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Organização e Didática na Educação Infantil

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Organização e Didática na Educação Infantil
	
WEBAULA 1
Unidade 1 – A infância historicamente e os principais pensadores
Olá Pessoal.
Estamos aqui para mais um espaço de aprendizagem. Esperamos, enquanto equipe, que vocês estejam gostando desse novo formato das aulas. Afinal, o que não é possível falar em nossas aulas, temos falado aqui, na web aula.
Antes de iniciar a leitura, sugerimos o link abaixo para você buscar mais informações sobre a Educação Infantil:
http://revistaescola.abril.com.br/creche-pre-escola/
Tudo tem uma origem, uma história. A violência contra a criança possui também a sua história. Quando pesquisamos sobre a História da Infância e da Família, livro escrito por Ariès (1975), a sociedade medieval não considerava a infância em suas peculiaridades, tratava a criança como adulto em miniatura.
Para fundamentar seus estudos, Ariès realiza uma pesquisa em documentos, imagens, álbuns de famílias. Rizzo(2010), afirma que a criança era vista como fruto do pecado, logo que nascia deveria ser batizada para expulsar o mau que nascera com ela. Para se tornar boa para a sociedade, a criança deveria ser castigada e punida. Vem daí os termos “pestinha”, “endiabrado”. Freitas (2009), faz um apanhado sobre a Historia Social da Infância no Brasil, um dos autores mostra que a roda dos rejeitados (aquela instituição que acolhia a criança abandonada pelos pais), perdurou no Brasil até 1950! É muito recente.
A prática da disciplina pelo castigo físico ainda prevalece como paradigma em muitas famílias.
Reflita:
Essa introdução histórica é somente para deixar aqui um pouco do que será nossa discussão na primeira aula. Será que hoje nós temos tratado a criança como adulto, exigindo delas atitudes e responsabilidades que não são própria da infância?
Organizando um espaço educativo na Educação Infantil
Toda criança chega à instituição de ensino formal constituído de conhecimentos adquiridos em seu contexto social, este contexto  envolve as relações familiares, grupos sociais de apoio, cultura regional, de bairro, condições de brincadeiras propostas pelos ambientes que freqüenta, enfim, um rico repertório para ser explorado inicialmente pelo professor que fará a mediação da aprendizagem da linguagem formal a partir do que a criança traz consigo. O processo deve avançar para a compreensão de diversos gêneros textuais e a aquisição de conhecimento sobre outros contextos para além daquele habitual. Assim, a mediação a partir de uma ação intencional do professor leva a criança ao conhecimento científico que parte de sua realidade.
O professor deve propor atividades experimentais pois contribui para a superação de obstáculos, proposição de hipóteses favorecendo a descoberta na aprendizagem de conceitos, incentiva a interpretações, discussão e exposição da ideia do aluno e manipulação dos materiais alternativos. A intervenção e mediação nesse processo experimental será essencial pois possibilitam ao professor gerar dúvidas e problematizar o conteúdo que pretende ensinar.
Vamos acompanhar um dia de uma educadora que planeja sua aula para crianças de cinco anos:
A atividade do dia, na Educação Infantil, programada com antecedência, contempla uma sugestão do próprio calendário: O dia da Vovó.
As crianças começam a chegar e encontram uma cadeira diferente na sala de aula e, para a surpresa geral, uma vovozinha sentada fazendo tricô. Algumas sugerem: - É você professora? Outras acreditam que realmente é a professora e outras ainda pensam ser uma vovó que está visitando a escola. Na janela, uma cortina diferente; na mesa, ingredientes para uma culinária e toalha xadrez, um óculos, um xale e livros de histórias clássicas; uma música e a conversa começa... As crianças vão chegando aos poucos e aproximando-se daquele aconchegante momento. A vovó, que é a educadora, num mundo de faz-de-conta, fala de sua história, de seus netinhos, pergunta sobre os avós das crianças, ensina a fazer sua receita favorita, ensina músicas, conta histórias e inculca nos pequenos a  necessidade de se valorizar e respeitar os avós. Num dado momento, volta a ser a professora e pergunta às crianças o que aconteceu. No final da tarde, os avós chegam para uma pintura com seus netos ao ar livre e experimentarem, juntos, a receita que os pequenos aprenderam. A tarde foi inesquecível.
Leia mais sobre o dia dos avós na escola no link abaixo:
http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-vovo.htm
Planejamento: é a prática de pensar e registrar com antecedência cada aspecto que envolve as atividades que serão realizadas dentro da proposta pedagógica da instituição; contemplar, nessas atividades, os eixos temáticos propostos pelo Referencial Curricular para a Educação Infantil, providenciando os recursos materiais com antecedência, partindo do objetivo que se deseja alcançar e das habilidades que se deseja desenvolver nas crianças. Segue abaixo uma sugestão em oito itens para nortear o planejamento pedagógico:
1)  Rotina: ao relacionar as atividades da rotina o educador deverá planejar ações que torne essas atividades um momento de aprendizagem para a criança, lembrando-se que cuidar e educar são práticas indissociáveis. Na hora do lanche é fundamental falar sobre a importância dos alimentos para a saúde; na hora da higiene, ensinar a economizar água e manter o ambiente organizado; na hora do parque, organizar as brincadeiras, brincar com a criança e trabalhar a socialização. Faz parte da rotina ser criativo e trazer personagens diferentes, como fantoches, para anunciar os momentos seguintes. Este procedimento motiva a criança ajudando-a a compreender e organizar-se em relação ao tempo cronológico.
