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Machadinho D’Oeste - RO 2014 VIVIANE SIMÕES SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO PEDAGOGIA A IMPORTÂNCIA DA ARTE COMO CONHECIMENTO E FORMAÇÃO ESTÉTICA: VIDA E OBRA DE ANITA MALFATTI Machadinho D’Oeste - RO 2014 A IMPORTÂNCIA DA ARTE COMO CONHECIMENTO E FORMAÇÃO ESTÉTICA: VIDA E OBRA DE ANITA MALFATTI Trabalho de Pesquisa e Reflexão apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas de Arte, Educação e Música; Ludicidade e Educação; Organização e Didática na Educação Infantil; Prática Pedagógica Interdisciplinar – Infância e sua Linguagem e Seminário Interdisciplinar IV. Orientadoras: Profª. Laura Célia Cabral Cava, Marlizete Steinle, Edilaine Vagula, Rosely Montagnini e Cyntia Simioni. VIVIANE SIMÕES SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................3 2 DESENVOLVIMENTO A IMPORTÂNCIA DA ARTE COMO CONHECIMENTO E FORMAÇÃO ESTÉTICA .....................................................................................................................................4 2.1 O Farol – Anita Malfatti.......................................................................6 2.2 VIDA E OBRA DE ANITA MALFATTI ...............................................6 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................9 REFERÊNCIAS..........................................................................................................11 3 1 INTRODUÇÃO Este trabalho de pesquisa e reflexão tem por objetivo refletir sobre a a importância da Arte como conhecimento, bem como, a importância da formação estética dos profissionais da educação. Pois a arte está presente na história da humanidade desde o surgimento da espécie humana e, contribui nas mais diversas áreas do conhecimento, como facilitadora do processo de ensino e aprendizagem, como formadora do caráter, e como criadora de novas possibilidades. A formação estética prepara o professor para transmitir os conceitos artísticos que levarão os alunos a refletirem, a desenvolver a sensibilidade, a agir nas mais diversas situações com respeito, criatividade e compreensão. O trabalho artístico contribuirá para o processo de ensino/aprendizagem, de maneira lúdica e criativa, bem como fundamentada nos conhecimentos científicos adquiridos pela humanidade. 4 2 A IMPORTÂNCIA DA ARTE COMO CONHECIMENTO E FORMAÇÃO ESTÉTICA A arte, nas palavras de Cava (2014, p. 6), é: conhecimento construído pelo homem por meio dos tempos, [...] um patrimônio cultural da humanidade e todo ser humano tem direito ao acesso a esse saber. Sendo a arte conhecimento construído pelo homem, patrimônio cultural e direito de todo ser humano, deve ser trabalhada como componente curricular de grande relevância para o currículo escolar, e não como mero passatempo ou descontração em meio a outras disciplinas “mais pesadas”, como vemos acontecer muito nas escolas e ouvimos no discurso implícito de alguns professores. Para Cava (2014, p. 6), [...] tratar a arte como conhecimento é ponto fundamental e condição indispensável para o enfoque contemporâneo do ensino e aprendizagem de Arte. Percebe-se que desvalorização da disciplina de Arte nas escolas ocorre, principalmente, pelo fato de carência de profissionais formados na área. Portanto, vemos aí a necessidade da formação estética para os profissionais da educação. Neitzel e Carvalho (2013, p. 1025) afirmam: Por meio da formação estética, amplia-se a formação cultural e humanística, que irá corroborar o seu papel de mediador e ampliar seus horizontes cognitivos e sua sensibilidade e capacidade perceptiva em relação ao fenômeno artístico e a questões de formação geral. Neste sentido, a formação estética, além de aprimorar o trabalho do professor na disciplina de Arte, contribui para o trabalho de formação geral em todas as outras áreas do conhecimento. [...] a educação estética por meio da arte é relevante na formação do professor, pois, à medida que ele passa a ter contato com a arte como “fruidor”, torna-se um profissional que percebe o seu entorno de forma diferente. Essa relação entre “fruidor” e objeto artístico pode auxiliá-lo na mediação que efetua no processo de ensino-aprendizagem, ampliando a visão de um professor que, por meio da apropriação de uma sensibilidade estética, consegue entrever outras possibilidades de ensino e aprendizagem, centradas no dinamismo, na criatividade, na pesquisa. (NEITZEL; CARVALHO, 2013, p. 1025) Analisando o que afirmam esses teóricos percebe-se que a formação estética destinada aos professores pode transformar a prática pedagógica dos docentes e assim contribuir para a formação de sujeitos mais conscientes, 5 participativos na sociedade. Pessoas capazes de refletir e agir com sensibilidade. Para Soares e Carvalho (2006, p. 3): o desafio, ao se propor uma formação estética dirigida aos professores, é fazer com que os mesmos, enquanto sujeitos que vivenciam, extrapolem as disciplinas artísticas e as incorporem às suas próprias vidas. A partir dessa