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DIREITO CIVIL V CASOS CONCRETOS DE 01 A 07 CORRIGIDOS

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DIREITO CIVIL V - ESTÁCIO CASOS CONCRETOS DE 01 A 07 (CORRIGIDOS)
Caso Concreto 01
 
Em outubro de 2012 uma mulher brasileira de 61 anos, casada com um homem de 55 anos, deu a luz a um casal de gêmeos em Santos (SP). A mulher desde 1992 era acompanhada pelo médico Orlando de Castro Neto e tentava engravidar sem sucesso. Inicialmente tentou engravidar pelos métodos naturais, mas não conseguiu. Após, foi submetida a duas tentativas de reprodução assistida que também restaram frustradas. Chateada, resolveu candidatar-se à adoção, mas foi rejeitada em razão da idade. Então, ainda em busca do sonho de ser mãe, passados dez anos, submeteu-se novamente a uma das técnicas de fertilização “in vitro” (utilizando embriões excedentes da primeira tentativa) que, desta vez, foi realizada com sucesso. Diante desta notícia e de tantas outras semelhantes no mundo, o Conselho Federal de Medicina decidiu rever a Resolução que tratava das técnicas de reprodução humana assistida em maio de 2013 publicou nova Resolução para tratar do assunto (n. 2013/2013). Nesta resolução o CFM proíbe expressamente que médicos utilizem as técnicas de reprodução humana assistida em pacientes mulheres com mais de cinquenta anos. Pergunta-se: à luz dos princípios constitucionais, essa vedação é constitucional? Fundamente sua resposta em no máximo dez linhas. 
Gabarito:
À luz do princípio da igualdade parece a norma ser inconstitucional, pois veda a técnica apenas à mulheres. Quanto a questão da idade, dois princípios parecem estar em conflito: livre planejamento familiar e o melhor interesse da criança. 
Questão objetiva 1 
Durante o primeiro semestre de 2013 um Promotor de Justiça do Estado de Santa Catarina reiteradas vezes negou autorização a diversas habilitações para o casamento de pessoas do mesmo sexo. As decisões do Promotor de Justiça, segundo aduz: 
a. Estão em conformidade com a Constituição Federal que não prevê expressamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
b. Estão em conformidade com a interpretação extensiva das famílias realizada pelas decisões do STF e STJ e orientação do CNJ. 
c. Estão em conformidade com a interpretação teleológica da Constituição Federal. 
d. Estão em conformidade com as decisões do STF e do STJ que não autorizam o casamento e a união estável entre pessoas do mesmo sexo. 
Gabarito:
Letra “A” – Resolução do CNJ consolida entendimento do STJ quanto ao casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. O Conselho NACIONAL DE Justiça (CNJ) aprovou resolução proposta por seu presidente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que obriga os cartórios de todo país a registrar o casaento civil entre pessoas do mesmo sexo. O ato de número 175, também determina que sejam convertidas em casamento as uniões estáveis homoafetivas já registradas.
A Resolução baseou-se em decisões proferidas pelo STF, no julgamento da ADPF 132/RJ e da ADI 4.277/DF e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do REsp 1.183.378/RS, em outubro de 2011. Nesse último, a Quarta Turma do Tribunal, em decisão inédita, concluiu que a dignidade da pessoa humana, consagrada pela Constituição, não é aumentada nem diminuída em razão do uso da sexualidade, e que a orientação sexual não pode servir de pretexto para excluir família da proteção jurídica representada pelo casamento.
O colegiado, por maioria, segundo o entendimento do ministro Luis Felipe Salomão (relator), afirmou que o legislador poderia, se quisesse, ter utilizado expressão restritiva, de modo que o casamento entre pessoas do mesmo sexo ficasse definitivamente excluído da abrangência legal, o que não ocorreu.
Mesma lógica – Por consequência o mesmo raciocínio utilizado, tanto pelo STJ quanto pelo STF, para conceder aos pares honoafetivos os direitos decorrentes da união estável deve ser utilizado para lhes assegurar a via do casamento civil, mesmo porque é a própria Constituição Federal que determina a facilitação da conversão da união estável em casamento. Concluiu Salomão.
