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Mendes Junior Crítica ao Método de Escavação Arqueológica Arbitrária

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REVISTA TARAIRIÚ – ISSN 2179-8168 
 
Campina Grande - PB, Ano VI – Vol.1 - Número 12 – Agosto de 2016 100 
 
 
 
 
CRITICA AO MÉTODO DE ESCAVAÇÃO ARQUEOLÓGICA 
ARBITRÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
Valmir Manoel MENDES JUNIOR1 
Valdeci dos SANTOS JÚNIOR2 
 
 
 
1
 Rua José Bonifácio, 227, Qd 26, Lt 18, CEP: 74.865-180, Goiânia – Goiás. mendesarcheologia@gmail.com 
2
 Rua Professor Antônio Campos, 15 – Bairro Costa e Silva – CEP: 59625-620 – Mossoró-RN. 
valdecisantosjr@hotmail.com 
REVISTA TARAIRIÚ – ISSN 2179-8168 
 
Campina Grande - PB, Ano VI – Vol.1 - Número 12 – Agosto de 2016 101 
CRITICA AO MÉTODO DE ESCAVAÇÃO ARQUEOLÓGICA 
ARBITRÁRIA 
 
RESUMO 
O método de escavação arqueológica, que já faz parte da cultura arqueológica 
brasileira e, que há vários anos não sofre mudanças metodológicas é o 
conhecido “método arbitrário por quadriculas”. Este método já é considerado 
obsoleto e impróprio para escavações arqueológicas, principalmente em sítios 
visivelmente estratificados. Este artigo mostra as deficiências do método 
arbitrário e propõe uma reflexão sobre a importância de interpretar o contexto 
arqueológico por meio de uma escavação estratigráfica. 
 
Palavras-Chave: escavação arbitrária, estratigrafia, contexto 
 
ABSTRACT 
The method of archaeological excavation that is already part of the 
archaeological Brazilian culture and the several years does not suffer 
methodological changes is the known "arbitrary method by grid." This method 
has long considered obsolete and inappropriate for archaeological excavations, 
especially in visibly stratified sites. This paper shows the shortcomings of the 
arbitrary method and proposes a reflection and the importance of interpreting 
the archaeological context through of the stratigraphic excavation. 
 
Keywords: arbitrary excavation, stratigraphy, context. 
 
 
 
 
 
REVISTA TARAIRIÚ – ISSN 2179-8168 
 
Campina Grande - PB, Ano VI – Vol.1 - Número 12 – Agosto de 2016 102 
INTRODUÇÃO 
“...a escavação parcial e a amostragem levam geralmente a decisões erradas” 
(BANDINI, 2005, p.18). 
 
Se imaginarmos que as metodologias de escavação arqueológica baseadas 
em princípios da estratigrafia arqueológica já estão em vigor desde o início dos 
anos de 1960, vêm naturalmente uma série de questionamentos: Por que no 
Brasil essas metodologias não são aplicadas ou são raramente aplicadas? Por 
que se usa de forma maciça a escavação por níveis arbitrários? Os arqueólogos 
brasileiros estão desatualizados ou desinteressados em inovações, que não são 
mais novidades em várias partes do mundo? Será que se chegou à conclusão de 
que no Brasil não existem sítios arqueológicos estratificados, de nenhuma 
natureza, e consequentemente não é necessário a utilização do método 
estratigráfico? 
Em vários países europeus, há muito tempo, não se escava mais 
simplesmente em busca do objeto enterrado. Todas as escavações realizadas 
nestes países obedecem a métodos que são comprovadamente muito eficazes em 
relação a qualidade e a quantidade de informação obtida. 
As primeiras menções de escavação arqueológica, divulgadas no início do 
século XVIII, tinham como base o princípio da busca incessante ao objeto de 
valor. Conhecendo a imaturidade metodológica da arqueologia na época, fica 
evidente “que estas escavações eram realizadas sem qualquer preocupação de 
contextualização dos objetos e, consequentemente, sem qualquer gênero de 
metodologia particular aplicada” (MANACORDA, 2002, p.188). Neste período 
a arqueologia era simplesmente uma atividade que funcionava como “um 
instrumento de extração em vês de um método de pesquisa” (BINFORD, 1983, 
p.102). 
Entre os séculos XVIII e XIX, as escavações do “tipo arqueológica”, 
estavam muito na moda, principalmente porque os objetos que essas escavações 
forneciam, eram solicitadas por vários antiquários e colecionistas da época. 
Estas escavações funcionavam de uma forma muito simples e básica, ou seja: “a 
escavação de um tesouro, depois de encontrado o lugar, não necessitava de 
outra coisa a não ser a escavação de um buraco, o mais rápido possível, e 
suficientemente grande para retirar objeto” (MANACORDA, 2002, p.189). 
REVISTA TARAIRIÚ – ISSN 2179-8168 
 
