vontade das
partes e sua sentença não fica sujeita a
recurso nem precisa ser homologada pelo
Poder Judiciário.
E apesar de não ser juiz nomeado mediante
concurso de provas e títulos, exerce
jurisdição.
NOVO CPC
28/3/2016
2
COMPETÊNCIA
Noções gerais
Muito embora a jurisdição seja una, há uma
pluralidade de órgãos que a exercem, cada qual na sua esfera
de competência, ou, melhor dizendo, na medida fixada pela
lei ou pela Constituição.
Assim, competência significa a “quantidade de
jurisdição cujo exercício é atribuído a um órgão ou grupo de
órgãos”.
A competência é a jurisdição para o caso específico,
ou, por outras palavras, a concretização do poder
jurisdicional num dado órgão, cujo juiz tem poder para
processar a causa e julgá-la.
É ela, pois, um requisito que diz respeito a um dos
elementos do processo: ao órgão ocupado pelo juiz.
Divisão tripartida da 
competência
A divisão tripartida da competência é tida como
clássica e foi adotada pela nossa lei.
Este critério parte de três divisões básicas: a) a
competência objetiva determinável em razão da
matéria ou em razão do valor - é disciplinadora
da competência de juízo; b) a competência
territorial - é regulamentadora da competência
do foro; e c) a competência funcional.
28/3/2016
3
A. Competência 
objetiva
Competência objetiva é aquela determinada pelo
conteúdo, pelo objeto do processo, que qualifica a
matéria do processo.
Será também determinada pelo valor pecuniário
atribuído à causa.
Caso haja alteração de ofício ou por meio de
preliminar de contestação, prevalecerá o novo valor.
A. Competência 
objetiva
Quanto à matéria, temos uma divisão básica na Justiça
comum: civil e criminal. Além disto, toda causa civil, como
regra geral, tem um determinado valor.
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos
limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir
juízo arbitral, na forma da lei.
As normas de organização judiciária, portanto, poderão
determinar uma subdivisão da atividade jurisdicional
relativamente às causas cíveis, tomando em consideração a
matéria ou o respectivo valor, o que se reflete,
evidentemente, na determinação da competência. É o que
se dá, atualmente, com a competência dos foros regionais
na comarca da Capital de São Paulo (até 500 salários
mínimos).
B. Competência 
territorial
Todo órgão jurisdicional naturalmente supõe um
território sobre o qual é exercida a função jurisdicional.
O juiz somente pode julgar um processo para o qual
seja competente, desde que ocupe órgão ao qual tenha
sido deferido poder jurisdicional específico.
Além disso, o juiz de uma comarca só pode praticar
atos válidos dentro dos limites territoriais dessa mesma
comarca, na qual está localizado o órgão, seja nas causas a
ele afetas, seja normalmente naquelas em que deve
cumprir atos solicitados por precatória, salvo a permissão
do art. 262 do CPC/15.
28/3/2016
4
B. Competência 
territorial
No campo da competência territorial, o que importa, acima
de tudo, é encontrarmos o chamado foro (territorialmente)
competente.
Foro competente é o lugar onde alguém deve ser
demandado.
A competência territorial tem grande importância no
primeiro grau de jurisdição, já no segundo grau tem menor
destaque.
O Tribunal de Justiça tem jurisdição em todo o território
estadual, não surgindo aí, portanto, maiores problemas, no que diz
respeito à competência territorial.
Entretanto, se a todos os tribunais dos Estados federados
cabe julgar recursos, a competência funcional (hierárquica) liga-se à
territorial, no sentido de ao tribunal situado no Estado onde está o
juízo monocrático dever ser dirigido o recurso.
Regras de 
competência 
territorial
Conforme prevê o art. 46 do CPC/15 a regra geral de
competência territorial será a comarca do domicílio do
réu.
Isto é, as ações fundadas em direito pessoal e em
direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra,
no foro do domicílio do réu.
Excepcionalmente, caso o réu tenha mais de um
domicílio, conforme prevê o § 1º do art. 46, poderá ser
demandado no foro de qualquer deles.
Se não for conhecido ou for incerto o domicílio do
réu, ele será demandado onde for encontrado ou no foro
do domicílio do autor.
Regras de 
competência 
territorial
Caso o réu não seja domiciliado ou residente no Brasil, a
ação deverá ser ajuizada no foro do domicílio do autor, mas se
ele também residir fora do território nacional, poderá ser
ajuizada em qualquer foro.
