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Utilização de pastagens - Manejo do pastejo

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Curso Especialização em Bovinocultura 
 
 
 
 
 
UTILIZAÇÃO DE PASTAGENS – MANEJO DO 
PASTEJO 
 
 
 
 
 
Daniel Rume Casagrande 
Departamento de Zootecnia – UFLA 
danielcasagrande@dzo.ufla.br 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Altura do dossel, Diferimento de pastagem, Estrutura do 
dossel, Lotação contínua, Lotação rotativa, 
 
Lavras, 2015 
A forragem oriunda de pastagem é base da alimentação de bovinos no 
Brasil. Embora exista o consenso de que a utilização de pastagem na 
alimentação de ruminantes seja de menor custo, a falta de conhecimento de 
como usa-la pode custar caro. É comum observar erros no manejo do pastejo 
que afetam as respostas das plantas e dos animais, o que reduz a renda e 
eleva os custos por unidade de produto. Para uso correto de pastagens tem-se 
que entender os processos que determinam as respostas das plantas e 
animais e saber como utilizá-los. Assim o objetivo com esse texto é entender 
como controlar processos de produção e utilização de forragem em pastagens. 
A forma mais eficiente de determinar as respostas das plantas e dos 
animais é por meio do controle da estrutura e arquitetura do dossel forrageiro, 
independente do método de lotação. 
O que é estrutura e arquitetura do dossel? 
Estrutura do dossel: Biomassa, composição botânica e 
morfológica do dossel forrageiro 
Arquiterura do dossel: Distribuição e arranjo espaciais das 
partes contituintes do dossel. 
Métodos de lotação 
Método de lotação refere-se ao procedimento ou técnica de manejo que 
controla a colheita de forragem pelos animais (Pedreira, 2013). Durante 
período de maior produção de forragem (águas) os métodos de lotação podem 
ser divididos em dois grupos: lotação contínua ou alguma variação de lotação 
intermitente (rotativa). 
Métodos de lotação 
Lotação contínua: Método que os animais tem acesso initerrupto 
a toda área da pastagem , durante toda estação de pastejo. 
Lotação rotativa: Métodos que fazem uso de períodos 
alternados de desfolhação e de descanso em duas ou mais subunidades 
(piquetes) 
(Pedreira, 2013) 
Lotação contínua 
 
É comum muitas pessoas associarem lotação contínua como método 
extensivo, o que é um erro conceitual muito grave. Este confundimento ocorre 
por associarem a este método o uso de taxa de lotação fixa. O uso de taxa de 
lotação fixa não permite controle sobre a estrutura e arquitetura do dossel, 
sendo que essas variáveis ficam dependentes das condições climáticas. No 
entanto, quando utilizamos lotação contínua com controle da estrutura do 
dossel é possível obter excelentes resultados de desempenho animal individual 
e por área. Para entendermos os princípios de uso da lotação contínua alguns 
pontos devem ser compreendidos: 
Como controlar a estrutura dossel utilizando método de lotação 
continua? 
Muitos pode imaginar que não é possível controlar a estrutura do dossel 
sob lotação contínua, pois os animais tem toda a área da pastagem disponível 
para ser pastejada. No entanto, devemos entender que os animais não 
pastejam o mesmo local todos os dias. Os próprios animais alteram os locais 
de pastejo ao longo dos dias, definindo uma frequência e intensidade de 
pastejo de acordo com período que retornam ao mesmo local. Frequência e 
intensidade de desfolhação são as variáveis que definem a estrutura do dossel. 
Portanto se conseguirmos manipula-las podemos controlar a estrutura do 
dossel. O ajuste na taxa de lotação permite aumentar ou reduzir a frequência e 
intensidade de desfolhação. Assim o controle da estrutura do dossel se dá pelo 
ajuste na taxa de lotação, com a finalidade de regular produção com consumo 
de forragem. Dessa forma, épocas com maior produção de forragem aumenta 
a taxa de lotação e vice e versa. Em dossel com a mesma taxa de acúmulo de 
forragem o aumento da taxa de lotação irá refletir em maior frequência e 
intensidade de desfolhação. Assim, objetiva-se com ajuste na taxa de lotação 
controlar o processo de desfolhação, uma vez que animais alimentam-se 
preferencialmente de folhas e planta necessita de folhas para realizar 
fotossíntese. A falta de ajuste compromete o consumo dos animais ou a taxa 
fotossintética e consequentemente o crescimento das plantas forrageiras. Com 
base no exposto é evidente que não da para utilizar esse método sem divisão 
de pastagens. Em uma propriedade se faz necessário divisões de pastagem 
com base da topografia, forrageira utilizadas, disponibilidade de água entre 
outras, a fim de obter pastagens homogenias para reduzir a concentração de 
pastejo dos animais em determinadas área (super-pastejo) e sub-pastejo em 
outras. 
Qual critério podemos utilizar para ajustar a taxa de lotação? 
Qualquer critério que tenha relação com a estrutura do dossel pode ser 
utilizados, como exemplo: IAF (índice de área foliar), altura do dossel, oferta de 
forragem entre outros. Em pastagens cultivadas o critério mais utilizado é altura 
do dossel, pela facilidade e excelente correlação com a estrutura do dossel. 
Pastos nativos a oferta de forragem é uma boa opção, embora tenha menor 
correlação com estrutura do dossel. 
Como devemos manejar pastos em lotação contínua? 
Para entender como deve ser feito manejo em lotação contínua é 
necessário compreender a respostas das plantas e dos animais a diferentes 
estruturas do dossel. As respostas das plantas a manejo com diferentes alturas 
do dossel segue o mesmo padrão de independe do cultivar, o que muda de 
uma forrageira para outra são apenas os valores absolutos (Da silva e 
Nascimento Junior, 2007). Ao aumentar a altura do dossel há incremento do 
crescimento de forragem, no entanto, ocorre redução da eficiência de utilização 
da forragem. Com isso há aumento da senescência de folhas, de forma que 
dentro de uma faixa de manejo o acúmulo de forragem é o mesmo devido o 
equilíbrio do aumento do crescimento e da senescência (Da Silva, 2013). 
 
