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Direito Penal aula 12 v1

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Aula 12
Direito Penal p/ Procurador da Fazenda Nacional (PGFN) - 2015 (com videoaulas)
Professor: Renan Araujo
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Renan Araujo ʹ Aula 12 
 
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AULA 12: CRIMES CONTRA O SISTEMA 
FINANCEIRO NACIONAL (LEI 7.492/86). 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Apresentação da aula e sumário 01 
I ± Dos Crimes contra o Sistema Financeiro 02 
Questões para praticar 18 
Questões comentadas 26 
Gabarito 47 
 
Olá, meus amigos concurseiros! 
 
Hoje vamos estudar os crimes contra o Sistema Financeiro 
Nacional (Lei 7.492/86). 
 Meus amigos, muita atenção à aula de hoje, pois há algumas 
decisões recentes do STJ que são importantíssimas para a preparação de 
vocês! 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22528601034
22528601034 - PAULO ARISTONI NOGARA
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I ± CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO 
 
A) Considerações iniciais 
A Lei de Crimes contra o Sistema Financeiro surgiu para 
regulamentar, criminalmente, determinadas condutas atentatórias ao 
bom funcionamento do mercado financeiro do país. 
Ressalto a vocês que a lei fora editada em 1986, ou seja, num 
período de extrema turbulência econômica e inflacionária do país, o que, 
provavelmente, gerou a necessidade de se combater, de forma rigorosa, 
determinadas condutas. 
Os crimes em espécie estão previstos no art. 2° a 23 da Lei, 
totalizando, portanto, 22 tipos penais diversos, afora os tipos 
equiparados e qualificados, contidos nos parágrafos dos artigos, o que 
aumenta ainda mais o número de tipos penais. 
Vou abordar a Lei de Crimes Contra o Sistema Financeiro de 
forma resumida e objetiva, considerando que vocês têm outras 
³WURFHQWDV´�PDWpULDV�SDUD�HVWXGDU��FDVR�FRQWUiULR��QRVVD�DXOD�ILFDULD�PXLWR�
extensa. 
É necessária a leitura dos tipos penais, por uma questão de 
precaução em razão da possível cobrança da literalidade da lei. Para 
facilitar a vida de vocês, vou transcrever a Lei na nossa aula. Ao final, vou 
fazer as observações necessárias e que costumam ser abordadas nas 
provas, de forma que não abordarei tipo penal por tipo penal dizendo: 
³HVWH� FULPH� p� SUySULR�� GH� PHUD� FRQGXWD�� HWF�´�� 9RX� DERUGDU� GH� IRUPD�
JHUDO��SRU�H[HPSOR��³7RGRV�RV�FULPHV�VmR�FRPXQV��j�H[FHomR�GR�FULPH�;��
<�H�=´� 
Creio que assim eu facilito a já corrida vida de vocês, eis que é 
desnecessário e cansativo ler a explicação de cada um dos tipos penais 
quando, na maioria das vezes, todos possuem elementos idênticos (são 
22528601034
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Direito Penal ʹ PGFN (2015) 
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Teoria e exercícios comentados 
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sempre dolosos, formais, comuns, etc.). É mais produtivo fazer da forma 
como já levantei aqui pra vocês. 
Vamos lá? 
 
B) Lei 7.492/86 
Art. 1º Considera-se instituição financeira, para efeito desta lei, a pessoa 
jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade 
principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, 
intermediação ou aplicação de recursos financeiros (Vetado) de 
terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, 
distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores 
mobiliários. 
Parágrafo único. EQUIPARA-SE À INSTITUIÇÃO FINANCEIRA: 
I - a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, 
consórcio, capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de 
terceiros; 
II - a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas 
neste artigo, ainda que de forma eventual. 
DOS CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
Art. 2º Imprimir, reproduzir ou, de qualquer modo, fabricar ou pôr em 
circulação, sem autorização escrita da sociedade emissora, certificado, 
cautela ou outro documento representativo de título ou valor mobiliário: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem imprime, fabrica, divulga, 
distribui ou faz distribuir prospecto ou material de propaganda relativo aos 
papéis referidos neste artigo. 
Art. 3º Divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta sobre 
instituição financeira: 
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Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição financeira: 
Pena - Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa. 
Parágrafo único. Se a gestão é temerária: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
Art. 5º Apropriar-se, quaisquer das pessoas mencionadas no art. 25 desta lei, 
de dinheiro, título, valor ou qualquer outro bem móvel de que tem a posse, 
ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena qualquer das pessoas mencionadas 
no art. 25 desta lei, que negociar direito, título ou qualquer outro bem móvel 
ou imóvel de que tem a posse, sem autorização de quem de direito. 
Art. 6º Induzir ou manter em erro, sócio, investidor ou repartição pública 
competente, relativamente a operação ou situação financeira, sonegando-lhe 
informação ou prestando-a falsamente: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Art. 7º Emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou valores 
mobiliários: 
I - falsos ou falsificados; 
II - sem registro prévio de emissão junto à autoridade competente, em 
condições divergentes das constantes do registro ou irregularmente 
registrados; 
III - sem lastro ou garantia suficientes, nos termos da legislação; 
IV - sem autorização prévia da autoridade competente, quando legalmente 
exigida: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
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Art. 8º Exigir, em desacordo com a legislação (Vetado), juro, comissão ou 
qualquer tipo de remuneração sobre operação de crédito ou de seguro, 
administração de fundo mútuo ou fiscal ou de consórcio, serviço de 
corretagem ou distribuição de títulos ou valores mobiliários: 
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Art. 9º Fraudar a fiscalização ou o investidor, inserindo ou fazendo inserir, em 
documento comprobatório de investimento em títulos ou valores mobiliários, 
declaração falsa ou diversa da que dele deveria constar: 
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Art. 10. Fazer inserir elemento falso ou omitir elemento exigido pela 
legislação, em demonstrativos contábeis de instituição financeira, seguradora 
ou instituição integrante do sistema de distribuição de títulos de valores 
mobiliários: 
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Art. 11. Manter ou movimentarrecurso ou valor paralelamente à 
contabilidade exigida pela legislação: 
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Art. 12. Deixar, o ex-administrador de instituição financeira, de apresentar, 
ao interventor, liqüidante, ou síndico, nos prazos e condições estabelecidas 
em lei as informações, declarações ou documentos de sua responsabilidade: 
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Art. 13. Desviar (Vetado) bem alcançado pela indisponibilidade legal 
resultante de intervenção, liqüidação extrajudicial ou falência de instituição 
financeira. 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Parágrafo único. Na mesma pena incorra o interventor, o liqüidante ou o 
síndico que se apropriar de bem abrangido pelo caput deste artigo, ou desviá-
lo em proveito próprio ou alheio. 
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Art. 14. Apresentar, em liquidação extrajudicial, ou em falência de instituição 
financeira, declaração de crédito ou reclamação falsa, ou juntar a elas título 
falso ou simulado: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre o ex-administrador ou falido que 
reconhecer, como verdadeiro, crédito que não o seja. 
Art. 15. Manifestar-se falsamente o interventor, o liqüidante ou o síndico, 
(Vetado) à respeito de assunto relativo a intervenção, liquidação extrajudicial 
ou falência de instituição financeira: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
Art. 16. Fazer operar, sem a devida autorização, ou com autorização obtida 
mediante declaração (Vetado) falsa, instituição financeira, inclusive de 
distribuição de valores mobiliários ou de câmbio: 
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Art. 17. Tomar ou receber, qualquer das pessoas mencionadas no art. 25 
desta lei, direta ou indiretamente, empréstimo ou adiantamento, ou deferi-lo 
a controlador, a administrador, a membro de conselho estatutário, aos 
respectivos cônjuges, aos ascendentes ou descendentes, a parentes na linha 
colateral até o 2º grau, consangüíneos ou afins, ou a sociedade cujo controle 
seja por ela exercido, direta ou indiretamente, ou por qualquer dessas 
pessoas: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: 
I - em nome próprio, como controlador ou na condição de administrador da 
sociedade, conceder ou receber adiantamento de honorários, remuneração, 
salário ou qualquer outro pagamento, nas condições referidas neste artigo; 
II - de forma disfarçada, promover a distribuição ou receber lucros de 
instituição financeira. 
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Art. 18. Violar sigilo de operação ou de serviço prestado por instituição 
financeira ou integrante do sistema de distribuição de títulos mobiliários de 
que tenha conhecimento, em razão de ofício: 
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Art. 19. Obter, mediante fraude, financiamento em instituição financeira: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é 
cometido em detrimento de instituição financeira oficial ou por ela 
credenciada para o repasse de financiamento. 
Art. 20. Aplicar, em finalidade diversa da prevista em lei ou contrato, 
recursos provenientes de financiamento concedido por instituição financeira 
oficial ou por instituição credenciada para repassá-lo: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Art. 21. Atribuir-se, ou atribuir a terceiro, falsa identidade, para realização de 
operação de câmbio: 
Pena - Detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, para o mesmo fim, sonega 
informação que devia prestar ou presta informação falsa. 
Art. 22. Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover 
evasão de divisas do País: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, a qualquer título, promove, 
sem autorização legal, a saída de moeda ou divisa para o exterior, ou nele 
mantiver depósitos não declarados à repartição federal competente. 
Art. 23. Omitir, retardar ou praticar, o funcionário público, contra disposição 
expressa de lei, ato de ofício necessário ao regular funcionamento do sistema 
financeiro nacional, bem como a preservação dos interesses e valores da 
ordem econômico-financeira: 
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Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Art. 24. (VETADO). 
DA APLICAÇÃO E DO PROCEDIMENTO CRIMINAL 
Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o controlador e 
os administradores de instituição financeira, assim considerados os diretores, 
gerentes (Vetado). 
§ 1º Equiparam-se aos administradores de instituição financeira (Vetado) o 
interventor, o liqüidante ou o síndico. 
§ 2º Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou co-autoria, o 
co-autor ou partícipe que através de confissão espontânea revelar à 
autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena reduzida 
de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 9.080, de 19.7.1995) 
Art. 26. A ação penal, nos crimes previstos nesta lei, será promovida pelo 
Ministério Público Federal, perante a Justiça Federal. 
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no art. 268 do Código de Processo 
Penal, aprovado pelo Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, será 
admitida a assistência da Comissão de Valores Mobiliários - CVM, quando o 
crime tiver sido praticado no âmbito de atividade sujeita à disciplina e à 
fiscalização dessa Autarquia, e do Banco Central do Brasil quando, fora 
daquela hipótese, houver sido cometido na órbita de atividade sujeita à sua 
disciplina e fiscalização. 
Art. 27. Quando a denúncia não for intentada no prazo legal, o ofendido 
poderá representar ao Procurador-Geral da República, para que este a 
ofereça, designe outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou 
determine o arquivamento das peças de informação recebidas. 
Art. 28. Quando, no exercício de suas atribuições legais, o Banco Central do 
Brasil ou a Comissão de Valores Mobiliários - CVM, verificar a ocorrência de 
crime previsto nesta lei, disso deverá informar ao Ministério Público Federal, 
enviando-lhe os documentos necessários à comprovação do fato. 
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Parágrafo único. A conduta de que trata este artigo será observada pelo 
interventor, liqüidante ou síndico que, no curso de intervenção, liqüidação 
extrajudicial ou falência, verificar a ocorrência de crime de que trata esta lei. 
Art. 29. O órgão do Ministério Público Federal, sempre que julgar necessário,poderá requisitar, a qualquer autoridade, informação, documento ou 
diligência, relativa à prova dos crimes previstos nesta lei. 
Parágrafo único O sigilo dos serviços e operações financeiras não pode ser 
invocado como óbice ao atendimento da requisição prevista no caput deste 
artigo. 
Art. 30. Sem prejuízo do disposto no art. 312 do Código de Processo Penal, 
aprovado pelo Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, a prisão 
preventiva do acusado da prática de crime previsto nesta lei poderá ser 
decretada em razão da magnitude da lesão causada (VETADO). 
Art. 31. Nos crimes previstos nesta lei e punidos com pena de reclusão, o réu 
não poderá prestar fiança, nem apelar antes de ser recolhido à prisão, ainda 
que primário e de bons antecedentes, se estiver configurada situação que 
autoriza a prisão preventiva. 
Art. 32. (VETADO). 
§ 1º (VETADO). 
§ 2º (VETADO). 
§ 3º (VETADO). 
Art. 33. Na fixação da pena de multa relativa aos crimes previstos nesta lei, o 
limite a que se refere o § 1º do art. 49 do Código Penal, aprovado pelo 
Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de.1940, pode ser estendido até o 
décuplo, se verificada a situação nele cogitada. 
Art. 34. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 35. Revogam-se as disposições em contrário. 
 