2)  Assunto: todas as atividades do dia devem estar relacionadas ao tema. Este deve ser pré-definido no planejamento anual, ou mesmo, dentro da flexibilidade do planejamento da educação infantil, sugerido pelos alunos nos momentos de interação. Planejar os temas anualmente, bimestralmente e semanalmente, permite um controle do professor em trabalhar e organizar, durante o ano, todos os assuntos e eixos temáticos necessários para a faixa etária em que está atuando, sem deixar lacunas.
3)  Motivação: a roda da conversa, atividade que deve estar relacionada na rotina, é uma excelente oportunidade para o educador introduzir o assunto do dia. Trazer um objeto diferente ou uma curiosidade, de preferência concreta, faz com que as crianças se interessem pelo assunto. Quando a turma está motivada a aprendizagem torna-se mais significativa.
 
5)  Metodologia: registrar, detalhadamente, a maneira como se desenvolverá cada atividade do dia, permite ao educador imaginá-las acontecendo. Assim, torna-se mais fácil visualizar o que pode, ou não, dar certo. Com este procedimento é bem provável que o educador tenha seja poupado de frustrações ao aplicar o que planejou.
6)  Avaliação: a avaliação é contínua. Avaliar e registrar cada descoberta das crianças proporciona uma ação educativa completa. O registro traz aperfeiçoamento da prática e permite as intervenções necessárias para que a criança supere algumas dificuldades no processo de aprendizagem.
7)  Recursos: listar os recursos necessários para que não aconteça a frustração de ter que adiar uma atividade, porque - “esqueci o chapéu de palha” -por exemplo. Improvisar, quando a instituição não dispõe dos recursos para uma determinada atividade, é uma arte. As crianças aprendem da mesma forma, quando o educador utiliza sucata para a confecção de material didático.
8)  Relatório: ao término da aula o educador precisa fazer uma auto-avaliação de seu trabalho pedagógico e atuação profissional. Como foi o trabalho? O que é necessário melhorar? Por que tal atividade apresentou falhas? O que as crianças mais gostaram? Que momento foi mais significativo? Esta é a melhor maneira de refletir sobre sua ação pedagógica. Relatar também as reações das crianças nos momentos de brincadeira espontânea ou dirigida.
O processo de aprendizagem se desencadeia a partirda necessidade, do conflito, da inquietação, ou para usarmos a terminologia de Piaget, a partir de situações de desequilíbrio. (SANNY, 1994, p. 52).
Dentro desse contexto, podemos citar o Referencial Pedagógico-Curricular para a Formação de Professores da Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental do MEC, que, em sua versão preliminar, diz que a formação do professor deve estar relacionada ao saber, ao saber fazer e ao saber explicar o fazer (ROSSETI-FERREIRA, 2006, p. 26).
Planejamento
Nesse sentido, o planejamento do professor não deve ser elaborado dentro de uma visão intuitiva a respeito do que pode ou não dar certo ou por experiências repetidas em outro contexto específico. Entretanto é preciso que sua prática educativa esteja fundamentada numa articulação entre a teoria e a prática, tomando como objetivo a reflexão de seu fazer pedagógico enquanto educador que constrói seu conhecimento e o conhecimento de seus alunos. Para isso, temos inúmeras contribuições de pensadores e educadores que ousaram divulgar seus ideais e investiram seu tempo revolucionando a educação ao longo dos anos. Observe o quadro abaixo onde relacionamos as principais contribuições e a prática desses conceitos no contexto atual:
	Jean Jacques Rousseau (1712 - 1778)
 
	“O verdadeiro conhecimento das coisas pode ser bom,mas o dos homens e de seus juízos ainda vale mais;porque, na sociedade humana, o mais importante instrumento do homem é o homem,e o mais sábio é aquele que melhor se sabe servir desse instrumento”
Defendia a idéia de que a criança tem suas singularidades e necessidades, contrapondo-se ao que era praticado pela sociedade que, dentro de uma visão autoritária e restrita, concebia a criança como um adulto em miniatura.
A natureza quer que as crianças sejam crianças antes de serem homens. Se queremos perturbar essa ordem, produziremos frutos precoces, sem maturidade nem sabor e que tardarão a apodrecer; teremos jovens doutores e velhas crianças. A infância tem maneiras de ver, de pensar, de sentir que lhe são próprias; nada há de mais insensato que querer substituí-las pelas nossas[...] (ROUSSEAU apud ELIAS, 2000, p. 54).
O educador deve oferecer os meios que favoreçam a ação da criança sobre o objeto do conhecimento, com o fim de que essa criança se expresse e construa naturalmente sua aprendizagem, educando-se a si mesma.
 
Como nós vemos a criança hoje? Podemos afirmar que o conceito de “adulto em miniatura” está totalmente eliminado na sociedade, quando nos referimos ao consumismo excessivo, vestimentas inadequadas para a idade e agendas lotadas de atividades? De que maneira podemos trabalhar esse aspecto no planejamento das aulas?