Figura 1. Dinâmica do acúmulo de forragem em pastos de Cynodon sp. (Tifton 85, 
Florakirk e Coastcross) mantidos em condições de equilíbrio dinâmico (alturas de 
dossel forrageiro de 5, 10, 15 e 20 cm) por meio de lotação contínua e taxa de lotação 
variável (Adaptado de Pinto, 2000). 
 
 
 
Figura 2. Dinâmica do acúmulo de forragem em pastos de capim-marandu (Brachiaria 
brizantha cv Marandu) mantidos em condições de equilíbrio dinâmico (alturas de 
dossel forrageiro de 10, 20, 30 e 40 cm) por meio de lotação contínua e taxa de 
lotação variável (Adaptado de Sbrissia, 2004). 
 
 
Índice de área foliar
1,3 2,1 2,9 3,6
0
40
80
120
160
200
0 5 10 15 20
Altura do pasto (cm)
Ta
xa
s 
do
s 
pr
oc
es
so
s
(k
g 
de
 M
S
/h
a.
di
a)
Crescimento
Acúmulo Líquido
Senescência
0
20
40
60
80
100
120
140
0 10 20 30 40 50
Altura do pasto (cm)
Ta
xa
s d
os
 pr
oc
es
so
s
(kg
 de
 M
S/
ha
.di
a)
Observa-se nas Figuras 1 e 2 que o padrão de resposta é semelhante 
para capim-marandu e pastos de Cynodon sp., contudo as faixas de alturas 
recomendadas são diferentes de 20 a 40 cm para capim-marandu e 10 a 20 cm 
para os Cynodon sp.. Assim pensando somente nas respostas da planta 
qualquer altura dentro dessa faixa pode ser utilizada. 
A resposta animal também varia em função das alturas de dossel. 
Pastos mais baixos podem provocar redução do consumo de forragem pelos 
animais em função de fatores não nutricionais, relativos ao comportamento 
animal. Com menor consumo em dosséis baixos há redução no desempenho 
individual. Assim obtêm maiores ganhos com animais mantidos nas maiores 
alturas dentro dasfaixas supracitadas. Entretanto, nos dosséis maiores a taxa 
de lotação é menor, em função da menor eficiência de utilização. Assim o 
ganho por área é menor nos dosséis altos (Tabela 1). 
 
