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CrimesDoloDelitoCrime CulposoClassificação de CrimesCrimes MateriaisTipificação do CrimeDelação PremiadaDireito PenalJusbrasil Destaques
Dos Crimes - Classificação e Tipificação
Isabela Escolano, Estudante de DireitoPublicado por Isabela Escolanoano passado3.243 visualizações
Sumário
CONCEITO
ClASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES
Fato típico
Conduta
RESULTADO DO CRIME
TIPICIDADE
NEXO CAUSAL
DOLO
CRIME CULPOSO
CRIME CONSUMADO E CRIME TENTADO
Crime Consumado
Crime Tentado
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA TENTATIVA.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA, ARREPENDIMENTO EFICAZ, ARREPENDIMENTO POSTERIOR E DELAÇÃO PREMIADA
Desistência Voluntária
Arrependimento Eficaz
Arrependimento Posterior
Delação Premiada
EXCLUDENTES DE ILICITUDE
Legítima defesa
Legítima defesa da honra
Estado de Necessidade.
Estrito Cumprimento do Dever Legal
Exercício Regular de Direito
REFERÊNCIAS
CONCEITO
Existem três tipos de conceitos que configuram o crime: o material, legal e analítica. A definição material, o crime nada mais é do que a violação de um bem jurídico (valor relevante socialmente) penalmente protegido. O Direito Penal brasileiro é fragmentário, preocupa-se apenas com os fatos mais importantes.
Em seu conceito legal, crime é a infração penal punida com reclusão ou detenção, quer cumulativa, quer alternativa, quer isoladamente com pena de multa.
Doutrinariamente (analiticamente), crime é um fato típico, ilícito e culpável. A doutrina brasileira é majoritária em aceitar esse conceito como ideal. Porém para alguns (Damásio), a culpabilidade é apenas um fator de aplicação de pena. Mundialmente, a definição é praticamente unânime.
ClASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES
Crime comum: é aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa, não havendo nada no tipo penal que traga especificidades a respeito do ator da conduta. Exemplo: homicídio.
Crime próprio: exige uma qualidade pessoal do agente, uma condição individual. Exemplo: peculato é cometido somente por funcionário público, ou patrocínio infiel, o qual somente um advogado pode cometer.
Obs: O crime comissivo por omissão é sempre próprio, pois é sempre necessário que o agente esteja na posição de garantidor.
Crime de mão própria: só pode ser cometido pelo agente em pessoa, não podendo ninguém cometer por ele. Ao contrário do crime próprio, não admite coautoria. Exemplo: falso testemunho ou reingresso de estrangeiro expulso.
Crime material: exige resultado, modificação do mundo externo ou lesão a bem jurídico. Exemplo homicídio, o qual exige o corpo.
Crime formal: consuma-se independentemente do resultado, “crime de resultado cortado”, “de consumação antecipada” ou ainda “incongruente”. Exemplos: extorsão mediante sequestro (mesmo que não recebe o dinheiro do resgate, o crime está consumado), a fabricação de moeda falsa (mesmo que não seja posta em circulação), formação de quadrilha.
Crime de mera conduta: “simples atividade”. Os melhores exemplos são todas as contravenções penais (porte de arma branca, vias de fato). Existem ainda: omissão de socorro, abandono intelectual.
Crime instantâneo: consuma-se no exato momento em que é cometido. Exemplos: homicídio, furto, lesão corporal.
Crime permanente: é o crime que se perpetua no tempo. Enquanto perdurar a ação do criminoso caberá a prisão em flagrante. Exemplo: sequestro, redução a condição análoga a de escravo, subtração de incapaz, extorsão mediante sequestro.
Crime complexo: é o tipo composto por dois crimes. Exemplos: extorsão mediante sequestro, latrocínio, roubo (subtrair mediante violência ou grave ameaça), estupro com morte.
Crime preterdoloso: é o crime no qual agente atua com dolo no antecedente e com culpa no consequente. Exemplo: lesão corporal seguida de morte, aborto com morte, omissão de socorro com morte, abandono de incapaz com morte.
Crime conexo: é o tipo penal, que liga dois crimes por um nexo. Exemplo: o rapaz que mata um homem para estupra a mulher deste, ou ainda o que mata a testemunha. O criminoso responde pelos dois crimes em um mesmo processo.
Crime unissubisistente: é o crime que se consuma com apenas um ato. Exemplos: Difamação, omissão de socorro.
Crime plurissubisistente: é o crime que se consuma com várias etapas.
Crime de ação pública: pode ser incondicionada (quando nada é falado no tipo penal sobre a ação penal), ou condicionada (o qual exige uma condição – quando a lei fala, por exemplo, que somente se procede com representação).