 
	Johann Heinrich Pestalozzi (1746 - 1827)
 
	“ A arte da educação deve ser, essencialmente e em todas as partes, elevada a uma ciência constituída pelo mais profundo conhecimento da natureza humana”
Valorizou e revolucionou a relação professor/aluno ao tratar com problemas disciplinares sem utilizar punições, sugerindo que as relações entre discípulos e mestres devem ser amorosas.
Tomando o lar como fonte de suas pesquisas, acreditava ser a família a melhor instituição onde se ensina e se aprende a política, a religião, a educação e a moral. Acreditou na educação do povo para a mudança das condições de vida na sociedade.
Para Pestalozzi, o desenvolvimento é orgânico, sendo que a criança se desenvolve por leis definidas; os poderes infantis brotam de dentro para fora; os poderes inatos, uma vez despertados lutam para se desenvolver até a maturidade; a gradação deve ser respeitada; o método deve seguir a natureza; o professor é comparado ao jardineiro que providencia as condições para a planta crescer. (NICOLAU, 1985, p. 29).
Como trabalhamos com o aspecto disciplinar? O quanto envolvemos a família nas atividades propostas? A família tem sido instrumentalizada quanto ao seu papel social?
	FriedrichFroebel
(1782 - 1852)
 
	"A educação é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição humana autoconsciente,com todos os seus poderes funcionando completa e harmoniosamente, em relação à natureza e à sociedade. "
Foi fundador de jardins de infância, formando professores e elaborando métodos e equipamentos para essas instituições. Concebeu a criança como uma plantinha que precisa de cuidados para crescer e o professor, o jardineiro.
Foi o primeiro educador a atribuir a devida importância ao brinquedo, à atividade lúdica e ao desenho, utilizando materiais como blocos de construção, argila, papelão e serragem. Observador, contemplava o brincar da criança em que se manifestava o jogo simbólico.
Toda criança tem direito ao brincar, a ser observada e contemplada pelo educador, com o fim de receber intervenção pedagógica e assistência referente aos cuidados essenciais.
	OvideoDecroly
(1871 - 1932)
 
	"A educação deve estar para a vida e mediante a vida. A resposta à imobilidade que condena a uma escola passiva é o ensino ativo,que permite ao aluno ou à aluna atuar como o inventor ou o artista,ou seja, fazendo tentativas - ensaios e erros."
Valorizou a fase infantil ao afirmar que a infância não é uma preparação para a vida adulta mas deve ser vivida intensamente com suas especificidades e características peculiares. A criança deve ser criança e não um adulto em potencial.
Criador dos centros de interesse,desafiou a educação de sua época, rompendo com a rigidez que se observava nos programas de ensino. Na sala de aula valorizava o trabalho em grupo, pois para ele a escola deveria preparar o aluno para o convívio em sociedade.
Em sua proposta, a criança vivenciava três momentos nas atividades intituladas centros de interesse: observação, associação e expressão.
 
Estamos atribuindo à criança mais responsabilidades do que sua maturidade permite compreender? Estamos trabalhando a cidadania ao propor atividades em grupo? Como temos organizado os cantos de atividades?
 
	Maria Montessori
(1870 - 1952)
 
	“O silêncio deve ser entendido de um modo positivo,como um ‘estado superior’ à ordem normal das coisas,como uma inibição instantânea que exige um esforço,uma tensão da vontade, que elimina os ruídos da vida cotidiana,como que isolando a alma das vozes exteriores.”
Fundou a primeira escola para crianças menores de seis anos na Itália, em 1907 – Casa Dei Bambini.
Seu método oferece à criança a liberdade de escolher espontaneamente a atividade que deseja realizar, o que favorece a concentração, satisfação na realização da tarefa, independência e autodisciplina.
Duas contribuições que merecem destaques são a modificação dos mobiliários da educação infantil, adequando-os ao tamanho da criança, e também acessórios para a casinha de bonecas, onde a criança simula e dramatiza a vida do lar.
Idealizou um grupo de materiais didáticos que se constituem em peças de madeira com cores fortes que se diferenciam pela forma, tamanho, espessura, som e textura entre os quais podemos citar o material dourado, utilizado na matemática com o objetivo de desenvolver a concentração, a imaginação criadora, o estabelecimento de relações de graduação e de proporções,  a contagem e  o cálculo.
Os jogos pedagógicos de madeira devem ser disponibilizados às crianças para exploração, identificação, seriação, classificação. Valoriza-se hoje muitos jogoseletrônicos em detrimento da utilização de um material que, embora simples, como os blocos de madeira, possuem uma multiplicidade de funções, quando utilizados com o devido conhecimento dos seus objetivos.
WEBAULA 2
Unidade 1 – Práticas Educativas com crianças de 0 a 3 anos
Em nossa segunda tele-aula, vimos que o bebê precisa de estímulos pois nessa primeira fase da vida a criança está descobrindo o mundo, construindo, a partir do objeto, esquemas motores e estruturas mentais. Para que nossa aula seja bem prática, inicio sugerindo um  link para  você acessar várias dicas de atividades para estimular os bebês. Esse é o link:
http://bebe.abril.com.br/materia/brincadeiras-para-fazer-com-o-seu-bebeSe você já trabalha com crianças nessa faixa etária não perca tempo! 