No caso, o recurso especial foi interposto por duas cidadãs residentes no Rio Grande do Sul, que já viviam em união estável e tiveram o pedido de habilitação para o casamento negado em primeira e segunda instancia. A decisão do Tribunal gaúcho afirmou não haver possibilidade jurídica para o pedido, pois só o Poder Legislativo teria competência para instruir o casamento homoafetivo.
No recurso especial dirigido ao STF, elas sustentaram não haver impedimento no ordenamento jurídico para o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Afirmaram também que deveria ser aplicada ao caso a regra do direito privado, segundo a qual é permitido tudo o que não é expressamente proibido.
Questão objetiva 2 
Sobre o princípio da afetividade é possível afirmar que: 
a) Está expressamente previsto na Constituição Federal. 
b) É princípio constitucional que determina que os pais e filhos podem ser obrigados judicialmente a dar e demonstrar afeto recíproco, sob pena de responsabilização civil. 
c) Não permite que o vínculo afetivo se sobreponha ao vínculo biológico nas relações paterno-filiais, quando o resultado do DNA for negativo. 
d) A afetividade está na base da conduta humana e da conduta jurídica e, embora não expresso na Constituição Federal, deve ser entendido como princípio contido no princípio da dignidade da pessoa humana e correlato ao princípio da solidariedade.?
Gabarito:
Letra “D” – art. 1º, CF.
Caso Concreto 02
Camila quando completou 18 anos de idade, descobriu ser irmã de Gabriel, 16 anos, filho de um relacionamento extraconjugal de seu pai com Eleonor. Gabriel por diversas vezes tentou se aproximar de Camila, que se nega a manter qualquer contato com ele afirmando não ser ele seu parente, pois não possuem qualquer grau de parentesco entre si. Camila tem razão? Explique sua resposta. 
Gabarito:
Ainda que sejam irmão unilaterais, Camila e Gabriel são parentes consanguíneos em linha colateral de 2º grau. Portanto Camila não tem razão, conforme arts. 1.593 e 1.594 CC.
Questão objetiva 1 
(DPE-SC Técnico Administrativo 2013) Assinale a alternativa incorreta de acordo com o Direito Civil brasileiro. 
a. Na linha reta, considera-se o parentesco até o quarto grau. 
b. São parentes em linha reta os pais, filhos, avós e netos. 
c. O parentesco pode ser natural ou civil. 
d. Com a dissolução do casamento ou da união estável, não se extingue o grau de parentesco por afinidade na linha reta. 
e. Vínculo de parentesco por afinidade é aquele em que cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro. 
Gabarito:
Letra “A” – art. 1.591, CC.
Questão objetiva 2 
(Defensor Publico TO 2013) Com base no que dispõe o Código Civil sobre as relações de parentesco, assinale a opção correta. 
a. O parentesco por afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. 
b. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou da afinidade. 
c. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. 
d. O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos colaterais do cônjuge ou companheiro, até o quarto grau.
Caso Concreto 03
 Luana tem 14 anos de idade e há seis meses, com o consentimento expresso de ambos os pais, reside com Danilo (17 anos), seu namorado há quase dois anos. Ambos resolveram que é hora de casar e seus pais não se opõe ao casamento por entenderem que ambos já compreendem quais são as obrigações matrimoniais. Ao dar entrada no processo de habilitação para o casamento foram informados pelo oficial que seria necessário o procedimento de suprimento judicial da idade. Feito o procedimento os nubentes tiveram negado o pedido, pois, segundo o juiz da Vara de Registros Públicos, o casamento não preenche os pressupostos estabelecidos em lei para o casamento de quem não atingiu a idade núbil. Explique para os nubentes quais são esses pressupostos e que recurso seria cabível visando a autorização.Gabarito:
Os menores de 16 anos para se casarem precisam de autorização de ambos os pais e suprimento judicial de idade, que segundo o art. 1.520, CC, só poderia ser dado em caso de gravidez ou para evitar imposição de cumprimento de pena criminal (esta última hipótese revogada tacitamente). No entanto, parte da jurisprudência tem aceitado suprimento quando já estabelecida a situação fática e da oitiva dos nubentes o juiz entender que já possuem capacidade de compreensão sobre as obrigações matrimoniais. Cabe então o recurso de apelação demonstrando-se a situação fática já estabelecida entre os menores.