Crime de ação privada: a ação é promovida pela parte interessada Exemplos: crimes contra a honra, de dano.
Crime impossível: é o chamado “quase crime”, excluindo a tipicidade. De acordo com o art. 17 do CP, não se pune a tentativa quando por ineficácia absoluta do meio (disparar uma arma sem projétil) ou impropriedade absoluta do meio (dar tiro num cadáver).
Crime habitual: reiteração de condutas, de modo a constituir um estilo de vida, por exemplo, uma profissão. Os atos que compõe o crime são penalmente indiferentes, mas juntos constituem o crime. Exemplos: o dono da casa de prostituição, curandeirismo, rufianismo, exercício ilegal de medicina.
Crime continuado: previsto no art. 71 do Código Penal, ocorre quando o agente perante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie.
Fato típico
Fato típico é uma ação humana que coincide com a norma penal, quando em perfeito entrosamento. Tipo penal é um modelo de conduta previsto na lei penal, sendo composto por quatro elementos: a conduta, o resultado, o nexo causal e a tipicidade. Sem um destes, não há fato típico e portanto nem crime.
Conduta
Conduta é a ação ou omissão de alguém dirigida a uma finalidade qualquer. São três as maneiras de manifestação da conduta:
Ativa;
Omissiva (ex. Deixar de...);
Comissiva por omissão (omissivo impróprio) – quando o agente (garantidor) tem o dever jurídico de agir para evitar o resultado:
a) Que tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância (pais, bombeiro, policiais etc.);
b) De outra forma, assumiu a responsabilidade de evitar o resultado (dama de companhia, enfermeiros etc.)
c) Com o seu comportamento anterior, criou o risco do resultado – norma de ingerência.
RESULTADO DO CRIME
Existem duas teorias divergentes a respeito do resultado de um crime: a naturalista e a normativa.
A teoria naturalista entende o resultado do crime como a simples modificação do mundo exterior, em função da atividade humana. Para os naturalistas, existem crimes que têm resultado (homicídio, furto...), enquanto outros não têm nenhum resultado, como por exemplo, invasão de domicílio, a omissão de socorro, o ato obsceno e injúria.
Em contrapartida, a teoria normativa conceitua o resultado como a lesão ou tentativa de lesão a um bem jurídico protegido pela lei penal. De modo que não existe crime sem resultado, no máximo a coincidência entre a ação do criminoso e o resultado desse ato.
TIPICIDADE
Existem condutas que são apenas ilícitas, reprovadas socialmente, mas não estando previstas no Código Penal não constituem fatos típicos e nem crimes, como por exemplo a prostituição.
NEXO CAUSAL
Conceitua-se nexo causal é a união entre a conduta e o resultado. Muitas vezes uma conduta gera um resultado, mas sem necessariamente ter havido dolo ou culpa. De acordo com o art. 13 do CP: “o resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se ação ou a omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.”.
O Brasil adota a Teoria da Equivalência dos Antecedentes, de forma que tudo que contribuiu para a prática de um crime é causa do resultado. Os críticos a essa teoria dizem que uma pessoa por uma simples participação no crime não deve ser equiparada. Para eles a responsabilidade criminal é muito ampla. Os adeptos dessa teoria respondem que precisa estar presente o nexo normativo, ou seja, somente alguém que age com dolo e culpa pode ser responsabilizado.
Existe outra Teoria, chamada da ImputaçãoObjetiva, exposta por Damásio, que limita a responsabilidade penal objetiva do agente. De acordo com essa teoria só é atribuído ao agente àquilo que exatamente fez e também não se pune quando a vítima coloca-se em situação de risco.
Nem sempre é evidente a ligação entre a conduta e o resultado, como consta no parágrafo 1º do artigo 13: “a superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.”.
Quando se trata de condições particulares da vítima (gravidez, hipertensão, hemofilia etc.), o Código Penal é radical em imputar, por exemplo, um homicídio em alguém que feriu levemente um hemofílico, mas que graças a sua condição morreu. Porém a doutrina é uníssona em afirmar que deve ser analisado o elemento subjetivo, a vontade/dolo do agente.
DOLO
O dolo está inserido dentro da conduta, assim como do fato típico. O art. 18 do Código Penal expõe que: “diz-se crime doloso quando o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo”. Estão inseridos nesse tipo penal: o dolo direito (teoria da vontade) e o dolo eventual (teoria do assentimento).
Pode-se definir o dolo eventual como aquele em que o agente não quer o resultado, mas não faz nada para impedi-lo ou então assume o risco de produzi-lo.
