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RELAÇÕES INTERNACIONAIS: TEORIA E HISTÓRIA A Economia-Mundo e os Estados i -I \ I "Monarquia universal católica" Projeio de unificaçõo do poder europeu sob o dinostio de Hobsburgo_ A noçõo da :'monorquia universal" corresponde à idéio do Império. A suo reFerência era a do poder geral da Roma Antiga. r ,_, . , ~ - '. ~. -< '"" Sistema de Estados da Idade Moderna Si,s"témo"constituído' pelos Tratados' da Westfália, de 1648. O seu fundamento eram os interesses das unidades polítiêo'i soberanas, que excluíam a "monarquia universal" . .,'~-;,r;J,:,_~ ",' ~,,~-,"f,' -,. Escola idealista" .. Corrente, de pe~s~m'~lIta ~m Relações Internaciona!s cujos raízes, encontram-se na ordem irternacionol imaginada por Grotius e baseada na noção de uma comunidade de valores ou de 'uma sociedade internacional. Escola realista Corrente de pensamento em Relações Internacionais cujas raízes encontram.se na noção de anarquia do sistema internacional, de Hobbes. Interesses nacio;;~is Metas e obietiv~s do Estado na -s~a interação com o sistema internacional, 101 como definid9s pelas elH~s dirigentes. Os interesses nacionais, de acordo com o pensamento realista, são pragmáticos e não se confundem com valores ideológicos ou religi"osos. "- ~-. "~ ". ~~"~ ..-"" Termos e Conceitos Importantes ii)------------------------------------------ I 650 600 11-'" r\, 'I I 'I I t...JL} Conterê'1Cl3 de Bretton Woods institui o padrão dólar-ouro 1944 Quebra da Bolsa de Nova York 1929 Henry Ford estabelece a sua empresa de automóveis 1903 Guerra de Secessão 1861 -.1865 Ciclo americano Construção da Great Western 1835 Railway na Grã-Bretanha Introdução da máqui~a a 1785 vapor na industna textll Guerra dos Sete Anos Ato de União entre Inglaterra e Escócia forma a Grã-Bretanha Ciclo britânico I ! 1698 Estat:Jelecirnento da Bolsa de Lo~dres 1672-1674 Terceira guerra anglo-holandesa 1637 Colapso de preçosél~s túlipas na Holanda 1602 Criação da Companhia das índias Orientais (VQC) \ ~ •.• - - r" - . Ciclo holandês 1549 Descoberta de prata e':l Potosi (Peru) 1492 Primeira viagem de Colombo à América 1454 Gutenberg inventa a imprensa 1405-1433 Expedições marítimas da China Ming Ciclo genovês A caregoria central ele an51ise e1:lsescolas iclealisU e re:disla é o I~sud(l. 1\categoria central ele an5lise da escola radical nJo é o Estado, mas () capita- lismo. Segundo sua perspectiva, a política internacional só pode ser compreendi- da no interior das estruturas e da dinClmicclda ecol101nia-mundo. ~ Fernand Braudel é o pai dessa expressJo. A econonlia n"lundial corresponde à economia do mundo inteiro, que alUalmente forma um merca- do global integrado. A economia-mundo, no entanto, "envolve apenas um fragmento do universo, um pedaço do planeta economicamente autônomo, capaz, no essencial, de bastar :1 si próprio e :10 qu:d SU:IS ligações e trocas internas conferem certa unidade orgClnica"I De certo modo, pode-se dizer que a globalizaçào é o processo com que a economia-mundo identifica-se com a economia mundi::tl. Historicamente, a economia-mundo de Braudel é UIll "fragmento do univer- so" que se estrutura como uma unidade econômica. O exemplo cl5ssico é o mundo mediterrânico do século XVI, p,olarizado nas cidades it~llianas Veneza, Gênova, Milão e Florença. ., O conceito braudeliano telD importante implicaçJo: desc.le a Antigüidade existiram economias-mundo. A Fenícia antiga, ü Império Romano e a China, por exemplo, configuraram espaços econômicos autônomos e integrados pelo co- mércio e pela divisão do trabalho. Mas todas as economi:1s-mundo que se eicsen- volveram antes elo mundo rnediterrClJ1icodo século XVI acabaram, cedo ou tarde, presas numa única estrutur:1 geopolítica. Essa diferença é crucial: A molell"':1 impL'ri:lI L'SI:i1)L'!t:CL'U!illlil:IV)CS polític':!s liu" illll'eclir:1I1l () n<:s- cil1lC'nlo t{I'liVo do clpiulisl1lo, esr:lhdect'Lllll IXlrr<:ir:ls P"I':I :1 ,~\'olu(,.Jo t:C'OIl()- miei L' 1:1I1,':lr:lI11as .St'lllLTllt'S da L'sugn:I(';1(} clou (LI lk'.