Vide: “Ementa: Habilitação para o casamento – Menor de 16 anos que já reside com o namorado e pretende casar-se. Regulamentação de situação fática, levando-se em consideração o padrão moral aceitável nesses casos. Legalização progressiva. Ausência de prejuízo – O excesso e a demasia na interpretação da lei levará a menor a acreditar que só poderão casar-se se ficar grávida antes de completar 16 anos – fato, este último, que ocorrerá dentro de cinco meses – e, evidentemente, não foi esta a intenção do legislador. O excessivo apego à lei pode levar a uma injustiça ou à aplicação exacerbada do conceito corrente de justo, que nem sempre coincide com o da regra jurídica. Casos há cada vez mais frequentes, em que a esfera pública da legalidade é separada da esfera privada da moral. Em outros termos, mas com o mesmo sentido: a consideração concreta de ordem moral afasta a ilegalidade abstrata do ato. Por que a solução legal seria neste caso a mais adequada? Por que não uma solução que a lei não pode não comtemplar, mas que pode uma solução mais digamos “humana”, mais afetiva? O lapso de prevalência da regra moral sobre a regra legal seria muito curto. Haverá, no curso de cinco meses, uma “legalização progressiva” do que ficou decidido. E poder-se-á, com isso, evitar uma gravidez que viria “legalizar” a situação de outro modo, sem dúvida pior” (Apelação Cível nº 1.0024.07.75/099-2/001, 7ª Câmara Cível, TJMG, Relator para o acórdão: Des. Wander Marotta)
“Ementa: Apelação Cível. Casamento de uma mulher menor de 16 anos. Pedido de autorização judicial. Deferimento – Demonstrado nos autos que, que uma vez indeferido o pedido de suprimento de outorga para o casamento, é bem provável que os jovens comecem a viver em união estável, se assim já não o fizeram, é de ser defendo o pedido de suprimento judicial. Recurso improvido.” (Apelação Cível nº 70014430292, 8ª Câmara Cível, Tribunal de Justiça de RS. Relator: Claudir Fidélis Faccenda). É que o inciso I do art. 1.550 do CC se refere à possibilidade de anulação do casamento em razão da idade, não havendo falar, na hipótese, em impedimento, mas sim em possível causa de anulação do ato do casamento.
Questão objetiva 1 
(MPES 2013) Com relação à capacidade para o casamento, assinale a alternativa correta. 
a. A idade núbil é de 16 (dezesseis) anos, podendo-se contrair casamento com idade inferior para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal. 
b. A ausência de regular autorização para celebração do casamento é causa de nulidade absoluta. 
c. Celebrado o casamento mediante autorização judicial, os cônjuges podem eleger o regime de bens que julgarem mais conveniente. 
d. A idade núbil é de 16 (dezesseis) anos, prescindindo de autorização de um dos pais, sob pena de anulação 
e. O casamento do menor, regularmente celebrado, é hipótese de cessação da incapacidade. 
Gabarito:
Letra “E” – art. 1.517, CC
Questão objetiva 2 
(PCMA 2012) A respeito do instituto do casamento, analise as afirmativas a seguir. 
Os pais, tutores ou curadores podem revogar a autorização até à data da celebração do casamento. 
Quando injusta, a denegação do consentimento, pode ser suprida pelo juiz. 
Será permitido, excepcionalmente, o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez. 
Assinale: 
a. se somente a afirmativa I estiver correta. 
b. se somente a afirmativa II estiver correta. 
c. se somente a afirmativa III estiver correta. 
d. se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
e. se todas as afirmativas estiverem corretas.
Gabarito:
Letra “E” – arts. 1.517 e ss, CC.
Gabarito:
Letra “C” – art. 1.595, CC.