Tabela 1 Desempenho de novilhas Nelores sob pastejo em lotação contínua 
em pastagens de capim-marandu, mantidas com três alturas de 
dossel 
Desempenho animal 
Altura do dossel (cm) 
CV% 
15 25 35 
Ganho de peso diário (g/dia) 511 b 608 ab 713 a 22,6 
Taxa de lotação (UA/ha) 5,8 a 4,5 b 3,4 c 6,0 
Ganho por área 
(kg/ha/período das águas) 
636 a 568 ab 498 b 23,1 
Adaptado de Casagrande et al, 2013 
 
Quais limitações de uso de lotação contínua? 
É uma opção de manejo do pastejo para plantas de hábito de 
crescimento prostrado (estoloníferas ou decumbente) ou eretas com pequeno 
alongamento de colmo. Podemos destacar os gêneros: Cynodons spp. e 
Brachiaria. Cultivares dos gêneros: Panicum, Penissetum, Andropogon não 
devem ser manejados sob lotação contínua. Outro limitante para esse método 
é o uso com categorias animais que tenham comportamento influenciado por 
"locais atrativos", por exemplo sala de ordenha para vacas em lactação. Como 
vacas lactantes tem que se deslocarem duas vezes ao dia para serem 
ordenhadas, as mesmas tendem a passarem muito tempo próximo a sala de 
ordenha causando super-pastejo nessas áreas e sub-pastejo nos locais mais 
distantes. Assim podemos dizer que esse método se adéqua mais em sistemas 
de produção de carne. No entanto, é importante salientar que o uso de 
suplementação de médio e alto consumo necessita de que as pastagens sejam 
menores pois o cocho torna-se um atrativo. 
 
Lotação intermitente 
A grande diferença entre lotação intermitente e contínua é a maior 
facilidade de manejo. Em métodos de lotação rotativo é possível controlar 
frequência e intensidade de desfolhação de forma separada, o que não é 
possível em lotação contínua. O controle da frequência se da pelas variações 
nos períodos de descanso, os quais não devem ser fixos ao longo das águas. 
A intensidade de desfolhação é possível controlar com manejo durante o 
rebaixamento do dossel. 
Período de ocupação: Intervalo de tempo em que uma área 
específica de terra (piquete) é ocupada por um ou mais grupos de 
animais em secessão 
Período de permanência: Intervalo de tempo em que um uníco 
grupo de animais ocupa uma área específica de terra (piquete). 
 Período de descanso: Intervalo de tempo em que uma área 
específica de terra (piquete) não é pastejada entre dois período de pastejo 
Ciclo de pastejo: Intervalo de tempo entre o ínicio de sucessivos 
períodos de pastejo em que uma área específica de terra (piquete). 
(Pinto e Avila 2013) 
 
Como controlar a estrutura dossel utilizando método de lotação 
continua? 
Da mesma forma que em lotação contínua na lotação rotativa o controle 
da estrutura do dossel ocorre pela manipulação da frequência e intensidade de 
desfolhação. De forma resumida o controle da estrutura do dossel também 
ocorre com alteração na taxa de lotação, contudo a alteração na taxa de 
lotação pode ser realizada alterando número de animais o a área de pastejo. 
Como planejar um módulo de piquetes para uso de lotação rotativa? 
Primeiro procedimento é definição da área e dimensionamento dos 
piquetes, como regra geral o número de piquetes é dado pela seguinte formula: 
NP = PD + NG 
PP 
 Em que: 
NP = Número de piquetes 
PD = Período de descanso 
PP = Período de permanência (Se NG=1 o PP= Período de ocupação) 
NG = Número de grupos 
Podemos perceber que é preciso definir período de descanso, período 
de ocupação e número de grupos de animais. O número de grupos e período 
de ocupação é definido pelo manejador da pastagem, já período de descanso é 
dependente da planta forrageira, adubação e condições climáticas. 
Normalmente podemos utilizar um ou dois grupos de animais. A opção por dois 
grupos se da quando temos animais de diferentes exigências nutricionais, 
como por exemplo, vacas lactantes. Assim vacas de maior produção pastejam 
primeiro grupo, tendo acesso a forragem de melhor qualidade e animais de 
menor produção fazem o repasse da forrageira. Nesse caso o ideal é que o 
primeiro grupo seja removido da área quando a altura do dossel ainda for 
superior a 60% da de entrada e o segundo pode permanecer na área até a 
altura do dossel corresponder a 40% da de entrada. Quando estamos 
trabalhando com animais de exigência nutricional semelhante, por exemplo, 
animais de recria, não faz muito sentido utilizar dois grupos para pastejo. Para 
manejador definir o período de ocupação é necessário sabermos que quanto 
menor o período de ocupação mais regular será o desempenho dos animais, 
por exemplo, período de ocupação longo promove maior desempenho nos 
primeiros dias de pastejo em um piquete e à medida que período de ocupação 
avança o desempenho reduz. O que ocorre com desempenho está relacionado 
com a qualidade da forragem, quando animais entram em um piquete a 
forragem tem alta qualidade e reduz com o rebaixamento do dossel. Portanto 
para definir por período de descanso deve ser consideram quanto de controle o 
manejador determina. O período de ocupação deve ser de um a sete dias, mais 
longo do que isso pode comprometer o crescimento de forrageira no próximo 
ciclo de pastejo. Para escolhermos o período de descanso é um pouco mais 
complicado, pois o período de descanso não é fixo, ele deve variar ao longo 
dos ciclos de pastejos. Para estimar o número de piquetes o correto é trabalhar 
com o número médio do período de descanso durante o período chuvoso. 
Como determinar o período de descanso com lotação intermitente? 
Logo após a saída dos animais de um piquete inicia-se o período de 
descanso. Nessa fase o IAF e a interceptação luminosa (IL) são baixos, em 
consequência a taxa fotossintética é reduzida. Assim, a taxa de crescimento de 
folha é pequena. Com a expansão das primeiras folhas e aumento do IAF, 
aumenta a taxa de crescimento de folhas. Até o dossel atingir 95% IL a taxa de 
crescimento de folha aumenta linearmente, após esse ponto tende a se 
estabilizar (Figura 3). O crescimento de colmo tem comportamento diferente. 
No início do período de descanso é próximo de zero. Após o dossel atingir 95% 
IL há incremento expressivo na taxa de alongamento de colmo. A senescência 
(morte) de folhas tem padrão de resposta muito semelhante a taxa de 
alongamento de colmo (Figura 3). 
 
