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Artigo Paleocorrentes _Isabelle_Lucas_

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Paleocorrentes	
  	
  
	
  
	
   1	
  
	
  
	
  
Paleocorrentes	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Oliveira,	
  Isabelle¹	
  
Inácio,	
  Lucas1	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
¹Universidade	
  Federal	
  de	
  Pernambuco,	
  Departamento	
  de	
  Oceanografia	
  -­‐	
  PE	
  
Email:	
  isabellevoliveira@hotmail.com	
  
Email:	
  lucas_liss@hotmail.com	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
2	
  
SUMÁRIO:	
  
Abstract...............................................................................................................................3	
  
Resumo...............................................................................................................................3	
  
Introdução...........................................................................................................................4	
  
Revisão................................................................................................................................6	
  
	
   	
  	
  	
  	
  	
  	
  Medições	
  de	
  paleocorrentes..............................................................................6	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  Mudanças	
  na	
  paleocirculação	
  da	
  porção	
  oeste	
  do	
  Atlântico	
  Sul.......................9	
  
Conclusão............................................................................................................................11	
  
Referências..........................................................................................................................12	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Paleocorrentes	
  	
  
	
  
	
   3	
  
Abstract	
  
Paleocurrent	
  is	
  like	
  a	
  typically	
  structure	
  in	
  which	
  helps	
  determine	
  the	
  directions	
  of	
  
flowing	
  water	
   in	
  the	
  past.	
  The	
  rock	
  formation,	
   in	
  the	
  past,	
  was	
  demarcated	
  by	
  sediment	
  
flows	
   called	
   paleocurrent.	
   It	
   has	
   been	
   indicating	
   where	
   the	
   currents	
   flow	
   came	
   from,	
  
where	
  is	
  their	
  destination.	
  
Moreover,	
  paleocurrent	
  is	
  divided	
  into	
  one-­‐way,	
  indicating	
  one	
  right	
  direction,	
  and	
  
two-­‐way	
   direction,	
   indicating	
   that	
   they	
   have	
   two	
  different	
   directions.	
   Paleocurrents	
   are	
  
very	
   important	
   to	
  understand	
  what	
  happened	
  on	
   the	
  environment	
  at	
   the	
  geologic	
  past,	
  
and	
  to	
  know	
  their	
  behaving.	
  
Furthermore,	
   for	
   a	
   good	
   study	
   about	
  paleocurrents	
   is	
   necessary	
   to	
  have	
   a	
   study	
  
about	
  paleocurrents	
  from	
  the	
  specific	
  area,	
  stratification,	
  and	
  the	
  correlation	
  all	
  of	
  these	
  
with	
  previous	
  studies	
  about	
  sedimentology	
  and	
  paleoceanography.	
  
Thus,	
  this	
  article	
  will	
  give	
  an	
  approach	
  about	
  methodology	
  for	
  obtaining	
  the	
  paleocurrent	
  
processing.	
  As	
  well	
  as,	
  the	
  changes,	
  on	
  paleocirculation	
  of	
  south	
  Atlantic,	
  had	
  occurred	
  at	
  
specific	
   periods,	
   such	
   as	
  Maximum	
   Last	
   Glacial,	
   Last	
   Deglaciation	
   and	
   Holocene,	
   which	
  
they	
  models	
  of	
  ocean	
  circulation.	
  Therefore,	
  the	
  paleocurrent	
  study	
   is	
  very	
   important	
  to	
  
help	
  scientist	
  understanding	
  the	
  environmental	
  behaviour	
  at	
  geological	
  past.	
  	
  
Keywords:	
  Paleocurrent.	
  Stratification.	
  Unimodal	
  current.	
  Bimodal	
  current.	
  Lithofacies.	
  
	
  
Resumo	
  
As	
  paleocorrentes	
  são	
  fluxos	
  demarcados	
  nos	
  sedimentos	
  em	
  formações	
  rochosas	
  
no	
  passado,	
  o	
  que	
   indica	
  para	
  onde	
  era	
  o	
  fluxo	
  da	
  corrente	
  num	
  determinado	
  ambiente	
  
no	
  pretérito.	
  Elas	
  podem	
  ser	
  divididas	
  em	
  unidirecionais,	
  indicando	
  direção	
  concreta	
  da	
  tal	
  
e	
   bidirecional,	
   apresentando	
   duas	
   direções	
   diferentes.	
   As	
   paleocorrentes	
   são	
   de	
  
demasiada	
   importância	
   para	
   estudos	
   que	
   relacionam	
   o	
   que	
   ocorreu	
   no	
   passado	
   com	
   o	
  
presente,	
  ou	
  seja,	
  como	
  o	
  ambiente	
  se	
  comportava	
  em	
  uma	
  determinada	
  época	
  e	
  como	
  
isso	
  pode	
  influenciar	
  nos	
  dias	
  atuais.	
  	