O dolo na doutrina brasileira:
De dano: que causa lesão ao bem jurídico (99% dos crimes brasileiros).
De perigo: possibilidade de causar dano a um bem. Exemplo: perigo de contagio venéreo, periclitação, abandono de incapaz.
Genérico: sem finalidade.
Específico: elemento subjetivo especial do tipo. Existe uma finalidade do agente.
Geral (erro sucessivo): é aquele em que o agente após a conduta criminosa, pratica uma nova conduta para garantir a impunidade, sendo que essa sim deu causa ao resultado.
CRIME CULPOSO
O crime culposo é o antônimo do doloso. Pode ser conceituado como uma conduta voluntária que produziu um resultado ilícito previsível, sendo que com atenção este poderia ter sido evitado.
Quanto ao crime culposo a doutrina se divide, uns entendem que não deveria ser punido, visto que o agente não quis produzir o resultado e outro entendem que devem sim ser punidos (majoritária).
São os elementos do crime culposo:
A conduta voluntária (irresponsável, leviana, antissocial);
Inobservância do dever de cuidado;
Tipicidade (poucos os tipos culposos previstos na lei penal);
Previsibilidade objetiva (possibilidade de prever o resultado, usando o “homem médio” como parâmetro);
Nexo-causal (ligação entre a conduta irresponsável e o resultado);
Ausência de previsão;
Resultado (lesão a um bem jurídico/modificação do mundo externo) – quem não dá azar não comete crime culposo.
São as modalidades do crime culposo:
Imprudência – culpa por ação, in faciendo;
Negligência – culpa negativa, in omitindo;
Imperícia – falta de habilitação técnica para exercer tal atividade.
Entende-se como culpa consciente a conduta de alguém que não quer o resultado, ao mesmo tempo em que acredita sinceramente que ele não ocorrerá.
CRIME CONSUMADO E CRIME TENTADO
O artigo 14 do CP trata tanto do crime consumado (inciso I), quanto o do crime tentado (inciso II).
Crime Consumado
De acordo com o referido artigo, diz-se o crime consumado quando nele reúnem-se todos os elementos de sua definição legal. Trata-se do crime completo, com o fato concreto encaixando-se perfeitamente em um tipo penal. Nos crimes materiais, o crime consuma-se no momento em que se realiza integralmente o resultado. Os crimes culposos sempre exigem o resultado, sendo, portanto sempre consumados. Ainda os crimes comissivos por omissão também são de resultado.
O iter criminilis (conjunto de fases pelas quais passa um crime) do crime é composto de quatro fases:
Cogitação, não punível;
Ato preparatório, não é punível salvo se fizer parte de algum crime;
Início da execução;
Consumação.
Crime Tentado
O crime tentado pode ser conceituado como a realização incompleta do tipo penal “por CAVA”, circunstâncias alheias à vontade do agente.
O iter criminilis do crime tentado é:
Início da execução;
Não consumação por circunstâncias alheias a vontade do agente;
Dolo
Adota-se no Brasil a teoria objetiva de punição (a pena é a mesma do crime consumado diminuída de 1 a 2 terços). Quanto a tentativa, o Brasil adota também a teoria objetiva (exige-se o início da execução, revelar a intenção de matar não é o mesmo que tentar matar).
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA TENTATIVA
Tentativa perfeita (acabada): é aquela em que o agente realiza todos os atos da execução, é denominado “crime falho”.
Tentativa imperfeita (inacabada): ocorre uma interferência externa, impedindo a completa realização do crime.
Tentativa branca: é aquela em que a vítima não sofre lesão.
Tentativa vermelha: é o contrário, a vítima sofre lesão.
Crimes que não admitem tentativa: culposos; preterdolosos; omissivos; unissubsistente; de merda conduta; habituais; de perigo.
Obs: Ney Moura Teles entende que existe tentativa, dando como exemplo o sujeito com AIDS que ia manter relação sexual desprotegido, mas é interrompido. Nesse caso não teve início a execução, não havendo crime nenhum.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA, ARREPENDIMENTO EFICAZ, ARREPENDIMENTO POSTERIOR E DELAÇÃO PREMIADA
O artigo 15 do Código Penal traz dois entes criminais: a desistência voluntária e arrependimento eficaz. Nessas duas entidades, o resultado não se verifica exclusivamente pela vontade do agente.
Desistência Voluntária
Consiste em um estímulo ao criminoso, concedido pelo legislador, para que desista de sua conduta criminosa. Sendo a desistência exclusivamente por vontade do agente, este só responde pelos atos criminosos praticados realizados até o momento em que a execução do crime foi interrompida pela execução.