 
Figura 3. Dinâmica do acúmulo de forragem em pastos de capim-mombaça 
(Panicum maximum cv Mombaça) submetidos estratégias de pastejo 
rotativo caracterizadas por altura pós-pastejo 50 cm e pastejo 
iniciado com máxima interceptação luminosa pelo dossel forrageiro 
(Adaptado de Carnevalli, 2003). 
 
Dessa forma fica evidente que o período máximo de descanso é até 
dossel atingir 95% IL. Pois é momento durante período de descanso que 
apresenta melhor estrutura do dossel, representada por maior proporção de 
folhas e menores de colmo e material morto. Porém não da para indicar para 
produtor utilizar IL como guia de manejo, pois implica na aquisição de 
equipamento de alto custo. Para substituir a IL como guia de manejo 
recomenda-se a altura do dossel em função da alta correlação das duas 
variáveis. Portanto para cada forrageira devemos utilizar uma altura do dossel 
como critério máximo para período de descanso (Tabela 2). 
 
 
 
 
 
Folha
Colmo
Material 
senescente
95% IL
210
180
150
120
90
60
30
0
74,2 84,2 98,0 99,0
2,3 2,7 4,8 6,6
49,3 82,9 94,3 110,3
20/02 29/02 15/03 22/03
Data (dias)
Altura do pasto (cm)
IAF
Interceptação de luz (%)A
lo
n
g
a
m
e
nt
o
 d
e
 fo
lh
a
s 
e
 
se
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e
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 d
e
 co
lm
o
s 
(cm
/p
e
rfilh
o
)
0
6
12
18
24
30
Tabela 2: Recomendações de alturas médias dos pastos em sistema de lotação 
intermitente relacionado a 95% de interceptação luminosa. 
Espécie Cultivar 
Altura do dossel 
pré-pastejo (cm) 
Fonte 
P. maximum 
Mombaça 90 Carnevalli et al. (2006) 
Tanzânia 70 Barbosa et al. (2007) 
Massai 50 Oliveira, (2014) 
Aruana 30 Zanini et al. (2012) 
B. brizantha 
Marandu 25 Trindade et al. (2007) 
Xaraés 30 Sousa et al., (2011) 
B. decumbens Basilisk 20 Braga et al. (2009) 
Brachiaria spp. Mulato 30 Sousa Jr /(2011) 
B. humidicola Humidícola 30 Vilela (2011) 
P. purpureum Cameroon 100 Voltilini (2006) 
A. gayanus Andropon 50 Sousa et al. (2011) 
Cynodon 
Tifton-85 25 
Da Silva et al. (2008) 
Coastcross 30 
 