  
	
  
	
  
4	
  
Para	
   um	
   estudo	
   qualificado	
   sobre	
   paleocorrentes	
   é	
   importante	
   levar	
   em	
  
consideração	
  alguns	
  fatores,	
  tais	
  como	
  o	
  estudo	
  das	
  estruturas	
  sedimentares	
  naturais	
  do	
  
local,	
  a	
  estratificação,	
  a	
  relação	
  entre	
  as	
  estruturas	
  presente	
  no	
  local,	
  a	
  classificação	
  das	
  
mesmas	
   e	
   correlacionar	
   todos	
   esses	
   critérios	
   à	
   estudos	
   prévios	
   avançados	
   da	
  
sedimentologia.	
  `	
  
Este	
   artigo	
   fará	
   uma	
   breve	
   abordagem	
   à	
   metodologia	
   para	
   a	
   obtenção	
   e	
  
tratamento	
   de	
   dados	
   de	
   paleocorrentes,	
   assim	
   como,	
   exemplificará	
   as	
   mudanças	
   na	
  
paleocirculação	
  da	
  porção	
  oeste	
  do	
  Atlântico	
  Sul.	
  Essas	
  mudanças	
  ocorreram	
  nos	
  períodos	
  
do	
   Último	
   Máximo	
   Glacial,	
   Última	
   Deglaciação	
   e	
   do	
   Holoceno,	
   os	
   quais	
   validam	
   os	
  
modelos	
   da	
   circulação	
   oceânica.	
   Assim,	
   o	
   estudo	
   da	
   paleocorrente	
   se	
   mostrou	
  
fundamental	
   para	
   o	
   entendimento	
   das	
  mudanças	
   que	
   ocorreram	
   no	
   passado	
   geológico	
  
dessa	
  região.	
  	
  
	
  
Palavras-­‐chave:	
   Paleocorrentes.	
   Estratificação.	
   Corrente	
   unimodal.	
   Corrente	
   bimodal.	
  
Litofáceis.	
  
	
  
Introdução	
  
As	
   paleocorrentes	
   são	
   características	
   apresentadas	
   pelas	
   camadas	
   sedimentares	
  
em	
  forma	
  de	
  correntes	
  antigas,	
  as	
  quais	
  se	
  encontram	
  nos	
  leitos	
  rochosos,	
  onde	
  também	
  
se	
   verifica	
   as	
   estruturas	
   sedimentares	
   orientadas.	
   Elas	
   sofreram	
   deposição	
   e	
   registram	
  
fluxos	
  que	
  ocorreram	
  no	
  passado,	
  com	
  isso	
  atualmente	
  são	
  utilizadas	
  como	
  indicadores	
  de	
  
paleocorrentes	
   (Potter	
   e	
   Pettijohn,	
   1977).	
   Esses	
   registros	
   fornecem	
   informações	
   da	
  
paleogeografia,	
  da	
  paleoencosta,	
  das	
  direções	
  da	
  corrente	
  e	
  	
  	
  da	
  interpretação	
  de	
  fáceis,	
  
sendo	
   necessários	
   para	
   uma	
   descrição	
   completa	
   e	
   satisfatória.	
   Feições	
   de	
   rochas	
  
sedimentares	
  também	
  podem	
  ser	
  utilizadas	
  como	
  indicadores	
  de	
  paleocorrentes,	
  algumas	
  
Paleocorrentes	
  	
  
	
  
	
   5	
  
estruturas	
   registram	
   o	
   sentido	
   do	
   movimento	
   (azimute)1	
   da	
   corrente	
   enquanto	
   outras	
  
apenas	
  mostram	
  a	
   linha	
  do	
  movimento(direção).	
  A	
  análise	
  de	
   fácies	
   sedimentares	
  e	
  de	
  
paleocorrentes	
  permite	
  a	
  obtenção	
  de	
  elementos	
  para	
  interpretações	
  paleogeográficas	
  do	
  
ambiente	
   em	
   diferentes	
   intervalos	
   de	
   tempo,	
   possibilitando	
   interpretações	
   da	
  
proveniência	
  de	
  sedimentos.	
  	
  
Seu	
   fluxo	
   pode	
   ser	
   unidirecional	
   ou	
   bidirecional,	
   onde	
   o	
   unidirecional	
   é	
   quando	
  
indicam	
   informações	
   certeiras	
   sobre	
   a	
   direção	
   do	
   fluxo	
   da	
   corrente	
   no	
   passado	
   e	
   o	
  
bidirecional	
  indica	
  duas	
  direções	
  para	
  o	
  fluxo.	
  O	
  fluxo	
  unidirecional	
  é	
  representado	
  pelas	
  
camadas	
   frontais,	
   turboglifos	
   e	
   sobreposição	
   de	
   clastos.	
   Enquanto	
   que	
   os	
   bidirecionais,	
  
são	
   representados	
   por	
   fragmentos	
   de	
   árvores,	
   clastos	
   alongados,	
   marca	
   lavrada	
   por	
  
objeto,	
  mascas	
  de	
  sola	
  e	
  lineação	
  de	
  partição	
  (Nichols,	
  1999).	
  Lineação	
  de	
  partição	
  ocorre	
  
quando	
  uma	
  estrutura	
   linear	
  se	
  apresenta	
   repetidamente	
  em	
  uma	
  determinada	
  rocha	
  e	
  
isso	
  ocorre	
  quando	
  o	
  fluxo	
  tem	
  duas	
  direções.	
  