Caso Concreto 04
Quando eu tinha 18 anos minha mãe se casou com João, então com 50 anos. Por dois anos foram casados e felizes, mas minha mãe acabou morrendo em 2006 em virtude de um câncer de mama tardiamente descoberto e que lhe retirou a vida em pouquíssimos meses. Eu tinha um relacionamento muito bom com João e, após superarmos a morte prematura da minha mãe acabamos descobrindo que tínhamos muita coisa em comum. Resultado, começamos a namorar em 2008 e, em 2009 resolvemos casar. Fizemos todo o procedimento de habilitação para o casamento e, naquele mesmo ano, casamo-nos. Neste mês, no entanto, fomos surpreendidos por uma ação de anulação do casamento proposta pelo Ministério Público que afirma que a lei proíbe o nosso casamento em virtude do parentesco. Amo João e depois de tantos anos juntos não posso acreditar que nosso casamento esteja sendo questionado. O Ministério Público tem legitimidade para propor essa ação? Depois de tanto tempo já casados este pedido não estaria prescrito? Nunca tive nenhum um vínculo de parentesco com João, como esse fato pode estar sendo alegado? Justifique suas explicações à cliente em no máximo dez linhas. 
Gabarito:
João e sua esposa são parentes de primeiro grau em linha reta por afinidade (padrasto e enteada), e, sabe-se o vínculo por afinidade em linha reta não se extingue com a dissolução do casamento (art. 1.521, II, CC). Ainda que o impedimento não tenha sido notado durante o procedimento de habilitação, qualquer interessado ou o Ministério Público podem pleitear sua nulidade a qualquer tempo (arts, 1.548, II e 1.549, CC), uma vez que se trata de norma de ordem pública.
Questão objetiva 1 
(TJPE Titular de Serviços de Notas e de Registros 2013) Em relação ao casamento, é correto afirmar: a. Não pode casar o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal, podendo o ato ser anulado por seu ex-cônjuge. b. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, data a partir da qual produzirá efeitos. c. Os impedimentos matrimoniais podem ser opostos, até cinco dias após a publicação dos proclamas, por qualquer pessoa capaz. d. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela família por meio do casamento. e. É nulo o casamento realizado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro. 
Gabarito:
Letra “D” – art. 1.513, CC.
Questão objetiva 2 
(TJPE 2013) São impedidos de casar: a. o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal. b. o tutor com a pessoa tutelada, enquanto não cessar a tutela e não estiverem saldadas as respectivas contas. c. os parentes colaterais até o quarto grau. d. os afins em linha reta e em linha colateral. e o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante.
Gabarito:
Letra “E” – art. 1.521, CC
Caso Concreto 05
Um agricultor do interior do Estado, ‘humilde e ingênuo’, casou-se há dois meses com bonita moça da cidade que havia conhecido numa das feiras de domingo. Após alguns meses de namoro, casaram-se pelo regime de comunhão universal de bens (sugerido pela própria moça). Mas, apenas um mês depois do casamento a moça saiu de casa, alegando que o marido lhe negava constantemente dinheiro para comprar roupas e sapatos. Neste mês que moraram juntos, chegou ao ponto da moça só manter relações sexuais com seu marido se este lhe desse dinheiro após o ato! O agricultor, chateado com toda essa situação,conversando com algumas pessoas descobriu que a moça tinha casado com ele única e exclusivamente por interesse econômico, tinha ela interesse (declarado) não só no dinheiro do marido, como principalmente, em ficar com parte da chácara do agricultor que era conhecida na região por ser produtora de ótimos produtos artesanais como queijos e geleias. Evidenciado o mero interesse econômico no casamento, pode o agricultor pedir sua anulação? Justifique sua resposta em no máximo cinco linhas e na resposta indique o prazo para a propositura da ação. 
Gabarito:
A jurisprudência tem admitido que o casamento realizado por puro interesse econômico caracteriza erro quanto à pessoa do cônjuge e, portanto, passível de anulação no prazo de três anos contados da celebração do casamento (arts. 1.550, III; 1.557, I; 1.560. III, CC).