É um ente totalmente oposto à tentativa, sendo inclusive essa chamada de “tentativa abandona”. Na tentativa, o resultado não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente, enquanto na desistência voluntária o agente por vontade própria interrompe a execução.
Arrependimento Eficaz
O arrependimento eficaz acontece quando o agente inicia uma nova ação após a execução do crime. Acontece em casos nos quais o crime teria se consumado se o agente não tivesse praticado uma nova atividade. Ex: dar um tiro em alguém e depois levar a pessoa ao hospital. O criminoso quando pratica o arrependimento eficaz também não responde pelo crime do qual evitou o resultado, apenas pelos atos praticados criminosos anteriores. Caso o agente tenha se arrependido, mas não tendo êxito em evitar o resultado, não constitui arrependimento eficaz.
São elementos do arrependimento eficaz e desistência voluntária: início da execução; não consumação; vontade do próprio agente de não prosseguir e consequentemente evitar o resultado.
Arrependimento Posterior
O arrependimento posterior está disciplinado no art. 16 do Código Penal. Aplica-se apenas aos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça.
Existe quando reparado o dano ou restituída a coisa, até o momento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente. Implicando em arrependimento posterior, a pena será reduzida de um ou dois terços.
Delação Premiada
Ocorre quando um indivíduo assume que fazia parte de uma quadrilha e denuncia seus comparsas. Essa expressão foi inventada quando na década de 90, criou-se a Lei dos Crimes Hediondos (8072/90), nas quais certos crimes passaram a ter execução endurecida. Essa mesma lei passou a beneficiar o “alcaguete”. A Lei de Proteção à Vítima e Testemunha também trouxe benefícios a quem denunciasse os comparsas. Por fim, a Lei de Drogas também prevê o ente da “delação premiada”.
EXCLUDENTES DE ILICITUDE
O crime é um fato típico (conduta humana coincide com a lei penal), ilícito (antijuridicidade – contradição entre a conduta humana e o ordenamento jurídico). Em regra todo fato típico é ilícito. Todavia existem quatro situações chamadas de “normaspermissivas” ou “excludentes de licitude”.
Legítima defesa
De acordo com o artigo 25 do Código Penal, legítima defesa consiste no uso moderado dos meios necessários para repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. É sempre uma reação, resposta imediata, para evitar que provoquem a si ou a terceiro um resultado danoso. Cabe a legítima defesa em favor de qualquer bem jurídico.
O espaço de tempo entre a ação do criminoso e a reação em legítima defesa deve ser curtíssimo, se não constitui vingança.
No estágio atual do Direito, não mais se admite a vingança privada ou então a justiça com as próprias mãos. Todavia o Estado não consegue estar em todos os lugares ao mesmo tempo, delegando ao particular o direito de reagir para se defender da maneira que puder.
Requisitos para a legítima defesa:
Agressão atual ou iminente;
Defesa de direito próprio ou de terceiro;
Moderação dos meios empregados;
Elemento subjetivo.
O excesso pode ser doloso ou culposo, de acordo com o artigo 23 do Código Penal. O excesso será doloso quando o agente tem a intenção de se vingar, e será culposo, quando ocorrer por erro, precipitação ou imprudência.
Existe ainda um tipo de excesso chamado exculpante, não previsto na lei penal, sendo uma concepção doutrinária, quando provém do medo, não sendo punido.
Legítima defesa da honra:
Cabe legítima defesa contra crimes contra a honra, por exemplo, se alguém te ofender é legítima a reação, inclusive fisicamente.
A honra, todavia, é um atributo pessoal, não há a legítima defesa de honra alheia. Um exemplo controverso é matar a mulher infiel.
Obs: Legítima defesa diante do bêbado/menor: é lícita a reação contra bêbados, menores de idade ou doentes mentais. Contudo não é digno, sendo inclusive tais atitudes reprováveis perante a doutrina.
Cabe a legítima defesa de direito de terceiros em casos de crime comissivos por omissão. É lícito que se obrigue o garantidor a desempenhar seu papel. Não há que se falar na adoção da teoria normativa, visto a legítima defesa não lesionar bem jurídico. Quanto á legítima defesa, o resultado é sempre de acordo com a teoria naturalista, modificação do mundo externo.
