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Centro Universitário Anhanguera - Leme/SP
TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO
4º semestre/2016
DESAFIO
Imagine em um caso hipotético, um servidor público municipal estatutário, Paulo, te contrata na defesa de seus interesses, pois deseja, dentre outras coisas, ser ressarcido do trabalho extraordinário (cujo valor não recebe, nem goza banco de horas), pois trabalha habitualmente uma vez por semana além da oitava hora diária, por exemplo, até às 24h00, retornando no outro dia no trabalho às 7h00, já há 2 anos, não sendo respeitado o intervalo interjornada de 11 horas, segundo art. 66 da CLT aplicado aos trabalhadores celetistas: Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. Imaginando ainda que no estatuto do servidor público municipal não haja previsão de pagamento interjornada, mas haja a previsão de pagamento de horas extras e hora noturna, e levando em consideração que o Art. 39, § 3º da CF que se aplica também aos servidores públicos municipais, onde esse permite que seja aplicado apenas as normas do art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, analise: 
Seria possível a exigência desse direito ao reconhecimento do intervalo interjornada previsto ao trabalhador celetista para o servidor público municipal? 
Caso positivo, em qual dos incisos acima do art. 7º aplicável segundo o § 3º do art. 39, você como advogado poderia fazer um pedido de enquadramento a esse servidor público municipal, para equiparar um possível pedido de pagamento de horas interjornadas? 
Como se daria o pagamento das horas trabalhadas em intervalo interjornada se reconhecido ao Servidor?
Para melhor compreensão, é necessário vislumbrar o conceito de servidores públicos estatutários e de empregados públicos que segundo Meirelles os primeiros:
[...]são os titulares de cargo público efetivo e em comissão, com regime jurídico estatutário geral ou peculiar e integrantes da administração direta, das autarquias, e das fundações públicas com personalidade de Direito Público. Tratando-se de cargo efetivo, seus titulares podem adquirir estabilidade e estarão sujeitos a regime peculiar de previdência social (MEIRELLES, 2010, p. 439).
Já os empregados públicos:
[...]são todos os titulares de emprego público (não de cargo público) da Administração direta e indireta, sujeitos ao regime jurídico da CLT, daí serem chamados também de “celetistas”.
[...]os empregados públicos devem ser admitidos mediante concurso ou processo seletivo público, de modo a assegurar a todos a possibilidade de participação. (MEIRELLES, 2010, p. 440). 
Não há de se falar em extensão da Consolidação das Leis Trabalhistas para o Servidor Público Estatutário, pois a olhos vistos, tratam-se de Regimes Jurídicos diferentes.
De acordo, com Tribunal do Rio de Janeiro, discorre que:
ADMINISTRATIVO - AÇÃO DECLARATÓRIA C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER - SERVIDOR APOSENTADO ADICIONAL NOTURNO (Artigo 7º, IX c/c Artigo 39, § 3º, da Constituição Federal e Artigo 83, V, da Constituição Estadual)- NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA LIMITADA - INEXISTÊNCIA DE REGULAMENTAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL - IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA CLT AOS SERVIDORES ESTATUTÁRIOS .Recurso a que se nega seguimento, na forma do artigo 557, caput, do Código de Processo Civil.
(TJ-RJ - APL: 2367818820078190001 RJ 0236781-88.2007.8.19.0001, Relator: DES. JOSE GERALDO ANTONIO, Data de Julgamento: 05/05/2010, SETIMA CAMARA CIVEL, )
Entretanto, o Estatuto dos Servidores Públicos Municipais, a Lei Complementar 564/09, determina que:
Art. 62. “O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de trabalho”.
Art. 66. “O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre vinte e duas horas de um dia e cinco horas do dia seguinte, terá o valor hora acrescido de 30% (trinta por cento)”. 
Parágrafo único. “Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre o adicional previsto pelo artigo 62”.
A “Lei Maior” art. 39 caput e § 2º:
Art 39- “A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas direta, das autarquias e das fundações públicas”.
§2º- “Aplica-se a esses servidores o disposto no art. 7º, IV, VI, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX”.
Desta forma, é de competência exclusiva dos entes federados regulamentarem a concessão da interjornada ou qualquer outra verba trabalhista não amparada pela Carta Magna aos seus servidores.
Assim sendo, não é crível reconhecer o direito do intervalo interjornada para o servidor estatutário, pois, não há amparo legal na Constituição, porém, nas Leis Complementares Municipais, pode haver possibilidades no pagamento das horas adicionais trabalhadas, conforme o Estatuto dos Servidores regido pela Lei Complementar Municipal nº 564 de 29 de dezembro de 2009.
 
Bibliografia
Constituição Federal do Brasil. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em 06/08/2016, às 08hr52 min.
Lei Complementar Municipal. Disponível em < http://www.leme.sp.gov.br/leis/leis.htm#>. Acesso em 06/08/2016, às 19hr09min.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de administrativo. 27.ed. São Paulo: Malheiros, 2010.

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