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Os crimes são, em regra, comuns, ou seja, podem ser praticados 
por quaisquer pessoas, EMBORA EXISTAM MUITAS EXCEÇÕES. Na 
verdade, fica bem dividido o número de crimes comuns (podem ser 
praticados por quaisquer pessoas) e crimes próprios (só podem ser 
praticados por determinadas pessoas). 
Os seguintes crimes são próprios, só podendo ser praticados por 
aqueles que se encontrem na condição prevista no tipo penal 
�³OLTXLGDQWH´��³LQYHQWDULDQWH´��³H[-administraGRU´��HWF�� 
9 Art. 4° e seu § único - Somente o Gestor poderá praticar o 
crime; 
9 Art. 5°, § único, e 17 - Somente as pessoas mencionadas no 
art. 25 poderão cometê-lo. Vejamos o art. 25: 
Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o controlador e 
os administradores de instituição financeira, assim considerados os diretores, 
gerentes (Vetado). 
§ 1º Equiparam-se aos administradores de instituição financeira (Vetado) o 
interventor, o liqüidante ou o síndico. 
 
9 Art. 7° - O crime do art. 7° em regra é comum, mas na 
PRGDOLGDGH�³(0,7,5´��R�FULPH�p�SUySULR��SRLV�VRPHQWH�D�SHVVRD�
que tem o poder legal para tal poderá cometê-lo; 
9 Art. 8° - É controvertido, embora a maioria da Doutrina 
entenda ser crime próprio, pois o próprio STJ entende que o 
empréstimo a terceiros, com recursos próprios, a juros 
abusivos (agiotagem), não configura crime contra o sistema 
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financeiro, de forma que somente as pessoas credenciadas é 
que poderão cometê-lo; 
9 Art. 9° - Também é controvertido, embora a maioria entenda 
ser crime PRÓPRIO; 
9 Art. 11 ± Também controvertido, mas prevalece o 
entendimento de que é crime próprio, só podendo ser praticado 
pelas pessoas que possuem atribuição para tal; 
9 Art. 12 ± Somente o ex-administrador poderá cometer o crime; 
9 § único do art. 13 ± Somente o interventor, o liquidante ou o 
síndico poderão cometê-lo (a intervenção é realizada pelo 
Banco Central, o liquidante atua quando da liquidação da 
empresa, também promovida pelo Banco Central e o síndico 
aparece na falência); 
9 Art. 14, § único± Somente o ex-administrador ou falido 
poderá praticar o crime; 
9 Art. 15 ± Somente o interventor, o liquidante ou o síndico 
poderão praticar o delito. 
9 Art. 18 ± Qualquer funcionário da empresa, que tenha o 
conhecimento das informações em razão do trabalho; 
9 Art. 23 ± Este é o FULPH�³PDLV�SUySULR´�GH�WRGRV��SRLV�Vy�SRGH�
ser praticado por funcionário público que tenha o dever de agir 
de outro modo. É a chamada PREVARICAÇÃO FINANCEIRA. 
 
Quanto ao ELEMENTO SUBJETIVO, todos os crimes exigem o 
DOLO. Entretanto, devo fazer algumas observações: 
 
9 Parte da Doutrina entende que o crime do art. 4°, § único 
(gestão TEMERÁRIA) seria um crime CULPOSO, pois agir 
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temerariamente nada mais é que agir com 
IMPRUDÊNCIA. Entretanto, PREVALECE QUE É UM CRIME 
DOLOSO, não por visar o agente o dano, mas por visar o risco 
(se o dano vier, será mera consequência), de forma que se 
pode vislumbrar a INTENÇÃO do agente em criar o risco, 
propositalmente (ADOTAR ESSE POSICIONAMENTO NA 
PROVA); 
9 O crime do art. 21 (FALSA IDENTIDADE) também está 
previsto no CP, mas por ser específico ao mercado financeiro, 
deve ser aplicado. Exige-se, aqui, o ELEMENTO ESPECIAL DE 
AGIR, OU DOLO ESPECÍFICO, consistente na intenção de 
praticar o delito PARA REALIZAR OPERAÇÃO DE 
CRÉDITO; 
9 O crime do art. 22 (EVASÃO DE DIVISAS) também exige 
ESPECIAL FIM DE AGIR, consistente na intenção de 
³SURPRYHU�HYDVmR�GH�GLYLVDV´; 
9 O crime do art. 23 (PREVARICAÇÃO FINANCEIRA) também 
possui previsão no CP, e por ser regra específica, prevalece 
sobre aquele. No entanto, ressalto a vocês que este crime, 
diferentemente do crime do art. 319 do CP, NÃO EXIGE 
ESPECIAL FIM DE AGIR �³VDWLVID]HU�LQWHUHVVH�SHVVRDO´�� 
 
Os crimes são em regra FORMAIS, SENDO CRIMES MATERIAIS 
apenas os crimes dos arts. 5°, 9°, 13 e 19, que exigem a efetiva 
ocorrência do resultado para sua consumação. 
Apenas para lembrar a vocês: 
9 CRIMES FORMAIS ± O delito se consuma com a mera 
realização da conduta, não sendo necessário que o resultado 
ocorra; 
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9 CRIMES MATERIAIS ± A ocorrência de uma transformação no 
mundo exterior (a ocorrência do fim pretendido pelo infrator, 
ou seja, o resultado) é indispensável para que o crime se 
consume. 
 