Vide decisão: A 8ª Câmara Cível do TJRS anulou um casamento feito, meramente por interesse financeiro, em 2009 na pequena cidade gaúcha de Alpestre. O noivo, um agricultor “humilde e ingênuo”, pediu a anulação do matrimônio porque a esposa saiu de casa um mês depois . Como o juiz Mário Augusto de Lacerda Figueiredo Guerreiro, da Comarca de Planalto (RS) julgou improcedente o pedido de anulação de casamento, o homem apelou... e levou! O acórdão reconheceu que o casamento foi celebrado a partir da ”premissa do amor desinteressado, mas que se fragilizou rapidamente, revelando puro interesse patrimonial por parte da mulher”.
O autor conheceu a mulher no inicio de agosto de 2009, num encontro promovido pelo pai dela, iniciando namoro com vistas ao casamento. Ele estava com 36 anos de idade, ela com 47. Segundo o noivo, a mulher foi sua primeira namorada e ele nunca, antes, tivera relações sexuais.
Trinta dias depois de se conhecerem – mas antes de iniciarem a morar juntos – ambos assinaram um pacto antenupcial, optando pelo regime da comunhão universal de bens. O noivo é dono de um imóvel e tinha a expectativa de receber uma indenização. Após as primeiras semanas de casados, a mulher passou a exigir dinheiro. Descontente com a situação, 30 dias após a realização do matrimônio, ela abandonou o lar, levando consigo alguns móveis.
Segundo o depoimento do homem, a companheira não tinha qualquer interesse em manter relações sexuais e fortes indícios davam conta de que ela mantivesse relacionamento extraconjugal. A mulher exigia dinheiro para ter relações sexuais, sendo que a vida desregrada da mulher foi conhecida somete após o casamento – foi uma das teses da petição inicial. A cônjuge mulher, não obstante a citação por edital e nomeação de curador especial, compareceu ao cartório judicial, sendo citada. Constituiu advogado e peticionou dizendo que “não se opunha ao pedido de anulação de casamento, com desconstituição do pacto antenupcial – apesar de não ser a anulação de casamento ato de disponibilidade dos litigantes”. Duas frases nucleares do acórdão resumem o caso: “o apelante pessoa de pouca instrução, se viu rapidamente envolvido e, concomitantemente ao momento em que conheceu a recorrida, já firmou pacto antenupcial de comunhão de bens. Os fatos que dão causa ao pedido (ingenuidade do varão, ignorância aceca das consequências da escolha do regime da comunhão universal de bens e alegação de que a mulher pretendia, apenas aquinhoar seu patrimônio), são suficientes para caracterizar hipótese de erro essencial”.
A decisão transitou em julgado. O advogado Otacílio Vanzin fez a defesa do homem, e os advogados Carlos Cezar de Abreu e Michel Gustavo Inocêncio atuaram em nome da mulher. (Proc. nº 70052968930). Fonte: Espaço Vital.
Questão objetiva 1 
(TJRS 2013) Sobre o casamento: 
O prazo para ser intentada ação de anulação do casamento, se houver coação, é de 4 anos a contar da data da celebração, e de 3 anos, na hipótese de erro essencial. 
Não devem casar o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros. 
Não pode casar a viúva, até dez meses depois do começo da viuvez. 
As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas apenas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins. 
São verdadeiras as afirmativas: 
a. III e IV, apenas. 
b. I, II e IV, apenas. 
c. I e II, somente. 
d. I, II e III, somente 
Gabarito:
Letra “C” – art. 1.523 e 1.560, CC.
Questão objetiva 2 
(MPPR 2013) É hipótese de nulidade do casamento: 
a. O casamento do menor de 16 anos; 
b. O casamento com infringência de impedimento; 
c. O casamento contraído com erro sobre a pessoa do outro nubente; 
d. O casamento do menor entre 16 e 18 anos não autorizado por seu representante legal; 
e. O casamento do menor emancipado, sem autorização de seu representante legal.