Veja outras sugestões:
Gosto de enfatizar que nós, educadores da infância, podemos confeccionar nosso material didático voltado à necessidade de nossas crianças. Que tal tentar construir um brinquedo? Use sua imaginação. Você vai precisar de papelão, papel ou tecido colorido, tesoura, cola branca ou cola quente, tinta, entre outros. 
Desde o nascimento, o bebê precisa de estímulos externos para o seu desenvolvimento. A música, o movimento, a linguagem, são aspectos fundamentais a serem trabalhados nessa faixa etária. Veremos cada item, começando pela música:
A musicalização é um trabalho fantástico. Deve ser trabalhado principalmente por especialistas em música, no entanto, quando o Centro de Educação Infantil não oferece essa condição você poderá realizar algumas atividades muito boas. Observe no vídeo como os bebês percebem a música de maneira espontânea e prazerosa:
Estação Musical no Vida & Saúde - Musicalização Infantil
VÍDEO
No início dessa aula, você leu vários itens para estimulação dos bebês, um deles sugere “Cantar canções de ninar”. Hoje temos inúmeros CDs próprios para acriança   e é interessante utilizá-los, no entanto isso não é suficiente. A criança sente muito prazer em ouvir a nossa voz quando cantamos para ela, mesmo que você se considere desafinado(a).
1.1A música e as crianças
	
	Criançasem torno de um ano e meio, embora ainda não falem, se expressam através de movimentos, sons e ritmos. Esses pequeninos adoram ouvir música e demonstram grande satisfação com o canto dos pássaros, das cigarras, dos grilos...
Sabemos que, para eles, a convivência com diferentes sons e ruídos é muito importante, pois traz novas descobertas e, com elas, o conhecimento e a exploração do diferente, do novo.
A Primeira descoberta dos sons e do ritmo se dá através do próprio corpo e do ambiente ao redor. Como o ser humano é um ser criativo, ele vai rompendo continuamente os esquemas repetidos das experiências anteriores e vai explorando novos caminhos.
Texto extraídodo Livro Os Fazeres na Educação Infantil – Rossetti-Ferreira, A música na Creche.
Com elementos e situações já vivenciadas por elas, podemos colocá-las em contato com todos os tipos de sons e mostrar a elas como o mundo seria esquisito se não tivesse o despertador e o telefone tocando, a música para cantar e até a fala que não teria razão de ser.
Fazer as crianças imitar com a boca, os sons dos objetos e do que está ao seu redor, faz com que ela tenha maior observação sobre o mundo em que vive e a desenvolver desde cedo a sensibilidade para a música.
Para saber mais:
http://guiadobebe.uol.com.br/bb2a3/a_musica_e_as_criancas.htm
Ouça amostras das músicas do CD “Pro Nenê Naná 1 - Músicas para Relaxar e Adormecer seu Bebê” - Michel Freidenson - Azul Music
 http://yahoo.imusica.com.br/album.aspx?id=1406
É possível fazer, você mesmo, seu material de musicalização utilizando garrafinhas pet, caixinhas de remédio, sementes ou grãos para fazer o timbre do chocalho.
2. Movimento:
Trabalhar a coordenação motora é uma importante contribuição para o desenvolvimento da criança. Essas atividades devem estar incluídas na rotina da creche.
Desde o momento de seu nascimento, o bebê entra em contato com um mundo novo, diferente e repleto de coisas novas a serem exploradas. Ele aprende a se relacionar com tudo que está a sua volta e, para facilitar essa primeira etapa do conhecimento e aprendizado, existem brinquedos e brincadeiras educativas e específicas.
Aqui estão alguns brinquedos que estimulam o aprendizado das crianças:
Blocos de empilhar.
Caixas com itens para encher e esvaziar.
Brinquedos de encaixar.
Cones de empilhar.
Brinquedos que pulam, fáceis de ativar.
Não só a estimulação é importante, todo bebê necessita do toque carinhoso dos que assumem os seus cuidados. A massagem, quando possível, é uma excelente maneira de acalmar os bebês e demonstrar carinho e afeto. Veja a reportagem:
Shantala - A Shantala é uma massagem milenar indiana. Não se tem registro de quando exatamente surgiu. Ela foi primeiro ensinada em Kerala, no Sul da Índia, e desde então é uma tradição passada de mãe para filha.
Sua “descoberta” no ocidente aconteceu quando o médico francês Frédéric Leboyer, de passagem pela Índia, se deparou com a cena de uma mulher a massagear seu bebê. Seu nome era Shantala, ela era paralítica e estava numa associação de caridade em Pilkhana, uma favela de Calcutá.
O ambiente que Leboyer percorrera até então era completamente hostil, mas a cena da massagem fez com que a beleza e harmonia dos movimentos de Shantala transformasse tudo a sua volta.
Leboyer pediu para fotografá-la. Ela, admirada pelo interesse em uma prática tão simples e corriqueira, aceitou.
Durante dias ele acompanhou a massagem de Shantala em seu bebê, captando atentamente cada movimento. Após alguns dias de observação, finalmente foi fotografá-la. Leboyer fez o possível para que as fotografias exprimissem a profundidade e o amor envolvidos.