Além	
  de	
  constituir	
  uma	
  antiga	
  barreira	
   fisiográfica,	
  a	
  paleocorrente	
  é	
  constituída	
  
por	
  um	
  importante	
  dado	
  da	
  paleogeografia	
  que	
  é	
  a	
  diferenciação	
  biogeográfica.	
  O	
  registro	
  
de	
  associações	
  biogeograficamente	
  compatíveis,	
  em	
  pontos	
  hoje	
  distantes	
  entre	
  si,	
  indica	
  
que,	
   estas	
   localidades	
   estiveram	
   mais	
   próximas	
   num	
   passado	
   geológico,	
   auxiliando	
   e	
  
retificando	
   na	
   reconstrução	
   dessas	
   paleocorrentes	
   (Mitsuru,	
   2007).	
   Os	
   métodos	
   de	
  
estudos,	
   com	
   as	
   medidas	
   das	
   paleocorrente,	
   visam	
   caracterizar	
   depósitos	
   aluviais	
   e	
  
buscam	
   o	
   reconhecimento	
   de	
   diferentes	
   associações	
   fáceis.	
   E	
   os	
   diversos	
   padrões	
   de	
  
distribuição	
   energética	
   em	
   um	
   dado	
   ambiente	
   deposicional	
   apresentam	
   a	
   direção	
   de	
  
crescimento	
  das	
  formas	
  de	
  leito.	
   
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
1	
  “Ângulo	
  medido	
  no	
  plano	
  horizontal	
  entre	
  o	
  meridiano	
  do	
  lugar	
  do	
  observador	
  e	
  o	
  plano	
  vertical	
  
que	
  contém	
  o	
  ponto	
  observado.	
  As	
  medidas	
  de	
  azimute	
  podem	
  variar	
  de	
  0°	
  a	
  360°	
  e	
  as	
  medidas	
  
são	
  feitas	
  em	
  quadrantes,	
  em	
  sentido	
  horário.	
  São	
  quatro	
  quadrantes,	
  cada	
  uma	
  com	
  uma	
  medida	
  
diferente.”	
  (Borba,	
  2004)	
  
	
  
	
  
	
  
6	
  
As	
   análises	
   de	
   paleocorrentes	
   apresentam	
   informações	
   fundamentais	
   para	
  
mapeamentos	
  de	
  corpos	
  sedimentares,	
  caracteriza	
  barras,	
  canais	
  e	
  lençóis	
  de	
  areia,	
  bem	
  
como	
  define	
  a	
  direção	
  do	
  seu	
  deslocamento.	
  Esses	
   registros	
   fornecidos	
  são	
   importantes	
  
no	
  intuito	
  de	
  identificar	
  o	
  grau	
  de	
  variabilidade	
  da	
  paleocorrente	
  e	
  assim	
  relacionar	
  com	
  a	
  
própria	
  natureza	
  do	
  local.	
  
Revisão	
  
• Medições	
  de	
  paleocorrentes	
  
Para	
   se	
   verificar	
   o	
   sentido	
   principal	
   de	
   uma	
   paleocorrente	
   são	
   feitas	
   várias	
  
medições,	
  as	
  quais	
  necessitam	
  de	
  uma	
  manipulação	
  consciente.	
   Independentemente	
  da	
  
quantidade	
  de	
  camadas,	
  quanto	
  mais	
  medidas	
  se	
  obtêm,	
  maior	
  será	
  a	
  proximidade	
  entre	
  
o	
   dado	
   obtido	
   e	
   o	
   dado	
   verdadeiro	
   da	
   medição.	
   No	
   entanto,	
   é	
   importante	
   levar	
   em	
  
consideração	
  a	
  questão	
  da	
  variabilidade	
  das	
  medidas,	
  a	
  amplitude	
  da	
  medição.	
  	
  
Para	
  uma	
  corrente	
  bimodal	
  que	
  apresente	
  somente	
  uma	
  litofácies	
  identificada,	
  os	
  
valores	
  podem	
  ser	
   coletados	
  a	
  partir	
   de	
   somente	
  uma	
  das	
   camadas	
  dessa	
   litofácies	
  ou,	
  
caso	
  os	
  valores	
  venham	
  a	
  coincidir	
  semelhantemente,	
  as	
  medições	
  podem	
  ser	
  coletadas	
  a	
  
partir	
  de	
  várias	
  camadas.	
  Quando	
  trata-­‐se	
  de	
  uma	
  corrente	
  unimodal,	
  há	
  poucos	
  pontos	
  
para	
  se	
  obter	
  um	
  grande	
  número	
  de	
  leituras	
  (Tucker,	
  2014). 
	