Gabarito: 
Letra “B” – art. 1.548, CC
Caso Concreto 06
Thiago e Deise se casaram em maio deste ano, mas no processo de habilitação esqueceram de informar que Thiago adotaria o sobrenome de Deise. Realizado e registrado o casamento Thiago ainda pode pedir a inclusão do sobrenome da esposa? Em caso afirmativo, como deveria ele proceder? Explique sua resposta em no máximo cinco linhas. 
Gabarito:
O art. 1.565, § 1º, CC, autoriza o acréscimo do sobrenome do cônjuge. Esquecido o pedido durante o procedimento de habilitação, o acréscimo pode ser requerido a qualquer tempo, por meio de ação de retificação de nome (arts. 57 e 109 da Lei nº 6.515/73, desde que se demonstre que o casal ainda está junto e que haja concordância do outro cônjuge.
Vide: STJ – RECURSO ESPECIAL. CIVIL. REGISTRO PÚBLICO. DIREITO DE FAMÍLIA. CASAMENTO. ALTERAÇÃO DO NOME. ATRIBUTO DA PERSONALIDADE. ACRÉSCIMO DE SOBRENOME DE UM DOS CÔNJUGES POSTERIORMENTE À DATA DE CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO E DA LAVRATURA DO RESPECTIVO REGISTRO CIVIL. VIA JUDICIAL. POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO.
1. O art. 1.565, § 1º, do Código Civil de 2002 autoriza a inclusão do sobrenome de um dos nubentes no nome do outro, o que se dá mediante solicitação durante o processo de habilitação, e, após a celebração do casamento, com a lavratura do respectivo registro. Nessa hipótese, a alteração do nome de um ou de ambos os noivos é realizada pelo oficial de registro civil de pessoas naturais, sem a necessidade de intervenção judicial.
2. Dada a multiplicidade de circunstâncias da vida humana, a opção conferida pela legislação de inclusão do sobrenome do outro cônjuge não pode ser limitada, de forma peremptória, à data da celebração do casamento. Podem surgir situações em que a mudança se faça conveniente ou necessária em período posterior, enquanto perdura o vínculo conjugal. Nesses casos, já não poderá a alteração de nome ser procedida diretamente pelo oficial de registro de pessoas naturais, que atua sempre limitado aos termos das autorizações legais, devendo ser motivada e requerida perante o Judiciário, com o ajuizamento da ação de retificação de registro civil prevista nos arts. 57 e 109 da Lei 6.015/73. Trata-se de procedimento judicial de jurisdição voluntária, com participação obrigatória do Ministério Público.
3. Recurso especial a que se nega provimento.
Questão objetiva 1 
(TJSP 2013) A respeito do casamento, é certo afirmar: 
a. É vedado, em qualquer circunstância, o casamento de pessoa menor de 16 anos. 
b. Enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal, não pode casar o divorciado, sendo nulo o casamento se assim contraído. 
c. O casamento nuncupativo poderá ser celebrado na presença de seis testemunhas que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau, devendo ser comunicado à autoridade judicial mais próxima no prazo de 10 dias. 
d. O casamento pode ser feito por procuração outorgada mediante instrumento particular, desde que com poderes especiais. 
Gabarito:
Letra “C” – art. 1.540, CC.
Questão objetiva 2 
(MPAP 2012 Analista) Ana Carolina e José Augusto casaram-se no dia 30 de Junho de 2012 na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorrouma vez que são católicos e pretendiam trocar seus votos de união e fidelidade perante Autoridade Religiosa. No dia 04 de Julho de 2012, eles registraram o respectivo casamento religioso no registro próprio objetivando a sua equiparação ao casamento civil. De acordo com o Código Civil brasileiro, neste caso, o respectivo casamento religioso produzirá efeitos a partir: 
a. da data do registro. 
b. da data de sua celebração. 
c. do dia seguinte ao registro do referido casamento. 
d. do dia seguinte da data de sua celebração. 
e. do primeiro dia útil posterior a data do registro.
Gabarito:
Letra “B” – art. 1.515, CC.