Assista o vídeo que mostra mais detalhes dessa massagem:
VIDEO
3. Linguagem: Desde sua vida intra-uterina, o bebê exercita e aguça sua capacidade de escutar os sons do ambiente interno e externo ao útero materno. Após o nascimento, sua exploração de mundo e estímulos favorecem a construção de conceitos, esquemas motores e cognitivos capacitando-o à aquisição da fala. Antes, porém, de se expressar através da fala, o bebê compreende muito do que lhe é dito, respondendo com atitudes, gestos, sorrisos, choros.
Nessa fase do desenvolvimento da criança, a linguagem pode ser estimulada através da valorização de seu balbucio. Nas diversas atividades e momentos do dia é aconselhável conversar com o bebê. A hora do banho e troca de fraldas pode ser mais significativa e cheia de aprendizagem se houver músicas, brincadeiras e interatividade por parte do adulto.  Imitar os sons dos animais, falar os nomes dos objetos e partes do corpo, contar histórias, cantar também se constituem atitudes que estimulam o desenvolvimento da linguagem.
Com a aquisição da fala, exercício dos esquemas motores e definição da coordenação motora fina, a criança interessa-se pelo mundo da leitura e escrita iniciando sua construção a partir das garatujas, rabiscos, movimentos circulares até a tentativa de registro das palavras
WEB AULA 2
Para que o professor seja competente, não basta o domínio de conhecimentos, recursos e algumas técnicas de ensinar, mas ser um profissional autônomo, criativo e que tenha compromisso com as necessidades dos alunos. Dessa forma, deve prever a articulação entre aprendizagem e os cuidados diários, respeitando o ritmo e o desenvolvimento da criança. O planejamento permite uma prática estruturada, pois envolve organização, sendo algo em permanente construção, flexível e composto por um conjunto de ações, voltada aos objetivos educacionais. Um processo contínuo de tomada de decisões, que deve contemplar o educar, o cuidar e o brincar, contribuindo para a autonomia das crianças, o conhecimento do seu corpo, a expressão artística, a linguagem oral, entre outros. O professor deve ter clareza da importância de planejar o trabalho pedagógico, o qual deve elaborar contemplando os momentos de rotina e os eixos da educação infantil: movimento, música, artes visuais, linguagem oral e escrita, matemática, e natureza e sociedade.
O planejamento, além de contribuir com a programação da rotina, possibilita o desenvolvimento da aprendizagem significativa, o registro das ações desenvolvidas e a avaliação do processo através de momentos a  individuais e coletivo. Promove a intencionalidade da ação, atende aos interesses das crianças, a complexidade da proposta e a interação entre os envolvidos, ou seja, professores e alunos.
No início do ano letivo, a escola tem espaço destinado para elaboração do planejamento escolar, com o acompanhamento da equipe pedagógica. Contudo, percebemos certa descrençado professor em relação aos planos, como podemos observar nos dizeres abaixo que Vasconcellos (2000) extraiu do cotidiano escolar:
O que dizem os professores (1) - O planejamento é uma estruturação inútil. É mera burocracia. Serve apenas para cumprir as exigências burocráticas. É perda de tempo! Não serve para nada, é algo estéril. Para quê planejar, se já vem tudo pronto o que devemos dar? O planejado com muita antecipação é inviável, devido às variações do cotidiano. Na hora de planejar, tudo bem, mas depois.....Planejamento bem elaborado que só permanece no papel. A prática fica a desejar. Falta aplicação no dia-a-dia. Não adianta planejar: são tantos alunos, cada um com seu ritmo e jeito de aprender....
O que dizem os professores (2) - Planejar é se amarrar é perder a liberdade. Escraviza o trabalho do professor; camisa de força. Pode nos podar, acabar com nossa criatividade e as necessidades do aluno e da classe. Há uma cobrança muito grande para cumprir o programa. Eu tenho medo de não cumprir o que planejei. A culpa, como sempre é do professor. Quando é exigido seu cumprimento, sem dar importância se o aluno aprendeu o conteúdo, quando não pode ser refeito, tornando-o inflexível. Não pode ser reformulado quando necessário. O plano vira um fim em si mesmo, não dá liberdade do aluno participar.
Após esta leitura é sua vez de contribuir, acesse o Fórum e faça um comentário em defesa do planejamento, demonstrando sua importância e necessidade.
Os professores apesar de considerarem a importância do planejamento colocam uma série de obstáculos em sua realização, percebendo-o apenas como algo burocrático, que é realizado por imposição da equipe pedagógica, como ato de preencher papéis. Contudo, se não houvesse a cobrança, trabalhariam por longo tempo sem realizar planejamento, o que nos leva de maneira geral a acreditar que esta prática está marcada pela descrença dos professores. Os professores precisam ser sensibilizados sobre a necessidade de transformação.
Para planejar temos que ter claro o educando que queremos formar e a escola que temos e queremos, ter clareza quanto a nossa concepção de escola e sociedade. Implica em uma tomada de decisão, onde precisamos saber o que pretendemos (objetivos), o que ensinar? (conteúdos), como ensinar? (metodologia), como verificar se atingiram os objetivos? (avaliação). Planejar conduz a transformação da prática pedagógica, sendo um meio e não um fim em si mesmo. Só podemos ensinar bem, se sabemos onde queremos chegar.