  
Figura	
  1:	
  “Os	
  quatro	
  tipos	
  principais	
  de	
  padrão	
  de	
  paleocorrentes,	
  representados	
  por	
  meio	
  de	
  um	
  
diagrama	
   de	
   roseta	
   (com	
   intervalos	
   de	
   30°).	
   A	
   convenção	
   é	
   plotar	
   os	
   dados	
   dos	
   azimutes	
   das	
  
Paleocorrentes	
  	
  
	
  
	
   7	
  
paleocorrentes	
  com	
  o	
  significado	
  de	
  "fluxo	
  para".	
  Assim,	
  seja	
  para	
  o	
  caso	
  do	
  exemplo	
  unimodal	
  (à	
  
esquerda),	
  a	
  corrente	
  estava	
  fluindo	
  do	
  sul	
  para	
  o	
  norte”	
  (Tucker,	
  2014).	
  
Para	
   a	
   dedução	
   de	
   um	
  padrão	
   de	
   paleocorrentes	
   ao	
   longo	
   de	
   toda	
   uma	
   área,	
   é	
  
necessário	
  cerca	
  de	
  20	
  a	
  30	
  medições	
  em	
  uma	
  exposição,	
  essas	
  medições	
  são	
  satisfatórias	
  
para	
   fornecer	
   um	
   vetor	
   principal	
   que	
   irá	
   indicar	
   a	
   paleocorrente	
   do	
   local.	
   É	
   necessário	
  
também	
  encontrar	
  nas	
  redondezas	
   imediatas	
  e	
  mais	
  distantes,	
  outros	
  afloramentos	
  com	
  
as	
  mesmas	
  fáceis.	
  Caso	
  a	
  amplitude	
  das	
   leituras	
  seja	
  grande	
  dentro	
  de	
  uma	
  camada,	
  ou	
  
seja,	
  tenha	
  um	
  grande	
  grau	
  de	
  variabilidade,	
  é	
  preciso	
  ser	
  coletado	
  um	
  número	
  maior	
  de	
  
medidas	
  (mais	
  de	
  20	
  ou	
  mais	
  de	
  50	
  medidas,	
  dependendo	
  da	
  variabilidade)	
  para	
  o	
  sentido	
  
da	
  paleocorrente	
  principal	
  ser	
  verificado.	
  É	
  importante	
  salientar	
  que	
  falhas	
  nas	
  leituras	
  e	
  
interpretações	
   dos	
   dados	
   podem	
   acontecer	
   e	
   resultar	
   em	
   um	
   erro	
   não	
   intencionado,	
  
porém,	
  sério.	
  	
  
O	
   tectonismo	
  pode	
  mudar	
  a	
   forma	
  ou	
  a	
  orientação	
  das	
  estruturas	
  sedimentares,	
  
isso	
   pode	
   resultar	
   na	
   obtenção	
   de	
   medidas	
   não	
   representativas	
   no	
   que	
   diz	
   respeito	
   a	
  
direção	
  real	
  da	
  paleocorrente.	
  	
  O	
  basculamento	
  é	
  uma	
  simples	
  mudança	
  do	
  plano	
  no	
  quala	
  estrutura	
  sedimentar	
  pertence,	
  já	
  a	
  deformação	
  é	
  o	
  processo	
  que	
  modifica	
  a	
  forma	
  de	
  
uma	
  estrutura.	
  Essas	
  duas	
  mudanças,	
  basculamento	
  e	
  deformação,	
  podem	
  ocorrer	
  devido	
  
ao	
  tectonismo	
  (Tucker,	
  2014).	
  	
  	
  
	
  
Estruturas	
  para	
  medições	
  de	
  paleocorrentes	
  
-­‐Estratificação	
  Cruzada2	
  
A	
  estratificação	
  cruzada	
  pode	
  ser	
  originada	
  pela	
  migração	
  de	
  dunas	
  subaquáticas	
  e	
  
ondas	
   de	
   areias,	
   e	
   por	
   dunas	
   eólicas.	
   Esse	
   tipo	
   de	
   estratificação	
   é	
   particularmente	
  
adequado	
  para	
  a	
  medição	
  de	
  paleocorrentes.	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
2	
   “Tipo	
  mais	
   comum	
  de	
   estratificação,	
  cujas	
   camadas	
   aparecem	
   inclinadas	
   umas	
   em	
   relação	
   às	
  
outras,	
  e	
  em	
  relação	
  à	
  atitude	
  da	
  formação	
  como	
  um	
  todo,	
  isto	
  deve-­‐se	
  a	
  variações	
  na	
  intensidade	
  
e/ou	
  mudanças	
  na	
  direção	
  do	
  agente	
  de	
  transporte.”	
  (Marangon,	
  2006).	
  