Campina Grande - PB, Ano VI – Vol.1 - Número 12 – Agosto de 2016 103 
Essas escavações tinham uma prioridade, a preocupação de não destruir 
os objetos achados, pois é evidente que, tais objetos danificados perderiam a sua 
“beleza” e de consequência o seu valor comercial. Foi essa preocupação, com a 
“relíquia”, que levou os primeiros “escavadores” a terem maior atenção com o 
modo de retirada desses objetos. 
A realização de buracos desordenados evoluiu rapidamente e se passou a 
um modo mais amplo e abrangente, as conhecidas “trincheiras”, visto as 
vantagens da maior retirada de sedimento. Mas mesmo com essa evolução 
momentânea, a “terra” era considerada ainda um elemento sem interesse e, 
portanto, deveria ser simplesmente retirada e descartada para se chegar ao tão 
almejado objeto. 
Um exemplo clássico desse tipo primitivo de escavação ocorreu com 
Richard Colt Hoare, histórico e “escavador inglês”. Richard, já no início do 
século XIX, realizava “buracos nos túmulos a procura de relíquias da forma 
mais rápida possível”, mostrando que o interesse inicial das escavações de tipo 
“arqueológica” não estava direcionado aos fragmentos cerâmicos, ao contexto 
ou aos detalhes estratigráficos, mas sim ao vaso inteiro, aos objetos preciosos e 
íntegros (GRAY, 1906, p.3). 
Este tipo de inicial de atividade vem confirmar o posicionamento de 
LLORET (1997, p.151) quando diz que “a realização do ato de escavar como 
uma forma de recuperação de objetos do passado parece ser uma atividade 
inerente ao ser humano”. 
Gradativamente, se começou a aceitar e a compreender a importância, 
também do sedimento e, de tudo que estava ao redor dos objetos preciosos, ou 
seja, do seu contexto. É a partir dessas observações que se começa a valorizar o 
método de obtenção e de registro das informações presentes e, sucessivamente, 
a importância da estratigrafia nas escavações arqueológicas. 
Do ponto de vista estratigráfico, os “escavadores” que começaram a 
entender melhor o sentido de uma escavação cientifica, estavam interessados 
inicialmente em muros, paredes e outras grandes estruturas, e somente muito 
tempo depois nos estratos arqueológicos. 
Essa breve introdução, é apenas uma amostra de como as intenções, 
objetivos e métodos mudaram no decorrer do tempo em relação ao que deveria, 
REVISTA TARAIRIÚ – ISSN 2179-8168 
 
Campina Grande - PB, Ano VI – Vol.1 - Número 12 – Agosto de 2016 104 
e consecutivamente foi considerado, ser objeto de valor na arqueologia – o 
contexto. 
 
A ESCAVAÇÃO ARQUEOLÓGICA 
“O uso de níveis arbitrários é a garantia certa de um mau trabalho” 
(HARRIS, 1991, p.42). 
 