Ainda com relação as regras constantes do art. 46, seu §
4º prevê que caso haja dois ou mais réus, com diferentes
domicílios, o autor poderá escolher por qualquer dos foros dos
réus.
Já o § 5º do art. 46 diz respeito à execução fiscal
especificamente: “A execução fiscal será proposta no foro de
domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for
encontrado”.
28/3/2016
5
Regras de 
competência 
territorial
Conforme prevê o art. 47, nas ações fundadas em
direito real sobre bem imóvel, a competência será a
da comarca de situação da coisa.
(Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre
imóveis é competente o foro de situação da coisa.
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou
pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de
propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de
terras e de nunciação de obra nova.
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de
situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta)
Regras de 
competência 
territorial
Prevalece a regra do CPC 47 quando a questão
imobiliária estiver envolta em questão contratual?
Nestes casos, a competência passa a ser relativa,
pois o objeto de discussão não é o direito real, mas
sim o contrato (direito pessoal), fazendo prevalecer
a regra do art. 46.
Foro privilegiado ou 
especial
Situações especiais, previstas no art. 53 do CPC/15:
No inciso I – para a ação de divórcio, separação, anulação
de casamento e reconhecimento ou dissolução de união
estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho
incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no
antigo domicílio do casal.
28/3/2016
6
Foro privilegiado ou 
especial
No inciso II do art. 53 está expresso que o
foro do alimentando, ou seja, aquele que pede
alimentos, é o competente para as ações de
alimentos.
No caso de o autor propor uma ação
investigatória de paternidade cumulada com
alimentos, prevalece o entendimento de que o II
do art. 53 deve ser aplicado.
Foro privilegiado ou 
especial
No inciso III do artigo 53 estão previstas
várias hipóteses de determinação da competência.
Dentre elas, convém destacar que a pessoa
jurídica deve ser demanda no local de sua sede e,
no caso de obrigações contraídas ou de atos
praticados por suas agências ou sucursais, pode o
autor optar pelo foro de onde elas estão
localizadas ou no da sede.
Foro privilegiado ou 
especial
III – do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a
pessoa jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré
sociedade ou associaçãosem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe
exigir o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito
previsto no respectivo estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de
reparação de dano por ato praticado em razão do ofício;
28/3/2016
7
Casuística
Decisão declinatória de competência – CPC/73:
Trata-se de ação de cobrança de expurgos inflacionários
de caderneta de poupança, decorrente de direito pessoal
do autor frente à ré. A ré, segundo se observa a fls. 23, é
domiciliada em Cajuru - SP. Nos termos do art. 100, IV, b,
do Código de Processo Civil a ação deveria ser proposta no
lugar onde se acham as obrigações contraídas pela pessoa
jurídica, no caso, o banco-réu, que tem agência onde o
autor mantinha conta, na Comarca de Cajuru - SP. O
entendimento do Col. STJ em tema de relação contratual
entre as instituições financeiras e seus correntistas esta
consolidado na Súmula 297: “O Código de Defesa do
Consumidor é aplicável às instituições financeiras” (...)
Casuística
Decisão declinatória de competência:
Partindo-se desta relação de consumo, abre-se, então, a possibilidade de
desconsideração da cláusula eletiva de foro e declinação de
incompetência, de ofício. Oportuno fazer-se menção aos comentários de
Arruda Alvim e outros. Asseveram tais juristas que, ‘Em decorrência do
estabelecido no art. 1°, a normatização tratada no presente Código de
Defesa do Consumidor é de ordem pública e interesse social, de onde se
infere que os comandos dele constantes são de natureza cogente, ou
seja, não é facultado às partes a possibilidade de optar pela aplicação ou
não de seus dispositivos, que, portanto, não podem ser afastados pela
simples convenção dos interessados, exceto havendo autorização legal
expressa' (Código do Consumidor Comentado, RT, pg.16, grifei)".
Casuística
Decisão declinatória de competência:
(...) Isto posto, nos termos do artigo 103, c.c. o artigo 115, inciso II,
ambos do Código de Processo Civil, declino da competência para o
julgamento do presente feito, redistribuindo-se os autos à Comarca
de Cajuru - SP. Na hipótese de entendimento diverso do MM Juiz,
serve o presente despacho para os fins dos artigos 119, e seguintes
do Código de Processo Civil. Comunique-se o distribuidor, anotando-
se.
28/3/2016
8
Casuística
Causas do equívoco do julgador:
No caso em exame, destaca-se que, tratam-se de foros
concorrentes, haja vista a existência de dois ou mais domicílios com
igual força de determinar a competência territorial. Assim, é
facultado ao autor optar entre o Foro de domicílio da sede da
empresa demandada e o do lugar da agência ou sucursal.