-;illl,-'gr:I(;"lo.' O pioneirismo europeu no desenvolvimento do capiulismo é freqüentemente explicado como conseqüência da centralizaç30 do poder político pelas nH>Jur- quias absolutas, que concentraram os recursos imensos necess;lrios JS viagens dos Descobrimentos. Essa linha de cxpliC:J<;'3ooculta o m,lisímportanre, poi.s as origens do capitalismo encontram-se precisamente n:t economia-mundo do IVle- diterrâneo, polarizada nas cidades-Estado italianas. A China da dinastia Ming, nos séculos XIII e XIV, estruturava-se COJllU Estado centralizado e dispunha, em grau m:lior que os europeus, de recursus e técnicas capazes de deflagrar a expansão transocefll1íca. A civiliz:lçJO iVling dominava as técnicas da imprensa, abrigava cidades llluito superiores ~IS da Europa medieval e desenvolvia uma indústria do ferro ele grandes proporçôes. Os chineses inventaram a pólvora e a bússola magnética. A marinh:J lVIing I BRAUDEL, Fernand. CilJiliznçâo matcrial, c:collomia e ca{JitalisltlO. S:ln Paulu: M;lnill::i Fontes, 1l)t)6, v. :), p. 12. - O temp() uo mundo. z \VALLEHSTEIN, Immanuel. Three paths af n:uinna! devdnplllent in :-;ixlt'enth-centllry Ellfope. C!tlssil' readings 0/ i)/ler//(/lio//(// rellllio//s. Paris: PU 1', 21JOIJ,p. 7H. . A ECONOMIA-MUNDO E OS ESTADOS . novês 1405-1433 )es marítimas a China Ming 1436 lperial proibe )s oceânicos ~ China Ming 1492 ra viagem rle )0 à América andês 1549 erta ele praia em Potosi 1602 3 Companhia jias Orientais (VOC) 1698 decimento ela a ele Lonelres :icio tânico . ~ ,leiO ricano conta V;Icum m;1is ele mil navios de combate e 250 embarcações de longo curso. O comércio marítimo chinês estendia-se por toeia a Asi~\ meridional, pelos portos de Malaca e do Ceilão, até o mar Vermelho e a Africa Oriental. O Império Chinês perdeu a supremacia para a Europa porque lhe faltava um elemento crucial para a expansão: o espírito ele empresa e enriquecimento privado, que só poele surgir quando o indivíduo distingue-se da coletividade. Três anos depois da gran- de expedição marítima de 1433, que visitou Zanzibar e retornou com girafas oferecidas para distração do imperador, um edito go- vernamental proibia a construção de navios de alto-mar e, logo depois, outra ordem proibia a existência de embarcações com mais de dois mastros. Com essas decisões, a burocracia confuciana de Pequim reafirmava seu poder sobre a civilização chinesa, cDrtan- do pela raiz o desenvolvimento elo comércio e da c13sse de co- merciantes da China Meridional. No início do século XV, os chine- ses fechavam-se em seu casulo continental, optando por ignorar o mundo exterior e deixando o caminho livre para o pioneirismo europeu. Na Europa, pelo contri'trio, o exemplo de iniciativa privada das "cidades mercantis" italianas do século XIV frutificou nas monar- quias ibéricas e, mais Llrde, entre os holandeses, franceses e ingle- ses. A expansão comercial mercantilista, impulsionada pelas via- gens de Descobrimentos representou um empreendimento combi- nado, que associou o poder e a riqueza do Estado ao espírito de iniciativa dos empreendedores particulares. A colonização ela Amé- rica portuguesa, alicerçada sobre a distribuição de capitanias e sesmarias, e o monopólio das companhias de comércio holandesas sobre rotas do Atlflntico e do Índico, ilustram o papel crucial 'da iniciativa privada na alliculação do espaço econômico do capitalis- mo comercial. O paralelo entre a China Ming e a economia-mundo do Mediter- r~tneo deve ser rJdicalizado. O capitalismo só rompeu a casca do ovo porque encontrou um ambiente político livre de constrangimentos postos por um poder imperial. Isso é o que distinguia o mundo mediterr:lnico do século XV!: ,\ c:lrauerisric:1 .'iingular dessa economia-mundo er;1 :1 descontinuici:ldeenrreas instituições econômicas e políticls. Essa liLcscontinuid;ldepossibilitou e foi possihilitada pela criaç':lode for- mas G1pir,iliswsde produç:io n:io só no comél:çio e indústria mas, principalmcl1le, 11,1:lgricllltllra5. J WAI.LERSTEIN, 2000. p. 7K. Essencialmente, a singularidade ebqueLt cconomi~l-mundo foi fruto de UIll,1 contingência histórica. No século XVI, o empreendimento il11jx::rialele Carlos V e Filipe II ameaçou unificar a Europa sob o poder dos Habshurgo c destruir a autonomia