As técnicas de escavações arqueológicas aplicadas no Brasil são derivadas 
quase que exclusivamente de estudos realizados nos Estados Unidos da 
América. País que, por sua vez, iniciou a utilizar a escavação arbitrária em 
meados de 1915 com o arqueólogo Nels Nelson (PRAETZELLIS, 1993, p.73). 
Esses métodos importados continuam sendo os mesmos aplicados há várias 
décadas atrás. Pelo que se tem de registro, até hoje houve poucas tentativas de 
desenvolvê-las ou inová-las. 
Essa condição de estagnação metodológica, foi observada também na 
Austrália há alguns anos atrás, onde este pais seguia a mesma problemática 
encontrada no Brasil. Entretanto, lá essa deficiência foi amplamente sanada e os 
australianos conseguiram aplicar e adaptar as mudanças necessárias.Edward 
Higginbotham (1985, p.8) conseguiu expressar bem esta problemática 
metodológica quando mencionou sobre o motivo da despreparação da Austrália 
no passado para o entendimento da falta de desenvolvimento das metodologias 
de escavação “Isto não é surpreendente, uma vez que o oficio da escavação não 
se aprende em livros, mas a partir de um longo aprendizado conseguido em 
uma série de escavações ao longo de vários anos”. 
Uma situação análoga já aconteceu na Itália, especificamente em meados 
dos anos 70, onde Andrea Carandini, um dos maiores arqueólogos italiano, já 
polemizava contra o baixo nível das pesquisas arqueológicas que estavam sendo 
executadas naquele pais. Lá o principal problema era ainda a escavação sem 
controle estratigráfico. Carandini considerava essencial unificar, a nível 
europeu, as técnicas de escavação como também indispensável uma cooperação 
entre os países, visto que a Itália permaneceu por muito tempo atrasada com 
relação a arqueologia. Hoje, a Itália é considerada um pais na vanguarda em 
relação a metodologias de escavação arqueológica. 
A escavação arqueológica no Brasil, como em qualquer outra parte no 
mundo, pode ser considerada como o momento central de uma pesquisa 
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Campina Grande - PB, Ano VI – Vol.1 - Número 12 – Agosto de 2016 105 
arqueológica em toda a sua complexidade. Entre outras definições a escavação 
arqueológica pode ser definida como “uma prática de pesquisa histórica que 
produz conhecimento através de um processo de desmontagem da 
estratificação, causando a sua destruição” (MANACORDA, 2002, p.188). 
Recentemente, essa mesma definição veio corroborar com outra teoria que 
especifica as funções básicas da escavação nos estudos de arqueologia, que é o 
de realizar “uma sequência de operações e procedimentos, metodologicamente 
controlados, que servem para desmontar as estratigrafias naturais e 
antrópicas presentes em um sítio arqueológico, cujo objetivo é a coleta da 
maior quantidade possível informações a respeito do mesmo” (TIAGO, 2002, 
p.2). 
Baseado nesses dois conceitos metodológicos fica evidente que a 
escavação arqueológica é para todos os efeitos uma atividade de caráter 
inevitavelmente destrutiva, sendo um assunto recorrente nos trabalhos de 
metodologia de escavação. Philip Barker (1982, p.37), um dos maiores 
exponentes da escavação arqueológica moderna salienta que “a escavação 
arqueológica ocupa um lugar particular nas experiências científicas, pois as 
teorias propostas não podem ser verificadas através da realização de uma 
segunda experiência nas mesmas condições”. Além do mais, atualmente, a 
escavação arqueológica não serve mais para responder as perguntas do 
arqueólogo, mas, é o pesquisador que deve responder as perguntas da 
escavação, pois a mesma revela o que existe e não o que o arqueólogo pressupõe 
que exista. 
Esta condição destrutiva da escavação arqueológica faz com que toda e 
qualquer escavação realizada com métodos que não possam ser replicados, 
como no caso da escavação arbitrária, leve a uma perda exponencial de 
informações que prejudicam irreparavelmente os resultados de uma pesquisa 
arqueológica e, consequentemente, a perda de informações referentes ao 
patrimônio arqueológico de uma determinada área. Como muitos têm 
apontado, “uma escavação mal realizada é pior do que não escavar” 
(HODDER, 1999, p.31). 
 
 
REVISTA TARAIRIÚ – ISSN 2179-8168 
 
Campina Grande - PB, Ano VI – Vol.1 - Número 12 – Agosto de 2016 106 
CRÍTICA À ESCAVAÇÃO ARBITRÁRIA POR QUADRICULAS 
INDIVIDUAIS 
“A sequência estratigráfica arbitrária nunca deixará de ser um bloco monolítico, cujo 
uso constitui uma desgraça para qualquer arqueólogo que trabalhe em sítios que 
tenham uma estratificação visível, ou seja, quase todos os sítios arqueológicos do 
mundo” 
(HARRIS, 1991, p.163). 
 