	
  
	
  
8	
  
	
  O	
  ângulo	
  máximo	
  de	
  mergulho3	
  nos	
  fornece	
  
a	
  direção	
  da	
  paleocorrente	
  no	
  caso	
  da	
  estratificação	
  
cruzada	
   planar4.	
   Se	
   houver	
   somente	
   uma	
   face	
   na	
  
qual	
  se	
  verifica	
  a	
  estratificação	
  as	
  leituras	
  tornam-­‐se	
  
menos	
  satisfatórias,	
  pois	
  é	
  a	
  orientação	
  de	
  somente	
  
uma	
   face	
   observada,	
   a	
   qual	
   é	
   improvável	
   que	
   seja	
  
exatamente	
   a	
   direção	
   da	
   paleocorrente.	
   Devido	
   a	
  
esse	
   fato,	
   um	
   exame	
   minucioso	
   pode	
   ser	
   feito	
  
mostrando	
   algo	
   da	
   superfície	
   da	
   estratificação,	
  
assim,	
   determinando	
   a	
   direção	
   de	
   mergulho	
  
verdadeira.	
   Se	
   também	
   isso	
   for	
   impossível,	
  não	
  há	
  
alternativa	
  a	
  não	
  ser	
  medir	
  apenas	
  a	
  orientação	
  da	
  superfície	
  da	
  exposição	
  rochosa.	
  	
  
-­‐Estratificação	
  cruzada	
  acanalada	
  
A	
  forma	
  do	
  extrato	
  cruzado	
  necessita	
  
ser	
  claramente	
  observável	
  ao	
  ponto	
  de	
  que	
  a	
  
direção	
   do	
   mergulho	
   do	
   eixo	
   de	
  
acanalamento	
   possa	
   ser	
   medida	
   com	
  
precisão.	
   Devido	
   à	
   forma	
   dos	
   estratos	
  
cruzados	
   acanalado,	
   as	
   exposições	
   verticais	
  
podem	
   mostrar	
   variação	
   da	
   direção	
   de	
  
mergulho	
  e	
  da	
  estratificação	
  cruzada	
  maior	
  que	
  90°	
  em	
  relação	
  à	
  direção	
  real	
  da	
  corrente,	
  
desse	
  modo,	
   esse	
   tipo	
   de	
   estratificação	
   é	
   inconfiável	
   para	
  medir	
   paleocorrente	
   e	
   deve	
  
somente	
  ser	
  utilizado	
  como	
  um	
  último	
  recurso.	
  
	
  
	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
3“É	
  verificada	
  quando	
  os	
  grãos	
  são	
  depositados	
  sobre	
  o	
  plano	
  mais	
  íngreme	
  e	
  inclinado	
  no	
  sentido	
  
da	
  corrente.”	
  (Louis	
  e	
  Ladeira,	
  1976).	
  
4	
  “Mergulho	
  de	
  uma	
  camada	
  é	
  o	
  ângulo	
  de	
  máxima	
  declividade	
  da	
  mesma,	
  medido	
  em	
  um	
  plano	
  
vertical	
  perpendicular	
  à	
  sua	
  direção."	
  (Frank,	
  Raymond,	
  John	
  e	
  Thomas,	
  2006).	
  
Figura	
  2:	
  Os	
  4	
  principais	
  tipos	
  de	
  
estratificação	
  cruzadas.	
  
Figura	
  3	
  Estratificação	
  cruzada	
  acanalada.	
  
Paleocorrentes	
  	
  
	
  
	
   9	
  
Apresentação	
  de	
  resultados	
  
As	
   medidas	
   de	
   paleocorrentes	
   são	
   agrupadas	
   em	
   classes	
   de	
   intervalos	
   de	
   graus,	
  
dependendo	
  do	
  número	
  de	
   variabilidade	
  das	
   leituras,	
   e	
   então	
  plotadas	
  no	
  diagrama	
  de	
  
roseta.	
   Este	
   diagrama	
   representa	
   as	
   direções	
   e	
   frequências	
   das	
   medidas	
   coletadas	
   em	
  
uma	
   área.	
   Embora	
   a	
   direção	
   da	
   paleocorrente	
   predominante	
   seja	
   usualmente	
   óbvia	
   no	
  
diagrama	
  de	
  roseta,	
  para	
  um	
  trabalho	
  mais	
  preciso	
  é	
  necessário	
  calcular	
  a	
  direção	
  média	
  
da	
   paleocorrente.	
   Também	
   tem	
   igual	
   importância	
   o	
   cálculo	
   da	
   variância	
   dos	
   dados.	
   O	
  
vetor	
   médio	
   e	
   a	
   dispersão	
   podem	
   ser	
   calculados	
   somente	
   para	
   um	
   padrão	
   de	
  
paleocorrente	
  unimodal.	
  Porém,	
  se	
  houver	
  uma	
  distribuição	
  bimodal	
  com	
  duas	
  direções	
  
de	
  correntes	
  evidentes,	
  pode-­‐se	
  separar	
  os	
  dados	
  em	
  duas	
  componentes	
  e	
  calcular	
  os	
  dois	
  
vetores	
  médios	
  para	
  encontrar	
  a	
  direção	
  geral	
  de	
  cada	
  uma	
  (Tucker,	
  2014).	
  Para	
  deduzir	
  o	
  
vetor	
   médio	
   a	
   partir	
   de	
   estruturas	
   que	
   fornecem	
   o	
   azimute,	
   cada	
   leitura	
   deve	
   ser	
  
considerada	
  como	
  tendo	
  direção	
  e	
  magnitude.	
  Os	
  componentes	
  norte-­‐sul	
  e	
  leste-­‐oeste	
  de	
  
cada	
  vetor	
  são,	
  então,	
  calculados	
  pela	
  multiplicação	
  da	
  magnitude	
  pelo	
  cosseno	
  e	
  seno	
  do	
  
azimute	
  respectivamente.	
   