das cidades italianas. O fracasso dos Habsburgo possibilitou a manu- tençào da descontinuidade das instituiçôes econômicas e políticas com que evo- luíam as formas capitalist~\s de produção. A economia-mundo é uma unidade org:lnica. O núcleo da economia-mun- do do século XVI correspondeu, no princípio, ~IScidades italianas, mas transfe- riu-se, em seguida, para o noroeste da Europa. No núcleo concentravam-se atividades complexas e diversificadas, C0l110as finanças, as manufaturas têxléis e a construção naval. Empreendedores locais, nnis ou nlenos :Issociados ao poder estatal, controlavam o comércio internacional. A economi;l rural evoluía associando a policultura e a cri~\ção, sobre a base de uma classe de médios proprietários da terra. O Mediterrflneo perdeu a sua posição central e tornou-se uma semi periferia. A perda de controle das principais rotas de comércio e a c1ecadênci;l da manuf:t- tura geraram estruturas econômicas assent:ldas em alguns centros financeiros e manufatureiros, que se destacavam na agricultura patronal. Os sistemas de tr:\ba- lho da mE'zzaâriCl, nos quais os camponeses funcionam como rendeiros em grandes propriedades, conservavam a pobreza rural e impediam O crescimento dos mercados. As periferias da economia-mundo eram constituídas pelo leste europeu e pela América ibérica. No leste da Europa, especialmente na PrCissia e na Polônia, o poder político concentrou-se na aristocracia de proprietários rurais. Na Améri- ca, a economia colonial organizou-se com a servidlo indígena ou a escravidão africana para a mineração de metais preciosos e a produç:10 de mercadorias tropicais destinados ~l Europa. Os estágios do capitalismo A escola radical dedicou atenção particular à investigaç;10 dos grandes ciclos históricos cio capitalismo. No esquema do marxismo cl:lssico, os est:tgios suces- sivos são os do capitalisnlo cOlnercial, industrial e financeiro. A din~1l11icado capitalisnlo comercial foi impulsionalLt peLt circulação de nlercadorias. No período compreendido entre os séculos XVI c XVlTl, cónsli- luiu-se uma divis:lo internacional do trahalho, cujo pólo eram as potl~nci,ls co- merciais européias, que integraram a Asia, ~\Afriel e ;\ An)(::rica numa rede dl~ Huxos mundial. As rotas das Índias orientais, o trMico negreiro no Atl~ll1ticoe as eXpOllal,;OeS ele ouro e prata cLtAmérica espanhola e de açúcar ele cana ela América portugues:\ e cio Caribe configuraram, já no século XV], uma economi~\ inrcrnacion~d cujo centro situava-se na manufatllra e nas finanç;\s européias. O comércio transoce:lnicu ,;~;~rj'-'-- - o RELAÇÕES INTERNACIONAIS: TEORIA E HISTÓRIA -------,---....~.lJ A ECONOMIA-MUNDO E OS ESTADOS - .-----"m --- enovês 1492 leira viagem de mbo à América -,. I ..1!C~(; )landês 1602 da Companhia índias Orientais (VOC) ~ic!o ritânico 1756-1763 ,uerra dos Sete Anos nericano disscminaç\u de colapsos econômicos localizados. Assim nasceram o Fundo Monet:lrio Internacional (FMO e o Banco Internacional para a Reconstruc:l0 e o Desenvolvimento (Birci) ou Banco Mundial. Es- S:IS instituiç()es disciplinaram, num quadro de cooperação, o fluxo monetário de origem pública e permitiram aos credores controlar a apl icação dos recursos e supervisionar a evolução econômica dos P:líses receptores. Na década de 1980, o FMI desempenhou funções ainda mais amplas, atuando como intermediário entre as corporações handtrias e os Estados latino-americanos, asiáticos e africanos, que acumulavam vultosas dívidas externas. No início da década de 1970, a paridade entre o dólar e o ouro foi rompida. A divisa dos Estados Unidos passou a flutuar de ~tcordo cum os movimentos da oferta e da procura experimentan- do ciclos de valorizaçào e desvalorização em face das moedas européias e do iene. À partir daquele momento, o conteúdo polí- tico da economia mundial tornou-se ainda mais evidente. As po- tências econômicas passaram a coordenar suas políticas de câm- hio por meio de reuniões anuais do Grupo dos Cinco (G-5) - Estados Unidos, japào, Alemanha, França e Grã-Bretanha - que, depois, agregou a It:ília e o Canadá, tornando-se o atual G-7. Essa coordenação de política cambial