Existem alguns tipos de legítima defesa, que são:
a) Legítima defesa e porte de arma: a maioria da doutrina e jurisprudência entende que é lícito matar alguém em legítima defesa, porém a arma usada para tal deve estar devidamente registrada, sob pena de responder por porte ilegal de arma, não de homicídio.
b) Ofendículos: são meios mecânicos usualmente empregados na defesa da propriedade, como por exemplo: cacos de vidro, cão de guarda, fios de média tensão. Alguns penalistas entendem que ofendículos constituem legítima defesa, “pré-ordenada”.
c) Legítima defesa sucessiva: é a legítima defesa produzida contra o excesso. Constitui a reação do agressor inicial, para defender-se do excesso, tornando-se o agressor em vítima.
d) Legítima defesa subjetiva: é o excesso não desejado pelo agente. Existe, embora a legislação penal e brasileira só prevejam os tipos doloso e culposo. A doutrina e a jurisprudência, de maneira uníssona, quando a situação fática, levando ao desespero o agente, faz com que este por erro de cálculo exceda o razoável na legítima defesa. Exclui a ilicitude.
e) Legítima defesa contra agressão futura ou passada: a legítima defesa é contra uma agressão atual. Não cabe jamais contra agressões futuras ou passadas.
Estado de Necessidade
O artigo 24 do Código Penal disciplina o Estado de Necessidade. Trata-se de uma norma permissiva, chamada pela doutrina de norma justificadora. Enquadra-se em estado de necessidade, o agente que pratica um “fato” (crime) para salvar-se de perigo atual (não cabe aqui o iminente), que não provocou por vontade própria, a direito próprio ou alheio, o qual não era razoável que exigisse o sacrifício.
Exemplos doutrinários de estado de necessidade: furto famélico; antropofagia; matar animal.
Requisitos para o estado de necessidade:
Perigo atual;
Dano a direito próprio ou alheio;
Perigo não causado voluntariamente;
Inevitabilidade do sacrifício do outro bem;
Inexigibilidade de sacrificar o bem ameaçado.
Existem também tipos de estado de defesa. São eles:
a) Estado de defesa defensivo: é aquele no qual o agente sacrifica o direito daquele que causou o perigo ou a ameaça de dano. Não há que se falar em responsabilidade civil. Colocando o agente fogo no prédio em que trabalha não pode tirar ninguém do elevador para salvar-se.
b) Estado de defesa agressivo: nesse caso o agente sacrifica o direito de “inocente”, não tendo nada a ver com a ameaça de perigo. São exemplos: invadir domicílio para usar o telefone e pedir socorro, furtar carro para socorrer parente ferido.
Obs: Estado de necessidade x Legítima defesa: no estado de necessidade o agente produz uma ação, enquanto na legítima defesa o que há é uma reação. Naquele o perigo não advém necessariamente da conduta humana, já neste o perigo é sempre por agressão humana. A terceira diferença entre esses excludentes de ilicitude é que no estado de necessidade pode dirigir sua conduta a terceiro, contudo na legítima defesa o agredido dirige sua conduta somente contra o agressor. Por fim a última é que no Estado de Necessidade o bem jurídico é exposto a perigo, na legítima defesa o bem jurídico sofre uma agressão.
Estrito Cumprimento do Dever Legal
Assim como as outras excludentes, está previsto no artigo 23 do Código Penal. É o ato pelo qual o agente realiza uma conduta típica ao cumprir um dever imposto por lei. São casos em que deixar de agir constitui crime.
Na imensa maioria aplica-se a funcionários públicos, em especial de segurança. Existem somente algumas exceções, como, por exemplo, o particular exercendo a função de mesário ou de jurado. O adjetivo “estrito” remete a ideia de que se não seguir exatamente a lei, será constituído abuso.
Exercício Regular de Direito
É uma construção doutrinária muito semelhante ao estrito cumprimento legal, porém, não há o dever de atuar, mas se o fizer está protegido. Conceitua-se como exercer um direito que é assegurado por uma lei. Um importante exemplo é a prisão em flagrante quando efetuada por particular.
REFERÊNCIAS:
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas, São Paulo, editora RT; 2º Ed. 1997.
BITENCOURT, Cezar Roberto, Falência da Pena de Prisão, São Paulo, editora Saraiva, 2º Ed. 2001.
BRITO, Alexis Couto de e VANZOLINI, Maria Patricia. Direito penal, aspectos jurídicos controvertidos. São Paulo: Quartier Latin, 2006.
CAPEZ, Fernando, Curso de Direito Penal, volume I, São Paulo, editora Saraiva, 9º Ed. 2005.
JESUS, Damásio de. Direito Penal parte geral. São Paulo: Saraiva, 21º Ed. 1998.
MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal, volume I, 18º São Paulo, editora Atlas, 18º Ed. 2002.
SANTOS, Juarez Cririno dos. Direito penal, parte geral. 4ª edição. Florianópolis: Conceito Editorial, 2010.
Isabela Escolano, Estudante de Direito
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