	
  
• Mudanças	
  na	
  paleocirculação	
  da	
  porção	
  oeste	
  do	
  Atlântico	
  sul	
  
A	
   analises	
   de	
   períodos,	
   	
   a	
   Último	
   Máximo	
   Glacial,	
   Última	
   Deglaciação	
   e	
   o	
  
Holoceno,	
  apresentarem	
  dados	
  de	
  reconstituição	
  na	
  porção	
  oeste	
  do	
  Atlântico	
  Sul,	
  o	
  quais	
  
indicam	
   as	
   condições	
   de	
   contorno	
   e	
   mudanças	
   na	
   paleocirculação	
   da	
   porção	
   oeste	
   do	
  
Atlântico	
   Sul.	
   O	
   Último	
   Máximo	
   Glacial	
   ocorreu	
   entre	
   23	
   e	
   19	
   mil	
   anos,	
   a	
   Última	
  
Deglaciação	
   	
  ocorreu	
  entre	
  aproximadamente	
  19	
  mil	
  e	
  11.700	
  anos	
  e	
  o	
  Holoceno	
   foi	
  há	
  
11.700	
   anos	
   até	
   os	
   dias	
   atuais,	
   a	
   partir	
   dos	
   estudos	
   das	
   paleocorrentes	
   nesse	
   locas	
   foi	
  
possível	
  validar	
  modelos	
  da	
  circulação	
  oceânica	
  (Knorr	
  e	
  Lohmann,	
  2003;	
  Otto-­‐Bliesner	
  et	
  
al.,	
  2007;	
  Dias	
  et	
  al.,	
  2009).	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
10	
  
O	
  ÚLTIMO	
  MÁXIMO	
  GLACIAL	
  
Na	
  porção	
  oeste	
  do	
  Atlântico	
  Sul,	
  duranteo	
  último	
  máximo	
  glacial,	
  ocorreu	
  um	
  
decréscimo	
   entre	
   um	
   e	
   dois	
   graus	
   Celsius	
   na	
  média	
   anual	
   da	
   temperatura.	
   Em	
   adição,	
  
índices	
  mostraram	
  que	
  ocorreu	
  um	
  resfriamento	
  entre	
  quatro	
  e	
  oito	
  graus	
  Celsius	
  durante	
  
o	
  verão	
  nesse	
  local.	
  	
  
Durante	
   esse	
   período	
   ocorre	
   uma	
   distribuição	
   vertical	
   das	
   massas	
   de	
   água	
  
relativamente	
  distinta,	
   tais	
   como:	
  diminuição	
  da	
  profundidade	
  em	
  que	
  ocorre	
   a	
   intensa	
  
dissolução	
   da	
   calcita	
   (lisóclina),	
   diminuição	
   da	
   	
   Água	
   Intermediária	
   Antártica	
   (de	
  
aproximadamente	
  1.500	
  à	
  1.000	
  metros)	
  (Came	
  et	
  al.,	
  2003;	
  Curry	
  e	
  Oppo,	
  2005;	
  Makou	
  
et	
  al.,	
  2010),	
  ocorrência	
  da	
  Água	
  Profunda	
  do	
  Atlântico	
  Norte	
  (que	
  vem	
  do	
  norte)	
  e	
  	
  uma	
  
massa	
   de	
   água	
   chamada	
   Água	
   Antártica	
   de	
   Fundo,	
   sendo	
   esta	
   proveniente	
   do	
   sul	
  	
  
(Stramma	
   e	
   England,	
   1999;	
   Curry	
   e	
   Oppo,	
   2005).	
   Contudo,	
   algumas	
   consequências	
   são	
  
geradas	
   	
   a	
   partir	
   dessas	
   mudanças	
   ocorridas,	
   tais	
   como:	
   	
   a	
   capacidade	
   do	
   Oceano	
  
Atlântico	
  em	
  aprisionar	
  CO2	
  da	
  atmosférico	
  (Skinner	
  et	
  al.,	
  2010)	
  e	
  a	
  transporte	
  de	
  calor	
  e	
  
nutrientes	
  ao	
  longo	
  do	
  oceano	
  (Ganachaud	
  e	
  Wunsch,	
  2000;	
  Sarmiento	
  et	
  al.,	
  2004).	
  	