jamais evitou instabilidades e oscilações mas, no conjunto, o governo das maiores economias revebram-se capazes de evitar o precipício ele guerras comerciais e as retaliações protecionistas. Ciclos sistêmicos e política internacional o modelo dos estágios históricos do capitalismo é de pouca utilidade para a :ll1álise da política internacional. Alguns pensadores ela escola radical procuram sofisticar a compreensão da evolução elas economias-mundo construindo modelos sobre os ciclos elo capitalis- mo. Por essa via, huscam revelar as elinflmicas políticas e as raízes elo comportamento dos Estados nacionais. Soh a dupl:l inspiraçlo de Braudel e Wallerstein, Giovanni Arrighi sugeriu um Illodelo de quatro ciclos sistêmicos, que elestaca "a altcrnflI1ci~1de Llses de mudanças contínuas e fases de mudanças descontínuas" da economia mundial capitalista em seu conjunto"' As fases ele Illudan(,':ls contínuas caracterizam-se pelo investimento na :lInpliaç<ln cLt produç:10 e do comércio :;;ohre a base elas estruturas econômicas existentes. As fases de mUdan(,'<lsdescontínu~ls cunstituem rUptur:1S estruturais, cujos sintomas s;'io expansões financeir:ls eXlraordin:lrias. T:lis ruptu- LIS decorrem do esgol:unento do' crescimento econômico baseado nas estrururas prévias e proporcionam guinadas bruscas com a subseqüente retomada cio cres- cimento. Arrighi ilustrou sua concepção dos ciclos sistêmicos com o esquema do "mo- delo de metamorfose" de Gerhardl'densch, que foi originalmente formulado com propósito diferente. Nesse esquema, a idéia de "ondas" do desenvolvimento econômico é substituída pel:l de uma sucessào de impulsos de inovae,JIOsep:u:l- dos por crises. "O modelo l11enschiano retrata fases de crescimento estável num rumo bem definido, altern::Il1e1o-secom fases de crise, reestruturac.;:\o e turbulên- Ci:l, quc acabam recriando as condições do crescimento estável."5 i~igura.4.1"::' Mod~lo-de metamorfose de Mensc' , lt~llIpo Fome: AHIUGHI, Ginvanni. O longo século XX, p. 9. Os quatro ciclos arrighianos sào denominados a partir dos componentes centrais elo sistema: Cênov:l, Hol:tnela, Gd-Bret:tnha e Estados Unidos. O ciclo genovês estende-se entre o século XV e o início do século XV]1; o ciclo ho- landês, entre o fim do século XVI e.o século XVIII; o ciclo britânico, entre o fim do século XVIII e o início do século XX; o ciclo americano, desele o final do século XIX. À primeir:1 vista, o modelo eleArrighi parafraseia a concepÇlo tradicional cios est(lgios históricos do capitalismo decomponelo o capitalismo comercial nos ci- clos genovês e hol:tndês. Mas não é assim. O modelo procura lançar luz sohre :!s estratégias cios Estados centrais, em cada um dos ciclos, fornecendo instrumen- tos para a an:ílise cLt política internacional. O ciclo genovês corresponeleu :1economia-mundo cio tvleeliterrâneo, po- I:trizada nas cidades iulianas. Na esteira de Braudel, Arrighi coloca Gênova - e não Veneza - no núcleo desse sistema. Essa posic.;ào foi alcanpcla, depois de um processo complexo de rearranjos sistêmicos, pela transforma- , :\I{RI(~HI, (""jjov:lnni. o fungo seclllu ~'L\(. 5,10 Paulo: Conl'rapolHo/Unesp, 1996, p. 9. 1903 1ura da empresa ) automóveis deHenry Ford ''''''~J>m~~---_.- RELAÇOES INTERNACIONAIS: TEORIA E HISTORIA --- _ .. __.- , A}{I{IGHt. ]9')6, p. 9. A ECONOMIA-MUNDO E OS ESTADOS jenovês 1549 :oberta de prata em Potos; olandês 1637 bpso de preços das tulipas na Holanda witânico 1756-1763 3uerra cios Sete Anos Jic!c) nericano 1944 Conferência de Bretton Woocls Ç~IO elos banqueiros mercantis genoveses nos principais i:inanciaelores da Espanha elos Habsburgo. No essencial, os genoveses conseguiram interpor-se entre a prata da América e as hnanças da Europa, desempenhando a mais importante das fun- ções na economia internacional ele sua época. A expansão financeira ela passagem elo século XVI para o XVII retletiu o estabelecimento de novas rotas comerciais no Atlântico e no Índico, e a incorporação, à economia européia, de novas áreas ele interdtmbio comercial na .Ásia, América e .