Candido Rangel Dinamarco nos ensina que: “quando se positivar a
duplicidade de domicílios do réu único, não será o caso de perquirir
qual desses seria o lugar de suas atividades preponderantes: a lei
prescinde dessas especificações e, havendo dois ou mais domicílios,
isto basta para a liberdade de escolha do autor. É sempre o
princípio da liberdade conduzindo a liberar escolhas”.
Casuística
Causas do equívoco do julgador:
O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 101, inciso I, estabelece
que:
“Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços,
sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão observadas
as seguintes normas:
I – a ação pode ser proposta no domicílio do autor.”
A mencionada regra decorre do princípio geral de proteção ao consumidor,
sendo certo que, tal benefício corresponde a uma prerrogativa, ou seja, o
consumidor exerce se quiser.
Ademais, o objeto da decisão ora analisada versa sobre questão de
competência relativa, razão pela qual a mesma não poderia ser declarada de
ofício. Ainda que pudesse ser conhecida de ofício, seria sempre em benefício
do consumidor – se ele ajuizou a demanda em São Paulo, ela deve ser
julgada em São Paulo.
Jurisprudência sobre o art. 100, IV
Nelson Nery Junior e Rosa Maria de Andrade Nery, ao
comentarem o art. 100 e incisos, asseveram que:
“Competência relativa. Todos os casos enumerados na norma
comentada encerram hipóteses de competência territorial,
portanto relativa (RSTJ 3/741, RT 492/101; RJTJSP 47/233). Por
isto, é possível haver derrogação dessa competência por
convenção das partes (CPC 111), por conexão (CPC 102), pela
renúncia à prerrogativa de Foro. A prorrogação do foro
relativamente incompetente também é admissível, caso o réu,
beneficiário da prerrogativa do CPC 100, não argüia a
incompetência por meio de exceção, na forma e prazo da lei
(CPC 112 e 114)”.
Determina a Súmula 33 do STJ, que: “A incompetência relativa
não pode ser declarada de ofício.”
28/3/2016
9
Foro privilegiado ou
especial
No caso de acidente de trânsito, pode o autor da
ação optar pelo foro de seu próprio domicílio ou
pelo foro do local onde ocorreu o acidente, tal
como admite a regra prevista no incido V do art. 53
do CPC.
V – de domicílio do autor ou do local do fato, para
a ação de reparação de dano sofrido em razão de
delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
Competência absoluta e relativa
Competência 
absoluta
Relacionada a pessoa, hierarquia e matéria.
A competência absoluta é pressuposto processual, mas só no
sentido de que, sendo o juízo incompetente por infringência às
regras que dizem respeito à competência absoluta, não serão
válidos os atos decisórios praticados no processo, sendo, inclusive,
rescindível a sentença proferida por juízo absolutamente
incompetente (art. 966, II).
Art. 64, § 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em
qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.
28/3/2016
10
Competência 
absoluta
No caso de incompetência absoluta dever-se-á
trocar de órgão jurisdicional, passando do
absolutamente incompetente para o competente,
remetendo-se, então, os autos ao juízo que tenha
por competente.
Esta posição implica a afirmativa de que o
juiz, mesmo quando absolutamente incompetente,
é, todavia, o competente para declarar a sua
própria incompetência absoluta, ou melhor, do
órgão por ele ocupado.
Competência 
absoluta
É certo que, isto feito, conflito poderá surgir no
sentido de que o órgão ao qual sejam os autos
remetidos, a seu turno, se entenda também
incompetente.
Nesta hipótese, é claro, ter-se-á um conflito
negativo de competência.
Consigne-se, ademais, que a decisão em que o
juiz tenha o juízo por ele ocupado, como
absolutamente incompetente não comporta, no
CPC/2015 recurso de agravo de instrumento.
Conflito de 
competência
O conflito de competência ocorre quando dois ou mais
juízos declaram a sua competência ou incompetência para
julgar determinada ação. Surge, ainda, quando houver
controvérsia acerca da reunião ou separação de processos.
O conflito será positivo quando ambos se declararem
competentes e, será negativo quando ambos se declararem
incompetentes.
O art. 66 do CPC tem uma impropriedade técnica, pois os
juízes não declaram a sua incompetência, mas a
incompetência do juízo.