De acordo com Wheeler (1954, p.53), a escavação arbitrária teve sua 
origem em 1865 com o arqueólogo inglês W. Pengelly (Figura 1) e em 1915, já é 
mencionada no que pode ser considerado como o primeiro manual de escavação 
arqueológica moderna “Archaeological Excavation” (DROOP 1915, p.11-12). 
Mais tarde o método sofreu uma adaptação com o arqueólogo holandês 
Albert Van Giffen (1884-1973) que, em plena 1º Guerra Mundial, no ano de 
1916, desenvolveu um método que “se baseava em dividir a área a ser 
escavada em quadrados, que posteriormente seriam escavados por cortes 
geométricos, totalmente independente do andamento da estratigrafia 
presente, de forma alternada e autônoma”. Essa alternância deixava na área 
escavada paredes e testemunhos de terra, que não eram escavados 
(HARRIS, 1991, p.37). (Figura 2) 
De uma forma mais simplificada a escavação arbitrária é simplesmente 
a retirada da terra de qualquer jeito de um sítio arqueológico, utilizando níveis 
de espessura predeterminada (HARRIS, 1991, p.34). 
 
 
Figura 1 - Modelo de escavação de Pengelly 
Fonte: Junior Mendes, 2016 
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Campina Grande - PB, Ano VI – Vol.1 - Número 12 – Agosto de 2016 107 
 
Figura 2 - Modelo de escavação de Giffen 
Fonte: Junior Mendes, 2016 
 
A concepção desta tipologia de escavação foi idealizada a partir de um 
princípio elaborado e relacionado exclusivamente com a estratigrafia geológica. 
Este princípio conhecido como “princípio da superposição dos estratos” 
(Conceito de que os estratos mais antigos de rocha estão no fundo de uma 
sequência de estratos de rocha mais jovens depositado sobre eles) 
(KURNIAWAN, PUTRI & MC. KENZIE, 2009, p.48), foi o precursor de vários 
métodos de escavação arqueológica, que são aplicados, lamentavelmente, até os 
dias atuais, e que certamente não ajudou no desenvolvimento de métodos mais 
eficazes (MANACORDA, 2002, p.188). Essa concepção, formadora dos 
primeiros princípios arqueológicos, já evoluiu para compreensões mais 
complexas e hoje chegou ao nível de estratigrafia não mais geológica, mas 
arqueológica. 
O sistema de escavação arbitrária, o qual viria a evoluir e a se transformar 
no mais conhecido “Método de Wheeler-Kenyon” é considerado, na atualidade, 
por muitos arqueólogos como ultrapassado, por ser evidentemente um método 
“antiestratigráfico”. Este método desconsidera a estratigrafia e, 
consequentemente, o contexto arqueológico no qual está relacionado e também 
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Campina Grande - PB, Ano VI – Vol.1 - Número 12 – Agosto de 2016 108 
traz consigo uma série de implicações de caráter interpretativo. Isto porque, 
mesmo que o arqueólogo que o utilize, realize uma documentação gráfica 
particularmente precisa à nível de plantas e perfis, terá necessariamente como 
resultado a mistura inevitável de estratos diferentes que estão presentes. Essa 
mistura se dá devido à própria natureza do método que, em vez de realizar a 
retirada dos estratos seguindo a sua ordem de deposição estratigráfica, corta um 
ou vários estratos ao mesmo tempo e indiscriminadamente além de deixar 
testemunhos em locais aleatórios (LEONARDI, 1982, p.115; DEETZ, 1967). 
Além do mais, como adverte (HIGGINBOTHAM, 1985, p.12) mesmo que 
todos os testemunhos deixados sejam removidos no final da escavação, será 
bem provável que os vestígios arqueológicos neles presentes, não serão 
individuados ou interpretados. Se os testemunhos forem removidos numa fase 
tardia, a sua interpretação também estará totalmente fora de fase com o 
restante da escavação visto que muitas vezes são retirados de forma 
fragmentada e precipitada. 
Newlands & Breede (1976, p.41) confirmam que essa condição, de que a 
quadricula individual e os testemunhos remanescentes, levama uma perca 
exponencial de informação, já que a mesma se dá basicamente pela tipologia de 
conceito da sua utilização. O fato de cortar os estratos de forma predeterminada 
e com profundidades preestabelecidas sem considerar a estratigrafia, faz com 
que os mesmos (estratos), incluindo os artefatos neles contidos, saiam do seu 
contexto natural e se misturem com os objetos de outras camadas, já que por 
meio desse método não será possível respeitar as diferenças nas sequências 
estratigráficas existentes na área de intervenção. 
Esse mesmo fato, o de cortar mais de um estrato contemporaneamente, 
leva a uma reflexão já colocada em 1986, por Edward Harris, um dos grandes 
revolucionários do método de registro da escavação arqueológica. O 
posicionamento de Harris vem corroborar a análise de vários outros 
arqueólogos (HAAG, THIAGO, MANACORDA, LEONARDI), onde especifica 
que “a escavação arbitrária tem como principal objetivo recuperar artefatos 
da posição em que eles se encontram” desconsiderando as informações contidas 
nos estratos (HARRIS, 1991, p.37). 
Esta mistura na sequência estratigráfica, causada pelas características do 
método, torna a escavação arbitrária um sistema onde é “impossível determinar 
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com um mínimo de validez estratigráfica quais os estratos e objetos são 
originais, residuais ou infiltrados” (HARRIS 1991, p.171), já que, devido à 
mistura de camadas, o resultado produzido pelo arqueólogo, naquela 
intervenção, será que todos os estratos e objetos retirados serão convertidos em 
vestígios residuais (Figura 3). Essa constatação vem do fato que o arqueólogo, 
que provar a elaborar uma sequência estratigráfica com este método, elaborará 
inevitavelmente uma "sequência estratigráfica" de caráter arbitrário, ou seja 
uma “sequência métrica” (HARRIS, 1991, p.41). 
 