África. Essa transição re- presentou uma ruptura sistêmica assinalanelo o declínio genovês e o início elo ciclo holandês. No ciclo holandês, o pólo da economia-mundo transferiu-se para a Europa do noroeste. As Províncias Unidas estabeleceram sua hegemonia comercial e financeira mediante o controle sobre os tluxos de mercadorias do Búltico. Mas o auge de seu poder esteve ligado ao controle, numa segunda f:1se, do comércio transoceânico. Amsterd:'"t tornou-se centro mundial de armazenagem de merca- dorias européias, asiáticas e americanas. Comércio e finanças entre- laçaram-se de modo inédito: a estratégia do capitalismo holandês consistia em comprar dos l)rodutores a preço baixo, oferecendo paga- mento à vista, e reveneler a preço elevado utilizando sua capacidade de armazenagem. O primeiro elemento da hegemonia holandesa era o controle sobre a oferta de moeda e de mercadorias, que proporcionava lucros extraorclinários numa conjuntura marcada pelo aprofundamento das guerras européias. O segundo elemento da hegemonia holandesa foi o lança- mento das companhias de comércio e navegação. Essas compa- nhias - principalmente a VOC, que dominou a rota das especiarias no Índico - detinham o monopólio sobre vastas áreas comerciais e combinar3l11, de modo original, o capital privado e o poder de Estado. Suas funções envolviam tanto as atividades comerciais como a administração e a guerra. Com as duas grandes companhias, o entreposto de Amsterdã conseguiu acesso direto aos produtores de além-mar e o controle sobre as principais rotas de comércio internacional. O terceiro elemento consistiu no estabelecimentO de uma bolsa de valores permanente em Amsterdã. Esse merGldo de ações movi- mentava volume de capital muito maior que os mercados financeiros embrionários que, antes, tinham florescido nas cidades italianas ou llanseáticas. Os capitais excedentes, em toda a Europa, eram drenados para a bolsa holandesa e direcionados para negócios financeiros, como ~~Jff-,,_.-,.--- RELAÇÕES INTERNACIONAIS: TEORIA E HISTÓRIA ---'~,,--- -, I, i I I I operações com produtos primúrios, càmbio, seguros marítimos e :lç-ôes. O ciclo britânico começou nas estruturas cio capitalismo comercial, mas con- solidou-se com o advento elo capitalismo industrial. Na seguncb metade elo século X'VIll, a Grã-Bretanha golpeou decisivamente o poder marítimo holandês e :lSSU- miu o controle sobre as grandes rotas elo comércio transocefll1ico.Essa foi a base para a emergência de Londres como princip:t1 centro financeiro europeu e, tam- bém, para a acumulação do capital que financiou a Revoluçlo Industrial. Como explicou Arrighi, nessa característica encontra-se o traço distintivo mais importante do ciclo britCll1ico: As principais <.:lI1prL':i;l.ScapilalisLiS dos cicins genov2s e hol:lnclb; cng:lj:lv;l1n- se tipic;lnlenr.e no cOlnúcio:1 longa c1isl:lI1l'i:1l: n:ls :ill:IS fin:II1<;':\.';I .. 1, m:ll1rt:J)(10. n:1 mediel:1 do possível, as :ltividadc's c1e prudul,::1o t'or:1 de seus domínios organizacion:lis. No cicio hrir.:lJlicu. em Clll1lrasle. :1:lcl.lml.i1:I<;:'I()de::c:,lpir.;iI 1"\.';- SO~Ia se basear em empresas capil:lIisLis que eSl:IV:l1l1prufund:llllCI[[C envolvi- das n:l ()rgallil.a,',k, e LIl"io,ll:ilizaç':lo dos procl'ssOS de procll.lç;',o," \ A hegemonia britânica articulou estreitamente as finanças, o comércio e a produção industrial. A balança comercial da potência registrou saldos negativos durante a maior parte do século XIX, mas as exportações britânicas ele bens de capital aumentaram sem cessar, impulsionando o desenvolvimento das indústrias de ponta da época: máquinas, siderurgia, construção ferrovi:'iria e naval. Se a balança comercial era cronicamente deficit:'iri:t, em decorrência das importações ele alimentos e insumos prim:'irios, a conta corrente do balanço de pagamentos manteve-se sempre em superávit graças aos lucros gerados por fretes, operac,'ôes ele seguro e investimentos no exterioi'. Gênova e as Províncias Unielas não foram potências territori:t1istas, embor:l os holandeses tenham sido conduzidos a estabelecer algunus imporr~ll1res pos- sessões coloniais. A Grã-Bretanha, no entanto, ergueu um império mundial e entregou-se à administraç:io e ao controle militar c1e suas colônias na Ási~l, na .