Caso Concreto 07
Estou em processo de divórcio cumulado com partilha de bens e ao longo da ação descobri que meu marido vem utilizando a empresa do qual é sócio majoritário para ocultar bens que deveriam compor a meação. Fomos casados por dez anos no regime legal de bens e já no primeiro ano de casamento ele constituiu a empresa e desde então todos os seus bens individuais foram constantemente utilizados para, supostamente, integralizar o patrimônio da empresa. O que posso fazer para garantir a minha meação? Explique a sua resposta à cliente em no máximo cinco linhas. 
Gabarito:
É possível requerer a desconsideração inversa da personalidade jurídica (Art. 50, do CC), para proteger o direito do cônjuge meeiro, diante das provas de abuso da personalidade (por confusão matrimonial). A desconsideração inversa permite desconsiderar a autonomia patrimonial da pessoa jurídica, para responsabilizá-la por obrigações pessoais do sócio. 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
Comentários: Os bens individuais não integram a meação. No entanto, sendo casados no regime de comunhão parcial de bens (regime que vigora automaticamente quando não há pacto antenupcial), ao se divorciarem, aqueles bens adquiridos por ambos o cônjuges colocados em nome da empresa que o marido é sócio majoritário contará como investimento feito por ambos os cônjuges, o que dará o direito à esposa da meação de quota parte do marido na proporção do investimento ou indenização relativa aos seus bens. 
Bens particulares são aqueles que pertencem exclusivamente a um dos cônjuges, em razão do seu título aquisitivo. No regime da comunhão parcial, são particulares os bens adquiridos antes e depois do casamento, por herança ou doação, bem como os adquiridos com o produto da venda de outros bens particulares. Os demais bens, adquiridos pelos cônjuges durante o tempo em que estiverem juntos, chamados de aquestos, constituem acervo comum. São esses bens comuns que dão direito à meação, divisão em duas partes iguais na partilha, que acontece após a dissolução do casamento. As mesmas regras valem para os companheiros, pois a união estável atende ao regime da comunhão parcial de bens, salvo se houver contrato escrito dispondo de forma diversa. Fonte: Art. 1.829, I, CC - Informação de utilidade pública assinada pela advogada Luciana Xavier, consultora jurídica do projeto JurisWay. Comentário: Diferentemente ocorre quando do divórcio, onde dentre os bens a partilhar, encontram-se quotas sociais, quando o ex-cônjuge não é sócio da sociedade, possuindo apenas uma subsociedade com o sócio, ou seja, sócio é o cônjuge. A esse respeito, diz o artigo 1027 do Código Civil, que: “Os herdeiros do cônjuge de sócio, ou o cônjuge do que se separou judicialmente, não podem exigir desde logo a parte que lhes couber na quota social, mas concorrer à divisão periódica dos lucros, até que se liquide a sociedade”. Assim, como o ex-cônjuge não se torna sócio, mas sim titular do valor patrimonial da quota pertencente ao sócio (ex-consorte), tem direito ao recebimento da quota parte referente a divisão periódica dos lucros, e não de ingressar na sociedade como sócio. 
Questão objetiva 1 
(OAB X Exame 2013) Amélia e Alberto são casados pelo regime de comunhão parcial de bens. Alfredo, amigo de Alberto, pede que ele seja seu fiador na compra de um imóvel. Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta. 
a) A garantia acessória poderá ser prestada exclusivamente por Alberto. 
b) A outorga de Amélia se fará indispensável, independente do regime de bens. 
c) A fiança, se prestada por Alberto sem o consentimento de Amélia, será anulável. 
d) A anulação do aval somente poderá ser pleiteada por Amélia durante o período em que estiver casada. 
Gabarito:
Letra “C” – art. 1.647 e ss, CC.
Questão objetiva 2 
(DPE-SC Técnico Administrativo 2013) Assinale a alternativa correta de acordo com o Código Civil brasileiro. 
a. Poderá ser anulado o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública. 
b. As convenções antenupciais começam a vigorar desde a data do casamento. 
c. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento da pessoa maior de 60 anos. 
d. É admissível alteração do regime de bens, mediante pedido motivado de ambos os cônjuges ao Oficial de Registro Civil, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. 
e. Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores, exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.
Gabarito:
Letra “E” – art. 1.634, CC.

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