Qual impacto de adorar a altura do dossel como guia de manejo sobre 
desempenho animal? 
O uso do manejo por altura do dossel em pastagens tropicais sob 
lotação contínua foi comparado com manejo de dias fixos em sistemas de 
produção de leite. Os dados obtidos demonstram produção por animal de 15 a 
20 % superior quando utilizou altura do dossel como guia de manejo. Além do 
aumento de 30% na taxa de lotação. O maior desempenho animal utilizando a 
altura do dossel como guia se deve ao controle da estrutura do dossel que 
permitiu ofertar forragem de melhor qualidade para os animais, com maior 
proporção de folhas e baixa quantidade de colmo e material morto, durante 
toda estação chuvosa. Esses valores fazem a diferença entre obter lucro ou 
não dentro de uma propriedade. Pois esse aumento de produtividade ocorre 
com custo baixo, apenas de manejar os pastos. Vale ressaltar que embora 
pareça simples o uso dessa tecnologia exige dedicação e conhecimento, e que 
o monitoramento do dossel deve ser realizado de forma constante. 
Como devemos controlar o rebaixamento do dossel durante o período de 
ocupação? 
O controle do rebaixamento da forragem tem por objetivo determinar o 
processo de colheita de forragem (consumo) e a intensidade de desfolhação, a 
qual está relacionada com processo de rebrotação seguinte. Quanto mais 
intensa for a desfolhação menor será IAF residual e consequentemente a 
planta terá maior dependência de compostos de reservas e de adubação. No 
entanto o inverso, ou seja, baixa intensidade de desfolhação acarreta em 
reduzida eficiência de colheita. O desempenho animal também é influenciado 
pela intensidade de desfolhação. Intensidade de desfolhação e desempenho 
animal individual são inversamente proporcionais, ou seja, quando a 
intensidade é alta o desempenho individual é baixo. Contudo o desempenho 
por área é proporcional a intensidade de desfolhação, ou seja, quando a 
intensidade é alta o desempenho por área é alto, em função da maior taxa de 
lotação. Recomenda-se que a altura pós-pastejo deva ser de 40 a 60% da 
altura inicial. Quando ocorre o rebaixamento do dossel até 60% da altura inicial 
o desempenho individual é maximizado. Quando rebaixamento avança altura 
do dossel inferior a 60% da inicial há redução na taxa de consumo instantâneo 
o que leva redução do consumo diário e do desempenho individual, porém 
aumenta a quantidade de forragem colhida e consequentemente a taxa de 
lotação. A menor altura pós-pastejo recomendada é de 40% da inicial. Alturas 
menores do que essa pode comprometer a rebrotação no próximo ciclo de 
pastejo. Portanto, qual critério escolher depende do objetivo do produtor e para 
racionalizar o uso da forragem pode-se dividir em dois grupos de pastejo, 
desde que tenham grupos com diferentes exigências nutricionais. 
 
 
 
Figura 4: Taxa de ingestão de MS de bovinos ao longo do rebaixamento de 
pastos de Tifton 85 (■ ) e Sorgo (□ ). (Carvalho et al., 
2013) 
 
Quais limitações do uso da lotação rotativa? 
Não limitação do uso de lotação contínua com relação a plantas 
forrageiras, nem de categoria animal, apenas algumas desvantagens. Dentre 
as desvantagens podemos listar duas, maior custo de implantação do sistema, 
em função de cercas e aguadas, mas que com o tempo se diluem e quando 
pastos são bem manejados possibilitam boa lucratividade. Outra desvantagem 
é com relação à ciclagem de nutrientes quando utiliza-se áreas de descanso, 
pois grande maioria das excretas do animais se concentraram nessas áreas, o 
que torna o sistema mais dependente de adubação. Para minimizar esse efeito 
pode-se distribuir essas excretas nas áreas de pastagens anualmente. De 
forma geral é método de lotação bem aceito por produtores e que tem poucas 
limitações de uso. 
 