  	
  
A	
  ÚLTIMA	
  DEGLACIAÇÃO	
  
A	
   última	
   deglaciação	
   apresentou	
   eventos	
   climáticos	
   bruscos	
   que	
   indicaram	
   a	
  
modificações	
   na	
   paleocirculação	
   da	
   porção	
   oeste	
   do	
   Atlântico	
   Sul.	
   Tais	
   como	
   o	
  
aprisionamento	
  de	
  energia	
  em	
   forma	
  de	
  calor	
  nas	
   camadas	
   superficiais	
  do	
  Atlântico	
  Sul	
  
(Carlson	
  et	
  al.,	
  2008;	
  Barker	
  et	
  al.,	
  2009).	
  
Devido	
  às	
  mudanças	
  no	
  fluxo	
  da	
  massa	
  d'água	
  Central	
  que	
  possui	
  alta	
  salinidade,	
  
a	
  qual	
  vem	
  do	
  Oceano	
  Índico	
  e	
  vai	
  para	
  o	
  Atlântico	
  Sul,	
  a	
  termoclina	
  permanente	
  mostra	
  
valores	
   de	
   temperatura	
   e	
   salinidade	
   opostos	
   aos	
   da	
   última	
   deglaciação	
   (Chiessi	
   et	
   al.,	
  
2008),	
   ou	
   seja,	
   resultando	
   em	
  mudanças	
   na	
   termoclina	
   permanente.	
   Uma	
  mudança	
   na	
  
termoclina	
   permanente	
   de	
   um	
   determinado	
   local	
   pode	
   acarretar	
   uma	
   grande	
  
diferenciação	
   nas	
   características	
   da	
   presente	
   área,	
   tanto	
   englobando	
   a	
   biota	
   e	
   as	
  
propriedades	
  físico-­‐químicas	
  do	
  ambiente	
  em	
  questão.	
  	
  
Paleocorrentes	
  	
  
	
  
	
   11	
  
De	
   acordo	
   com	
   Hendry	
   et	
   al.	
   (2012),	
   nas	
   águas	
   intermediarias	
   ocorreram	
  
marcantes	
   elevações	
  no	
   conteúdo	
  de	
  nutrientes,	
   devido	
   a	
   ressurgência	
  mais	
   intensa	
   ao	
  
redor	
   da	
   Antártida	
   em	
   resultado	
   do	
   alinhamento	
   entre	
   a	
   porção	
   central	
   dos	
   ventos	
   de	
  
Oeste	
  e	
  da	
  Corrente	
  Circumpolar	
  Antártica.	
  Esse	
  alinhamento	
  dos	
  ventos	
  com	
  a	
  corrente	
  
apresentará	
   um	
   empilhamento	
   de	
   água	
   no	
   oceano,	
   e	
   devido	
   ao	
   equilíbrio	
   de	
   forças	
  
atuantes	
   (força	
   de	
   fricção	
   do	
   vento,	
   fluxo	
   geostrófico,	
   força	
   de	
   Coriollis,	
   transporte	
   de	
  
Ekman),	
  a	
  componente	
  resultante	
  dessas	
  forças	
  terá	
  em	
  um	
  transporte	
  líquido	
  de	
  Ekman	
  
(m2/s)	
   para	
   realizar	
   o	
   balanço	
  de	
  massas.	
  Assim,	
   águas	
   profundas,	
  mais	
   frias,	
   irá	
   para	
   a	
  
superfície	
  levando	
  consigo	
  nutrientes	
  (pois	
  geralmente	
  águas	
  mais	
  frias	
  são	
  mais	
  ricas	
  em	
  
nutrientes).	
  
O	
  HOLOCENO	
  
Segundo	
   Razik	
   et	
   al.	
   (2013),	
   as	
   águas	
   da	
   margem	
   continental	
   da	
   Argentina	
  
entraram	
   sobre	
   a	
   do	
   Sul	
   do	
   Brasil,	
   há	
   oito	
   mil	
   anos.	
   Voigt	
   et	
   al.	
   (2013)	
   descreveu	
   a	
  
intensificação	
  do	
  fenômeno	
  El	
  Niño	
  durante	
  dezenas	
  de	
  anos,	
  no	
  Holoceno,	
  que	
  causaram	
  
aumento	
   na	
   precipitação,	
   o	
   que	
   resultou	
   em	
   um	
   maior	
   volume	
   de	
   água	
   na	
   bacia	
   de	
  
drenagem	
  do	
  Rio	
  da	
  Prata	
  e	
  uma	
  maior	
  intensidade	
  de	
  ventos	
  de	
  Nordeste	
  nessa	
  região.	
  
No	
  Cabo	
  Frio,	
  Souto	
  et	
  al.	
  (2011)	
  ocorreram	
  dois	
  períodos	
  de	
  intensificação	
  do	
  fenômeno	
  
de	
  ressurgência	
  ao	
  longo	
  dos	
  últimos	
  1.200	
  anos.	
  