28/3/2016
11
Conflito de 
competência
Quando ocorrer o conflito de competência, a questão será
suscitada ao Tribunal, tanto de ofício pelo magistrado, como
a requerimento, conforme prevê o art. 953 do CPC/15.
Se o conflito se der entre juízos estaduais, será decidido
no Tribunal de Justiça.
Se o conflito se der entre juízos federais, será decidido no
Tribunal Regional Federal – Súmula 428 do STJ.
E se ele se der entre um juízo estadual e um federal, será
decidido no Superior Tribunal de Justiça.
Competência relativa
Relacionada ao valor da causa e ao território.
A incompetência relativa, por sua vez, não pode
sequer ser objeto de consideração, no quadro dos
pressupostos processuais.
Isto porque, se a parteinteressada não alegar em
preliminar de contestação, a consequência será a
prorrogação da competência.
Considera-se relativa a competência quando a lei
permite sua alteração, mediante a vontade das partes, e
absoluta a competência que não permite qualquer alteração
decorrente da vontade das partes, por motivos de ordem
pública.
Competência 
relativa
O melhor exemplo de competência relativa está nas hipóteses
em que a lei classifica o local do domicílio do réu como “regra geral”
para a propositura das ações cíveis fundadas em direito pessoal ou em
direito real sobre coisas móveis.
Esta regra, evidentemente, visa facilitar a defesa do réu,
direcionando as ações contra ele propostas para o local de seu
domicílio, onde, acredita-se, ele terá amplas condições de se defender.
Mas nada impede que, tratando-se de pessoas maiores e
capazes, a regra geral de competência seja alterada previamente, em
contrato escrito, onde os contratantes têm ampla liberdade para eleger
um foro (local) competente, para qualquer discussão que decorra do
negócio celebrado.
Assim, num contrato de aquisição de um determinado veículo,
por exemplo, celebrado entre pessoas que moram na Capital de um
determinado Estado da Federação, é possível que seja eleito o foro
(local) situado no interior daquele mesmo Estado, ou até mesmo em
outro Estado.
28/3/2016
12
Distinção 
A doutrina tradicional afirma que a incompetência
relativa, ligada ao aspecto territorial não pode ser
conhecida de ofício pelo juiz, porque está voltada para a
proteção de interesses particulares.
Desta forma, se eleito o foro “x”, em contrato, mas
o autor ajuíza sua demanda no foro “y”, o juiz não pode,
de ofício, remeter o processo para o foro “x”, pois cabe ao
réu arguir, mediante preliminar de contestação, a
incompetência relativa, sob pena de prorrogação da
competência (Art. 65. Prorrogar-se-á a competência
relativa se o réu não alegar a incompetência em
preliminar de contestação).
Distinção
Em contrapartida, a incompetência absoluta, que
tanto pode estar relacionada à matéria, como à pessoa,
devido ao interesse público presente, sempre pode ser
conhecida de ofício pelo juiz, independentemente de
provocação das partes (art. 63, § 1º do CPC/15).
Assim, uma questão de natureza trabalhista
(matéria), não pode ser julgada na Justiça Civil, enquanto
que uma questão ligada à Fazenda Pública (pessoa) deve
ser discutida numa das Varas da Fazenda Pública, onde
houver.
Competência 
originária
Os casos de competência originária são aqueles
em que a lei, ou a Constituição, disciplina que um
determinado Tribunal é o competente para
conhecer e julgar um determinado assunto, ou
uma determinada categoria de pessoas, tal como
ocorre, por exemplo, nas numerosas hipóteses
previstas no art. 105 da Constituição, que trata da
competência do STJ.
28/3/2016
13
Modificação de 
competência
As regras de competência comportam
exceções e esta pode ser modificada em
determinadas situações, seja por razões de evitar
decisões conflitantes, seja por convenção das
partes.
A modificação de competência só ocorrerá
quando esta for relativa - Art. 54. A competência
relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela
continência, observado o disposto nesta Seção.
Modificação de 
competência
1. conexão (art. 55 do CPC/15)
São conexas duas ações que lhes for comum o pedido ou a
causa de pedir.
A reunião de processos por conexão é uma faculdade do
juiz, que aplicará a norma a depender do caso concreto,
especialmente da possibilidade de existirem decisões
conflitantes.
O juiz pode ordenar a reunião dos processos de ofício ou a
requerimento da parte, desde que um deles ainda não
tenha sido julgado. (Súmula 235 do STJ: “A conexão não
determina a reunião dos processos se um deles já foi
julgado”)
Modificação de 
competência
1. conexão (art. 55 do CPC/15)
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para
decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido
sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput:
I – à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento
relativa ao mesmo ato jurídico;
II – às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos
que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou
contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem
conexão entre eles.