A TENTATIVA É QUASE SEMPRE POSSÍVEL, salvo nos tipos em 
que a conduta prevista é OMISSIVA ou naqueles em que a conduta se 
resume a um único ato, não podendo fracioná-lo. 
EXEMPLO��³UHFRQKHFHU��FRPR�YHUGDGHLUR��FUpGLWR�TXH�QmR�R�VHMD´��DUW��
14, § único). Nesse caso, o crime é UNISSUBSISTENTE, de forma que 
ou se consuma ou não chega sequer a ser tentado, pois o ato de 
³UHFRQKHFHU� FRPR� YHUGDGHLUR���´� é um ato que não admite 
fracionamento em sua execução. 
 
Também não se admite a tentativa nos crimes em que se exige 
HABITUALIDADE. 
EXEMPLO�� ³PDQWLYHU�GHSyVLWRV�QmR�GHFODUDGRV���´� �DUW������†�~QLFR���$�
FRQGXWD� GH� ³PDQWHU´� p� KDELWXDO�� VHJXQGR� ERD� SDUWH� GD� 'RXWULQD�� GH�
forma que não cabe tentativa. 
 
Em todos os crimes o sujeito passivo é o ESTADO (Sistema 
Financeiro Nacional), podendo figurar como sujeitos passivos 
secundários eventuais pessoas lesadas pela conduta do agente. 
Exatamente por ser o Estado o sujeitopassivo primário neste crime, 
pois há lesão ao Sistema Financeiro (E o bom funcionamento do Sistema 
Financeiro é um direito difuso, ou seja, de todos nós), que não se aplica, 
aqui, o PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, ou seja, ainda que a lesão 
a bens jurídicos de particulares eventualmente lesados seja pequena, não 
há que se falar em princípio da insignificância. 
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O STJ, não faz muito tempo, proferiu uma decisão emblemática 
nesse sentido, com relação ao crime de gestão fraudulenta. Vejamos: 
 
RECURSO ESPECIAL. PENAL. CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO 
NACIONAL.GESTÃO FRAUDULENTA. ART. 4.º, CAPUT, DA LEI N.º 7.492/86. 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. 
DESCARACTERIZADA A MÍNIMA OFENSIVIDADE DA CONDUTA. RECURSO 
MINISTERIAL PROVIDO. 
1. O crime de gestão fraudulenta, previsto no art. 4.º, caput, da Lei n.º 
7.492/86, é classificado como formal e visa tutelar a credibilidade do 
mercado e a proteção ao investidor. 
Sistematicamente, busca-se a estabilidade e a higidez do Sistema Financeiro 
Nacional, para cumprir a finalidade de "promover o desenvolvimento 
equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade" (art. 192 da 
Constituição Federal). 
2. O Estado é o sujeito passivo principal do delito, e os eventuais 
prejuízos às instituições financeiras não são relevantes para a 
adequação típica, o que descaracteriza a mínima ofensividade da 
conduta do agente para a exclusão de sua tipicidade. 
3. Recurso especial provido. 
(REsp 1015971/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 
27/03/2012, DJe 03/04/2012) 
 
Por fim, trago ainda outra decisão do STJ, na qual este egrégio 
Tribunal entendeu que o crime de GESTÃO FRAUDULENTA pressupõe 
a existência de uma instituição financeira que esteja autorizada a 
funcionar, bem como entendeu que este delito e o delito de 
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operação ilegal de instituição financeira não podem coexistir na 
mesma conduta. Vejam: 
 
 
HABEAS CORPUS. CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. 
DÓLAR-CABO. INÉPCIA DA INICIAL. IMPROCEDÊNCIA. CONDUTA 
SUFICIENTEMENTE DESCRITA. GESTÃO FRAUDULENTA E OPERAÇÃO 
ILEGAL DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. INCOMPATIBILIDADE. LAVAGEM 
DE DINHEIRO. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS. 
1. Se a inicial acusatória narra adequadamente as condutas atribuídas ao 
paciente, preenchendo os requisitos previstos no art. 41 do Código de Processo 
Penal, fica afastada a tese de sua inépcia. 
2. O cometimento do delito de gestão fraudulenta denota a existência 
de uma instituição financeira autorizada, enquanto a operação ilegal de 
instituição financeira pressupõe a existência de uma empresa que 
funcione como tal sem que lhe tenha sido permitir atuar dessa forma. 
A coexistência destes delitos, referindo-se à mesma conduta, é inviável. 
3. A concretização do delito de ocultação de valores exige prévia conduta 
criminosa, devendo haver, ao menos, indícios de que os ativos remetidos ao 
exterior são objeto de crime. 
(...) 
(HC 197.569/PR, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 
18/10/2011, DJe 17/11/2011) 
 
 
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9 O §2° do art. 25 prevê a chamada DELAÇÃO PREMIADA, que 
nada mais é que a denunciação, por um dos criminosos, de toda a 
trama criminosa, quando cometido o crime em concurso de 
agentes, de forma que sua pena será reduzida de 1/3 A 2/3. Isso é 
uma CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA, E NÃO 
CIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE; 
9 A ação penal é SEMPRE PÚBLICA INCONDICIONADA E DE 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL, devendo ser 
promovida pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. Entretanto, 
a CVM e o Banco Central PODERÃO figurar como assistentes de 
acusação. Além disso, qualquer particular lesado poderá, caso a 
denúncia não seja ajuizada no prazo legal, representar junto ao 
PGR para que este ofereça a ação penal, designe outro membro 
para fazer isto ou arquive as peças de informação (art. 27 da Lei). 
Isso não exclui, entretanto, o direito que a vítima tem de oferecer a 
AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA, prevista 
no art. 29 do CPP; 
9 O Banco Central e a CVM têm o dever de informar ao MPF 
quaisquer fatos que suponham se caracterizar como crime contra o 
sistema financeiro nacional, quando se verifiquem em atividades 
sujeitas à fiscalização destas autarquias; 
9 Embora o art. 29 estabeleça o poder de requisição do Ministério 
Público, amparado pelo art. 8° da LC 75/93, e seu § 2°, que 
estabelece ser vedado negar a prestação das informações, sob 
alegação de sigilo, o art. 3° da LC 105/01 estabelece que as 
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informações protegidas por sigilo bancário só poderão ser 
prestadas mediante requisição do PODER JUDICIÁRIO; 
9 O art. 30 cria uma nova hipótese para a decretação da prisão 
preventiva (além daquelas do art. 312 do CPP), que é a 
MAGNITUDE DA LESÃO CAUSDA PELO ATO; 
9 A pena de multa pode ser aumentada até O DÉCUPLO se o Juiz 
verificar que o montante máximo previsto (de acordo com as 
regras de fixação da pena de multa previstas no CP) será 
insuficiente, em razão do poder econômico do apenado. 
 