 
Figura 3 - Modelo de escavação arbitrária por níveis artificiais com relativa Matriz de 
Harris Arbitrária 
Fonte: Junior Mendes, 2016 
 
Esta condição da desconsideração da estratigrafia presente no método 
arbitrário não é nova, pois desde que foi iniciada, em 1916, continua com poucas 
diferenças até os dias atuais. 
Um outro problema, que pode ser considerado ainda mais grave, do 
método arbitrário, é o referente a relação “profundidade/cronologia” do 
método. Segundo Hole & Heizer (1969, p.103), essa relação também conhecida 
como “estratigrafia métrica” faz com que todos os arqueólogos que a utilizem 
assumam "a dimensão temporal dos objetos enterrados, ou seja, que todos os 
REVISTA TARAIRIÚ – ISSN 2179-8168 
 
Campina Grande - PB, Ano VI – Vol.1 - Número 12 – Agosto de 2016 110 
objetos encontrados no mesmo nível sejam tratados como contemporâneos”. 
Desta forma, esse método de escavação quando utilizado, mistura 
inevitavelmente a estratigrafia presente, complicando imensamente toda a 
cronologia do sítio. Além do mais, este termo “estratigrafia métrica” é inexato, 
uma vez que a ideia não é baseada na estratificação, mas no método de 
escavação. 
Na figura 4 e 5 abaixo, fica evidente como a escavação arbitrária, 
comparada a uma escavação estratigráfica, misture objetos de diferentes 
camadas e, inevitavelmente, perturbe irreversivelmente as relações 
estratigráficas e cronológicas (HARRIS, 1991, p.170). 
 
 
 
Figura 4 - Modelo de escavação arbitrária com relativa Matriz de Harris Arbitrária 
Fonte: Junior Mendes, 2016 
 
REVISTA TARAIRIÚ – ISSN 2179-8168 
 
Campina Grande - PB, Ano VI – Vol.1 - Número 12 – Agosto de 2016 111 
 
Figura 5 - Modelo de escavação estratigráfica e relativa Matriz de Harris Estratigráfica 
Fonte: Junior Mendes, 2016 
 