28/3/2016
14
Modificação de 
competência
2. continência (art. 56 do CPC)
A continência se verifica quando houver identidade de partes e de
causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser ais amplo, abrange o
das outras.
Da mesma forma que a conexão, a continência é uma relação que se
estabelece entre duas ações em andamento, mas na continência tal
relação é mais forte, pois exige dois elementos comuns, ou seja, as
mesmas partes e a mesma causa de pedir.
Os pedidos devem obrigatoriamente ser diferentes, caso o contrário
tratar-se-ia de litispendência, mas um dos pedidos deve ser mais
amplo e abranger o outro.
Correndo em separado duas ações que mantenham esse vínculo,
deverá o juiz determinar a reunião dos processos para que haja
julgamento comum.
Modificação de
competência
2. continência (novidades)
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido
proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será
proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário as ações
serão necessariamente reunidas.
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo
prevento, onde serão decididas simultaneamente.
Modificação de
competência
3. Prorrogação da competência.
Como o juiz não pode conhecer de ofício da
incompetência relativa.
Caso a incompetência relativa não seja arguida pelo
réu no prazo da respectiva contestação, ocorrerá a
preclusão dessa faculdade processual.
Assim, o juízo que antes era incompetente passa a ser
competente, ou seja, ocorre a prorrogação da
competência.
28/3/2016
15
Modificação de 
competência
4. Foro de eleição (derrogação)
Ao celebrar um contrato, as partes dispõem sobre diversos aspectos
da relação que estão estabelecendo: objeto, preço, pagamento,
penalidades, prazos etc.
Entre as cláusulas de um contrato, pode-se incluir a “cláusula de
eleição de foro”, pelo qual as partes, em contrato escrito alusivo a
certo negócio, acordam no sentido de escolher determinado juízo
para a solução de conflitos envolvendo esse mesmo negócio.
Apenas nos casos de competência relativa podem as partes
estabelecer o foro de eleição, ou seja, em razão do valor e do
território, conforme dispõe o art. 63.
Por se tratar de situações em que a competência é relativa, bem
como por se estar dentro dos limites da liberdade contratual das
partes, é vedado ao magistrado, em regra, insurgir-se contra a
cláusula de eleição de foro.
Modificação de 
competência
4. Foro de eleição (derrogação)
Mas esta regra vinha sendo excepcionada sempre que a cláusula de
eleição de foro fosse considerada nula nos contratos de adesão.
Assim, a jurisprudência consolidou-se em considerar a cláusula de
eleição de foro válida e eficaz, salvo se estivesse inserta num
contrato de adesão, nos casos em que fosse verificada a
hipossuficiência de uma das partes a ponto de dificultar a sua
defesa.
Seguindo a orientação pacífica da jurisprudência, o legislador
acrescentou o parágrafo único ao art. 112 do CPC, pela Lei
11.280/2006, que prevê que a nulidade de cláusula de eleição de
foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz,
que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu.
Modificação de 
competência
4. Foro de eleição (derrogação)
O CPC/2015 trouxe regra semelhante no art. 63, § 3º - Antes da
citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada
ineficaz de ofício pelo juiz, que determinaráa remessa dos autos ao
juízo do foro de domicílio do réu.
E no § 4º - Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula
de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
28/3/2016
16
Modificação de 
competência
4. Foro de eleição (derrogação)
Note-se que a nova regra na lei não modifica em nada a
orientação jurisprudencial e a ideia do antigo art. 112, parágrafo
único, do CPC/73, pois determina que as cláusulas podem ser
declaradas nulas pelo juiz desde que o vício seja constatado – não
só quando forem relacionadas a contrato de adesão.
Como se vê, o reconhecimento da incompetência do juízo
para julgamento da causa só ocorrerá se o juiz vislumbrar a nulidade
da cláusula do foro de eleição estabelecida pelas partes.
Modificação de 
competência
4. Foro de eleição (derrogação)
Com efeito, o julgador não fará um juízo meramente
processual ao se deparar com uma questão dessas, mas sim
um juízo material, porque ele apreciará diretamente a validade
de uma disposição contratual, cujos reflexos são processuais
(competência).
O magistrado deverá analisar ex officio o conteúdo de
toda e qualquer cláusula de eleição de foro, principalmente em
contratos de adesão. Em outras palavras, a hipótese não é a de
declarar de ofício a incompetência relativa, mas, ao contrário,
de pronunciar de ofício a nulidade de uma cláusula abusiva em
contrato de adesão, o que é expressamente autorizado pelo
Código de Defesa do Consumidor.