África, no Caribe e na Oceania. A Pax Britannica, funclament.ada no domínio dos mares e no equilíbrio europeu que resultou elas Guerras Napoleônicas, re- presentou a moldura geopolítica elo ciclo brit5nico. O ciclo americano esboçou-se nas últimas décadas do século XIX, mas só desabrochou plenamente com as e1uas grandes guerras do século XX. A transiç:Io do paelrão ouro para o padrão dólar, em Bretton \X!oods, assinalou a consolida- ção ela hegemonia americana. , A substituição de hegemonias acelerou-se no início do séculox:.X:. Enrre 1850 e 1914, o fluxo de capitais britânicos para os Estados Unidos - em investimentos e empréstimos - somou 3 bilhões de dólares. Nesse período, os Estaelos Unidos remeteram à Gr:l-Bretanha, como pagament.o de juros e dividendos, cerca de 5 "AHHIGHI, 1996, p, 181-182, A ECONOMIA-MUNDO E OS ESTADOS genovês r~' Ir~ir'\..j .lJj\_J holandês britânico americano 1914-1918 Primeira Guerra Mundial 1929 Quebra Ja Bolsa ele Nova '(ork bilhões de dólare~, Contudo, durante a Primeira Guerra lVlundial, a demanda brit:lnica por armamentos, matérias-primas e bens de capi- tal foi ~uprida, principalmente, pelos Estados Unidos, Como resulta- do, no final do conflito, a república americana tinha se tornado cre- dora da Grã-Bretanha, Além di~so, durante a guerra, os investímen- to~ americanos tinham tomado o lugar dos britànico~ na América Latina e em parte da Asia, A SeguncLi Guerra Mundial favoreceu ainda mais ° empenho decisivo dos Estados Unidos, No pós-guerra, sua conta corrente re- gistrava saldo positivo maior que o da balança comercial e a reserva nacional de ouro correspondia a cerca de 70% das reservas globais, O contraste entre o excedente de riqueza dos Estados Unidos e a demanda por dólares na Europa constituiu o alicerce para o padrão dólar e também para o Plano Marshall. Nesse ponto do ciclo, o capi- talismo americano reorganizou a economia-mundo do Ocidente à sua imagem e semelhança, O capitalismo americano apoiou-se, desde o início, sobre a base de um mercldo interno amplo, que proporcionou a rápida constitui- ção de grandes empresas, A concentração do capital e a concomitante racionalização do planejamento empresarial abriram caminho para o transbordamento das fronteiras nacionais, Em 1914, os investimentos americanos no exterior já representavam 7% do PIB, A empresa transnacional contemporànea, que atua em diferentes territórios na- cicmais e orienta-se por uma estratégia mundial, é fruto da economia ,dos Estaelus Unidos, Os investimentos no exterior caracterizam tanto o ciclo britànico quanto o americano, Mas entre um ciclo e outro, há uma diferença estrutural na~ relações da economia hegemônica com o resto do mundo:o caráter autocentrado ela economia nacional americana, que se assenta sobre um mercado interno extremamente vasto, Como explicou Arrighi, no ciclo britânico, "os mais importantes ramos da atividade econômica britânica estabeleceram laços mais fortes de complementaridade com as economias cios países coloniais e estran- geiros do que uns com os outros"7 Em contraste, no ciclo americano, a economia hegemônica "internalizou" o mercado mundial no âmbi- to elas reeles das corporaçôes transnacionais, mas "as atividades eco- nômicas nos Estados Unidos continuaram organicamente integradas numa realidade nacional única, em grau muito maior do que jamais tinham estaclo na Grã-Bretanha do século XIX"B , AHRIGIII, 1')9(" p, 2')0, o Ihid, Em busca da razão de Estado Como o Estaelo '1 ' I' U ' ,",' , pai ece no qUêlc1'0 teorico e na rellex:lo cLt escola 'I' I'm pOnto ele p:lrtid'l é L ' " , f.lC[el / obras ele lvbrx c E;;gels:' enm, que procurou extrair UIl1:lleori:l cio Estaclo cLis o ES[:Ic!O~ o proc!UI') e :11ll:[llite,'[:IL"'[O elo ",,' ,,', ' " eliçõc's ele ch"C' () JC'", ' , ", (dl.l[ll lI/COIlClIi:IVt;1 das COfl[LI- . ". .:';[.1<.() ,')UlgC prCcls:!1111.'Illt.::' OI J. . . que as cOlllracliçôe, ele chsse I" 'I 1, L, CjU,lllelo L' 11:1Illec!,c!:[ l:1ll " , ,', '" I ,10 P')lelllserclHlCili'lch" I /S' ,I, Esuclo e Ulll ('r":h, Li<: c!OJlli l' ,,' I, 'I, " " '., ' .. ,C,L(U1h o ;\Lir.':,o ~ 1,1,.10 'c l .I~,'C, UIll orU'\o d' ",,' I classe por OUlra' é :[ cri'[f"lc cl' .. ,I, .. ,'~' l 0jllt ..','j,{o l L' Ull}'1 , ',.'