Para planejar precisamos levar em conta algumas etapas:
Conhecimento da realidade - é importante conhecer as características e problemas que envolvem a realidade onde vai atuar, momento de levantamento de dados sobre a realidade, uma sondagem para levantar os conhecimentos prévios do aluno.
Delimitação dos objetivos de ensino - Correspondem as finalidades da nossa ação educativa e são classificados em dois níveis:
Objetivos gerais: são aqueles previstos para um determinado grau ou ciclo, para uma escola ou área de estudos e que serão alcançados em longo prazo. Exemplo: Ao término do curso, os alunos deverão ser capazes de...
Objetivos específicos: são aqueles definidos especificamente para uma disciplina, uma unidade de ensino ou uma aula. Exemplo: Ao término da aula, os alunos deverão ser capazes de... (comportamento observável).
Os objetivos devem ser redigidos com linguagem clara e precisa, os objetivos gerais podem ser desmembrados em vários objetivos específicos a serem alcançados em curto prazo.
Conteúdo – deve ser significativo, voltado para os interesses e necessidades dos alunos, o qual não deve ser trabalhado de forma fragmentada, e possibilitar a interdisciplinaridade e visão crítica do aluno.
Metodologias de Ensino - Um dos fatores que norteiam a ação docente é a escolha dos métodos de ensino, que objetivam a aprendizagem do aluno e a construção do conhecimento.                         
Devemos partir do princípio que os métodos são meios facilitadores do processo de ensino aprendizagem, no qual, teorias pedagógicas e didáticas redefinem o significado da práxis. Podem ser selecionados de acordo com as necessidades de cada conteúdo trabalhado, deve promover a problematização dos conteúdos e da prática social do aluno.
Recursos de Ensino – meios para orientar a aprendizagem do aluno e envolve os materiais que poderão ser utilizados no desenvolvimento do trabalho.
Avaliação da Aprendizagem – deve levar em consideração a promoção da aprendizagem. A avaliação da aprendizagem permite acompanhar o processo de construção de conhecimento por parte do aluno, e o professor pode agir sobre estes resultados, revendo as falhas e verificando a evolução do aluno.
O professor precisa delimitar os objetivos a serem atingidos em relação a um determinado conteúdo e a avaliação não deve ser pensada como um fim em si mesmo, mas ser vista como uma forma de se obter informações para trabalhar os resultados apresentados e para isso deve utilizar-se de uma variedade de instrumentos.
O professor ao elaborar o seu planejamento de ensino, deve prever a criação de espaços lúdicos que envolvam jogos, brinquedos e brincadeiras. É importante que a metodologia contribua para a autonomia do aluno, onde a criança possa ter liberdade de escolha.
O brincar contribui para a aprendizagem, o desenvolvimento cognitivo e motor da criança, possibilita o seu desenvolvimento e o seu processo de socialização. Por meio do brincar, a criança aprende de forma prazerosa, vivencia situações concretas de aprendizagem, sente-se motivada, desafiada, amplia a sua linguagem.
É necessário que o professor insira o brincar em seu planejamento, pois sabemos que, por meio do brinquedo, a criança constrói o seu universo, manipulando-o e trazendo para a sua realidade situações inusitadas do seu mundo imaginário.
A nosso ver, o brincar desenvolve o pensamento, as crianças aprendem por descoberta e buscam soluções para situações-problema que vivenciam.  Autores afirma que este promove a atenção e a concentração e as crianças aprendem da forma que mais gostam, através de atividades espontâneas e dirigidas.
O caráter educativo do brincar deve ser visto como uma atividade formativa, que possibilite o desenvolvimento integral do sujeito quer seja, na sua capacidade física, intelectual e moral, como também a constituição da individualidade, a formação do caráter e da personalidade de cada um. Na fase dirigida há a presença das brincadeiras como atividades cujo objetivo específico é o de promover a aprendizagem de um determinado conceito, ou seja, além de serem marcados pela intencionalidade do educador.
Ao brincar, os alunos reproduzem várias situações do seu dia-a-dia, trocam informações, saberes, comunicam-se, cabe ao educador, possibilitar diversas experiências que envolvam músicas, sons de objetos, animais entre outros.
WEBAULA 2
Unidade 2 – AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL¹
A avaliação na Educação lnfantil apresenta especificidades que a diferem da avaliação no ensino fundamental ou médio. É o momento de registrar o desenvolvimento da criança, pois deve ser avaliada de acordo com o seu ritmo próprio, subsidiado por informações extra-escola, notadamente sobre o seu comportamento em casa (sono, alimentação, disposição para brincar, demonstrações de afeto, medos, rancores), e manter indicadores para as avaliações seguintes, que determinarão as intervenções pedagógicas necessárias
O desempenho e as reações do avaliado nas várias atividades podem refletir o seu nível de cognição e o seu grau de desenvolvimento. A avaliação na, Educação Infantil, deve auxiliar o processo de aprendizagem e fortalecer a auto-estima das crianças, permitindo que elas acompanhem suas conquistas, suas dificuldades e suas possibilidades ao longo do tempo.