Modificação de 
competência
4. Foro de eleição (derrogação)
Convém anotar que a mera omissão do magistrado
quanto ao conteúdo da cláusula implica no
reconhecimento tácito de regularidade da eleição de foro,
o que não impede a parte interessada de apresentar
exceção de incompetência.
Caso o juiz e a parte prejudicada pela cláusula nada
disserem a respeito, a competência fica automaticamente
prorrogada.
Esta é a conclusão que nos traz o art. 65 do CPC/15.
28/3/2016
17
Modificação de 
competência
4. Foro de eleição (derrogação)
É por conta da redação do art. 65 do CPC/15 –
aliada à nossa conclusão de que a atividade judicial
decorrente do art. 63, § 3º, implica num atuar oficioso no
plano do direito material, e não processual – que somos
adeptos ao entendimento de que a competência nesses
casos continua sendo relativa, nada obstante a
possibilidade de reconhecimento de ofício pelo juiz.
Pode-se dizer, no máximo, que se criou um regime
particular de competência relativa, aplicável às situações
em que se está diante de um contrato com cláusula de
eleição de foro.
Princípio da perpetuatio
jurisdictionis
Ocorre a perpetuação da competência, que a
doutrina costuma chamar de perpetuação da
jurisdição no momento do registro ou da
distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes
as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, salvo quando
suprimirem órgão judiciário ou alterarem a
competência absoluta. (art. 43 do CPC/15).
Princípio da perpetuatio
jurisdictionis
Desta forma, considerando-se que as ações devem ser propostas,
em regra, no domicílio do réu, não é relevante que, após a propositura de
uma ação, em relação a um determinado réu, este venha a mudar de
cidade no curso do processo.
Ao contrário, se houver uma modificação na estrutura do Poder
Judiciário, com a extinção do órgão que seria competente, obviamente a
competência não pode se perpetuar.
A reforma do Poder Judiciário, por exemplo, extinguiu os tribunais
de alçada existentes no país, de maneira que os recursos pendentes,
embora da competência destes órgãos, foram encaminhados aos tribunais
remanescentes.
Também se houver uma alteração quanto à matéria, ou à
hierarquia, a regra do art. 43, já mencionada, permite a imediata
alteração da competência.
Mitigação do princípio
– art. 516 – alteração da competência para cumprimento da sentença
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A alegação de incompetência no 
foro do domicílio do réu
Momento da 
contestação
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no
prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da
última sessão de conciliação, quando qualquer parte não
comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição;
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência
de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu,
quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4o, inciso I;
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita
a citação, nos demais casos.
Incompetência
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta,
a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu,
fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa,
preferencialmente por meio eletrônico.
§ 1o A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver
sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta,
seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa.
§ 2o Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o
qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado
prevento.
§ 3o Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a
realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver
sido designada.
§ 4o Definida a competência, o juízo competente designará nova data
para a audiência de conciliação ou de mediação.
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Cooperação nacional
Cooperação
• Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual
ou federal, especializado ou comum, em todas as
instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos
tribunais superiores, incumbe o dever de
recíproca cooperação, por meio de seus
magistrados e servidores.
• Art. 68. Os juízos poderão formular entre si
pedido de cooperação para prática de qualquer
ato processual.
Cooperação
Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve
ser prontamente atendido, prescinde de forma
específica e pode ser executado como:
I – auxílio direto;
II – reunião ou apensamento de processos;
III – prestação de informações;
IV – atos concertados entre os juízes cooperantes.
§ 1º As cartas de ordem, precatória e arbitral
seguirão o regime previsto neste Código.
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Cooperação
Art. 69. § 2º Os atos concertados entre os juízes cooperantes
poderão consistir, além de outros, no estabelecimento de
procedimento para:
I – a prática de citação, intimação ou notificação de ato;
II – a obtenção e apresentação de provas e a coleta de
depoimentos;
III – a efetivação de tutela provisória;
IV – a efetivação de medidas e providências para recuperação e
preservação de empresas;
V – a facilitação de habilitação de créditos na falência e na
recuperação judicial;
VI – a centralização de processos repetitivos;
VII – a execução de decisão jurisdicional.
Cooperação
Art. 69. § 3º O pedido de cooperação judiciária
pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de
diferentes ramos do Poder Judiciário.
Obrigado a 
todos!!! Curso de Extensão
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