formação, eles terão condições de construir novas práticas pedagógicas, tornando mais relevante, eficaz e prazeroso o processo ensino- aprendizagem. Neste sentido, afirmam Carvalho; Bufrem (apud Neitzel; Carvalho, 2013, p. 1025): A arte possibilita ao educador construir uma prática pedagógica em que conhecimento, imaginação e expressão conjugam-se dinamicamente, beneficiando o desempenho do estudante, favorecendo o desenvolvimento da imaginação e das habilidades, o exercício da criatividade, do senso crítico e da melhor absorção do conteúdo das aulas. Compreende-se por essa assertiva que a formação estética dos profissionais ligados à área educativa muito tem a contribuir para o desenvolvimento da educação e das habilidades da aprendizagem dos educandos, uma vez que, na vida cotidiana, a criação é uma condição indispensável para a existência e tudo o que exceda ao marco da rotina e encerre qualquer coisa que seja novo guarda relação, por sua origem, com o processo de criação do homem. (SOARES; CARVALHO, 2006, p. 4) A criação artística, por sua vez, está interligada a todo o processo de criação humana. Soares; Carvalho (2006, p. 4) esclarecem que: Ao se pensar na criação artística, é possível refletir, também sobre a imaginação enquanto fundamento de toda atividade criadora e que se manifesta decididamente em todos os aspectos da vida cultural, tornando possível a criação artística, científica e técnica. Portanto, trabalhar a disciplina de Arte desde a Educação Infantil e em toda a Educação Básica, de acordo com os princípios estabelecidos na LDB, a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Arte e o RCNEI, dentre outros, desperta o interesse do educando nas aulas, estimula a criatividade, a participação, o respeito, a colaboração e pode ser o caminho facilitador para o desenvolvimento pleno e integral da criança e do ser humano, nos aspectos afetivo, cognitivo e científico. 6 2.1 O FAROL. 1915- ANITA MALFATTI 2.2 VIDA E OBRA DE ANITA MALFATTI Anita Catarina Malfatti nasceu em São Paulo, em 2 de dezembro de 1889 e faleceu também em São Paulo, em 6 de novembro de 1964. Foi pintora, desenhista, gravadora e professora. Filha do engenheiro italiano Samuele Malfatti e da norte-americana Betty Krug , Anita Malfatti nasceu apenas 17 dias depois de proclamada a República, na cidade de São Paulo e com uma atrofia no braço e na mão direita. Aos três anos de idade foi levada pelos pais a Lucca, na Itália, na esperança de corrigir o defeito congênito. Os resultados do tratamento médico não foram animadores e Anita teve que carregar essa deficiência pelo resto da sua vida. Voltando ao Brasil, teve a sua disposição Miss Browne, que a ajudou no desenvolvimento do uso da mão esquerda e no aprendizado da arte e da escrita. 7 Iniciou seus estudos em 1897 no Colégio São José de freiras católicas, situado à rua da Glória. Aí foi alfabetizada. Posteriormente passa a estudar em escolas protestantes: na Escola Americana e pouco depois no Mackenzie College onde me 1906 recebe o diploma de normalista. Com a morte do pai, Samuele Malfatti, sua mãe, D. Betty passa a dar aulas particulares de idiomas e também de desenho e pintura para sustentar a família. Anita acompanhava as aulas e nelas tomava parte, onde aprendeu os rudimentos das artes plásticas. Anita pretendia estudar em Paris, mas devido às condições financeiras da família, parecia algo impossível, até surgir a oportunidade de acompanhar duas amigas, as irmãs Shalders, em viagem à Europa para estudar música. A viagem foi financiada pelo tio e padrinho, o engenheiro Jorge Krug. Anita chega em Berlim em 1910, ano marcante na história da Arte Moderna alemã, tem como primeiro mestre o pintor Fritz Burger e ingressa na Academia de Belas Artes de Berlim, Ela teve aulas também com Lovis Corinth e com o professor Ernest Bischoff Culm. E, conheceu o trabalho de pintores modernos, incluindo-se o tão admirado Van Gogh. Aos 24 anos, e depois de quatro anos de estudo na Europa, Anita finalmente volta para São Paulo, em 1914. Com desejo de partir mais uma vez em viagem de estudos, ela tenta pleitear uma bolsa junto ao Pensionato Artístico de São Paulo, realizando uma exposição com suas obras no dia 23 de maio de 1914, que fica aberta até meados de junho. Não consegue a bolsa, mas viaja novamente financiada pelo tio, para os Estados Unidos. Em 1915, se matricula na tradicional Art Student’s League, porém não se adapta em tão conservadora instituição. Nesse momento encontra Homer Boss, um professor moderno, da Independent School of Art, viaja para a costa do Maine, na ilha de Monhegan, onde pintou, entre outras obras, a belíssima paisagem intitulada O farol, uma de suas obras primas. De volta ao Brasil em 1916, Anita causa surpresa e incompreensão nos familiares com seu estilo e técnica tão diferentes da pintura acadêmica. Em 1917, Anita realiza sua segunda exposição individual, pela qual recebe duras críticas de Monteiro Lobato e da qual demorou tempo para se recuperar. Mas, encontrou em Oswald de Andrade um amigo e aliado. Que, após seu elogio na imprensa, passa a ser compreendida por jovens artistas. 