Os exemplos ilustrados acima mostram a mesma situação vista por duas 
metodologias de escavações diferentes, primeiramente um modelo de escavação 
arbitrária de 1m x 1m x 50cm de profundidade (Figura 4) e posteriormente um 
modelo de escavação estratigráfica, que neste caso terá um recorte também de 
1m x 1m x 50cm para ser melhor compreendido (Figura 5). Em ambos os 
exemplos foi inserido um vestígio arqueológico, que neste exemplo, criado 
artificialmente, terá 1.000 anos e está localizado a uma profundidade de 20 cm. 
Quando o vestígio for localizado pelo método arbitrário, se terá uma referência 
cronológica, ou seja, será o vestígio que datará o nível, a camada, a espessura e 
todo o limite da quadricula, fazendo com que tudo naquele nível tenha 
consequentemente 1.000 anos de idade. 
Essa condição mostra uma das principais vulnerabilidades do método, 
pois nesse caso não é considerada a possibilidade que o vestígio tenha sido 
infiltrado por meio de bioturbação ou por meio de uma intervenção antrópica. 
Deste mesmo ponto de vista, toda a cronologia da área arqueológica será 
comprometida. O fato do vestígio arqueológico que apresenta uma datação de 
1.000 anos, estar abaixo de outra camada, fará automaticamente com que a 
camada superior tenha consequentemente menos de 1.000 anos 
invariavelmente. 
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Campina Grande - PB, Ano VI – Vol.1 - Número 12 – Agosto de 2016 112 
Imaginemos um vestígio que tenha sido trazido de outra localidade por 
bioturbação ou por intervenção antrópica, (que realmente tenha 1.000 anos), e 
tenha sido novamente enterrado na área a ser escavada, que por exemplo tenha 
só 200 anos. Esta situação fará com que a profundidade e toda a camada onde 
está localizado o vestígio tenham arbitrariamente a idade de 1.000 anos. Assim 
todos os objetos encontrados no mesmo nível serão considerados da mesma 
época ou depositados no mesmo tempo. 
Essa compreensão fica mais evidente no exemplo da escavação 
estratigráfica (Figura 5). Nesse exemplo, o mesmo vestígio localizado de 1.000 
anos, será relacionado cronologicamente à sua unidade estratigráfica3, e 
somente a ele. Pois, tendo sido individuado em uma unidade estratigráfica 
específica, poderá ter somente uma correlação do tipo estratigráfica com as 
outras unidades da escavação. 
Esta concentração de complicações, tanto a nível estratigráfico quanto 
cronológico, sofre uma amplificação ainda mais consistente quando o método é 
aplicado, não só mais em uma área de 1 metro quadrado, como padrão das 
escavações realizadas no Brasil, mas em uma área de maior dimensão, como 
exemplificado na Figura 6. O aumento da área a ser escavada utilizando o 
método arbitrário pode cancelar, não somente um contexto arqueológico, mas 
inúmeros. 
Imaginemos que seja realizada uma escavação arbitrária em uma área 
dividida em 16 quadriculas de 1 metro quadrado cada uma (16 m2), e que cada 
quadricula seja escavada em níveis arbitrários de 10cm independentes, dando a 
cada nível um número próprio. Se a escavação chegar a uma profundidade de 50 
cm, a sequência estratigráfica resultante será como mostrada na Figura 6, ou 
seja, uma sequência estratigráfica, também arbitrária. 
Além do mais, o arqueólogo que realizar essas intervenções, seguindo 
esse sistema, irá criar novos resultados, e esses resultados serão de 
consequência, também arbitrários, ou seja, escavando através de níveis 
arbitrários será produzida uma sequência estratigráfica idêntica à de qualquer 
outra escavação. 
 
3 Por Unidade Estratigráfica, se intende um sinal tangível e reconhecível no terreno de uma única ação do 
homem ou da natureza. A terminologia expressa qualquer formação caracterizada por uma continuidade 
no espaço e por uma homogeneidade no tempo. Norme per la Redazione Della Scheda del Saggio 
Stratigrafico, Ministero per i Beni Culturali e Ambientali.Istituto Centrale per il Catalogo e la 
Documentazione Soprintendenza Archeologica di Roma, Multigrafica Editrice - Roma - 1984. Pg. 17. 
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Campina Grande - PB, Ano VI – Vol.1 - Número 12 – Agosto de 2016 113 
 
Figura 6 - Exemplo de escavação arbitrária com várias quadriculas e com relativa 
Matrix de Harris Arbitrária 
Fonte: Junior Mendes, 2016 
 
Essa sequência, que a escavação arbitrária impõe a um sítio arqueológico, 
destrói para sempre a sua verdadeira sequência estratigráfica e as suas 
correlações contextuais. As "sequências estratigráficas arbitrárias" são as 
mesmas em todo o sítio que não pode ser dividido em fases e períodos. Nem tão 
pouco tem o valor analítico que as sequências estratigráficas normais possuem 
(HIGGINBOTHAM, 1985, p.16). 
 