O professor de Educação Infantil deve ter em mente que ao avaliar uma situação ele não pode valorar a dificuldade do aluno, mas sim, verificar se essa situação é importantee qual é o grau da dificuldade que o aluno possui. Também o responsável pela sala deve estar atento ao estágio de desenvolvimento cognitivo no qual a criança se encontra e assim poderá intervir e planejar sua prática pedagógica, propiciando condições ao aluno para que supere as suas dificuldades.
Na Educação Infantil as atividades de avaliação devem ser mais convidativas e possibilitar momentos de participação espontânea e dirigida que propiciem a expressão real do que elas apreenderam. 
A Avaliação Formativa na Educação Infantil
A avaliação formativa nessa modalidade de ensino é gradual e seqüencial, avaliando não a criança apenas, mas principalmente as situações de aprendizagem que lhe são oferecidas, as oportunidades e experiências que vivencia e das quais decorrem as expectativas dos resultados de sua avaliação. Por exemplo, um aluno somente conhecerá os nomes dos colegas de sala, se lhe foi oportunizada essa informação, sua utilidade e importância.
 Sobre a avaliação, o RCNEI – Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, sugere a avaliação formativa. Observa-se que no volume 2 da obra (Formação Pessoal e Social), a avaliação está no item: observação, registro e avaliação formativa, que traz a seguinte introdução:
 A observação das formas de expressão das crianças, de suas capacidades de concentração e envolvimento nas atividades, de satisfação com sua própria produção e com suas pequenas conquistas é um instrumento de acompanhamento do trabalho que poderá ajudar na avaliação e no replanejamento da ação educativa. (BRASIL, 1998, p. 66)
 Partindo do princípio de que a avaliação formativa baseia-se na interação da criança com o meio, a intervenção do professor ocorre como um mediador de relacionamentos, de provocador de dúvidas e estimulador de pesquisa. Como consta no RCNEI:
 A intervenção do professor é necessária para que, na instituição de educação infantil, as crianças possam, em situações de interação social ou sozinhas, ampliar suas capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais e das diferentes linguagens, por meio da expressão e comunicação de sentimentos e idéias, da experimentação, da reflexão, da elaboração de perguntas e respostas, da construção de objetos e brinquedos etc. Para isso, o professor deve conhecer e considerar as singularidades das crianças de diferentes idades, assim como a diversidade de hábitos, costumes, valores, crenças, etnias etc. das crianças com as quais trabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de socialização. (BRASIL, 1998, vol. 1, p. 30)
Na Educação Infantil deve conhecer seu alunos, seus interesses, necessidades e possibilidades, para que possa planejar adequadamente e realizar a avaliação de forma contínua. É importante observar as dificuldades apresentadas pelas crianças, para que posamos intervir e nesse momento retomar os objetivos para verificar em que mediada foram atingidos ou não
As vantagens dessa modalidade de avaliação é a igualdade de tratamento que se busca dar a todas as crianças, tanto nas oportunidades como no atendimento às dificuldades. Também o registro diário multiplica as chances de acompanhamento das crianças pelo professor, que durante todo o período verifica o estágio de aprendizado dos alunos. É a proximidade preconizada no RCNEI:
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis. (BRASIL, 1998, vol. 1, p. 23).
Dentro do sistema educacional brasileiro, existem situações problemáticas a serem enfrentadas. Uma delas é o aspecto terminal dado à Educação Infantil, que causa uma ruptura entre essa fase e o Ensino Fundamental. É como se as duas etapas fossem cursos diferentes, tanto que algumas escolas adotam a formatura da educação infantil. Outra discussão ocorria até a recente mudança para o ensino fundamental de nove anos, porque até então, a criança ingressava no ensino fundamental aos sete anos de idade, desde que tivesse atingido padrões de aprendizagem de leitura e escrita definidos como mínimos aceitáveis para esse ingresso no ensino fundamental. Caso contrário, permaneceria na chamada classe de alfabetização.
Observa-se que nos Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil, consta que:
A avaliação na Educação Infantil é definida a partir dessa concepção de desenvolvimento integrado, e assim deve ser processual acontecendo de forma sistemática e contínua. Seu acompanhamento e registro têm objetivos de diagnóstico e não de promoção ou retenção, exigindo a redefinição das estratégias metodológicas utilizadas com as crianças de 0 até 6 anos de idade. (BRASIL, 2006, vol. 1, p. 32)
A avaliação não se presta, portanto, para o propósito de classificar o aluno ao ano escolar que o mesmo deve ser mantido ou matriculado. Porque se assim for, incorre-se no maior problema da avaliação classificatória, onde um número (nota) define o futuro do aluno, se ele permanece em determinada série ou progride para o próximo. A progressão definida somente nas notas atribuídas em provas esparsas torna a evolução serial em um mecanismo automático, uma máquina separadora, onde a escola pode decidir os rumos do aluno, transformando-o em um operário, automatizado e despreparado.
Não se trata apenas da progressão continuada, possível pelo parágrafo 2º do artigo 32 da LDB e que não é objeto do presente estudo, mas do fato de que qualquer que seja a forma de progressão, a mera avaliação por notas isoladas não pode justificar a movimentação do aluno entre os anos.