8 Em 1919, Anita inicia estudos com o pintor acadêmico Pedro Alexandrino e, depois com o alemão George Fischer Elpons, ocasião em que conhece Tarsila do Amaral e torna-se sua amiga. Após o período de recesso, após sua segunda exposição, Anita Malfatti participa, em 1922, da Semana da Arte Moderna em São Paulo com 22 trabalhos. Estava entre o círculo modernista e fez parte do grupo dos cinco. Em 1923, embarca em mais uma viagem de estudos na Europa, e passa cinco anos em Paris pela bolsa do Pensionato. Seu último e mais longo período fora do país. No final de 1928 retorna ao Brasil e em 1929 abriu sua quarta exposição individual. Depois de fechar sua exposição, Anita lecionou até até 1932 na Escola Normal Americana e na Escola Normal do Mackenzie College. Em 1933, abriu seu ateliê onde lecionou inclusive para Oswald de Andrade Filho. As fases artísticas de Anita Malfatti podem ser divididas em três: a primeira quando define sua forma expressionista de pintar; a segunda a das dúvidas quanto a que caminho seguir na arte; a terceira, dos anos 1920 até início dos anos 1940, após a morte de Mario de Andrade e de sua mãe, seria transformada numa terceira Anita Malfatti, recolhida em sua chácara em Diadema, onde iria finalmente, pintar à vontade e à seu modo o que ela chamava de arte popular brasileira. Dentre a obra de Anita Malfatti, podemos destacar as seguintes: A Mulher de Cabelo Verde; A Boba; A Estudante Russa; Nu Cubista; O Homem Amarelo; O Farol; A Chinesa; Rochedos; Arvoredo; O Barco; Interior de Mônaco; A Onda; As Margaridas de Mário; Natureza Morta; A Mulher de Cabelo Verde; O Homem das Sete Cores. 9 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho vem contribuir para o nosso crescimento pessoal e profissional, na medida em que, nos sensibiliza com as reflexões sobre a importância do ensino da Arte nas escolas e da formação estética dos professores. Por meio da sensibilização artística, o trabalho docente pode contribuir de forma mais efetiva para o desenvolvimento da aprendizagem, da formação da autoestima, dos valores morais, do respeito mútuo, na formação de crianças, adolescente e estudantes da educação básica, futuros responsáveis pela garantia de nossas liberdades e direitos adquiridos enquanto cidadãos brasileiros. O trabalho docente voltado para as concepções artísticas nos orienta quanto a própria essência do trabalho que a escola desenvolve no âmbito do seu contexto histórico, e todos os procedimentos planejados para que o processo de ensino/aprendizagem aconteça de forma eficaz. Por meio dos autores lidos, podemos perceber como as aulas de artes poderão ser utilizadas como facilitadoras do processo educativo e quais habilidades e competências podem ser desenvolvidas através das aulas de educação artística. Conhecimento de extrema importância em nossa formação, enquanto futuros pedagogos e seres pensantes em educação. A obra escolhida para apreciação artística, “O Farol” que, a princípio acreditei, estivesse retratando uma paisagem brasileira, é de grande beleza e profundidade, nos transmitindo paz. E, mesmo sendo uma pintura realizada nos Estados Unidos da América, ela evoca em meu interior, lembranças de paisagens históricas do Brasil motivo pelo qual não troquei, mesmo tendo pensando inicialmente de trabalhar com uma obra retratando nosso país. Anita Malfatti, a artista escolhida, teve preferência nesta pesquisa, porque além do fato de ser uma mulher que se destacou em uma época em que predominava o patriarcalismo machista na sociedade brasileira, foi a pioneira do Modernismo no país e esteve entre os brilhantes artistas que tiveram o privilégio de participar da Semana de Arte Moderna no Brasil. Enfrentou dificuldades financeiras, duras críticas e a incompreensão dos familiares, quanto ao seu estilo e técnica tão liberais e diferentes dos estilos acadêmicos aceitos pela população da época. Por toda essa força e talento, rompeu paradigmas e ultrapassou as barreiras de seu tempo. 10 Concluindo esta pesquisa e apreciação artística, e após todas as considerações já citadas, observa-se que o trabalho foi de grande relevância para minha formação pessoal e profissional, como educadora Historiadora que já sou e como futura pedagoga. 11REFERÊNCIAS CAVA, Laura Célia Cabral. Arte, Educação e Música. Londrina: UNOPAR, 2014. NEITZEL, Adair de Aguiar; CARVALHO, Carla Carvalho. A estética na formação de professores. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 13, n. 40, p. 1021-1040, set./dez. 2013 SOARES, Maria Luiza Passos; CARVALHO, Carla Carvalho. A FORMAÇÃO ESTÉTICA DO PROFESSOR: CONCEITOS DE ARTES VISUAIS. UNIVALI, 2006. Conceito: Excelente Confirmado por silva20.tutel@unopar.br em 09/11/14 18:12 Pré-confirmado por silva20.tutel@unopar.br em 09/11/14 18:12 Trabalho muito bom, com boa estrutura e conteúdo, atende ao que foi solicitado, parabéns!
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