Bons estudos! 
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01 - (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 2 - 
PRIMEIRA FASE (SET/2010) 
João da Silva, José da Silva e Maria da Silva são os acionistas 
FRQWURODGRUHV�GR�%DQFR�6LOYD¶V�H�)DPtOLD��FDGD�XP�FRP�����GDV�Do}HV�
com direito a voto e exercendo respectivamente os cargos de Diretor- 
Presidente, Diretor Comercial e Diretora de Contabilidade. Em razão das 
GLILFXOGDGHV� ILQDQFHLUDV� TXH� DIHWDUDP� R� %DQFR� 6LOYD¶V� H� )DPtOLD�� RV�
diretores decidem por em curso as seguintes práticas: (1) adquirir no 
mercado títulos do tesouro nacional já caducos (portanto sem valor 
algum) e, uitlizando-os como simulacro de lastro, emitir títulos do banco 
para captar recursos financeiros junto aos investidores; (2) forjar 
negócios com pessoas jurídicas inexistentes a fim de simular ganhos; e, 
por fim, (3) fraudar o balanço da instituição simulando lucros no 
exercício ao invés dos prejuízos efetivamente sofridos. 
Os primeiros doze meses demonstraram resultados excelentes, com 
grande aumento do capital, mas os vinte e quatro meses seguintes são 
marcados por uma perda avassaladora de recursos, levando o banco à 
beira da insolvência,com um passivo cerca de 50 vezes maior que o 
DWLYR��1HVVH�PRPHQWR��R�%DQFR�6LOYD¶V�H�)DPtOLD�VRIUH�XPD�LQWHUYHQomR�
do Banco Central e todos os fatos narrados acima vêm à tona. 
Assinale a alternativa que indique o(s) crime(s) praticado(s) pelos 
acionistas controladores. 
EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 
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A) Crimes de falsidade ideológica, falsidade documental e estelionato 
qualificado. 
B) Crime de gestão temerária de instituição financeira. 
C) Crime de gestão fraudulenta de instituição financeira. 
D) Crime de gestão temerária em concurso com crime de gestão 
fraudulenta de instituição ? Financeira. 
 
02 - (FCC - 2011 - NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO - 
ADVOGADO) 
De acordo com a Lei no 7.492/86, NÃO comete crime contra o sistema 
financeiro nacional o administrador de instituição financeira que 
A) divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta sobre 
instituição financeira. 
B) deferir empréstimo a parente na linha colateral em terceiro grau, 
consanguíneo ou afim. 
C) geri-la fraudulentamente. 
D) mantiver ou movimentar recurso ou valor paralelamente à 
contabilidade exigida pela legislação. 
E) geri-la temerariamente. 
 
03 - (ESAF - 2010 - SMF-RJ - FISCAL DE RENDAS) 
Salazar, rico comerciante, apresenta documentação falsa junto à Caixa 
Econômica Federal com a fi nalidade de obter fi nanciamento para a 
aquisição de apartamento em programa federal que privilegia as pessoas 
de baixa renda que não possuem imóveis próprios. Assim, Salazar 
apresenta certidão falsa de que não possui outro imóvel. Também, na 
mesma oportunidade, apresenta contracheque falso que indica ter renda 
de dois salários-mínimos. À luz do previsto nos Crimes contra o Sistema 
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Financeiro Nacional e nos Crimes contra o Patrimônio, julgue os itens 
abaixo assinalando o correto. 
I. Salazar ao obter, mediante fraude, fi nanciamento em instituição fi 
nanceira comete crime previsto na Lei n. 7.492/86 (Lei dos Crimes do 
Colarinho Branco); 
II. Salazar comete o crime de furto mediante fraude; 
III. Salazar comete o crime de estelionato; 
IV. Salazar comete o crime de apropriação indébita. 
A) Todos estão corretos. 
B) I e IV estão corretos. 
C) Somente I está correto. 
D) I e III estão corretos. 
E) III e IV estão corretos. 
 
04 - (CESPE - 2009 - PC-RN - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Paulo e Pedro, ambos funcionários públicos, em coautoria, retardaram, 
contra disposição expressa de lei, ato de ofício necessário ao regular 
funcionamento do Sistema Financeiro Nacional. 
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta. 
A) Paulo e Pedro praticaram o delito de prevaricação. 
B) Os objetos jurídicos do delito praticado são a credibilidade do sistema 
financeiro e a proteção ao investidor. 
C) O delito em espécie pode ser punido tanto na forma culposa como na 
dolosa. 
D) No delito em questão, se Paulo, em confissão espontânea, revelar à 
autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa, terá a sua pena 
reduzida pela metade. 
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E) A ação penal, no crime em comento, será promovida pelo MP estadual, 
perante a justiça estadual. 
 
05 - (CESPE - 2010 - MPU - ANALISTA - PROCESSUAL) 
No que diz respeito à responsabilidade penal nos crimes contra o sistema 
financeiro, a legislação de regência prevê sistema próprio de 
responsabilização para os agentes controladores, administradores, 
diretores e gerentes de instituição financeira e, divergindo do sistema do 
Código Penal, impõe-lhes responsabilidade objetiva. 
 
06 - (CESGRANRIO - 2010 - BNDES - ADVOGADO) 
Tício obtém, mediante fraude, crédito vinculado a leasing financeiro, 
sendo denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas do art. 
19, da Lei nº 7.492/86, que regulamenta os crimes contra o Sistema 
Financeiro Nacional. Alega que inexistiu crime uma vez que o Banco não 
teria natureza pública. 
Diante de tal quadro, conclui-se que 
A) a obtenção de crédito fraudulentamente, mediante leasing, não 
caracteriza crime contra o Sistema Financeiro Nacional. 
B) a pena cominada é a mesma, seja em instituição privada ou pública, 
em fatos dessa natureza. 
C) a origem da instituição, quer pública ou privada, é irrelevante para 
tipificar o crime descrito. 
D) o crime descrito implica a necessidade de que recursos públicos 
estejam envolvidos para ser tipificado. 
E) somente os mútuos bancários, em sentido estrito, caracterizam o delito 
em foco. 
 
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07 - (CESPE - 2009 - PC-PB - AGENTE DE INVESTIGAÇÃO E 
AGENTE DE POLÍCIA) 
Se um indivíduo remeter dinheiro para o exterior, sem autorização legal 
e sem declará-lo à repartição federal competente, ele praticará crime 
contra 
A) o Sistema Financeiro Nacional. 
B) a ordem tributária. 
C) a ordem econômica. 
D) a fé pública. 
E) a administração pública. 
 
08 - (CESPE - 2009 - SECONT-ES - AUDITOR DO ESTADO ± 
DIREITO) 
Segundo a jurisprudência do STJ, o tipo do crime de gestão fraudulenta 
de instituição financeira, previsto na lei que define os crimes contra o 
sistema financeiro nacional, pressupõe a existência de empresa ou 
pessoa habilitada a atuar de forma legal. 
 
09 - (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - AGENTE FEDERAL DA 
POLÍCIA FEDERAL - NACIONAL) 
Sabrina recebeu, de fonte anônima, um e-mail indicando que um 
determinado banco privado estava prestes a falir e que as pessoas que 
não retirassem seu dinheiro imediatamente correriam o risco de sofrer 
sérios prejuízos. Temendo que fosse verdadeira a notícia, ela reenviou 
essa mensagem a todos os seus contatos. Porém, foi logo demonstrado 
que a informação era absolutamente falsa. Nessa situação, Sabrina 
cometeu o crime de divulgação de informação falsa sobre instituição 
financeira. 
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10 - (CESPE - 2010 - AGU - PROCURADOR) 
O crime de gestão fraudulenta é classificado como crime próprio, formal 
e de perigo concreto, tendo como elemento subjetivo apenas o dolo, não 
havendo a forma culposa. 
 
11 - (CESGRANRIO - 2010 - BACEN - ANALISTA DO BANCO 
CENTRAL - ÁREA 3) 
Uma instituição financeira fiscalizada pelo Banco Central do Brasil foi 
vitima de informações falsas sobre seu estado de liquidez, por meio de 
remessa de cartas e de mensagens eletrônicas para diversos meios de 
comunicação. Após descobertoo autor do crime, foi instaurado inquérito 
policial que concluiu por seu indiciamento, sendo oferecida denúncia pelo 
Ministério Público, recebida pelo Juiz. O autor do ilícito veio a ser 
condenado pela caracterização de crime contra o sistema financeiro 
nacional. Com base nesses dados, afirma-se que 
I - o crime praticado foi de gestão fraudulenta; 
II - a hipótese descrita não está tipificada na lei especial; 
III - há responsabilidade penal objetiva do autor; 
IV - o delito caracterizado foi de divulgação de informação falsa; 
V - o crime em tela somente pode ocorrer mediante apresentação de 
queixa. 
É (São) correta(s) APENAS a(s) afirmação(ões) 
A) IV. 
B) I e III. 
C) III e V. 
D) IV e V. 
E) I, II e III. 
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12 - (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - AGENTE DE POLÍCIA) 
Importante atuação da Polícia judiciária deve ser a boa atuação no 
processamento dos crimes contra o sistema financeiro nacional. Acerca 
da Lei n.º 7.492/1986, assinale a alternativa correta. 
A) Foi ela apelidada de lei da lavagem de dinheiro. 
B) Para a configuração dos tipos culposos ali previstos, faz-se necessário 
provar a negligência, imperícia ou imprudência do agente. 
C) Se Aristóteles empresta suas economias a juro abusivo, é dever da 
autoridade policial que disso tomar conhecimento tomar as providências 
penais cabíveis com base na referida lei. 
D) A ação penal decorrente da aplicação da referida lei é de exclusiva 
competência do Ministério Público Federal, perante o juízo federal. 
E) Nos crimes decorrentes da referida lei, não é lícita a concessão de 
fiança. 
 