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Campina Grande - PB, Ano VI – Vol.1 - Número 12 – Agosto de 2016 114 
 
Figura 7 - Exemplo de escavação por superfície ampla e relativa Matriz de Harris 
Estratigráfica 
Fonte: Junior Mendes, 2016 
 
Na Figura 7 é mostrado o mesmo sitio (dividido em 16 quadriculas) 
escavado pelo método estratigráfico, juntamente com sua relativa Matriz de 
Harris, onde se tenta demonstrar as diferenças na qualidade, quantidade e 
economia de tempo do método, além de poder contar a possibilidade de 
reconstrução do sítio. 
De certa forma, como especifica Harris (1991, p.51), “A natureza 
estratificada de um sítio pode ser sumariamente destruída pelo uso 
injustificado do método de escavação baseado em níveis arbitrários”. 
No entanto, de longe, a crítica mais importante a ser imposta a escavação 
por quadriculas é a dificuldade que esta tem em reconhecer recursos 
arqueológicos. As pequenas diferenças presentes na composição do solo são 
muito difíceis de serem reconhecidas, principalmente quando estiver 
obscurecida pelos testemunhos deixados, o que agrava as severas limitações de 
tal método (HIGGINBOTHAM, 1985, p.11), e desta forma como salienta 
Praetzellis (1993, p.83) “A chave da questão é que escavar de acordo com 
camadas físicas não compromete encontrar formas alternativas para se 
compreender um sítio; por outro lado, a utilização do método arbitrário 
invalida a reconstituição total de qualquer sítio”. 
Se não bastasse, existe uma situação ainda mais prejudicial da utilização 
do método arbitrário por quadriculas individuais. Uma grande área, quando 
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escavada, que tenha em campo vários arqueólogos, e que os mesmos trabalhem 
alternadamente em quadriculas diferentes, elevará ao máximo a dificuldade de 
observar, individuar e compreender a estratigrafia do sítio que está sendo 
escavado. A alternância de arqueólogos em escavações arbitrárias realizadas 
anualmente, faz com que todos os princípios aplicados por um arqueólogo na 
área, seja substituído por outro, que por motivos óbvios de estratigrafia não 
poderá compreender e recuperar as informações obtidas. Fato mencionado por 
Schulz (1981) que no seu livro “Salvando o resgate” comenta que “para dar um 
sentido a estratigrafia de um sítio fisicamente estratificado, mas escavados 
arbitrariamente por outros, no final a reconstrução simplesmente não é 
possível” (PRAETZELLIS, 1993, p.84). 
 
CONCLUSÃO: É RECOMENDÁVEL UTILIZAR O MÉTODO 
ARBITRÁRIO? 
“Em um famoso debate, Wheeler condena esta prática considerando-a contra os 
princípios da estratigrafia arqueológica” 
(HARRIS, 1991, p.170). 
 