	
  
Conclusão	
  	
  
Os	
   registros	
   de	
   paleocorrentes	
   fornecem	
   diretrizes	
   que	
   servem	
   para	
   auxiliar	
  
modelos	
  numéricos	
  do	
  sistema	
  climático,	
  assim	
  como	
  são	
  ferramentas	
  úteis	
  e	
  conceituais	
  
que	
   ajudam	
   a	
   compreender	
   principalmente	
   o	
   comportamento	
   e	
   dinâmica	
   dos	
   fluxos	
  
pretéritos.	
  Observa-­‐se	
  também	
  que	
  a	
  necessidade	
  de	
  se	
  entender	
  a	
  dinâmica	
  oceânica	
  ao	
  
longo	
  dos	
  anos	
  fez	
  com	
  que	
  as	
  técnicas	
  de	
  obtenção	
  de	
  dados	
  de	
  paleocorrentes	
  fossem	
  
sendo	
  aprimoradas.	
  
	
  
	
  
12	
  
O	
   método	
   escolhido	
   para	
   medições	
   de	
   paleocorrentes	
   irá	
   depender	
   da	
  
geomorfologia	
   do	
   ambiente	
   estudado	
   já	
   que	
   há	
   uma	
   grande	
   variedade	
   de	
   métodos	
  
possíveis,	
   além	
   disso	
   a	
   quantidade	
   de	
   informações	
   visivelmente	
   disponível	
   neste	
   local,	
  
fornece	
   uma	
   leitura	
   e	
   obtenção	
   de	
   dados	
   fácil	
   sem	
   comprometer	
   a	
   qualidade	
   dos	
  
resultados.	
   	
   A	
   associação	
   de	
   duas	
   ou	
   mais	
   técnicas	
   para	
   a	
   obtenção	
   de	
   dados	
   de	
  
paleocorrentes	
   também	
   pode	
   ser	
   feita,	
   melhorando	
   e	
   ampliando,	
   a	
   confiabilidade	
   dos	
  
resultados.	
   	
   Assim,	
   é	
   visto	
   que	
   a	
   análise	
   de	
   fácies	
   sedimentares	
   e	
   de	
   paleocorrentes	
  
permite	
   a	
   obtenção	
   de	
   elementos	
   para	
   interpretações	
   paleogeográficas	
   em	
   diferentes	
  
intervalos	
  de	
  tempo,	
  o	
  que	
  possibilita	
  interpretações	
  sobre	
  a	
  proveniência	
  dos	
  sedimentos	
  
de	
   determinada	
   região.	
   A	
   correlação	
   de	
   dados	
   de	
   paleocorrentes	
   com	
   dados	
   de	
  
subsuperfície	
   oceânica	
   oferece	
   tambéma	
   possibilidade	
   de	
   interpretações	
   mais	
  
abrangentes	
  e	
  detalhadas	
  de	
  uma	
  continuidade	
  oceânica	
   lateral	
  e	
  vertical	
  de	
  áreas	
  com	
  
pouca	
  exposição	
  dados.	
  
Com	
   o	
   auxilio	
   métodos	
   de	
   análise	
   de	
   paleocorrentes	
   foi	
   possível	
   obter	
   o	
  
conhecimento	
  a	
  respeito	
  das	
  mudanças	
  na	
  paleocirculação	
  da	
  porção	
  oeste	
  do	
  Atlântico	
  
Sul,	
  porém	
  essas	
  informações	
  ainda	
  são	
  restritas	
  devido	
  a	
  pouca	
  demanda	
  de	
  estudos	
  com	
  
resolução	
   temporal	
   e	
  modelos	
   de	
   idades	
   confiáveis	
   existem.	
   Esse	
   acesso	
   limitado	
   pode	
  
dificultar	
  o	
  entendimento,	
  mas	
  os	
  estudos	
  existentes	
  mostram	
  que	
  mudanças	
  bruscas	
  da	
  
última	
   glaciação	
   e	
   do	
   último	
   interglacial	
   apresentam	
   cenários	
   de	
   uma	
   mudança	
   na	
  
circulação	
  no	
  passado	
  geológico	
  da	
  porção	
  oeste	
  do	
  Atlântico	
  Sul.	
  Concluímos,	
  que	
  é	
  clara	
  
a	
   grande	
   importância	
   desses	
   estudos	
   para	
   o	
   aprimoramento	
   científico	
   e	
   mais	
  
investimentos	
  de	
  métodos	
  e	
  projetos	
  nessa	
  área	
  precisam	
  ser	
  realizados.	
  	
  
	
  
REFERÊNCIAS	
  	
  
ARAI,	
  M.	
  Sucessão	
  das	
  associações	
  de	
  dinoflagelados	
  (protista,	
  pyrrhophyta)	
  ao	
  longo	
  das	
  
colunas	
   estratigráficas	
   do	
   cretáceo	
   das	
   bacias	
   da	
   margem	
   continental	
   brasileira:	
   uma	
  
análise	
  sobre	
  o	
  ponto	
  de	
  vista	
  paleoceanográfico	
  e	
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