Pastejo diferido 
 
Pastejo diferido (diferimento de pastagem) é derivado da palavra “diferir”, 
que significa adiar, protelar. Assim, podemos interpretar pastejo diferido como o 
adiamento do pastejo. Em muitas regiões o pastejo diferido também é chamado 
de vedação da pastagem. Podemos entender pastejo diferido com uma 
variação de lotação rotativa, em função o período de descanso, contudo 
associado a lotação contínua no período de utilização. 
Pastejo diferido nada mais é do que retirar os animais de algumas áreas 
de pastagens, no final do verão ou no outono, para garantir acúmulo de 
forragem que será utilizada no período da seca (Fonseca et al., 2013). Por 
muitos anos entendíamos que o objetivo com diferimento de pastagem era 
garantir o maior acúmulo de forragem possível no final do período chuvoso 
para maximizar o desempenho animal dura a seca. Trabalhos recentes tem 
demonstrado que o controle da estrutura do dossel é tão importante como nos 
demais métodos de lotação. Embora o controle da estrutura do dossel nesse 
caso é mais complicado em função do grande número de fatores envolvidos. 
Para controle do dossel temos que destacar quatro fatores: Escolha da espécie 
forrageira, altura do dossel no início do período de diferimento, duração o 
período de diferimento e escalonamento do uso da forragem. 
Quais as espécies forrageiras mais indicadas para o diferimento? 
Para uso em pastejo diferido devemos utilizar espécies forrageiras de 
porte baixo ou médio, com colmos finos e com alta relação folha/colmo, de 
preferência que seja menos sensível ao fotoperíodo decrescente, para que 
mantenham-se produtivas durante o outono e com menor florescimento 
possível. Dessa forma, podemos citar gramíneas dos gêneros: Brachiaria, 
Cynodon, Digitaria e Cenchrus. 
Qual a altura do dossel ideal para o início do diferimento? 
O ideal é que no início do diferimento realize-se pastejo com alta 
intensidade de desfolhação, com a finalidade de remover material velho 
presente na massa e também de permitir maior entrada de luz na base do 
dossel a fim de estimular o perfilhamento. Perfilhos mais jovens tem maior 
potencial de acúmulo de forragem, demorar mais para florescer e apresentam 
maior valor nutritivo. Em consequência quando promove o rebaixamento do 
dossel o desempenho animal aumenta (Figura 5) em relação aos dosséis mais 
alto no momento de diferir. Mesmo que nos dosséis que foram diferidos com 
maior altura tem maior massa de forragem a estrutura do dossel, ou seja, maior 
proporção de folha observamos nos dosséis que foram rebaixados no momento 
do diferimento. 
 
Figura 5: Desempenho de bovinos em pastos diferidos de B. decumbens cv. Basilisk 
durante o inverno, em função do seu manejo prévio, caracterizado pela altura 
(A) inicial dos pastos no início do período de diferimento.(Fonseca et al., 
2013) 
 
Qual a duração do período de diferimento?Conforme foi dito anteriormente o objetivo não é obter maior massa de 
forragem possível, na verdade mais importante que a quantidade de forragem é 
a estrutura e arquitetura do dossel, ou seja, maior proporção de folhas, mesmo 
que folhas mortas, e que essas folhas sejam fáceis de serem colhidas pelos 
animais. Período longos de diferimento em pastagens produtivas, realizado na 
primeira metade do verão, proporcionam alta massa de forragem no período de 
utilização porém com alta proporção de colmo. Além disso, com a entrada dos 
animais dosséis muito alto tendem a acamar, prejudicando ainda mais a 
estrutura do dossel. Assim o desempenho animal é prejudicado, pois maior 
parte da forragem produzida não será consumida. Dessa forma em pastagens 
produtivas deve-se realizar diferimento durante o outono, para garantir melhor 
estrutura do dossel e maior desempenho animal. 
Quais a limitações de uso de pastos diferidos? 
Pasto diferido proporciona dietas de baixa qualidade, por tanto, só 
servem para animais com baixa exigência, como por exemplo vacas de corte 
secas, mesmo assim se faz necessário o uso de sal nitrogenado para garantir o 
mínimo de nitrogênio demando pelas bactérias ruminais. Ao utilizar para 
animais de exigência média, como por exemplo, a recria, deve-se associar ao 
pasto diferido suplemento, que dependo da meta de desempenho devem ser 
Y = 699,07 - 39,506A 
R² = 0,89 
400,00 
450,00 
500,00 
550,00 
600,00 
650,00 
700,00 
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Altura incial do pasto (cm) 
proteinados ou proteico energéticos. No entanto, para animais com maior 
exigência como vacas lactantes pastejo diferido não é recomendado., 
 
Literatura consultada 
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