>.[ O]Cllll Cjlle/eU'tlIZ'[" 'l'I l1lncler:mc!o o cOllflito c!e c1:[sscs." ,~. .." LOlb(, 1<:[ ","1:[ opre,,,s:\,,, Na tr:leliçJo leninisv[ o 1:' t' I .." " cS.1Co contempol"lne' ' ela classe trahalhaelora e um co 't~ d _' ,u e um aparato de repressão , lil e e gestao cios ne<>ócios cl' I' ' ~caractenzaçâo é Sl f' '," ,,' ,,' ,'...,. ,1 )lllguesla, J:SS:1" I ICltlHe P,l1..1a polltlca revol ,; ,- ,', I' , mas nada escl-1rece Sol)r" 'IS ' I, ',' , ' UCd)ll"'I,1 Cos parlielos marxi,slas, ' . , , - ~" led(;OeS ellfl'CO' F,t, I, , ' 'll1terest<lUI. ,~ "s ,IC os, Oll seFI, sobre o SiSléIlU Uma tentativa de ahordar o sislema i '> 'c , deu origem J noç~10 de imperialismo C ntlcr~St.IUI: soh :iIl1a perspectiva raclical, utilizado, esvaziOu-se' O ro'tll!O "', ',',' ,o!n uc o, o conl.cudo ,ele,5sa nO<;;10,ele t~l(), , I1npell'l Ismo" ,-- rentes contextos elesinn'1I1clo >IS _, . "I Pd,SSOUa se,r e,'m"pregaclo em elife- • 'b <, " vezes qua quer i 11 ~,', , nas os impérios coloniais dos s'e'clIJ ,'X~[X' XX' " 1 PCI10, elll,oUlras,vezes,', apé-, , os e Entr ' " ,', , " " se o termo desioncl 'I "et"'!)'l Sll ,'I " e os m,JI,XISU,S,nao fIca claro ~ " ,a, L pellor CO C'lpltal' "" ' eliversos tiJ)os ele ,re'j'[c(')C'seco ,', " ,lsmo, ,1 que se reterl;; Lenin ou o,s'"' nomlC'IS 'ISS> t' 'I' , , I 'senvolvimento de ('conol11 1"1 , ,':" ,en ,tc dS ,~oxe a c1eslgualcLtele ele ele-, s naclon:us, A obra de referência, escrita por Lenin em 1( 6 ' " c' , " , , bem definidas, No ContextC) 'I, , .. " 91 , tmlu tln"llelac!es poblicas- - C,I guena curopcl'l o rd>' , .. uma nova oro~lniZ;j('~lo int",,'- 'J ' ' '," _ I, Cf IUS,so procurava ('ri~lr , b >' CInal.lOnd levo!uclon'lna ,_, . ' sOClaldemocracia ele KIUts-"y t- , ' c, e,m luptura COIll :1 , h., entava eroucr un1'() t' o " europeus e os movimentos J)"'I'I" t ,I ,b, _' I OIl e (;nu e (,)S comun ist:ls" ,-, au oc ete! IllIl1'IÇ'IOn'l ,,' 'I 'O resultado fo' , "~ " " ' " ,C10Il.l nos palses asijticos1 sua nO<,.,lode Imperl'l1Jsmo c " ' , , ' n110 na teoria do m,lrxismo, ", ,JUCleprCSl'IlU um elC:ll1ento eSl.ra- ,A ambigüidade e a convivência antitética ele " " , ,_ " " _ denam ser eVit'ldas N I','.., pl iIlClplOS c()nflI[:iIlte~ nao po- , ", a oglCJ marxIsta o que' "t" -; 1 teoria leninista elo irnl)erh!ismo t' , ' J eXls e c uu cle classes, I'vbs a - " rdn,spun la c!-t ester', eI" 'I" .. ,Estados, as noç:<'ies ele cXj)/of'w'-IO ' I ' '_' , . .I.s L .I.sses para a elos , L>,' e comln:lcao Os F'I' I " , I'agentes ela expJoraC:lo cl-1 )'11' '1" - _ " ", _,S.[l os IIll,pC'n~1IStas seriam , " ,I I 1,lgem c e naç:oes O)'' 'I' _" F'" " as bases para o 11'lcion'tll'sI110 r' 1 ' ,,' ! (ImIC,(S,' ",SS.Itese torneceu" evo UClon'1rJO n'l A", \ " , "Com Stalin, funcionou corno P' t- , ,', ,SI,I, f IllenCl L:ItIll:1 e Afriel. , ' le exto P,I['I o prognnl'l I" 'I' paIs" e para a bandeira cla defesa ela" ;' ,', , ,', "'~' ' C~) soel:l Ismo num S,') P,llll.l SOCl,lll.SLt, N~l(,Ul'fU J'I'i:l, :I,S~"i:lllÇIS 9 LENIN. V1:ldilllir lIitcll. o ./:'sf{{do e ti rUl'o1t.I('úo. T Lish( )~l: Progresso, !t)7o, p I:::; 1939-1945 Segunda Guerra Mundial RELAÇOES INTERNACIONAIS: TEORIA E HISTORIA A ECONOMIA-MUNDO E OS ESTADOS genovês 1454 ;Ltenberg inventa a irnrrensa holandês 1698 :stabelecimento da Bolsa de Londres britânico 1785 Introduçao da láquina a vapor na indústria têxtil 3.mericano 1903 ,bertura da empresa de automóveis de Henry Ford enl.re a União Soviél.ica e o governo de elites nacionalistas asiáticas e african~ls ganharam o respaldo político da "luta amiimperialista", Um arcabouço teórico voltado para explicar a economia-mundo enfrenta dificuldades óbvias quando se trata de identificar os interes- ses dos Estados. Na escola radical, as melhores temativas de superar o impasse envolveram as noções de anarquia ordenada e hegemonia. O conceito de anarquia cio sistema de Estados é irrelevante do ponto de vista da escola radical, pois nada explica sobre a economia- mundo. Na verdade, o sisl.ema ete Estados só pocleria ser apreendido na economia-mundo, que obedece 3 uma lógica ou a uma