13 - (CESPE ± 2006 ± AGU - ADVOGADO DA UNIÃO) 
Relativamente à extinção da punibilidade e aos crimes de imprensa e 
contra o sistema financeiro nacional, julgue o item a seguir. 
A gestão fraudulenta de entidade fechada de previdência privada, que 
capta e administra recursos destinados ao pagamento de benefícios de 
seus associados, de acordo com o entendimento do STJ, configura crime 
contra o sistema financeiro nacional. 
 
14 - (FUNDAÇÃO DOM CINTRA ± 2012 ± AFT/BH ± AUDITOR 
FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS) 
O crime de "gerir fraudulentamente instituição financeira", previsto no 
art. 4º, caput, da Lei nº 7.492/1986, tem a seguinte característica: 
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a) existir na modalidade culposa 
b) ser cometido pela própria pessoa jurídica 
c) depender de representação para ação penal 
d) ser cometido por pessoa estranha à instituição financeira 
e) ser cometido pelos controladores e administradores da instituição 
financeira 
 
15 - (CESPE ± 2012 ± AGU - ADVOGADO DA UNIÃO) 
Com relação aos delitos de preconceito e de lavagem de dinheiro e dos 
delitos contra o sistema financeiro nacional, julgue o próximo item. 
O crime de gestão fraudulenta pode ser considerado crime habitual 
impróprio, tendo uma só ação relevância para configurar o tipo, ainda que 
a reiteração da ação não configure pluralidade de crimes. 
 
16 - (CESPE ± 2012 ± AGU - ADVOGADO DA UNIÃO) 
Com relação aos delitos de preconceito e de lavagem de dinheiro e dos 
delitos contra o sistema financeiro nacional, julgue o próximo item. 
Apesar de serem crimes autônomos, o empréstimo vedado e a gestão 
temerária, quando forem praticados em uma só ação e originários de uma 
só operação bancária, não deverão ser processados em concurso formal, 
pois haverá a absorção do primeiro delito pelo segundo. 
Nesse caso, os delitos são autônomos, e ofendem bens jurídicos diversos, 
motivo pelo qual não há absorção de um pelo outro, devendo o agente 
responder por ambos, ainda que praticados simultaneamente. 
 
 
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EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
01 - (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 2 - 
PRIMEIRA FASE (SET/2010) 
João da Silva, José da Silva e Maria da Silva são os acionistas 
FRQWURODGRUHV�GR�%DQFR�6LOYD¶V�H�)DPtOLD��FDGD�XP�FRP�����GDV�
ações com direito a voto e exercendo respectivamente os cargos 
de Diretor- Presidente, Diretor Comercial e Diretora de 
Contabilidade. Em razão das dificuldades financeiras que 
DIHWDUDP�R�%DQFR�6LOYD¶V�H�)DPtOLD��RV�GLUHWRUHV�GHFLGHP�SRU�HP�
curso as seguintes práticas: (1) adquirir no mercado títulos do 
tesouro nacional já caducos (portanto sem valor algum) e, 
uitlizando-os como simulacro de lastro, emitir títulos do banco 
para captar recursos financeiros junto aos investidores; (2) forjar 
negócios com pessoas jurídicas inexistentes a fim de simular 
ganhos; e, por fim, (3) fraudar o balanço da instituição simulando 
lucros no exercício ao invés dos prejuízos efetivamente sofridos. 
Os primeiros doze meses demonstraram resultados excelentes, 
com grande aumento do capital, mas os vinte e quatro meses 
seguintes são marcados por uma perda avassaladora de recursos, 
levando o banco à beira da insolvência, com um passivo cerca de 
��� YH]HV�PDLRU� TXH� R� DWLYR�� 1HVVH�PRPHQWR�� R� %DQFR� 6LOYD¶V� H�
Família sofre uma intervenção do Banco Central e todos os fatos 
narrados acima vêm à tona. 
Assinale a alternativa que indique o(s) crime(s) praticado(s) 
pelos acionistas controladores. 
A) Crimes de falsidade ideológica, falsidade documental e 
estelionato qualificado. 
B) Crime de gestão temerária de instituição financeira. 
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C) Crime de gestão fraudulenta de instituição financeira. 
D) Crime de gestão temerária em concurso com crime de gestão 
fraudulenta de instituição Financeira. 
COMENTÁRIOS: Os sujeitos praticaram o delito de GESTÃO 
FRAUDULENTA de instituição financeira, pois a conduta dos agentes se 
amolda perfeitamente ao tipo penal previsto no art. 4° da Lei 7.492/86. 
Vejamos: 
Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição financeira: 
Pena - Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa. 
A gestão fraudulenta ocorre quando os administradores ou gerentes da 
Instituição financeira simulam negócios jurídicos, emitem títulos falsos, 
bem como praticam quaisquer outras condutas fraudulentas com o intuito 
de obter alguma vantagem indevida, o que ocorreu no caso. 
Não há que se falar em gestão temerária (§único do art. 4° da Lei), pois 
os agentes não atuaram de forma a expor a instituição financeira a 
operações de risco excessivo de maneira habitual, o que é necessário 
para a caracterização do delito. 
Portanto, a alternativa correta é a letra C. 
 
02 - (FCC - 2011 - NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO - 
ADVOGADO) 
De acordo com a Lei no 7.492/86, NÃO comete crime contra o 
sistema financeiro nacional o administrador de instituição 
financeira que 
A) divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta sobre 
instituição financeira.B) deferir empréstimo a parente na linha colateral em terceiro 
grau, consanguíneo ou afim. 
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C) geri-la fraudulentamente. 
D) mantiver ou movimentar recurso ou valor paralelamente à 
contabilidade exigida pela legislação. 
E) geri-la temerariamente. 
COMENTÁRIOS: O administrador que defere empréstimo a parente 
colateral de terceiro grau não comete nenhum crime previsto na Lei 
7.492/86, pois o art. 17 veda, apenas, o deferimento de empréstimo a 
determinados parentes, até o limite do colateral de 2° grau, não se 
incluindo o de 3° grau. Vejamos: 
Art. 17. Tomar ou receber, qualquer das pessoas mencionadas 
no art. 25 desta lei, direta ou indiretamente, empréstimo ou 
adiantamento, ou deferi-lo a controlador, a administrador, a 
membro de conselho estatutário, aos respectivos cônjuges, aos 
ascendentes ou descendentes, a parentes na linha colateral até 
o 2º grau, consangüíneos ou afins, ou a sociedade cujo controle 
seja por ela exercido, direta ou indiretamente, ou por qualquer 
dessas pessoas: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
Precisamos saber, agora, quais são as pessoas do art. 25. Vejamos: 
Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o 
controlador e os administradores de instituição financeira, assim 
considerados os diretores, gerentes (Vetado). 
§ 1º Equiparam-se aos administradores de instituição financeira 
(Vetado) o interventor, o liqüidante ou o síndico. 
 
Portanto, a alternativa que representa uma conduta que não é crime 
contra o sistema financeiro é a LETRA B. 
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03 - (ESAF - 2010 - SMF-RJ - FISCAL DE RENDAS) 
Salazar, rico comerciante, apresenta documentação falsa junto à 
Caixa Econômica Federal com a finalidade de obter financiamento 
para a aquisição de apartamento em programa federal que 
privilegia as pessoas de baixa renda que não possuem imóveis 
próprios. Assim, Salazar apresenta certidão falsa de que não 
possui outro imóvel. Também, na mesma oportunidade, 
apresenta contracheque falso que indica ter renda de dois 
salários-mínimos. À luz do previsto nos Crimes contra o Sistema 
Financeiro Nacional e nos Crimes contra o Patrimônio, julgue os 
itens abaixo assinalando o correto. 
I. Salazar ao obter, mediante fraude, financiamento em 
instituição financeira comete crime previsto na Lei n. 7.492/86 
(Lei dos Crimes do Colarinho Branco); 
CORRETA: Esta conduta está prevista no art. 19 da Lei 7.492/86: 
Art. 19. Obter, mediante fraude, financiamento em instituição 
financeira: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o 
crime é cometido em detrimento de instituição financeira oficial 
ou por ela credenciada para o repasse de financiamento. 
 