Importante também observar que existe um equívoco da chamada “classe de alfabetização”, que define o critério de alfabetização como requisito para a passagem ao ensino fundamental, fazendo com que crianças que não tenham atingido os padrões desejáveis de leitura e escrita não possam ingressar na fase seguinte, embora já tenham assimilado níveis satisfatórios em outros campos de conhecimento (BRASIL, 1998, vol. 1, p. 59).
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Na avaliação escolar são necessários instrumentos que acompanhem o processo de construção do conhecimento escolar, dessa forma, deve se considerar a utilização de instrumentos diversificados, que alcancem as especificidades da evolução da criança. No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil encontramos que
A avaliação não se dá no momento final do trabalho. É tarefa permanente do professor, instrumento indispensável à constituição de uma prática pedagógica e educacional verdadeiramente comprometida com o desenvolvimento das crianças (BRASIL, 1998, v. 3, p. 203).
Os instrumentos avaliativos mais utilizados nessa modalidade de ensino são a observação e o registro respectivo. Documentalmente, o instrumento de avaliação mais comum é o relatório, onde é narrado o histórico do aluno naquele período, e outras formas como dossiê e o portfólio. Em geral, o dossiê é um relatório mais elaborado, mais detalhado. Já o portfólio é o registro da aprendizagem do aluno, através da seleção e arquivo de documentos por ele produzidos, e outros que evidenciam o seu desempenho rumo aos objetivos propostos.
 Observação - Através da observação são registrados os processos de aprendizagem realizados pelas crianças, a freqüência e qualidade das interações estabelecidas pelos alunos com outras crianças, o professor e demais pessoas envolvidas na sua formação. A principal utilidade da observação é fornecer uma visão ampla sobre todas as crianças,mas que destaque as particularidades de cada uma.  A observação é um procedimento importante para que o professor conheça o aluno, e reconheça a posição do aluno frente ao tempo e espaço na escola, podendo ser realizada através de técnicas e formas pré-estabelecidas ou somente pela sensibilidade do professor em captar informações transmitidas nas atividades cotidianas da criança.
Embora usualmente aplicada em técnica simples, a observação tem bom grau de confiabilidade e contribui para o planejamento das atividades educativas, servindo como investigação e reflexão sobre o processo de aprendizagem diante da organização do trabalho educativo e da intervenção pedagógica.
Consideradas as características da Educação Infantil, especialmente a precocidade etária dos alunos, verifica-se nessa etapa da educação um ambiente propício ao uso da observação como técnica avaliativa, porque aproveita a naturalidade do comportamento e a continuidade do processo, opondo-se à tensão e momentaneidade típicas da avaliação pontual.
Registro - A anotação escrita é a primeira forma de registro da avaliação, preservando informações que não podem ser apenas retidas pela memória do professor. Porém, podem ser utilizados outros meios de preservação de dados, como a gravação audiovisual ou o arquivamento do material produzido pelas crianças (portfólio).  
A estrutura de um formulário de registro deve considerar alguns aspectos: onde, quanto, o que, como, quando registrar sobre os alunos e finalmente, conter um espaço para as características especiais de cada aluno. Seu conteúdo e expectativa devem ser adequados a cada ano de escolarização.
Quanto à periodicidade de registro, é recomendável a anotação diária das informações referentes ao processo de aprendizagem, objetivando o registro seguro e preciso dos avanços e dificuldades percebidos em relação a cada aluno. A compilação de tais dados pode ocorrer usualmente no intervalo bimestral, mesmo período usualmente utilizado para as outras formas de avaliações formais.
O propósito do registro é coletar informações sobre o aluno que permitam ao professor uma comunicação direta com instrumentos utilizados na Educação Infantil, assegurando um melhor desenvolvimento do aluno no que se refere às suas necessidades cognitivas e intelectuais, ampliando-se até mesmo aos campos sociais e afetivos.
O relatório, que é um dos registros mais adequados à Educação Infantil, não pode conter valores ou indicativos que discriminem a criança perante as demais ou a rotule. Por exemplo: Fulano é o melhor da sala ou Beltrano nunca aprende.
As três formas mais comuns de registro são o dossiê, o portfólio e as atividades escritas, que visam aferir se os objetivos propostos estão sendo alcançados pelo grupo. Para o desempenho individual, existem, a ficha de registro docente e o relatório descritivo (da criança):
a) dossiê: coletânea de atividades individuais ou coletivos, obtidos em períodos regulares e sucessivos.
b) portfólio: conjunto de registros relativos aos grupos, que não obedece a cronologia necessariamente e usualmente aplicados em projetos específicos.
c) atividades escritas: são aquelas relacionadas ao tema trabalhado no momento, onde haja atividades que estimulem as crianças a pensar sobre o tema, antes de se expressar, seja por palavras, desenhos ou qualquer outra forma gráfica.
Para que esses registros sejam eficientes é necessário que a coleta de dados seja imediata, planejada e contemple não somente os resultados positivos, mas também as dificuldades e dúvidas dos alunos.
No aspecto individual, por um lado, pode-se trabalhar a ficha de registro docente, instrumento de uso exclusivo do professor, onde resta registrado o desenvolvimento de cada criança, através de critérios e ponto de vista do professor. Diferencia-se do relatório descritivo, que de forma textual, leva aos pais a avaliação da criança, possibilitando-lhes acompanhar sua aprendizagem.

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