ordem. O moderno sistema de EStados, em particular, seria o quadro político e jurídico em que se desenvolve a acumulação capitalista. Assim, a anarquia elo sistema político estaria contida na ordem do sistema econômico, Nesse contexto, o sistema ele Estados pode ser interpretado como, simplesmente, a superficie política das estruturas econômicas pro- fundas: o g[':lI1de kV:llltament[) cl:i históri:l lllundial desde 1SOO, feito por W:tllersrein, segue gerallllénte uma espir:tl com respe.ito ?I for- m:lç:'lo do Estado: o modo de produção num:1 deret'lninacia região ni:1 Ul11:1ccrU esrrt.llur:l de c!:lsse, que em:II1:1 num certo ripo de j':.'il:lc!o;o Glr:trcr e.k.ssc ESl:ldo e :IS rel:t~'ões elos produtores e co- Illl.Tl.'i:llllc.'id:1 regi:lo com (l reSlante da ecol1omi:l mundial deter- Illin:lll'i ;1posi",',,) d" rt'gi:lo - celltral, periférica ou scmiperiférica - 11:1cC'C>I1ulni:1do lllUlldu, ljUC,:P()I' su~c \'ez afeta l'onsideravel- IllClltc"a org;lniz:oç';'J()do Estado. Cu Para \'ifallerstein, o Estaelo representa, essencialmente, os interes- ses da classe dirigente nacional, que busca maximizar suas vanta- gens no processo de acumulaç:lo de capital em âmbito internacional. Arrighi seguiu, em linhas gerais, o mesmo argumento, mas introdu- ziu Ulll pouco mais de nexibilidade no esquema analítico: Nu csqucnu aqui propo.-;[o, o estreito \'ínClllo histórico Cl1tl'e o clpiulismu c U lllodcrno sistema inlereS[:lt:li é m:orca- tio t:lnto peleI con!r:odi\;;Io quanto peLt unid:lde. [, .. 1 :1 divis:lU c!:1<:conomi:1 mundial em jllristlic,;ôt.'s políticls COnCOITentes n:-Io lleCl's.s:ori:llncnlc hcncfici:1 ;c :ICllll1uLt\;~-l()G'I)italisi':L de Clpital. Se' d:1 () Llr:i ou não, derende hasiclmcnte ela forma e ela illlVl1sid:H.lc ela cOl1corr['nci:l. .t\ssin1, C(l.Llnc!o a c0I11petiç;)() inlerl.'SLILti :lSSUll1e :o fUl'llla de inlensos e pruloll,l;acius confli- l!J TILLY, Cilarles. Coerçân, capital L' E\.tados europeus. S30 Paulo: Eclusp, 1996, p. 57. , RELAÇÕES INTERNACIONAIS: TEORIA E HISTÓRIA i I I ! I 1 i ----------------- ••• I!IS , A contradiç:lo entre o capitalismo e o sistema de Arnnh 1- '", Est:ldos desdobra-se, naI"1 b 1, em Oglcas opostas de poder: a C'11)it'lll'"t., ." ." '. J/ -'d .,'. ' , ,,> ,I C .1 teIr1tOn'l1l,-;r-'1 \ . . I entlllca o poder Com o control' I' " ',.' ' , '. f. prlillelra " , . e c e recurso,S escassos e e "" " , teIntona] como simples instrumento ' " , , '. '. nc.lld d COnqUIsta de ca pitaI. A senumh idcntil'icl) Pl ara d ver dad.elra finalidade, a acumubç:lo b' , ( poe er com a extens'lo d, ,-, >- população sob seu domínio enxerg'lld ' ,.' " .1 .[It,1 e o. tamanho da , , ~.r {) d Ilqueza ou o ClI)'t" ' .a expansJo territorial. ", I.d como !llelo ['lara .. ' . Nesse modelo, a fonte eb dinâmica dos .<;"., ,. , ~'." ' "fOI a oposição constante entr' , 1- '" . ,. Ji>tem,IS de l,i>Ltdos do caplt:l1islllO e as OgICdS C't['llt'I1ISt'l e te '1. . I' Ibem como a recorrente resoll,7 '1" ' , ". . . rrr ,ona ISta c o poder , IÇ,JO c e suas contl"ldi'), , .' espaço pOlítico-econômico m~JOdial I '". '. ',;(:s com a reorganlzaç:-Iu do época"I", , pe o plJnC1pal l:stado capitalista de cada O Estado hegemônico em c"leia e' o' "'. ' . P c.l OIlent'l-se ) "l' 1 - , . '.detJOe o interesse n''lCion-11 em t . . 1 ' '. J e d .0g1GI ClpItallsla e , , , ell110S c a manutenç"10 da o I ' tente. Assim, seu interesse ]Ylrtl'c I ' I' 1 " , rc eIn e.conOJllica exis- . . . , u ar con une e-se com o'' " '" ' SIstema e, eventualmente imnll" "c _ . s JOteles.se.s geraIS do , r I SIOI1.l a lormaçao de 'l1hnç" . ',_ das para a sustentaçào el'[ o I' . ., , ,as e Itlstltulçoes \'o1La- , rc em Il1ternaCloll'tl N f '1 I perspectiva da escola radic-t1 '[ " I' , . ~' o unc 0, c e acordo com :1 " ' ',' glanee potenCla de C'I(/-t <; "1' " um 'governo mundial" (lue S' I,. ",,', _" , epoc,1 unuon:1 CUIllO . t Cee 1(,1 a pI eserv'lç"IO d", j' , _ , aClllOlllaÇ:lo capitalista. " .IS conc IÇoes ger:IJ,'i da " ARRIGHI. 1996, p. 32 12 Ibid., p. ,'In. A ECONOMIA-MUNDO E OS ESTADOS 00000001 00000002 00000003 00000004 00000005 00000006 00000007
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