II. Salazar comete o crime de furto mediante fraude; 
ERRADA: Não há que se falar em furto, eis que não houve subtração de 
nenhum bem alheio, nos termos do art. 155 do CP; 
III. Salazar comete o crime de estelionato; 
ERRADA��2� FULPH� GH� HVWHOLRQDWR� p� XP� FULPH�GH� ³IUDXGH´�� SUHYLVWR� QR�
art. 171 do CP, mas que tem sua aplicação afastada quando há previsão 
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legal de aplicação de uma norma específica sobre a conduta fraudulenta, 
como é o caso; 
IV. Salazar comete o crime de apropriação indébita. 
ERRADA: O crime de apropriação indébita exige que o infrator esteja na 
posse, de boa-fé, do bem alheio e que, em dado momento, altere esse 
ânimo, passando a agir como se dono fosse, não tendo mais a intenção 
de devolver o bem na data avençada, nos termos do art. 168 do CP; 
A) Todos estão corretos. 
B) I e IV estão corretos. 
C) Somente I está correto. 
D) I e III estão corretos. 
E) III e IV estão corretos. 
 
04 - (CESPE - 2009 - PC-RN - DELEGADO DE POLÍCIA) 
Paulo e Pedro, ambos funcionários públicos, em coautoria, 
retardaram, contra disposição expressa de lei, ato de ofício 
necessário ao regular funcionamento do Sistema Financeiro 
Nacional. 
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta. 
A) Paulo e Pedro praticaram o delito de prevaricação. 
B) Os objetos jurídicos do delito praticado são a credibilidade do 
sistema financeiro e a proteção ao investidor. 
C) O delito em espécie pode ser punido tanto na forma culposa 
como na dolosa. 
D) No delito em questão, se Paulo, em confissão espontânea, 
revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa, 
terá a sua pena reduzida pela metade. 
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E) A ação penal, no crime em comento, será promovida pelo MP 
estadual, perante a justiça estadual. 
COMENTÁRIOS: No caso concreto, conquanto a conduta dos agentes se 
amolde ao disposto no art. 319 do CP (crime de prevaricação), há uma 
norma penal específica regulando a matéria, motivo pelo qual deverá ser 
afastada a aplicação da norma geral (CP). Essa norma típico-penal está 
prevista no art. 23 da Lei 7.492/86: 
Art. 23. Omitir, retardar ou praticar, o funcionário público, 
contra disposição expressa de lei, ato de ofício necessário ao 
regular funcionamento do sistema financeiro nacional, bem 
como a preservação dos interesses e valores da ordem 
econômico-financeira: 
Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Agora que já sabemos qual é o delito, podemos excluir a letra A. A letra C 
também está errada, pois o delito só é punido na forma dolosa, não 
havendo previsão de forma culposa. A letra D está errada, pois embora a 
Lei preveja a delação premiada, a redução da pena não será de metade, 
mas de 1/3 a 2/3 (art. 25, §2° da Lei). A letra E está errada, pois a 
competência para o processo e julgamento destes crimes é da Justiça 
Federal, nos termos do art. 26 da Lei: 
Art. 26. A ação penal, nos crimes previstos nesta lei, será 
promovida pelo Ministério Público Federal, perante a Justiça 
Federal. 
 
A alternativa correta é a letra B, pois, de fato, os bens jurídicos tutelados 
aqui são a credibilidade do sistema financeiro e a proteção ao investidor. 
Portanto, a alternativa correta é a letra B. 
 
05 - (CESPE - 2010 - MPU - ANALISTA - PROCESSUAL) 
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No que diz respeito à responsabilidade penal nos crimes contra o 
sistema financeiro, a legislação de regência prevê sistema 
próprio de responsabilização para os agentes controladores, 
administradores, diretorese gerentes de instituição financeira e, 
divergindo do sistema do Código Penal, impõe-lhes 
responsabilidade objetiva. 
COMENTÁRIOS: Não há previsão de responsabilização objetiva dos 
agentes que podem ser sujeitos ativos dos crimes previstos na Lei de 
Crimes contra o Sistema Financeiro, devendo haver o elemento subjetivo 
do DOLO, embora parte da Doutrina admita alguns crimes culposos. 
Portanto, a afirmativa está ERRADA. 
 
06 - (CESGRANRIO - 2010 - BNDES - ADVOGADO) 
Tício obtém, mediante fraude, crédito vinculado a leasing 
financeiro, sendo denunciado pelo Ministério Público como 
incurso nas penas do art. 19, da Lei nº 7.492/86, que 
regulamenta os crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. 
Alega que inexistiu crime uma vez que o Banco não teria 
natureza pública. 
Diante de tal quadro, conclui-se que 
A) a obtenção de crédito fraudulentamente, mediante leasing, não 
caracteriza crime contra o Sistema Financeiro Nacional. 
B) a pena cominada é a mesma, seja em instituição privada ou 
pública, em fatos dessa natureza. 
C) a origem da instituição, quer pública ou privada, é irrelevante 
para tipificar o crime descrito. 
D) o crime descrito implica a necessidade de que recursos 
públicos estejam envolvidos para ser tipificado. 
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E) somente os mútuos bancários, em sentido estrito, caracterizam 
o delito em foco. 
COMENTÁRIOS: A alegação de Tício não procede, pois a natureza 
pública ou privada da Instituição financeira é irrelevante para a tipificação 
da conduta. Entretanto, a natureza pública da Instituição é CAUSA DE 
AUMENTO DE PENA, nos termos do art. 19, § único da Lei. Vejamos: 
Art. 19. Obter, mediante fraude, financiamento em instituição 
financeira: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o 
crime é cometido em detrimento de instituição financeira oficial 
ou por ela credenciada para o repasse de financiamento. 
 
Portanto, a alternativa correta é a letra C. 
 
07 - (CESPE - 2009 - PC-PB - AGENTE DE INVESTIGAÇÃO E 
AGENTE DE POLÍCIA) 
Se um indivíduo remeter dinheiro para o exterior, sem 
autorização legal e sem declará-lo à repartição federal 
competente, ele praticará crime contra 
A) o Sistema Financeiro Nacional. 
B) a ordem tributária. 
C) a ordem econômica. 
D) a fé pública. 
E) a administração pública. 
COMENTÁRIOS: A conduta deste indivíduo representa um crime contra o 
sistema financeiro nacional, previsto no art. 22 da Lei 7.492/86. Vejamos: 
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Art. 22. Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim 
de promover evasão de divisas do País: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, a qualquer 
título, promove, sem autorização legal, a saída de moeda ou 
divisa para o exterior, ou nele mantiver depósitos não 
declarados à repartição federal competente. 
 
Portanto, a alternativa correta é a letra A. 
 