Fundamentado nas referências bibliográficas e nas informações obtidas 
até o momento, fica claro que a utilização do método de escavação arbitrária por 
quadriculas é altamente prejudicial à uma escavação arqueológica, 
principalmente se for realizada em sítios claramente estratificados. 
Desta forma recomenda-se que a utilização do método arbitrário por 
quadriculas seja direcionada, excepcionalmente, para a compreensão da 
estratigrafia de um sítio arqueológico. O método arbitrário poderá ser utilizado 
em situações onde seja necessária a verificação da tipologia, quantidade e 
direcionamento da estratigrafia de uma área de pesquisa. Neste caso, deverá ser 
utilizada apenas uma quadricula e seu posicionamento não deve estar em uma 
área que possa ser considerada o centro do sítio e sim a sua margem. Como 
salienta Harris (1991, p.29), usando-o de forma indiscriminada pode provocar 
a destruição da estratificação arqueológica de um sítio. 
Em alguns outros raros casos, em que as unidades de estratificação são 
irreconhecíveis, e onde se pode presumir uma grande espessura de um estrato, 
pode ser utilizado o método arbitrário. Mas a utilização deste método, nesta 
ocasião, estará relacionada diretamente “a tentativa de se ter uma menor perda 
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de informação, quando o arqueólogo, não tendo maiores ferramentas para 
discriminar com maior definição um processo que se acredita ser mais 
complexo de quanto seja interpretável em campo” (LEONARDI, 1982, p.120). 
Porém, já adverte Harris (1991, p.42) referente aos resultados da aplicação do 
método nesta ocasião “as interpretações derivadas a partir dos resultados de 
uma escavação, em que algumas das áreas foram escavadas por níveis 
arbitrários, deve ser tratada com cepticismo em qualquer análise 
estratigráfica”. 
Alguns arqueólogos acreditam que através dos resultados obtidos com o 
método arbitrário, em escavações realizadas ulteriormente, é possível 
reconstruir a topografia e caracterizar a estratificação arqueológica de um sítio. 
Mas como afirma Schulz, (1981, p.41), “é impossível, pelo menos em um sítio, 
apesar da tentativa heroica de trabalhar com os dados registrados”. Já que 
segundo Harris (1991, p.42), “A impossibilidade de tais reconstruções é 
provavelmente a regra e não a exceção”. 
E ainda mais se considerarmos as palavras de Atkinson (1946, p.165), 
“Uma vez que o que os arqueólogos fazem é destrutivo, seu primeiro dever é 
documentar os registros do próprio solo, de tal modo a permitir uma 
variedade de abordagens para a interpretação do sítio”. 
Todas as informações apresentadas neste artigo, mostram como a 
arqueologia ainda se encontra em um nível de aprendizado e amadurecimento 
no Brasil. O que ainda é incompreensível é o motivo pelo qual a metodologia da 
escavação estratigráfica, desenvolvida há vários anos e muito mais completa, 
ainda não seja aplicada e, principalmente, ainda não seja ensinada nas 
universidades brasileiras. Essa falta de atualização e adaptação metodológica faz 
com que diariamente sejam realizadas escavações arqueológicas que ainda 
utilizem o método de escavação arbitrário por quadriculas. Desta forma, fica 
evidente que cada dia é mais um dia de perda de informação sobre o nosso 
passado, não por falta da existência de um método de escavação válido, mas 
pelo simples fato de ainda se utilizar um método obsoleto. Harris, há mais de 
três décadas (1979, p.202), na primeira edição dos princípios de estratigrafia 
arqueológica, citava “ainda há relutância para a aplicação das ideias 
estratigráficas na América, onde a maioria dos arqueólogos praticam o 
sistema de escavação arbitrária”, e complementa com “É lamentável que 
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muitos arqueólogos norte americanos ainda usem o método de escavação 
arbitrário em situações injustificadas” (HARRIS, 1991, p.40), e é claro que esta 
afirmação se aplica diretamente a arqueologia brasileira. 
Essa referência demonstraque a relutância na utilização de métodos 
mais completos, como o método estratigráfico, já perdura por mais de três 
décadas, tanto nos EUA como no Brasil. 
Por fim, resumindo de uma forma praticamente básica, temos a citação 
de (HIGGINBOTHAM, 1985, p.13) onde demonstra que sem influência da 
estratigrafia ou das problemáticas cronológicas existentes, a invalidade do 
método de escavação arbitrária é que: “Escavar um sítio parcialmente, 
esperando assim economizar uma parte do recurso arqueológico, tentando 
obter um resultado capaz de interpretá-lo totalmente, não é ético”. 
Além disso, completando a linha de raciocínio, e inserindo o método em 
um contexto mais específico Praetzellis, (1993, p.84) cita a problemática da 
abordagem: 
 
Existem três principais dificuldades com a abordagem: Em primeiro 
lugar, é muito ineficiente e desnecessariamente desperdiça dados, 
visto que o material coletado de proveniência arbitrária, apresentará a 
inclusão de outras camadas no estudo, e desta forma não poderá ser 
usado em interpretações que se baseiem em camada, e 
consequentemente os artefatos provenientes destas camadas 
arbitrárias serão rejeitados. Além disso, mesmo em teoria, o método 
só poderia trabalhar em sítios onde as unidades de deposição sejam 
perfeitamente horizontais; embora esta não seja uma ocorrência 
incomum em sedimentos geológicos, nos sítios arqueológicos é a 
exceção e não a regra. Por fim, deixando que as medidas decidam onde 
se localiza o fundo das unidades de escavação, as superfícies de vida 
do sítio - o que Harris (1989) chama de “interfaces” serão perdidas. 
Uma vez que essas são as superfícies nas quais as pessoas na verdade 
viveram, e deixando de registrá-las será um desastre para a 
possibilidade de reconstruir a história do sítio. 
 
Obviamente o tema discutido é muito vasto e não se há pretensão em 
esgotá-lo neste trabalho, pois o que se procura é traçar um bom painel da 
situação das metodologias de escavação arqueológica no Brasil a fim de propor 
mais reflexões sobre o tema. 
 
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