08 - (CESPE - 2009 - SECONT-ES - AUDITOR DO ESTADO ± 
DIREITO) 
Segundo a jurisprudência do STJ, o tipo do crime de gestão 
fraudulenta de instituição financeira, previsto na lei que define os 
crimes contra o sistema financeiro nacional, pressupõe a 
existência de empresa ou pessoa habilitada a atuar de forma 
legal. 
COMENTÁRIOS: O STJ entende que a existência de instituição 
financeira legalmente habilitada é condição para a prática do 
crime de gestão fraudulenta, previsto no art. 4° da Lei 7.492/86. 
Vejamos o seguinte julgado do STJ: 
1. RESP 897.656/PR - STJ 
I - RECURSO ESPECIAL. CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO 
NACIONAL. ARTS. 4º E 16 DA LEI 7492/86. GESTÃO FRAUDULENTA. TIPO 
PENAL DIRIGIDO AOS AGENTES AUTORIZADOS A ATUAR NO MERCADO 
FINANCEIRO. EMPRESA NÃO AUTORIZADA. COMPREENSÃO APENAS DO 
ART. 16. 
II - VIOLAÇÃO AO ART. 59 DO CP. AUSÊNCIA DE CIRCUNSTÂNCIA 
RECONHECIDA PELA DECISÃO QUANTO A OUTRO CRIME. ERRO NA 
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DOSIMETRIA. OFENSA RECONHECIDA, PORÉM SEM ALTERAR A 
CONCLUSÃO DO ACÓRDÃO. 
1. A idéia de incriminação instituída pela Lei 7492/86 levou em conta, de um lado, 
crimes praticados por agentes financeiros regulares e, de outro, por instituições que, 
sem a autorização de funcionamento, invadem o mercado com a finalidade de 
realizar negócios escusos e contrários à higidez do sistema. Nesse pé, o tipo do crime 
GH�³JHVWmR�IUDXGXOHQWD�GH� LQVWLWXLomR�ILQDQFHLUD´, representando o ato pelo qual o 
gestor, o diretor, o administrador da empresa atua contra os interesses do patrimônio 
dos investidores e clientes, bem assim, contra o próprio sistema financeiro, pressupõe 
a existência de empresa ou pessoa habilitada a atuar de forma legal, não se 
aplicando, por certo, aos agentes clandestinos, pois estes estão compreendidos no 
tipo do art. 16 da Lei 7492/86. 
2. A análise da dosimetria da pena, muitas vezes, reclama o exame dos fatos, pois, no 
tocante ao art. 59 do CP, vê-se que as circunstâncias por ele abrangidas envolvem 
um olhar sobre os dados da cognição, por meio da prova coligida. No entanto, é de 
se notar que, uma vez reconhecida, no acórdão recorrido, situação fática em relação 
a um crime e, relativamente a outro delito, dela se distanciou o entendimento da 
pena-base, cabe ao julgador re-alinhar a coerência da dosimetria, sob pena de 
tortuosa individualização. Reconhecida a violação do art. 59 do CP, para aumentar a 
pena-base, porém, mantendo-se a mesma conclusão do aresto hostilizado. Recurso 
conhecido em parte e provido, contudo, mantendo-se a extinção da punibilidade, em 
face da prescrição do crime do art. 16 da Lei 7492/86. 
(REsp 897.656/PR, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA 
TURMA, julgado em 11/12/2008, DJe 19/12/2008) 
 
Portanto, a afirmativa ESTÁ CORRETA. 
 
09 - (CESPE - 2004 - POLÍCIA FEDERAL - AGENTE FEDERAL DA 
POLÍCIA FEDERAL - NACIONAL) 
Sabrina recebeu, de fonte anônima, um e-mail indicando que um 
determinado banco privado estava prestes a falir e que as 
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pessoas que não retirassem seu dinheiro imediatamente 
correriam o risco de sofrer sérios prejuízos. Temendo que fosse 
verdadeira a notícia, ela reenviou essa mensagem a todos os 
seus contatos. Porém, foi logo demonstrado que a informação era 
absolutamente falsa. Nessa situação, Sabrina cometeu o crime de 
divulgação de informação falsa sobre instituição financeira. 
COMENTÁRIOS: A conduta de Sabrina se amolda OBJETIVAMENTE 
(Tipo objetivo) ao descrito no tipo penal previsto no art. 3° da Lei 
7.492/86. Vejamos: 
Art. 3º Divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta 
sobre instituição financeira: 
Pena - Reclusão,de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
No entanto, para a responsabilização penal, é necessária a adequação 
também SUBJETIVA, ou seja, é necessário que o agente tenha agido 
com elemento subjetivo exigido pelo tipo, que, no caso deste crime, é o 
dolo. Como Sabrina NÃO AGIU DOLOSAMENTE, mas apenas foi 
imprudente, por repassar uma informação sem procedência, não praticou 
o crime. Lembrando que um crime só pode ser punido culposamente 
quando há EXPRESSA previsão neste sentido. 
Portanto, a afirmativa ESTÁ ERRADA. 
 
10 - (CESPE - 2010 - AGU - PROCURADOR) 
O crime de gestão fraudulenta é classificado como crime próprio, 
formal e de perigo concreto, tendo como elemento subjetivo 
apenas o dolo, não havendo a forma culposa. 
COMENTÁRIOS: O crime de gestão fraudulenta está previsto no art. 4° 
da Lei 7.492/86. Vejamos: 
Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição financeira: 
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Pena - Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa. 
Trata-se de crime próprio, pois somente as pessoas elencadas no art. 25 
e seu §1° da Lei que podem cometer o delito. Vejamos: 
Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o 
controlador e os administradores de instituição financeira, assim 
considerados os diretores, gerentes (Vetado). 
§ 1º Equiparam-se aos administradores de instituição financeira 
(Vetado) o interventor, o liqüidante ou o síndico. 
 
Além disso, o crime é formal, consumando-se com a realização da gestão 
fraudulenta, sendo irrelevante a ocorrência de prejuízo ou obtenção de 
vantagem indevida. 
O elemento subjetivo exigido é o dolo, pois esta é a regra geral, não se 
podendo punir uma conduta culposa se não houver previsão expressa 
nesse sentido. O crime é, ainda, de perigo concreto, pois coloca em risco 
a credibilidade do sistema financeiro e o patrimônio dos investidores. 
Portanto, a afirmativa está CORRETA. 
 
11 - (CESGRANRIO - 2010 - BACEN - ANALISTA DO BANCO 
CENTRAL - ÁREA 3) 
Uma instituição financeira fiscalizada pelo Banco Central do 
Brasil foi vitima de informações falsas sobre seu estado de 
liquidez, por meio de remessa de cartas e de mensagens 
eletrônicas para diversos meios de comunicação. Após 
descoberto o autor do crime, foi instaurado inquérito policial que 
concluiu por seu indiciamento, sendo oferecida denúncia pelo 
Ministério Público, recebida pelo Juiz. O autor do ilícito veio a ser 
condenado pela caracterização de crime contra o sistema 
financeiro nacional. Com base nesses dados, afirma-se que 
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I - o crime praticado foi de gestão fraudulenta; 
ERRADA: O crime praticado foi o de divulgação de informação falsa 
sobre instituição financeira. Nos termos do art. 3° da Lei 7.492/86: 
Art. 3º Divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta 
sobre instituição financeira: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
II - a hipótese descrita não está tipificada na lei especial; 
ERRADA: A hipótese, conforme analisado na alternativa anterior, está 
prevista na Legislação Especial (Lei 7.492/86); 
III - há responsabilidade penal objetiva do autor; 
ERRADA: A responsabilidade penal, aqui, depende da existência de um 
elemento subjetivo, no caso, o DOLO. Portanto, a responsabilidade é 
SUBJETIVA; 
IV - o delito caracterizado foi de divulgação de informação falsa; 
CORRETA: O crime praticado foi o de divulgação de informação falsa 
sobre instituição financeira. Nos termos do art. 3° da Lei 7.492/86: 
Art. 3º Divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta 
sobre instituição financeira: 
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
V - o crime em tela somente pode ocorrer mediante apresentação 
de queixa. 
ERRADA: Este crime, como os demais crimes contra o sistema 
financeiro nacional, somente podem ser perseguido mediante ação penal 
pública, a ser promovida pelo MPF, nos termos do art. 26 da Lei: 
Art. 26. A ação penal, nos crimes previstos nesta lei, será 
promovida pelo Ministério Público Federal, perante a Justiça 
Federal. 
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É (São) correta(s) APENAS a(s) afirmação(ões) 
A) IV. 
B) I e III. 
C) III e V. 
D) IV e V. 
E) I, II e III. 
 
12 - (FUNIVERSA - 2009 - PC-DF - AGENTE DE POLÍCIA) 
Importante atuação da Polícia judiciária deve ser a boa atuação 
no processamento dos crimes contra o sistema financeiro 
nacional. Acerca da Lei n.º 7.492/1986, assinale a alternativa 
correta. 
A) Foi ela apelidada de lei da lavagem de dinheiro. 
ERRADA�� 2� QRPH� GDGR� D� HVWD� /HL� p� ³/HL� GH� &ULPHV� FRQWUD� R� 6LVWHPD�
)LQDQFHLUR�1DFLRQDO´��RX��DLQGD��R�VHX�DSHOLGR��TXH�p�³/HL�GRV�&ULPHV�GR�
&RODULQKR�%UDQFR´� 
B) Para a configuração dos tipos culposos ali previstos, faz-se 
necessário provar a negligência, imperícia ou imprudência do 
agente. 
ERRADA: Não há previsão de crimes culposos na Lei, embora parte da 
Doutrina entenda que o crime de gestão temerária é uma espécie de 
crime culposo, eis que a gestão temerária seria sinônimo de gestão 
IMPRUDENTE (Mas isso é minoritário). 
C) Se Aristóteles empresta suas economias a juro abusivo, é dever 
da autoridade policial que disso tomar conhecimento tomar as 
providências penais cabíveis com base na referida lei. 
ERRADA: Somente praticam as condutas descritas na Lei as pessoas 
referidas no art. 25 e seu § 1° da Lei: 
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Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o 
controlador e os administradores de instituição financeira, assim 
considerados os diretores, gerentes (Vetado). 
§ 1º Equiparam-se aos administradores de instituição financeira 
(Vetado) o interventor, o liqüidante ou o síndico. 
D) A ação penal decorrente da aplicação da referida lei é de 
exclusiva competência do Ministério Público Federal, perante o 
juízo federal. 
CORRETA: Esta é a regra insculpida no art. 26 da Lei: 
Art. 26. A ação penal, nos crimes previstos nesta lei, será 
promovida pelo Ministério Público Federal, perante a Justiça 
Federal. 
E) Nos crimes decorrentes da referida lei, não é lícita a concessão 
de fiança. 
ERRADA: O art. 31 só veda a concessão de fiança nos crimes punidos 
com reclusão. Vejamos: 
Art. 31. Nos crimes previstos nesta lei e punidos com pena de 
reclusão, o réu não poderá prestar fiança, nem apelar antes de 
ser recolhido à prisão, ainda que primário e de bons 
antecedentes, se estiver configurada situação que autoriza a 
prisão preventiva. 
Portanto, havendo crimes punidos apenas com detenção, a alternativa 
está errada. 
 
13 - (CESPE ± 2006 ± AGU - ADVOGADO DA UNIÃO) 
Relativamente à extinção da punibilidadee aos crimes de 
imprensa e contra o sistema financeiro nacional, julgue o item a 
seguir. 
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A gestão fraudulenta de entidade fechada de previdência privada, 
que capta e administra recursos destinados ao pagamento de 
benefícios de seus associados, de acordo com o entendimento do 
STJ, configura crime contra o sistema financeiro nacional. 
COMENTÁRIOS: Esse é o entendimento do STJ. Vejamos: 
HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL E DIREITO PROCESSUAL 
PENAL. ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. 
EQUIPARAÇÃO A INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. GESTÃO 
FRAUDULENTA. CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO. 
COMPETÊNCIA. JUSTIÇA FEDERAL. CONEXÃO. ARTIGO 78, 
INCISO II, ALÍNEA "A", DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. 
LOCAL DA SEDE. ILEGITIMIDADE PASSIVA. INOCORRÊNCIA. 
 
1. Instituição financeira, para os fins da Lei nº 7.492/86, é toda 
e qualquer pessoa jurídica de direito público ou privado, que, 
como atividade principal ou acessória, custodie, emita, distribua, 
negocie, intermedeie, ou administre valores mobiliários, ou 
capte, intermedeie, ou aplique recursos financeiros de terceiros, 
a ela se equiparando a pessoa jurídica que capte ou administre 
seguros, câmbio, consórcio, capitalização ou qualquer tipo de 
poupança ou recursos de terceiros, e a pessoa natural que 
exerça quaisquer das atividades referidas, ainda que de forma 
eventual. 
2. O que caracteriza, para os fins da Lei nº 7.492/86, a 
instituição financeira, de natureza pública ou privada, é, 
essencialmente, que a sua atividade, principal ou acessória, 
tenha por objeto valores mobiliários ou recursos financeiros, por 
ela, sensu lato, captados ou administrados. 
3. A entidade fechada de previdência privada, que capta e 
administra recursos destinados ao pagamento de benefícios de 
seus associados, equipara-se a instituição financeira para fins de 
incidência da Lei nº 7.492/86. 
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4. O fato de estatuir a Lei nº 4.565/64, na letra de seu artigo 
25, com a redação que lhe foi atribuída pela Lei nº 5.710, de 7 
de outubro de 1971, que "as instituições financeiras privadas, 
exceto as cooperativas de crédito, constituir-se-ão unicamente 
sob a forma de sociedade anônima", em nada repercute nos 
tipos penais elencados na Lei nº 7.492/86, que lhe é posterior e, 
para os seus fins, definiu as instituições financeiras e indicou-
lhes as equiparadas. 
(...)(HC 26.288/SP, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, 
SEXTA TURMA, julgado em 03/02/2005, DJ 11/04/2005, p. 385) 
Portanto, a gestão fraudulenta destas entidades configura o 
delito do art. 4º da Lei 7.492/86: 
Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição financeira: 
Pena - Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa. 
 
Assim, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
14 - (FUNDAÇÃO DOM CINTRA ± 2012 ± AFT/BH ± AUDITOR 
FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS) 
O crime de "gerir fraudulentamente instituição financeira", 
previsto no art. 4º, caput, da Lei nº 7.492/1986, tem a seguinte 
característica: 
a) existir na modalidade culposa 
b) ser cometido pela própria pessoa jurídica 
c) depender de representação para ação penal 
d) ser cometido por pessoa estranha à instituição financeira 
e) ser cometido pelos controladores e administradores da 
instituição financeira 
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COMENTÁRIOS: A alternativa correta é a letra E, pois o crime de gestão 
fraudulenta é doloso (não existindo na modalidade culposa). Também se 
trata de crime de ação penal pública, e é cometido pelos controladores ou 
administradores da empresa (não por ela própria ou alguém estranho a 
ela), nos termos do art. 4º c/c art. 25 da Lei 7.492/86. Vejamos: 
Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição financeira: 
Pena - Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa. 
(...) 
 
Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o 
controlador e os administradores de instituição financeira, assim 
considerados os diretores, gerentes (Vetado). 
 
Portanto, a alternativa CORRETA É A LETRA E. 
 
15 - (CESPE ± 2012 ± AGU - ADVOGADO DA UNIÃO) 
Com relação aos delitos de preconceito e de lavagem de dinheiro e 
dos delitos contra o sistema financeiro nacional, julgue o próximo 
item. 
O crime de gestão fraudulenta pode ser considerado crime 
habitual impróprio, tendo uma só ação relevância para configurar 
o tipo, ainda que a reiteração da ação não configure pluralidade 
de crimes. 
COMENTÁRIOS: O STJ já decidiu que o crime de gestão fraudulenta 
seria CRIME HABITUAL IMPRÓPRIO, conforme narra a questão. Vejamos: 
HABEAS CORPUS. CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO 
NACIONAL (ART. 
4o., PARÁG. ÚNICO DA LEI 7.492/86). GESTÃO TEMERÁRIA. 
BANCO DE CRÉDITO METROPOLITANO S/A. PENA TOTAL: 5 
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ANOS DE RECLUSÃO. REGIME SEMI-ABERTO. NEGATIVA DE 
AUTORIA. REVOLVIMENTO FÁTICO-PROBATÓRIO. 
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. DENÚNCIA QUE ATENDE AOS 
REQUISITOS LEGAIS EXIGIDOS. RESPONSABILIZAÇÃO DO RÉU 
DECORRENTE NÃO APENAS DO CARGO DE DIRETOR MAS DA 
RELAÇÃO QUE TEVE COM OS FATOS. INOCORRÊNCIA DE BIS IN 
IDEM. CONDUTAS DISTINTAS. DOSIMETRIA DA PENA. 
MAJORAÇÃO DA PENA-BASE POUCO ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. 
CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME DESFAVORÁVEIS. 
NÚMERO EXPRESSIVO DE OPERAÇÕES E ALTOS VALORES 
MANIPULADOS PELO PACIENTE. POSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO 
DA PENA-BASE EM CONJUNTO, TENDO EM VISTA AS 
CIRCUNSTÂNCIAS NEGATIVAS SEREM COMUNS AOS RÉUS. 
CRIME HABITUAL IMPRÓPRIO. INAPLICABILIDADE DA 
CONTINUIDADE DELITIVA. 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. PARECER PELA 
DENEGAÇÃO DO WRIT. 
ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA APENAS PARA AFASTAR O 
AUMENTO DA PENA RELATIVO À CONTINUIDADE DELITIVA. 
(...) 
9. Esta Corte já decidiu que o crime de gestão fraudulenta, 
consoante a doutrina, pode ser visto como crime habitual 
impróprio, em que uma só ação tem relevância para configurar o 
tipo, ainda que a sua reiteração não configure pluralidade de 
crimes (HC 39.908/PR, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJ 
03.04.2006). 
10. Ordem parcialmente concedida apenas para afastar o 
aumento da pela relativo à continuidade delitiva. 
(HC 132.510/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 
QUINTA TURMA, julgado em 03/02/2011, DJe 03/05/2011) 
 
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No entanto, a questão foi anulada, provavelmente em razão do fato de 
não se tratar de entendimento solidificado. 
 
16 - (CESPE ± 2012 ± AGU

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